Projeto Político Pedagógico

O curso de Enfermagem da UNEMAT, Campus de Tangará da Serra, pretende ter como perfil de egresso, enfermeiro com formação generalista, humanista, crítica e reflexiva. Profissional qualificado para o exercício de Enfermagem, com base no rigor científico e intelectual pautado nos princípios éticos. Capaz de conhecer e intervir sobre os problemas/situações de saúde-doença mais prevalentes no perfil epidemiológico nacional, com ênfase na sua região de atuação e consiga identificar as dimensões biopsicossociais dos seus determinantes. Capacitado a atuar, com senso de responsabilidade social e compromisso com a cidadania, como promotor da saúde integral do ser humano. Habilitado a ser gestor do cuidado de enfermagem, das organizações e dos sistemas de saúde, além de estar apto a ser educador em saúde, em educação permanente e para a formação de recursos humanos.

O campo de atuação do enfermeiro vem se ampliando e diversificando, a versatilidade e diversidade de possibilidades de atuação decorrem da orientação para o planejamento, a gestão, o ensino e a pesquisa. Como membros de equipes multiprofissionais, a enfermagem tem se constituído a partir das transformações pelas quais vem passando as relações de trabalho na área da saúde nas últimas décadas.
Tanto no setor público quanto no privado de saúde, o enfermeiro tem papel fundamental em todos os níveis de complexidade. Ele exerce a liderança na tomada de decisão de aspectos relacionados à equipe de enfermagem e ao cuidado. Esse é um dos motivos que favorece a absorção praticamente imediata do profissional no mercado de trabalho, situação que vem se mantendo nos últimos anos.
Em decorrência do alto grau de complexidade que envolve o cuidado à saúde individual e coletiva, a enfermagem é uma profissão cujo exercício exige uma sólida qualificação técnico-científica e humanista, que pode ser obtida por meio do domínio de um conjunto de conhecimentos provenientes de diversas áreas como, por exemplo, as ciências biológicas (microbiologia, imunologia, anatomia, fisiologia, entre outras), as ciências humanas (antropologia, psicologia, sociologia) e as ciências exatas (estatística).

A atuação do enfermeiro na gestão, entendida por atividades de administração e gerenciamento, pode acontecer nos vários níveis hierárquicos do SUS. Sendo assim, o egresso de enfermagem pode atuar como um “gestor do SUS” ao nível federal, estadual ou municipal. A gestão é entendida como qualquer atividade que envolva planejamento e tomada de decisão para um grupo de profissionais de saúde, pode ser desenvolvida como gerente de unidades de saúde como hospitais, e ainda de setores de tais unidades que incluem centros cirúrgicos, Unidades de Terapias Intensivas (UTI), bem como em unidades da Estratégia Saúde da Família (ESF) e outras.
Faz parte do campo profissional da enfermagem as atividades de gerenciamento e coordenação, sobretudo nas instituições da rede pública de saúde, como também em atividades ligadas às indústrias, auditorias, consultorias e assessorias. Essa ampliação dos campos de atuação profissional talvez explique o motivo pelo qual os profissionais de enfermagem de nível superior vêm obtendo um maior reconhecimento social nos últimos anos.
O enfermeiro pode trabalhar nas áreas hospitalares, clínicas, consultórios, Unidade Básica de Saúde (UBS) em regiões urbanas e rurais, escolas, creches, instituições geriátricas, centros de reabilitação, centros comunitários, empresas, indústrias, ambulatórios de rua, distrito sanitário especial indígena, empresas de prestação de cuidados de enfermagem, além de atuar no desenvolvimento de tecnologias e inovações, como empreendedor e na área de pesquisa e de formação de recursos humanos em saúde e em enfermagem. Pode ainda exercer funções como: diretor de hospitais e de Centros de Ciências da Saúde das Universidades.
As atribuições do profissional enfermeiro são amparadas pela Lei do Exercício Profissional (Lei n.º 7.498/86). É privativo do Enfermeiro:
Direção do órgão de Enfermagem como integrante da estrutura básica da instituição de saúde, pública, privada, e chefia de serviço e de unidade de enfermagem;
Organização e direção dos serviços de Enfermagem e de suas atividades técnicas e auxiliares nas empresas prestadoras desses serviços;
Planejamento, organização, execução e avaliação dos serviços da assistência de enfermagem;
Consultoria, auditoria e emissão de parecer sobre matéria de enfermagem;
Consulta de enfermagem;
Prescrição da assistência de enfermagem;
Cuidados diretos de enfermagem a pacientes graves com risco de vida;
Cuidados de enfermagem de maior complexidade técnica que exijam conhecimentos científicos adequados e capacidade de tomar decisões imediatas.
Como integrante da equipe de saúde:
Participação no planejamento, execução e avaliação da programação de saúde;
Participação na elaboração, execução e avaliação dos planos assistenciais de saúde;
Participação em projetos de construção ou reforma de unidades de internação;
Prevenção e controle sistemático da infecção hospitalar, inclusive como membro das respectivas comissões;
Participação na elaboração de medidas de prevenção e controle sistemático de danos que possam ser causados aos pacientes durante a assistência de Enfermagem;
Participação na prevenção e controle das doenças transmissíveis e nos programas de vigilância epidemiológica;
Prestação de assistência de enfermagem à gestante, parturiente, puérpera e ao recém-nascido;
Participação nos programas e nas atividades de assistência integral à saúde individual e de grupos específicos, particularmente daqueles prioritários e de alto risco;
Acompanhamento da evolução e do trabalho de parto;
Execução e assistência obstétrica em emergência e execução do parto sem distocia;
Participação em programas e atividades de educação sanitária, visando a melhoria de saúde do indivíduo, da família e da população em geral;
Participação nos programas de treinamento e aprimoramento de pessoal de saúde, particularmente nos programas de educação permanente;

Participação nos programas de higiene e segurança do trabalho e de prevenção de acidentes e de doenças profissionais e do trabalho;

Participação na elaboração e na operacionalização do sistema de referência e contra referência do paciente nos diferentes níveis de atenção à saúde;
Participação no desenvolvimento de tecnologia apropriada à assistência de saúde;
Participação em bancas examinadoras, em matérias específicas de enfermagem, nos concursos para provimento de cargo ou contratação de enfermeiro, ou de pessoal Técnico em Enfermagem.

Competências e Habilidades Gerais:


Atenção à saúde: os profissionais de saúde, dentro de seu âmbito profissional, devem estar aptos a desenvolver ações de prevenção, promoção, proteção e reabilitação da saúde, tanto ao nível individual quanto coletivo. Cada profissional deve assegurar que sua prática seja realizada de forma integrada e contínua com as demais instâncias do sistema de saúde. Os profissionais devem realizar seus serviços nos mais altos padrões de qualidade e dos princípios da ética/bioética, tendo em conta que a responsabilidade da atenção à saúde não se encerra com o ato técnico, mas sim, com a resolução do problema de saúde, tanto ao nível individual como coletivo;
Tomada de decisões: o trabalho dos profissionais de saúde deve estar fundamentado na capacidade de tomar decisões visando o uso apropriado, eficácia e custo-efetividade, da força de trabalho, de medicamentos, de equipamentos, de procedimentos e de práticas. Para este fim, os mesmos devem possuir habilidades para avaliar, sistematizar e decidir a conduta mais apropriada;
Comunicação: os profissionais de saúde devem ser acessíveis e devem manter a confidencialidade das informações a eles confiadas, na interação com outros profissionais de saúde e com o público. A comunicação envolve comunicação verbal, não verbal e habilidades de escrita e leitura; o domínio de, pelo menos, uma língua estrangeira e de tecnologias de comunicação e informação;
Liderança: no trabalho em equipe multiprofissional, os profissionais de saúde devem estar aptos a assumirem posições de liderança, sempre tendo em vista o bem-estar da comunidade. A liderança envolve compromisso, responsabilidade, empatia, habilidade para tomada de decisões, comunicação e gerenciamento de forma efetiva e eficaz;
Administração e gerenciamento: os profissionais devem estar aptos a fazer o gerenciamento e administração tanto da força de trabalho, dos recursos físicos e materiais e de informação, da mesma forma que devem estar aptos a serem gestores, empregadores ou lideranças na equipe de saúde;
Educação permanente: os profissionais devem aprender continuamente, tanto na sua formação, quanto na sua prática. Desta forma, os profissionais de saúde devem aprender a aprender e ter responsabilidade e compromisso com a educação e o treinamento/estágios das futuras gerações de profissionais, não apenas transmitindo conhecimentos, mas proporcionando condições para ter benefício mútuo entre os futuros profissionais e os profissionais dos serviços.

 

Competências e Habilidades Específicas:


O Enfermeiro deve possuir, também, competências técnico-científicas, ético-políticas, socioeducativas, contextualizadas que permitam:
Atuar profissionalmente compreendendo a natureza humana em suas dimensões, em suas expressões e fases evolutivas;
Incorporar a ciência/arte do cuidar como instrumento de interpretação profissional;
Estabelecer novas relações com o contexto social, reconhecendo a estrutura e as formas de organização social, suas transformações e expressões;
Desenvolver formação técnico-científica que confira qualidade ao exercício profissional;
Compreender a política de saúde no contexto das políticas sociais, reconhecendo os perfis epidemiológicos das populações;

Reconhecer a saúde como direito e condições dignas de vida e atuar para garantir a integralidade da assistência, entendida como conjunto articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema;
Atuar nos programas de assistência integral à saúde da criança, do adolescente, da mulher, do adulto e do idoso;
Conseguir diagnosticar e solucionar problemas de saúde, de comunicar-se, de tomar decisões, de intervir no processo de trabalho, de trabalhar em equipe e de enfrentar situações em constante mudança;
Reconhecer as relações de trabalho e sua influência na saúde;
Atuar como sujeito no processo de formação de recursos humanos;
Responder às especificidades regionais de saúde através de intervenções planejadas estrategicamente, em níveis de promoção, prevenção e reabilitação à saúde, dando atenção integral à saúde dos indivíduos, das famílias e das comunidades;
Considerar a relação custo-benefício nas decisões dos procedimentos na saúde;
Reconhecer-se como coordenador do trabalho da equipe de enfermagem;
Assumir o compromisso ético, humanístico e social com o trabalho multiprofissional em saúde.

Relação entre Ensino, Pesquisa e Extensão
O processo de ensino-aprendizagem, aliado à pesquisa e à extensão, deve ser entendido como espaço e tempo onde o desenvolvimento do pensamento crítico se consolida e permite ao acadêmico vivenciar experiências curriculares e extracurriculares com atitude investigativa e extensionista. Nesse entendimento, a matriz curricular proposta se configura como geradora de oportunidades significativas para aquisição e desenvolvimento de competências e habilidades necessárias ao perfil do egresso.
As linhas que permeiam o ensino e a pesquisa do curso de Enfermagem da UNEMAT, Campus de Tangará da Serra, buscam incentivar o desenvolvimento de novos talentos e a produção de ciência em Mato Grosso, estruturada em três eixos: “Estudos bioepidemiológicos em agravos à saúde”, “Estudos sobre organização e gestão de serviços de saúde” e “Estudos sobre o processo de cuidar em saúde e na Enfermagem”.
ESTUDOS BIOEPIDEMIOLÓGICOS EM AGRAVOS À SAÚDE: compreende a produção de conhecimento científico voltado às necessidades de saúde do indivíduo, família e comunidade nos três níveis de atenção à saúde com ênfase na promoção da saúde, prevenção e terapêutica de doenças infecciosas e parasitárias, doenças crônicas degenerativas, transtornos mentais, problemas nutricionais, de morbimortalidade, entre outros.
ESTUDOS SOBRE ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DE SERVIÇOS DE SAÚDE: compreende a produção de conhecimento científico voltado às necessidades de saúde do indivíduo, família e comunidade nos três níveis de atenção no sistema de saúde público/privado abrangendo as políticas públicas de saúde, à gestão, gerência e avaliação dos serviços de saúde e enfermagem.
ESTUDOS SOBRE O PROCESSO DE CUIDAR EM SAÚDE E NA ENFERMAGEM: compreende a produção de conhecimento científico voltado às necessidades de saúde do indivíduo, família e comunidade nos três níveis de atenção sobre o cuidar em saúde e na enfermagem relativos à promoção, prevenção, diagnóstico, tratamento, reabilitação e reinserção social da criança, adolescente, homem, mulher, idoso e grupos vulneráveis.
O curso de graduação em Enfermagem da UNEMAT, Campus de Tangará da Serra, possui, ainda, grupos de pesquisa, aos quais os alunos podem vincular-se. Tais grupos, geralmente, integram ações de pesquisa e extensão que dão oportunidade aos acadêmicos para compreender a dinâmica da produção do conhecimento com responsabilidade social.

Atualmente, os grupos de pesquisa do curso são registados no Diretório de Grupos de Pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), sob as denominações de: Laboratório de Investigação Científica em Enfermagem em Saúde (LINCES); e Núcleo de Pesquisa em Política, Planejamento, Organização e Práticas (individual e coletiva) em Saúde (NPEPS). A extensão será parte integrante do currículo, figurando para ampliar a vivência e o aprendizado dos estudantes nos diversos cenários de prática, permitindo maior relação e comprometimento com a realidade social e fortalecimento da articulação entre educação e trabalho nos cenários do ensino-serviço-comunidade na atenção em saúde, conforme estabelece a Resolução n.º 011/2020 CONEPE. Atualmente o mercado de trabalho tem se mostrado cada vez mais dinâmico, seletivo e competitivo, exigindo características profissionais dos enfermeiros como qualificação, criatividade, proatividade, empreendedorismo e inovação (RICHTER et al., 2019; COFEN, 2016). O empreendedorismo e inovação serão estimulados durante toda formação do enfermeiro, fortalecendo as habilidades pessoais dos estudantes, permitindo-lhes ampliar a visibilidade do empreendedorismo social, empresarial e corporativo nos mais diversos cenários e campos de atuação. A UNEMAT incentiva seus discentes a buscarem soluções inovadoras, ofertando bolsa de iniciação tecnológica, empresas juniores conforme estabelecido na Resolução n.º 043/2019 CONSUNI.
A integração ensino-serviço também é parte do curso de graduação em Enfermagem, em que se fomenta a abertura para a participação do profissional enfermeiro das instituições conveniadas (públicas e privadas) em que são desenvolvidas atividades de ensino, como aulas práticas e estágios curriculares, esta integração ocorre por meio da preceptoria em Enfermagem, coorientação de trabalhos de conclusão de curso, participação em projetos de pesquisa e extensão, assim como em atividades de educação permanente.

 

Integração com a Pós-graduação:


A integração com a pós-graduação deverá ser fomentada, possibilitando que o acadêmico escolha com maior clareza o caminho a percorrer após o término da graduação, seja na área assistencial ou ingressando em curso de pós-graduação para qualificação profissional.
Ainda que o curso de Enfermagem do campus de Tangará da Serra não possua pós-graduação específica em Enfermagem, propõe ações com intuito de fortalecer essa integração com programas de pós-graduação da UNEMAT ou de outras Instituições de Ensino Superior (IES). As ações serão desenvolvidas por docentes e acadêmicos com o apoio institucional, sendo elas:
Realizar parcerias com programas de pós-graduação, por exemplo, em eventos científicos, atividades de extensão, entre outros. Bem como, incentivar a participação da comunidade acadêmica nestas atividades;
Promover a integração entre grupos de pesquisa (curso de enfermagem e pós-graduação);
Incentivar a participação dos acadêmicos em eventos de pós-graduação, como ouvinte e na elaboração e apresentação de trabalhos científicos;
Divulgar as ações de integração do curso de enfermagem com a pós-graduação na comunidade acadêmica, ressaltando a sua importância;
Ofertar vagas para estágio docência aos alunos da pós-graduação nas disciplinas do curso de graduação em Enfermagem do Campus de Tangará da Serra, desde que supervisionados pelo docente responsável pela disciplina.

 

Mobilidade estudantil e internacionalização:


A mobilidade estudantil ocorre quando o acadêmico desenvolve atividades de natureza discente-curricular, científica, artística e/ou cultural, em IES distinta da que mantém o vínculo, por convênios ou acordos de cooperação com IES nacionais ou internacionais.

É prevista a mobilidade acadêmica de no mínimo dez por cento (10%) do total de créditos para serem cursados em outros Cursos/Campus/IES, conforme a Resolução n.º 087/2015 – CONEPE. Segundo o artigo 5º desta resolução, a mobilidade acadêmica da UNEMAT tem por finalidade:
Possibilitar ao discente da graduação da UNEMAT cursar componentes curriculares em outro Campus onde seu curso é ofertado ou em IES públicas nacionais, ou IES internacionais, dependendo, para tal, da possibilidade da disponibilidade de vaga nos componentes curriculares pretendidos;
Receber discentes de graduação das IES conveniadas (inter)nacionais para cursar componentes curriculares na UNEMAT;
Promover a interação do discente em diferentes espaços, ampliando a visão de mundo e o domínio de outro idioma;
Favorecer a construção da autonomia intelectual e o enriquecimento da formação discente-profissional;
Estimular a cooperação técnico-científica e a troca de experiências entre discentes e professores de instituições (inter)nacionais, bem como entre os Campus da UNEMAT;
Propiciar visibilidade (inter)nacionais ao ensino de graduação da UNEMAT.
Este processo tornou-se fundamental no mundo globalizado e visa à complementação e aprimoramento da formação do discente de graduação, promovendo o aprendizado científico, o amadurecimento acadêmico, crescimento pessoal, troca de experiências e relações sociais e culturais com outros acadêmicos e profissionais de diferentes IES.

 

Tecnologias digitais de informação e comunicação no processo de ensino-aprendizagem:


A sociedade contemporânea vem se transformando e se modernizando, e as Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) fazem parte deste contexto, modificando a maneira das pessoas se comunicarem e obterem informações, sendo assim, é necessário o acompanhamento deste desenvolvimento, inclusive na área educacional. As TICs serão adotadas no processo de ensino-aprendizagem como eixo transversal na execução deste PPC.
As TICs podem e devem fazer parte do aprendizado do acadêmico por meio do uso de equipamentos e ferramentas tecnológicas, o que também se torna um desafio para os docentes, que precisam se capacitar na utilização destas e estarem atentos de como estes recursos estão sendo utilizados, de modo a evitar o seu mau uso, por exemplo, com a disseminação de informações inverídicas, plágios, entre outros.
O uso destes recursos no aprendizado (internet, softwares, mídias, ambientes virtuais, etc.) são atrativos e permitem ao professor apresentar de formas diversas os conteúdos, conforme as diferenças e necessidades dos discentes/turma, proporcionando um conhecimento amplo nas diversas temáticas, ultrapassando espaços geográficos, sociais e culturais; porém, precisam ser utilizadas de forma segura e consciente.
No curso de enfermagem da UNEMAT de Tangará da Serra, com apoio da Pró-reitoria de Planejamento da Tecnologia e Informação (PRPTI) e seus setores, os professores deverão incorporar o uso das TICs nas aulas, com planejamento didático, metodologias ativas e incentivando a aprendizagem ativa dos acadêmicos. As TICs poderão ser utilizadas de diversas maneiras, como:
Uso da internet no ensino e pesquisa (exemplos: acesso aos sites acadêmicos, institucionais, epidemiológicos, conforme a ementa da disciplina; realizar busca em bases de dados científicas.);
Promover Chats ou Fóruns de discussão em ambientes virtuais;
Utilização de Softwares em pesquisas;
Utilização de vídeos em plataformas virtuais;
Utilização de redes sociais e site institucional da UNEMAT para divulgar e compartilhar informações sobre atividades acadêmicas;

 

Educação inclusiva
Em consonância com a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (2008) e o Decreto de Acessibilidade (n.º 5.296/2004) e demais dispositivos legais, são fundamentais ações que assegurem a transversalidade da educação especial e inclusiva nas IES, consequentemente a inserção de acadêmicos com deficiência, transtornos globais de desenvolvimento e altas habilidades/superdotação. Logo, cabe à instituição atualizações e capacitações para o seu corpo docente, com intuito de adotar novas estratégias metodológicas, em parcerias a profissionais de saúde especializados, a família, dentre outros.
Para a efetiva educação inclusiva são importantes ações que promovam acesso, permanência e participação destes estudantes, isto requer comprometimento, planejamento e organização de recursos e serviços. Tão quanto, para a acessibilidade arquitetônica, na comunicação, nos sistemas de informação, materiais didáticos e pedagógicos, por toda duração do curso e atividades de ensino, pesquisa e extensão. Possibilitando a estes estudantes, dentro de cada limitação, adequação ao perfil desejado para inserção no mercado de trabalho.
O curso de Enfermagem da UNEMAT de Tangará da Serra possui um corpo docente consolidado e com distintas qualificações e parceria com instituições de saúde e de ensino pública/privada, que podem ser base para capacitações específicas.
Além disso, por meio da educação inclusiva, é possível problematizar discussões em metodologias ativas sobre o direito de todos à educação, e a práticas que resultam na desigualdade social, corroborando para a formação de profissionais de saúde humanos e críticos.

Formação teórica articulada com a prática
Um processo formativo humanístico, crítico e ético, baseado na apropriação e produção do conhecimento pelo estudante e no desenvolvimento de competências e habilidades que o preparem plenamente para a vida profissional, deve basear-se em estratégias metodológicas que privilegiam os princípios de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, integração teoria e prática, interdisciplinaridade e flexibilidade.
Para isto, o curso de Bacharel Enfermagem da UNEMAT de Tangará da Serra utilizará diferentes estratégias metodológicas em consonância com o sistema de avaliação de desempenho estudante no curso regular de graduação da UNEMAT, que se encontra descrito na Normatização Acadêmica da UNEMAT (Resolução n.º 054/2011-CONEPE).
As aulas do curso de Enfermagem estão distribuídas em créditos teóricos e práticos como segue:
I – Aula teórica (código T): é o campo que expressa o número de créditos das atividades semanais presenciais definidas pela relação, entre professores e discentes, com exposição e discussão de conteúdos organizados sistematicamente (Resolução n.º 054/2011- CONEPE).
As aulas teóricas compõem grande parte da estrutura curricular do curso e destinam-se ao desenvolvimento de aspectos essenciais ao processo de formação do enfermeiro. Com o elenco de disciplinas que o compõem, procura-se garantir o desenvolvimento de conhecimentos, habilidades e atitudes essenciais ao perfil profissional proposto para o enfermeiro generalista egresso da UNEMAT.
II – Aula prática e/ou componente curricular (código P): é o campo que expressa o número de créditos em semanais que envolvem efetivamente discentes e professores, no desenvolvimento prático dos conteúdos (Resolução n.º 054/2011- CONEPE).
O curso de enfermagem de Tangará da Serra, desenvolve os créditos de práticos de duas formas: aula e/ou atividade prática de laboratório (código L) e aula e/ou atividade prática de campo (código C).
Aula e/ou atividade prática de laboratório (código L): é o campo que expressa o número de créditos em atividades semanais que envolvem efetivamente discentes e professores, no 

desenvolvimento prático dos conteúdos, dentro de um ambiente projetado e adequado para esse fim, onde se incluem os laboratórios científicos, experimentais, corporais, computacionais, palco, campo experimental e outras atividades definidas no PPC (Resolução n.º 054/2011- CONEPE).
Para o desenvolvimento das Práticas de Laboratório (L), o curso de Bacharel em Enfermagem conta com quatro laboratórios de apoio: laboratório de anatomia humana, laboratório microscopia, Laboratório de Práticas de Enfermagem (LAPENF) e laboratório de informática.
O laboratório de Anatomia Humana é um local de estudo vinculado aos cursos de Enfermagem e Ciências Biológicas, tendo como objetivo promover estudos práticos, pesquisas científicas e estudos livres aos discente. Visando, dessa forma, aquisição do conhecimento prático do corpo humano, complementando a teoria, integrando as disciplinas afins, promovendo a formação básica do estudante e também contribuído para a pesquisa científica.
A utilização do laboratório microscopia é multiuso e visa a aquisição do conhecimento prático sobre reações e atividades bioquímicas do metabolismo humano, onde se estudam tecidos, células que compõem o funcionamento do corpo humano, por lâminas específicas e análises microscópicas, complementando a teoria.
O Laboratório de Práticas de Enfermagem (LAPENF) atende as atividades das disciplinas de formação específica, e visa proporcionar aos discentes um aprendizado técnico-científico de forma dinâmica, progressiva e participativa, capacitando-os a desenvolver ações que visam à assistência integral ao ser humano.
O laboratório de informática é multiuso, podendo atender quaisquer disciplinas do curso, funcionando como base de pesquisa científica e desenvolvimento de atividades virtuais.
Aula e/ou atividade prática de campo (código C): são consideradas atividades práticas as atividades de campo relativas à coleta de dados e à observação; atividades de campo junto à comunidade; desenvolvimento de projetos; atividades práticas em métodos e técnicas de pesquisa e produção para as Ciências Humanas e Artes; às disciplinas clínicas e às disciplinas práticas supervisionadas, visitas técnicas e outras atividades definidas no PPC (Resolução n.º 054/2011- CONEPE).
Neste sentido, as aulas de Campo (C) no curso de Bacharelado em Enfermagem, são as atividades que os discentes desenvolvem em instituições de saúde públicas ou privadas (Atenção Primária, secundária e terciária a Saúde), escolas, conselhos, entre outros, sob supervisão de um docente. Estas práticas favoreceram o aprimoramento teórico-prático e o exercício da postura profissional ética frente a prestação de cuidados aos pacientes e familiares, além da troca de experiência com a equipe multiprofissional. Para as aulas de Campo (C) e as atividades dos Estágios Curriculares Supervisionados, o curso de enfermagem conta com convênios junto a órgãos públicos e privados.
Conforme a modalidade de aula (laboratório e campo), os acadêmicos deverão ser divididos em grupos e acompanhados pelo professor. As disciplinas de Estágio Curricular Supervisionado I e II, a alocação de docentes e preceptores está pautada na Resolução 041/2017 - CONSUNI. O Apêndice I estabelece a descrição da modalidade de aula, bem como a quantidade de acadêmicos e disciplinas com carga horária prática (laboratório e campo).
Núcleos de formação
O Currículo do curso de graduação em Enfermagem encontra-se estruturado em 04 (quatro) Unidades Curriculares (UC) obrigatórias ou eixos formativos:
UC I: Núcleo de estudos de formação geral e humanística;
UC II: Núcleo de estudos de formação específica;
UC III: Núcleo de estudos complementares/integradores;
UC IV: Créditos de Livre Escolha.

As avaliações dos estudantes deverão basear-se nos conhecimentos, habilidades, atitudes, valores e especificidades do cenário relativo aos conteúdos curriculares desenvolvidos, tendo como referência as DCN/ENF, por meio de diversificados dispositivos que possam garantir a avaliação formativa da progressão do estudante, ao longo do curso, permitindo acompanhar o desenvolvimento de competências e conquista de autonomia técnico-científica no horizonte da formação.
O processo avaliativo depende de uma construção conjunta de propostas justas e éticas, e deve se constituir de um processo de aperfeiçoamento contínuo e de crescimento qualitativo, devendo ser pautado sempre nas competências traçadas para o curso (SANTOS, 2020a).
A avaliação do desempenho do acadêmico é processual, contínua, diagnóstica, mediadora e intervencionista, no sentido de buscar alternativas para resolver problemas detectados no processo de ensino-aprendizagem-educação-desenvolvimento ou para aperfeiçoar seus acertos e conquistas. Deve ser desenvolvido ao longo de um processo educativo permanente de reflexão e análise, que se processará a partir das seguintes modalidades de avaliação: diagnóstica – verifica os conhecimentos anteriores dos acadêmicos e as condições para aprender o novo; formativa – identifica dificuldades/limites a serem superados; somativa – verifica o aproveitamento do acadêmico, envolvendo todos os participantes do processo pedagógico e está estreitamente vinculada aos princípios e objetivos que fundamentam o curso.
A avaliação diagnóstica poderá ser utilizada como instrumento de identificação das potencialidades e fragilidades que o acadêmico apresenta nos diferentes momentos do processo ensino-aprendizagem, não sendo atribuída nota em decorrência de ser um instrumento de levantamento de informações que sustentará o planejamento do ensino. Consequentemente, a regulação da aprendizagem poderá resultar de diferentes processos: avaliação formativa e avaliação somativa.

I. A avaliação formativa: valoriza o processo e possibilita detectar dificuldades que interferem na aprendizagem, permitindo um feedback contínuo e encaminhamentos necessários para que os objetivos educacionais sejam atingidos. O caráter formativo é representado pelas oportunidades de recuperação. É imprescindível que ela seja vista pelos acadêmicos e professores como um processo intencional, interativo e dinâmico em que a avaliação sirva de norteadora da aprendizagem e não seu resultado final (SANTOS, 2020a). Neste sentido, a avaliação formativa tem a função informativa envolvendo os dois principais atores do processo: de um lado, o professor que receberá informação da efetividade de seu trabalho pedagógico, podendo a partir disso dar os encaminhamentos necessários; de outro lado, o acadêmico que saberá não somente por onde anda, mas principalmente quais as suas reais potencialidades e dificuldades. Esta avaliação compreende as seguintes modalidades:
a) Auto avaliação: realizada pelo próprio acadêmico que reflete sobre seu desempenho, desenvolvendo a autocrítica, a honestidade pessoal e a responsabilidade pelo seu aprendizado. Caberá ao docente construir um conjunto diversificado de contextos que facilitem o desenvolvimento da auto avaliação, tornando o acadêmico cada vez mais autônomo (SANTOS, 2020b).
b) Avaliação processual: momento em que o docente/preceptor avalia o acadêmico que pode ocorrer em diferentes situações como: no início de uma atividade, ao longo de todo o processo de aprendizagem ou após uma sequência de atividades. A regulação externa do docente deve acontecer quando este perceber que outros meios não são efetivos.
c) Avaliação aos pares: consiste em situações em que os acadêmicos avaliem uns aos outros por meio de instrumentos (escrito ou oral) a serem elaborados pelo docente da disciplina, que poderão representar os momentos de confronto, de troca, de interação, de decisão, que os forcem a explicar, a justificar, a formular hipóteses, a argumentar, expor ideias, dar ou receber informações para tomar decisões, planejar, ou dividir o trabalho, obter recursos. São situações ricas de experiências que levam os acadêmicos a apoiarem os outros e receberem ajuda dos pares pela troca e partilha de conhecimentos na regulação de sua aprendizagem, e no desenvolvimento da responsabilidade e da autonomia.
d) A avaliação interdisciplinar: consiste em avaliação a ser realizada de forma integrada pelos docentes de diferentes disciplinas, estabelecida previamente em reunião de planejamento do semestre letivo, a ser trabalhada em diferentes modalidades, contemplando oficinas, seminários, gincanas, roda de conversa, desenvolvimento de novas tecnologias e materiais, sarau, atividades artísticas, exposição e simulações de processos seletivos tanto interna como externa ligada aos serviços.
II. A avaliação somativa: aplicada com o propósito de análise da progressão do acadêmico, ao longo do curso. É um momento privilegiado para o acadêmico construir possibilidades de síntese, reconhecendo a sua própria aprendizagem, para além da preocupação com a nota. Esta modalidade assume um caráter distinto que exigirá processos mentais complexos e habilidades de intervenção. Esta avaliação compreende as seguintes modalidades:
a) Avaliação escrita: avalia a capacidade individual de analisar e sintetizar respostas às perguntas formuladas com base no conteúdo das disciplinas, podendo contemplar questões objetivas e dissertativas. As questões dissertativas têm como características a análise discursiva e interpretativa, onde os problemas devem ter abordagem ampliada, permitindo explorar situações familiares, individuais ou sociais, situações de saúde-doença, articulando o raciocínio clínico e epidemiológico.
b) Avaliação oral: poderá ser utilizada em diferentes momentos do processo ensino-aprendizagem, em que os acadêmicos verbalizarão as perguntas formuladas pelo docente, buscando integralizar os conhecimentos adquiridos, apresentando reflexões, críticas e sugestões de resolução das situações problemas.
c) Avaliação prática: utilizada nos momentos que incluem as práticas em laboratórios, em campo de práticas, ECS, entre outros. Serão adequadas às especificidades de cada disciplina, considerando a interdisciplinaridade e a realidade no qual o acadêmico está inserido durante as práticas.

Os instrumentos de avaliação serão elaborados pelo docente da disciplina, adequadas pelo NDE e aprovados pelo Colegiado do curso de Enfermagem, sendo observadas as particularidades das disciplinas básicas e específicas. Os instrumentos poderão utilizar uma ou mais modalidades de avaliação acima descritas.
A avaliação do processo ensino-aprendizagem deverá contemplar o conhecimento, habilidades e atitudes no contexto das competências esperadas do futuro enfermeiro. Para tanto, o processo avaliativo seguirá a normatização acadêmica da UNEMAT e será composto por no mínimo três avaliações, considerando minimamente os diferentes processos de regulação da aprendizagem: avaliação somativa e formativa. Ressalta-se que a avaliação interdisciplinar comporá obrigatoriamente uma das notas lançadas no Sistema Acadêmico, para as disciplinas de Ciências Biológicas e da Saúde e as específicas da Enfermagem, necessitando estar detalhada no plano de ensino, o qual será apreciado e aprovado pelo Colegiado do Curso de Enfermagem.
A avaliação do TCC seguirá as normativas contidas em item específico deste PPC e a Resolução n.º 030/2012 e n.º 055/2015 CONEPE, assim sendo também do ECS, o qual possui sua regulamentação própria, conforme a Resolução n.º 028/2012 - CONEPE e Resolução n.º 041/2017 - CONSUNI.
Ao investirmos na avaliação sistemática, caminhamos na direção do processo de avaliação estabelecido pelo próprio Ministério da Educação, através do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES) que compõem uma série de iniciativas que estão sendo tomadas ao nível nacional para a garantia da qualidade do ensino superior no Brasil.
Um sistema de avaliação deve considerar que um programa educacional é, incompleto e está permanentemente em construção, por sua natureza dinâmica. O sucesso de um programa educacional, particularmente na área da saúde, depende do contínuo “feedback” e ajuste, oriundo, dentre outras fontes, dos próprios recursos da avaliação do programa (autoavaliação e avaliação externa).

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