ENTRE O FÁCIL E O NÃO: A TEORIA DA COMPOSIÇÃO EM JOÃO CABRAL DE MELO NETO
Teoria da composição, João Cabral de Melo Neto, Poesia modernista brasileira.
Este trabalho parte da revisão analítica e bibliográfica do texto ‘’Poesia e composição – a inspiração e o trabalho de arte’’ de João Cabral de Melo Neto, publicado pela primeira vez em 1956, na Revista Brasileira de Poesia. A análise está focada sobretudo na dimensão da sua teoria composicional, e de suas implicações para a construção de seu antilirismo. A partir de Poesia e composição: A inspiração e o trabalho de arte (2003) de João Cabral de Melo Neto, fizemos uma revisão detalhada sobre como o teórico pensa o poema, o poeta, e os modos de se produzir o objeto poemático, e suas implicações no diálogo com a poesia modernista. Nosso objetivo é evidenciar a relação inerente entre a teoria e a poesia cabralina, pois a metapoesia cabralina está profundamente interligada à sua teoria composicional. Para elucidar estas questões, analisamos os elementos que constroem a metáfora da aranha como símile do fazer poético, assim como o ‘’gesto violento e vigilante’’ do ato criacional apontado por Cabral. Por fim, analisamos ‘’O engenheiro’’ (1945) e o último poema escrito pelo poeta, ‘’Pedem-me um poema’’ (1998) para demonstrar a atemporalidade da sua teoria da composição enquanto projeto estético. Para dar fundamentação crítico-teórica a nosso trabalho, usaremos João Cabral de Melo Neto (2013), João Alexandre Barbosa (1975), (1986) e (2002), Hugo Friedrich (1978), Antonio Carlos Secchin (1999), (2014), (2018) e (2020), Paul Valéry (1996) e (2018), Antonio Candido (2006), Benedito Nunes (2007), Tzvetan Todorov (2009), Antonio Miranda (2013), entre outros entre outros.