Ensaios germinativos, crescimento de plântulas e tolerância à
inundação de Garcinia brasiliensis MART no Pantanal Matogrossense
Eficiência germinativa; Dormência; Restauração ecológica; Plantas, Áreas úmidas
Garcinia brasiliensis Mart. conhecida popularmente como, bacupari,
cupari entre outros é uma espécie arbórea pertencente à família Clusiaceae,
caracterizada como árvore de cinco a sete metros de altura e 15 a 25 cm de
diâmetro, pode ocorrer em encosta atlântica, região amazônica e são
encontradas na região do Pantanal. Este estudo teve como objetivo avaliar o
processo germinativo da espécie em diferentes substratos, quebra de
dormencia e a tolerância em ambiente alagado no Pantanal. Para verificação
do melhor substrato para a produção de mudas de Garcinia brasiliensis, foram
utilizados 4 tipos de substratos, sendo que cada substrato teve 4 repetições
contendo 20 sementes, essa etapa foi duplicada, sendo um para avaliar o
efeito da adubação foliar a cada 15 dias e para efeito de comparação o outro
sem adubação foliar, os substratos utilizados foram: terra de área de ocorrência
de G. brasiliensis (Organosolo), substrato comercial (SC), terra preta (TP) e
terra preta com a incorporação de 20% de vermiculita (SCV). O experimento foi
montado em delineamento inteiramente casualizado, foram realizadas
avaliações determinando a porcentagem de germinação, a velocidade e o
tempo médio de germinação. Outro experimento foi analisado considerando a
dormencia da semente, para este estudo foi avaliado a porcentagem de
germinação (%G) e tempo médio de germinação (TMG) da semente em sete
tratamentos: Retirada do tegumento (T1); Sementes armazenadas no
congelador durante 5 dias (T2); Sementes armazenadas em lona preta durante
5 dias em pleno sol (T3); Imersão da semente em água durante 48 horas (T4);
Imersão da semente em água durante 24 horas (T5); Imersão de semente no
hipoclorito de sódio durante 5 minutos (T6) e Testemunha (T7). Os tratamentos
T1 e T6 foram os que permitiram maiores valores de (%G), 99% e 92%,
respectivamente e obtiveram o menor TMG, sendo T1 (34,32 dias) e T6 (97,9
dias). A ineficiência se deu no tratamento T2 com 0% de (%G) devido a
intolerância da semente recalcitrante por baixas temperaturas. Para analisar a
tolerância da espécie em diferentes níveis de inundação no Pantanal o
experimento foi estabelecido em duas áreas distintas sendo a área 1
arborizada com baixa incidência de radiação solar e área 2 livre de arborização
com alta incidência de radiação solar, cada área foi dividida em parcelas,
sendo a área 1 contendo cinco parcelas e a área 2 quatro parcelas, em cada
foram transplantadas 40 mudas, as mudas foram medidas em ambas as áreas
considerando altura e diâmetro. Ao considerar os resultados das duas áreas
ambas obtiveram maiores taxas de sobrevivência nos níveis mais altos do
terreno onde consequentemente passaram menos tempo inundadas. Na área 1
a parcela dois obteve a maior taxa de sobrevivência sendo 67,5% com nível
máximo de inundação de 2,47 m, no qual permaneceram inundadas durante
118 dias. Na área 2 a parcela um obteve 60% de sobrevivência tendo nível
máximo de inundação de 0,95m e 35 dias sob inundação. A área 1 apresentou
porcentagem de sombreamento de 85% após análise pelo aplicativo Canopeo.
Estas respostas mostraram a capacidade da espécie de sobreviver em
condições de inundação e sombreamento.