NUANÇAS ESTÉTICAS NA REPRESENTAÇÃO DE PERSONAGENS INFANTO-JUVENIS EM TRÊS OBRAS SELECIONADAS PELO PNLD LITERÁRIO 2020
Programa Nacional do Livro Didático; Literatura para crianças e jovens; Leitura na escola; Infância e Adolescência.
As discussões acerca da formação de leitores no Brasil fazem parte dos círculos acadêmicos das áreas de linguagem e educação há décadas, e parecem estar longe de terminar. Garantia de acesso à leitura de qualidade, formação do gosto pela leitura, processos de mediação de leitura, formação de professores e de outros mediadores são algumas das questões aventadas tanto pelos grupos de pesquisa brasileiros como pelos órgãos públicos de educação. Com esta pesquisa, buscamos colaborar para as possíveis respostas a algumas dessas problemáticas. Assim, analisamos o maior e mais importante programa de incentivo à leitura no Brasil atual, o Programa Nacional do Livro Didático, em seu edital mais recente, do ano de 2020, que disponibilizou obras literárias para o segundo segmento do ensino fundamental (6º a 9º ano) para todas as escolas públicas do país. Nesse sentido, analisamos a consolidação deste programa no Brasil, a partir de uma perspectiva histórica, relacionando aos programas anteriores, bem como a qualidade estética de três obras literárias selecionadas pelo edital em questão: O menino que caiu no buraco (2004), de Ivan Jaf, A guardiã dos segredos de família (2011), de Stela Maris Rezende, e Lola e Ervilha (2004), de Annette Mierswa. O estudo destas obras foi realizado a partir da noção de redução estrutural proposta por Antonio Candido (2011), além disso, buscou-se compreender de que modo a personagem infanto-juvenil é compreendida nessas narrativas a partir de sua situação histórica, conforme Ariès (1981) e Zilberman (2005).