Banca de DEFESA: MARIA NORMA LOPES SOUZA SILVA

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : MARIA NORMA LOPES SOUZA SILVA
DATA : 07/12/2022
HORA: 13:00
LOCAL: remota google meet
TÍTULO:

A CONSTITUIÇÃO DA AUTORIA DO SUJEITO SURDO EM OBRAS LITERÁRIAS INFANTIS


PALAVRAS-CHAVES:

Autoria; Sujeito surdo; Libras; Análise de Discurso.


PÁGINAS: 165
RESUMO:

Esta tese, inscrita na linha de pesquisa Estudos de Processos Discursivos, do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Linguística da Universidade do Estado de Mato Grosso (PPGL/UNEMAT), filiada à Análise de Discurso materialista, formulada por Pêcheux e outros pesquisadores, na França, e desenvolvida, inicialmente, por Eni Orlandi, no Brasil, objetiva compreender o funcionamento da autoria e as marcas do sujeito surdo na literatura surda escrita em língua portuguesa. Dessa maneira, formulamos os seguintes questionamentos: O que faz emergir e o que torna possível a produção da literatura surda escrita em língua portuguesa? De que modo a Libras e o sujeito surdo são significados, simbolizados nesse espaço de interpretação que é a discursividade literária surda?  Qual a projeção imaginária de seu público leitor? Assim, a partir dessas e outras indagações construímos nosso corpus, analisando as materialidades linguística/discursivas que compreendem Cinderela surda (HESSEL; ROSA; KARNOPP, 2003a), Rapunzel surda (SILVEIRA; ROSA; KARNOPP, 2003b), Adão e Eva (KARNOPP; ROSA, 2005a) e Patinho surdo (KARNOPP; ROSA, 2005b), foram produzidas durante o processo de oficialização, que se estendeu de 2002 (ano da Lei da Libras) a 2005 (ano da regulamentação da lei através do Decreto nº. 5626/2005) e na sequência, As luvas mágicas do papai Noel (KLEIN; MOURÃO, 2012), A fábula da arca de Noé (MOURÃO, 2014) e As estrelas de natal (KLEIN; STROBEL, 2015), que foram produzidas após a Institucionalização do curso de graduação em Letras-Libras que teve início em 2006. Ao longo do nosso trabalho, compreendemos que o funcionamento peculiar da autoria dos sujeitos surdos na literatura surda escrita em português se dá na presença do sujeito ouvinte como uma condição necessária para que haja produção de sentidos. Esses autores buscam dar a conhecer a Libras, dar visibilidade à diferença, sem apagá-la. Ainda que as políticas de língua apontem para uma direção oposta, legitimando apenas a forma escrita padrão, o português como língua oficial, o texto todo mostra a Libras como materialidade significante que comparece como marcas, materializada nas cores, nos desenhos sinalizados, na escrita de sinais, no verbal da língua portuguesa, entre outros. Desse modo, os autores projetam imaginariamente o lugar desse outro, o leitor, ao trazer a Libras como materialidade significante. Temos aí o processo de identificação, o efeito-leitor: o leitor ouvinte vai conhecer um pouco mais sobre essa língua e sobre o sujeito que a fala e o sujeito surdo vai identificar quando ele vê as marcas da Libras. Esse efeito leitor é levado em conta no momento da construção da autoria. Assim, o sujeito surdo ocupa uma posição e se significa na/pela língua; e é por meio dela, a língua, que ele se constitui em sujeito do dizer, em sujeito enunciador. Ele deixa de ser aquele sujeito que é falado e passa a ocupar essa posição de autor, daquele que escreve.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 101625005 - FLAVIO ROBERTO GOMES BENITES
Interno - 55846009 - JOELMA APARECIDA BRESSANIN
Externo ao Programa -
Externo à Instituição - ANGELA CORREA FERREIRA BAALBAKI - UERJ
Externo à Instituição - ILKA DE OLIVEIRA MOTA - UFSCAR
Notícia cadastrada em: 22/11/2022 09:12
SIGAA | Tecnologia da Informação da Unemat - TIU - (65) 3221-0000 | Copyright © 2006-2024 - UNEMAT - sig-application-02.applications.sig.oraclevcn.com.srv2inst1