Dissertações/Teses

2023
Dissertações
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  • CAMILA KAREM DE OLIVEIRA RODRIGUES
  • ISCAS VIVAS DO PANTANAL NORTE E OS DESAFIOS ENFRENTADOS PELOS PESCADORES PROFISSIONAIS

  • Orientador : CLAUMIR CESAR MUNIZ
  • Data: 14/02/2023


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  • A pesca profissional artesanal é uma atividade com importância econômica notável para as comunidades costeiras e ribeirinhas, devido ao fato de ser a principal fonte de emprego e renda dessas comunidades. Nesta modalidade de pesca existe uma subcategoria denominada “isqueiros”, que são pescadores que se especializaram na captura de iscas vivas, com finalidade de serem utilizadas para capturar peixes de valor econômico mais elevado. Neste sentido, teve como objetivos: Identificar a dinâmica da coleta e uso de iscas vivas no Pantanal Norte, identificando seus aspectos sociais, econômicos e ambientais; Relatar as particularidades da atividade de coleta de iscas vivas, por meio de períodos de vivências nos acampamentos desses atores; e verificar a utilização de cupins (térmites) como iscas para a captura de iscas vivas no Pantanal Norte. Para isso, foi realizado um levantamento junto aos isqueiros do Pantanal Norte, utilizando a metodologia snowball sampling, aplicação de questionários semiestruturados e períodos de vivência nos acampamentos. Ao todo, foram entrevistados 16 isqueiros – 15 homens e uma mulher, todos residentes do munícipio de Cáceres-MT. As iscas mais coletadas por estes pescadores são as tuviras e camboatás, as quais são comercializados na região do município no setor do turismo de pesca. Para sua captura, utiliza-se como instrumento de pesca o jequi e tela. Além disso, foi constatado que os isqueiros realizam suas atividades minimamente em duplas, em razão dos perigos decorrentes dessa atividade. Ainda, foi observado que a captura de iscas vivas por tais armadilhas se dá pela utilização de espécies de cupins arbóreos, que são coletados ao longo do rio. A coleta destes cupins tem causado, inclusive, conflitos relacionados às áreas de uso na região do Pantanal. Por fim, nota-se alta demanda da atividade de coleta de iscas na região, em que a atividade vem crescendo nos últimos anos, principalmente devido ao aumento da procura pelo setor turístico. Além do mais, devido existir a preferência pela tuvira como isca viva, isso aponta para um potencial desequilíbrio ambiental, podendo em médio prazo, comprometer a atividade econômica em questão e desequilibrar relações ecológicas hoje estabelecidas.

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  • JOSIANE SANTOS BATISTA CARIOCA DE PAULA
  • IMPACTO DOS CÓRREGOS URBANOS NA EMISSÃO DE GASES DE EFEITO ESTUFA

  • Orientador : ERNANDES SOBREIRA OLIVEIRA JUNIOR
  • Data: 22/03/2023


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  • O estudo sobre os gases de efeito estufa, em especial o CO2, em águas interiores tem sido fundamental para somar a contribuição desses ambientes no balanço global do Carbono. Neste quesito, as águas urbanas compostas por rios ou córregos têm servido como potenciais pontos de emissão de gases de efeito estufa. Sendo assim, este trabalho objetivou analisar o impacto dos córregos urbanos na emissão do CO2 por fluxo difusivo na interface água-atmosfera. No primeiro capítulo realizou-se uma pesquisa em quatro córregos/canais urbanos, que desaguam em um dos principais rios do Pantanal (rio Paraguai). Para tal, usamos uma câmara flutuante sobre macrófitas aquáticas e em leito aberto, considerando o fluxo (emissão e/ou absorção de CO2). As coletas foram realizadas nas estações de chuva (fevereiro) e estiagem (setembro) do Pantanal. Durante o período de chuvas, os córregos apresentaram entre 5 e 40 % de cobertura vegetal, enquanto na estiagem foi de 80 a 100 %. O período chuvoso apresentou uma emissão de cerca de duas vezes maior que no período estiagem (5.180,64 ± 8.196,20 mg m-2 dia-1 e 2.654,92 ± 7.190,64 mg m-2 dia-1, respectivamente). Somente em um dos córregos analisados, não foi possível encontrar absorção de CO2 por macrófitas, enquanto os outros três apresentaram absorção por esses vegetais. No segundo capítulo, estudou-se a dinâmica temporal da emissão de CO2 por fluxo difusivo na interface água-atmosfera em um córrego urbano do município de Cáceres, MT, Brasil, considerando as emissões em leito aberto e sobre as macrófitas aquáticas ao longo de um ciclo de 24 horas, durante nove meses (outubro 2021 a junho 2022). A câmara foi usada em leito aberto e sobre as macrófitas do gênero Pontederia sp. Observou-se que as macrófitas apresentaram absorção e/ou emissão de CO2, ao passo que o leito aberto, apresentou apenas emissão de CO2 ao longo do ciclo de 24 horas. A variação do fluxo de CO2 pode se alterar, dependendo do horário observado ou do período do ano. Os horários de 09:00 horas e 12:00 horas apresentaram os maiores picos de absorção de CO2 pelas macrófitas e os horários de 18:00 horas e meia-noite apresentaram os maiores picos de emissão de CO2. Os córregos e/ou canais urbanos são ambientes extremamente negligenciados. Sugerimos que políticas públicas sejam objetivas e práticas para a retomada desses ambientes como espaços importantes para a sociedade, bem como para a redução dos impactos desses ambientes na contribuição dos gases de efeito estufa.

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  • Thaysa Costa Hurtado
  • AVES COMO SENTINELAS DA CONTAMINAÇÃO DE MERCÚRIO: EVIDÊNCIAS ATUAIS


  • Orientador : AUREA REGINA ALVES IGNACIO
  • Data: 28/03/2023


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  • O mercúrio é considerado um problema global e está entre as três principais substâncias que representam perigo para a saúde ambiental. Sua mobilização é origem natural e antropogênica, possui várias formas físicas e químicas, que facilitam sua distribuição, biomagnificação e toxicidade, tendo a capacidade de permanecer por vários anos em solo e água contaminados. No ambiente aquático o mercúrio pode sofrer metilação, adquirindo uma de suas formas orgânicas, o metilmercúrio, com potencial capacidade de ligação às proteínas de membranas biológicas dos organismos aquáticos, favorecendo a bioacumulação e biomagnificação na cadeia trófica, alcançando as aves aquáticas, predadores de topo de cadeia alimentar nesses ecossistemas. Pesquisas em todo o mundo tem utilizado aves como ferramenta de biomonitoramento e vem estudando a dinâmica do metal no organismo e os efeitos na saúde das aves. Estudos indicam que a concentração de mercúrio em aves, principalmente as aquáticas, podem ser aumentadas em áreas onde existem flutuações do nível da água e habitats vegetados que experimentam ciclos úmidos e secos durante o ano e fontes pontuais ou difusas de mercúrio, assim, áreas como a Bacia do alto Paraguai e Bacia Amazônica, que apresentam estas características, estão predispostas a serem hotspots de exposição ao mercúrio. Considerando que a contaminação ambiental pode estar associada ao declínio populacional das aves, essa dissertação foi organizada em dois artigos, apresentando, no I, uma pesquisa de revisão sistematizada da contaminação de mercúrio em aves ao longo de 10 anos, no período de 2012 a 2022, sendo encontrados 53 trabalhos, distribuídos nas cinco bases de dados. Os resultados demostraram que estas aves tiveram ao menos um órgão/tecido/estrutura (fígado, fezes, dieta, tecido muscular, ovos, penas) contaminado por mercúrio com concentrações que variam entre (0,09 a 16,49 ± 1,39 µg/g), e que podem afetar diretamente a sobrevivência das aves, apresentando informações que pode fornecer subsídios para implementação de ações para a conservação deste grupo. No artigo II, o objetivo foi avaliar a distribuição do mercúrio nos diferentes tipos de penas da asa, identificando o padrão de bioacumulação de mercúrio total e metilmercúrio em penas primárias e secundárias das espécies Megaceryle torquata e Chloroceryle amazona, na Bacia do Alto Paraguai (rio Paraguai e Bacia Amazônica (rios Teles Pires e Juruena). As concentrações de THg das penas primárias para os rios Juruena, Teles Pires e Paraguai em C. amazona foram de 4,72 ± 1,6, 4,00 ± 1,53 e 2,8 ± 1,48 (µg/g) e para as penas secundárias de 4,62 ± 1,72, 3,53 ± 1,36 e 2,90 ± 1,68 (µg/g) respectivamente.  Já para M. torquata, as concentrações de THg nas penas primárias para os rios Juruena, Teles Pires e Paraguai foram 7,94 ± 3,83, 6,08 ± 2,60 e 4,70 ± 2,58 (µg/g) e para as secundárias 7,89 ± 3,87, 5,12 ± 2,42 e 4,20 ± 2,18 (µg/g). A porcentagem de MeHg presente nas amostras foi crescente na recuperação do THg, com média de 95% nas penas primárias e 80% para as secundárias. Em um cenário de crescente desmatamento, remobilização do solo, mineração a avaliação de poluentes em diferentes componentes do ecossistema torna-se uma tarefa importante na prevenção dos impactos sobre o ambiente e a biota. Os resultados de nossas análises estão descritos nos artigos I e II produzidos e formam este trabalho, a partir dos novos resultados obtidos.

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  • Camila Rezende Ayroza
  • CONECTIVIDADE EM MANCHAS FLORESTAIS NA PAISAGEM HETEROGÊNEA: ESTUDO DE CASO DA COMUNIDADE DE MAMÍFEROS NÃO VOADORES DA ILHA DE SANTA CATARINA

  • Orientador : MANOEL DOS SANTOS FILHO
  • Data: 30/03/2023


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  • A fragmentação de habitats devido a urbanização e expansão da agropecuária,
    vem se tornando uma das principais causas da destruição de áreas naturais e
    consequentemente de perda da biodiversidade e qualidade de vida das pessoas.
    Atualmente, o mundo vem experienciando uma das maiores ondas de
    crescimento urbano na história. Assim, estudos de fragmentação nesses
    ambientes são necessários para se alcançar um desenvolvimento mais
    sustentável que oriente a gestão territorial, considerando os impactos sobre a
    biodiversidade e em nossas vidas. Neste trabalho a paisagem da Ilha de Santa
    Catarina foi avaliada quanto às alterações da matriz entre nove manchas
    florestais e sua influência sobre a comunidade de mamíferos não voadores que
    apresentaram variações estruturais (riqueza, abundância e composição) e nos
    atributos funcionais a fim de inferir os padrões de conectividade estrutural e
    funcional. A comunidade de mamíferos não voadores foi amostrada por
    armadilhas fotográficas em 22 pontos independentes dentro de unidades de
    conservação (UCs) e remanescentes florestais durante 26 meses. A riqueza foi
    maior (p>0,05) em manchas maiores e menos isoladas de outras áreas.
    Manchas menores e isoladas apresentaram menor riqueza e maior abundância
    de espécies generalistas, como Didelphis aurita e pequenos mamíferos não
    voadores. As principais métricas de paisagem responsável pelas variações a) de
    riqueza foi a área urbanizada do entorno; b) de abundância foram a distância do
    centróide, o formato das manchas florestais, e também a área urbanizada do
    entorno; e c) de composição foram a distância do centróide, o formato das
    manchas florestais, e o estágio sucessional do ponto amostrado. Os principais
    atributos funcionais relacionados com as variáveis ambientais analisadas foram
    herbívoros x área (ha) e formato da mancha de modo positivo, terrestres x área
    urbanizada de modo negativo, escansoriais x estágio sucessional de modo
    negativo. Projeções do mapa de uso e cobertura do solo na Ilha de Santa
    Catarina, com as áreas definidas como críticas de conservação e recuperação
    pelo Plano Municipal da Mata Atlântica que não sobrepuseram as UCs
    existentes- representam 5922.86 ha do município. Desses, se as áreas forem
    alteradas para classes de uso urbanizada levaria a redução de 2922.4 ha de
    remanescentes florestais, enquanto se forem recuperados e alterados para
    classes de floresta representaria o aumento de 2989.4 ha de área de floresta, e
    uma diminuição de apenas 725.4 ha de área urbanizada no cenário atual. Os
    modelos preditores apresentaram bom ajuste (AUC>0.7) para os três cenários
    investigados. Das áreas adequadas para gambás (Didelphis aurita) no cenário
    urbano, foi possível observar um menor impacto potencial, em uma área crítica
    para a conservação e recuperação sobre a conectividade entre áreas
    protegidas. Na Ilha de Santa Catarina remanescentes florestais estão inseridos
    áreas protegidas delimitadas em UCs ou fora destas. A conservação dessas

    áreas, bem como da matriz no entorno, necessita de manejo adequado a fim de
    preservar e recuperar a integridade ecológica desses ecossistemas, bem como
    manter a qualidade de vida a partir de um desenvolvimento urbano ordenado.

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  • Frankielle Alline Pereira Correa
  •  

    “MINISTÉRIO PÚBLICO: COLETA SELETIVA E EXPERIÊNCIAS DE INCLUSÃO SOCIOPRODUTIVA DE CATADORES/AS DE MATERIAIS RECICLÁVEIS, MATO GROSSO, BRASIL.”

  • Orientador : SANDRO BENEDITO SGUAREZI
  • Data: 31/03/2023


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  • A dissertação objetiva analisar as ações do Ministério Público no processo de implantação da Coleta Seletiva com a inclusão socioprodutiva de Catadores/as de Materiais Recicláveis frente as exigências da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). O problema de pesquisa é: como se dá a ações das Promotorias de Justiça Cível Ambiental do Ministério Público do Estado de Mato Grosso (MPMT) no processo de implantação da coleta seletiva operada por Catadores/as de materiais recicláveis? Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, descritiva, coleta de dados por meio da revisão bibliográfica e documental, pesquisa de campo com entrevista em profundidade; e técnica de análise de conteúdo. Os sujeitos da pesquisa foram os Catadores/as de materiais recicláveis da Associação de Catadores de Materiais Recicláveis de Cáceres (ASCARC) e da Cooperativa de Produção de Material Reciclável de Tangará da Serra (COOPERTAN); Gestores Públicos da Autarquia Águas do Pantanal de Cáceres e Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto de Tangará da Serra; representantes da 2ª Promotoria de Justiça Cível da Comarca de Cáceres e 1ª Promotoria de Justiça Cível da Comarca de Tangará da Serra do Ministério Público do Estado de Mato Grosso (MPMT). O trabalho está organizado em três manuscritos. O primeiro, por meio da revisão bibliográfica e diagnósticos de fragmentos textuais, utilizando o software IRAMUTEQ examinou no Catálogo de Teses e Dissertações da Coordenação de Aperfeiçoamento Pessoal de Nível Superior (CAPES) para identificar quais eram os estudos que tinham conexão entre Ministério Público (MP) e Catadores. O manuscrito dois teve a finalidade elaborar um diagnóstico para identificar e analisar o perfil socioeconômico ambiental dos Catadores/as de materiais recicláveis (pessoas físicas), sujeitos da pesquisa e das associações e cooperativas (pessoa jurídica). O intuito no terceiro manuscrito foi analisar as ações das Promotorias de Justiça Cível Ambiental na implantação da coleta seletiva realizada por Associações/Cooperativas de Catadores/as de materiais recicláveis de Cáceres e Tangará da Serra, Mato Grosso, que operam contratos junto ao poder público local para a prestação desses serviços ambientais. Na análise geral da dissertação, com base nos manuscritos verificou-se a importância do MPMT atuar não só no fomento, na fiscalização, mas na mediação e orientação da construção de uma cultura de solidariedade e cooperação de uma rede de atores que atuam para implementação e consolidação da PNRS nos municípios do Estado de Mato Grosso, possibilitando estabelecer parâmetros entre casos exitosos e aqueles que demonstraram dificuldades em algum processo de implantação para que sejam direcionado esforços na melhoria da aplicação dos recursos. Para essas limitações, o estudo apontou ser importante contar com a orientação das Incubadoras de Tecnologia Social que atuam de maneira interdisciplinar apresentam expertise para diminuir a vulnerabilidade social e econômica desses trabalhadores. 

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  • Luis Felipe Magalhães de Menezes
  • DINÂMICA E CARGA DE LIANAS NO ESTRATO ARBÓREO EM DIFERENTES FITOFISIONOMIAS DO CERRADO: UM ESTUDO NA ESTAÇÃO ECOLÓGICA DA SERRA DAS ARARAS, PORTO ESTRELA, MATO GROSSO, BRASIL

  • Orientador : MARIA ANTONIA CARNIELLO
  • Data: 31/03/2023


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  • O Cerrado apresenta grande variedade de fitofisionomias, constituídas por diferentes composições florísticas e isso se torna ainda mais complexo em áreas adjacentes de outros biomas como a Amazônia e o Pantanal. A Estação Ecológica da Serra das Araras (EESA) está inserida no Cerrado, com proximidade de 20 km do limite geográfico da Amazônia e 25 km do Pantanal. Com o objetivo de analisar os componentes de composição florística, estrutura e dinâmica do estrato arbóreo e a carga de lianas em diferentes fitofisionomias no período de cinco anos na EESA, foram realizados levantamento de campo em três parcelas permanentes de um hectare (100×100m) nos anos de 2016, 2017 e 2021. Essas parcelas permanentes fazem parte dos projetos vinculados ao PELD (PELD III e IV – ESA-01), com dados disponibilizados no ForestPlots.net e CERFogo (ESA-04 e ESA-08), alocadas em áreas definidas pelo Plano de Manejo da EESA como cerradão, cerrado stricto sensu e cerrado denso, respectivamente. Na análise dos resultados considerou-se para a composição a curva de esforço amostral, riqueza, grupos ecológicos e índices de Diversidade de Shannon-Weaver (H’), Simpsom (D) e de Equabilidade de Pielou. Para a estrutura foram analisados Área Basal (AB), Densidade Relativa (DR), Dominância Relativa (DoR), Frequência Relativa (FR), Valor de Cobertura (VC) e Valor de Importância (VI). Para a análise da dinâmica, os foram adotados descritores como Taxa média anual de mortalidade (M) e de recrutamento (R), Taxa de ganho em área basal (G) e de perda em área basal (P). Para analisar a carga de lianas foi realizado levantamento de forma visual categorizando de 0 (sem presença), 1 (lianas ocupam até 25% da copa), 2 (até 50% da copa), 3 (até 75% da copa) e 4 (>75% da copa), seguindo a metodologia da RAINFOR. Os resultados produzidos para a ESA-01 apontam que o ganho de novos indivíduos arbóreos  e biomassa indicam que a floresta está em estágio de regeneração e a presença da Attalea speciosa Mart. sendo uma espécie reguladora do estabelecimento de lianas. Os resultados na ESA-04 e ESA-08 apontam para a manutenção da composição florística, com aumento no número de indivíduos e baixa mortalidade, indicando o adensamento da vegetação e consequentemente o estabelecimento de lianas em formações savânicas. Destacando como o primeiro trabalho a estudar o estabelecimento de lianas em formações savânicas.

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  • FERNANDO GUILBERT PINHEIRO BORGES
  •  

     USO DE ARMADILHAS FOTOGRÁFICAS PARA O MONITORAMENTO DA MASTOFAUNA DE MÉDIO E GRANDE PORTE NO ECÓTONO AMAZÔNICA-CERRADO NO INTERFLÚVIO TELES PIRES - XINGU” 

  • Data: 20/04/2023


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  • Os estudos foram realizados por meio do uso de armadilhas fotográficas para o monitoramento da mastofauna de médio e grande porte no écotono Amazônica-Cerrado no interflúvio Teles Pires – Xingu e na Terra indígena do Xingu (TIX). O primeiro capítulo tem como objetivo contextualizar o registro de duas espécies de canídeos, o lobo-guará (Chrysocyon brachyurus) e o cachorro-de-orelha-curta (Atelocynus microtis) na região de Sinop frente ao processo de savanização da Amazônia meridional, assim como a ampliação de sua distribuição no ecótono entre Cerrado e Amazônia. Esta nota científica apresenta o primeiro registro de sintopia entre A. microtis e C. brachyurus. Desta forma, é importante a adoção de estratégias de conservação considerando as necessidades ecológicas de cada espécie estudada, uma vez que a maior proteção de áreas abertas de cerrado beneficia o lobo guará e uma maior proteção de áreas de floresta densa beneficia o cachorro-de-orelha curta.  O segundo capítulo foi realizado na Terra Indígena do Xingu no polo Pavuru com a etnia Ikpeng na região das aldeias Moygu Arayó, onde foram amostrados 52 locais, entre janeiro de 2020 e janeiro de 2021, nos ambientes de roçados ativos, matas próximas às aldeias, roçados abandonados e regiões distantes das aldeias em terras pretas, com objetivo de avaliar em uma escala de habitat a probabilidade de ocupação de mamíferos terrestres de médio e grande porte  nos ecossistemas naturais presentes bem como nos ambientes antropogênicos, ou seja modificados pela presença da população ameríndia.


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  • Simone Mineiro Targa
  • PREVALÊNCIA DE PARASITAS INTESTINAIS E FATORES DE RISCO EM
    MORADORES DA COMUNIDADE QUILOMBOLA DISTRITO NOSSA SENHORA
    APARECIDA DO CHUMBO, POCONÉ-MT.

  • Orientador : ANTONIO FRANCISCO MALHEIROS
  • Data: 04/05/2023


  • Mostrar Abstract
  • Os parasitas intestinais dos grupos de helmintos e protozoários são considerados um sério
    problema de saúde pública no mundo, em especial países em desenvolvimento que
    apresentam condições sanitárias precárias. No Brasil as doenças causadas por
    enteroparasitarias são consideradas endêmicas presentes em todas as regiões,
    principalmente em zonas rurais e centros urbanos periféricos que apresentam
    precariedade no saneamento básico. Blastocystis sp. é um protozoário unicelular mais
    frequente encontrados nas análises de amostras fecais de humanos e animais em todo o
    mundo, seu mecanismo de transmissão é considerado pela via fecal-oral, sua maior
    frequência em humanos associa-se a fatores primordiais como de higiene e saneamento
    básico, água potável entre outros em diferentes populações vulneráveis. As comunidades
    quilombolas são populações que apresentam vulnerabilidades sociais, principalmente no
    que se refere ao saneamento básico, o que contribui para o surgimento de diversas
    doenças incluindo as enteroparasitoses. O objetivo desse trabalho foi analisar a
    prevalência de parasitas intestinais e os fatores de risco associados em moradores
    quilombolas do Chumbo, Poconé-MT/Brasil. Foi realizado um estudo descritivo com 114
    pessoas. As análises das amostras fecais foram utilizadas a técnica de Hoffman. Para as
    análises descritiva foi realizado frequência absoluta e percentual para variáveis
    categóricas e medidas de tendência central e dispersão para variáveis quantitativas, foi

    realizado o cálculo de prevalência. Na análise de proporção foi utilizado o teste Qui-
    Quadrado de Pearson e Teste Exato de Fisher. Para análise de associação foi realizado

    teste de regressão logística binária e o teste de multicolinearidade. A prevalência de
    enteroparasitas foi de 75%, sendo a espécie com maior predominância foi Blastocystis sp.
    Em relação aos helmintos Strongyloides stercoralis representou 100% dos infectados.
    Para análise da associação foi observado os fatores de risco, quem tem animal de
    estimação em casa (OR: 4,958; IC: 1,100-22,351; p=0,037), lavar as mãos às vezes antes
    do preparo da comida (OR; 5,939; IC: 0,941-37,46; p=0,05) e o maior número de cômodos
    por domicílio (OR: 1,667; IC: 1,058-2,627; p=0,02), apresentaram maiores chances em ter
    parasitas intestinais. Fatores de proteção, consumir água mineral (OR 0,084; IC: 0,019 –
    0,366; p<0,001) e o menor o número de moradores por domicilio apresenta chance menores em se ter parasitas (OR: 0,641; IC: 0,433-0,950; p=0,027).Os nossos resultados
    apesentou alta prevalência de parasitas intestinais tendo Blastocystis sp. o mais frequente.
    Ressalta a necessidade de investimento em saneamento básico e hábitos saudáveis de
    higiene contra as infecções enteroparasitarias

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  • Érica Oliveira de Lima
  • “Diversidade taxonômica e funcional de zooplâncton nos ecossistemas do pantanal: Análise ecológica de longa duração e capacidade de resistência de ovos a dessecação”

  • Orientador : WILKINSON LOPES LAZARO
  • Data: 09/05/2023


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  • A sincronicidade entre a biodiversidade e os processos hidrológicos de ecossistemas aquáticos é um dos assuntos em alta, devido as mudanças climáticas e dessecamento, sendo o zooplâncton organismos chaves na interpretação dessas variações. Investigou-se a composição taxonômica e funcional do zooplâncton e possíveis fatores de regulação da comunidade numa planície de inundação tropical. Os pontos foram amostrados entre os anos de 2018 e 2021. Foram coletados zooplâncton e variáveis limnológicas. Foram calculados, diversidade funcional, RaoQ, CWM-RDA e RLQ na interface R. O grupo taxonômico mais representativo foi dos rotíferos. A maior riqueza no período da estiagem e vazante (heterogeneidade ambiental) e os menores na cheia (homogeneidade ambiental). As variáveis limnológicas explicam a distribuição dos traços funcionais, sendo que no período de cheia tem menos riqueza e composição funcional mais específica, além de ter maiores concentrações de clorofila-α, estando relacionada a menor turbidez. A concentração de clorofila-α, está negativamente relacionada a espécies litorâneas e positivamente a espécies pelágicas. As maiores contribuições foram de organismos filtradores e raspadores, e ainda em sua maioria, os organismos têm baixa capacidade de escape. Portanto, concluímos que heterogeneidade ambientam, bem como a dinâmica hidrológica são fundamentais para a composição taxonômica e funcional da comunidade zooplanctônica, e ainda são indispensáveis para diversos serviços ecossistêmicos.

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  • Ana Caroline Amorim de Oliveira
  • FERTILIDADE DO SOLO EM ILHAS ALUVIAIS NO RIO PARAGUAI, PANTANAL MATOGROSSENSE.

  • Orientador : MARIA APARECIDA PEREIRA PIERANGELI
  • Data: 14/06/2023


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  • O Pantanal é uma das maiores plánicies alagáveis do mundo, caracterizada por uma rica diversidade de fauna e flora e por uma pedodiversidade resultante de processos pedogenéticos hidromórficos, influenciados diretamenta pelo ciclo de inundação sazonal e má drenagem. No pantanal, a dinâmica fluvial ocasiona a formação de diferentes paisagens e ambientes, tais como ilhas, baias e cordilheiras. Fundamental para manutenção da biodiversidade, a fertilidade dos solos nessas áreas é afetada principalmente pelo aporte de sedimentos trazidos pelas águas, deposição de matéria orgânica eincêndiosflorestais.Oobjetivo desse estudo foi avaliar a fertilidade do solo em  seis ilhas aluviais no Pantanal Norte Matogrossense, em sítios do Projeto Ecológico de Longa Duração (PELD/Pantanal), no rio Paraguai de Cáceres até as proximidades da Estação Ecológica de Taiamã.Emcadailha, foi demarcada uma área de 1 hectare onde foram coletadas amostras de solo nas profundidades de 0- 20e20-40cm, totalizando 60 amostras.Depoisdesecasepeneiradas em malha de 2 mm foram feitas análises granulométricas, determinados os teores de potássio, fósforo, magnésio, alumínio, cálcio, pHH2O, acidez potencial (H+Al) e carbono orgânico (CO) e calculados a saturação por bases, capacidade de troca de cátions (CTC) e saturação por aluminio, seguindo metodologias de rotina para avaliação da fertilidade do solo. De acordo com as análises estatísticas não foram encontradas diferenças para as variáveis pHH2O, acidez potencial, potássio, fósforo, saturação por bases, magnésio, cálcio e potássio. Já o CO apresentou teores menores na profundidade de 20-40 cm. Os solos das ilhas apresentaram diferentes classes de texturas, incluindo franco argilo-siltosa, franco-argilosa e argila. Em geral os solos dessas ilhas apresentaram valores de  pHH2O apresentou valores variando de 5,0-5,3, considerado como acidez média, altos teores de aluminio e elevada acidez potencial. De maneira geral, esses solos apresentaram boa fertilidade em relação aos teores de cálcio, magnesio e potássio, porém com baixos teores de fósforo. Destaca-se, diferentemente do que é relatado para solos de outros biomas, a ocorrencia nesses solos de altos teores de aluminio concomitamentemente com altos teores de cálcio e magnésio, resultando em solos com elevada CTC. Merece destaque o fato de que os solos das ilhas apresentaram altos teores de matéria orgânica, mostrando a importancia de sua conservação e preservação quando se pensa no sequestro do CO2 e armazenamento do carbono orgânico no solo.

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  • VALERIA FERNANDES FERREIRA
  • POTENCIAL ECONÔMICO DA PISCICULTURA, PERSPECTIVAS DA ATIVIDADE PARA O DESENVOLVIMENTO NO ESTADO DE MATO GROSSO

  • Orientador : ERNANDES SOBREIRA OLIVEIRA JUNIOR
  • Data: 27/06/2023


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  • A piscicultura é o setor considerado um dos que mais crescem no mundo, principalmente por causa da demanda crescente por proteína animal e contribuição para a segurança alimentar. Entretanto, existem alguns desafios como os prejuízos ecológicos à jusante das águas de empreendimentos piscícolas, principalmente a redução de oxigênio, aumento de temperatura e aumento da demanda bioquímica de oxigênio. Assim, o objetivo desse trabalho foi objetivo diagnosticar o desenvolvimento da atividade de piscicultura no estado de Mato Grosso no aspecto relativo à produção e comercialização de peixes em cativeiro entre 2013 e 2019. Para isso, foi adotado uma abordagem quantitativa descritiva, a partir de dados obtidos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (INDEA/MT). A piscicultura no Brasil gerou mais de 3 bilhões de reais, sendo o Mato Grosso o segundo maior contribuinte desse montante com 13%. Foram registrados em 2019, 2147 empreendimentos distribuídos em 137 dos 141 municípios do Estado. O valor agregado variou de 15 a 30% do valor total arrecadado com derivados da produção animal entre os anos de 2013 e 2019. A piscicultura desenvolve-se em sistemas intensivo (31,8%), super intensivo (29,1%), semi-intensivo (23,3%) e extensivo (15,8%), sendo produzidos 17 espécies de peixes, em que o tambacu/tambatinga são os principais; e as fontes de água são de 44,5% de ambientes lóticos e 23,2% de ambientes lêntico. O descarte dos efluentes ocorrem no córrego (54,4%), rio (20,3%) e várzea (26,3%). Devido ao alto potencial da piscicultura, espera-se que atividade continue se desenvolvimento no abastecimento do mercado interno e na visão do comércio internacional, assim como uma alternativa a mais de renda para a população, melhorando seu nível de vida. 

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  • DANILO BORGES DE CARVALHO
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    COLETA SELETIVA  DE MATERIAIS RECICLÁVEIS NO ÂMBITO DO CONSÓRCIO COMPLEXO NASCENTES DO PANTANAL, MT, BRASIL”

  • Orientador : SANDRO BENEDITO SGUAREZI
  • Data: 28/09/2023


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  • A modernização dos processos industriais trouxe inúmeras contribuições para o modo em a produção ocorre (processos e quantidades), bem como o modo em que as pessoas consomem. Se por um lado otimiza os métodos de produção alcançando cada vez mais mercados, por outro aumenta a quantidade de material descartado, ou seja, de resíduos, principalmente sólidos. Dito isso, métodos que pudessem contribuir para a melhor destinação e cuidado desses resíduos foram desenvolvidos, entre eles a coleta seletiva.  Pode-se dizer que a coleta seletiva é uma ferramenta de grande importância para que os materiais sejam designados para espaços adequados e passem pelos processos adequados de reciclagem. É imperativo ressaltar que os profissionais que atuam diretamente do no processo de coletagem, os catadores, são de fundamental importância para que as atividades sejam desenvolvidas de modo adequado. Tendo em vista o apresentado acima, a presente pesquisa tem como objetivo geral analisar a gestão integrada de resíduos sólidos que envolve a coleta seletiva operada por catadores de materiais recicláveis no âmbito do Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Econômico Social Ambiental e Turístico do Complexo Nascentes do Pantanal (CIDESATCNP).  Para alcançar o objetivo proposto, a pesquisa foi dividida em quatro artigos. O primeiro artigo realizou-se uma bibliometria para compreender como o construto da coleta seletiva tem sido tratado na produção acadêmica. Os resultados demonstram que a produção científica apresenta discussões relacionadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) apresentados na Agenda 2030 da ONU, tendo como destaque os ODS 3 (boa saúde e bem-estar), 10 (redução das desigualdades), 11 (cidades e comunidades sustentáveis) e 12 (consumo e produção responsáveis). No segundo artigo, buscou-se apresentar um panorama da atuação do Consórcio. Os resultados demonstraram que  há necessidade de um melhoramento no que tange aos processos de educação ambiental, principalmente na implementação de uma educação ambiental crítica, acompanhada de implementação de processos de incubação e melhor desenvolvimento da tecnologia social nos membros do consórcio. O artigo 3 teve como objetivo investigar as práticas de autogestão adotadas pelos catadores de materiais recicláveis nas associações que operam a coleta seletiva no Consórcio Complexo Nascentes do Pantanal. Seus resultados revelaram que a autogestão e a economia solidária desempenham um papel fundamental na inclusão socioeconômica dos catadores de materiais recicláveis, promovendo melhores condições de trabalho, integração ambiental e uma abordagem colaborativa no gerenciamento dos resíduos sólidos.

     

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  • MEQUIEL ZACARIAS FERREIRA
  • Alta Floresta: meio ambiente, legislação e políticas públicas: a trajetória de uma cidade amazônica.


  • Orientador : AUMERI CARLOS BAMPI
  • Data: 16/11/2023


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  • O estudo realizado entre os anos de 2022 e 2023 tem como tema a relação entre o processo de urbanização do município de Alta Floresta e a questão ambiental. Situado na Amazônia norte-mato-grossense,  seu surgimento se deu  na década de 1970, através de programas e incentivos do governo federal baseados no discurso de integração nacional e ocupação da Amazônia. O modelo incentivado pelo Estado e movimentado pelo capital constituiu uma série de consequências, problemas e desafios socioambientais para o território, quer no aspecto rural, quanto no urbano e envolve  os poderes constituídos  (executivo, legislativo e judiciário). Neste sentido, a pesquisa objetivou identificar as principais atividades econômicas determinantes na evolução do município/cidade, bem como a forma como ocorreu historicamente  a organização legislativa e político-administrativa no tocante à questão ambiental, bem como identificar como são trabalhadas na  administração municipal atual. Teoricamente  a análise encontra subsídios em estudos que debatem a ocupação contemporânea da Amazônia, sua urbanização e a precariedade socioambiental.  Ainda tem como luz  estudos sobre a influência do capital em seus diversos agentes nas formas de configuração da urbanização, e a descontinuidade e/ou ineficiência das políticas públicas (regramento, monitoramento e controle), bem como da atuação da administração pública e o direito à cidade. Metodologicamente o estudo é de abordagem qualitativa e foi realizado a partir da análise de conteúdo das leis, peças orçamentárias e documentos administrativos. Posteriormente, no ano de 2022, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com os vereadores em exercício (Mandato 2021-2024) com a finalidade de analisar a percepção dos mesmos sobre os problemas socioambientais e a atuação do Legislativo e Executivo em relação aos mesmos. Como resultado observa-se  que o município de Alta Floresta, povoado a partir de um projeto privado pela Colonizadora INDECO, teve um processo de  formação /configuração semelhante ao de tantos outros municípios amazônicos, com atividades econômicas predominantes semelhantes, tendo iniciado com o extrativismo (exploração da madeira e do ouro) abertura de áreas para pecuária extensiva, agricultura familiar, instalação de comércios, usinas hidrelétricas e mais recentemente o denominado agronegócio de produção de grãos em larga escala. Nota-se que mesmo  com uma legislação acumulada no período analisado,  há descontinuidade entre leis, há desatualização, e manifesta-se uma estrutura frágil do  repertório legal  que rege o município no seu processo de apropriação do solo urbano. Há ainda inconsistências na estrutura administrativa e  insuficiente aplicação orçamentária na área ambiental e de urbanização – principais áreas que se relacionam com os problemas socioambientais; Por fim, denota-se a insuficiente atuação do legislativo municipal e, por vezes, o desconhecimento e ineficiência em relação a resolução de questões recorrentes como a gestão dos recursos hídricos, gestão do resíduos sólidos, uso e ocupação do solo, manutenção das áreas verdes, acesso à serviços e infraestruturas, entre outras questões identificadas no espaço urbano em crescimento. 


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  • Eriberto Oliveira Muller
  • Sistema Agroflorestal como ferramenta para a Conservação Ambiental na Floresta Amazônica Mato-grossense, Alta Floresta, Mato Grosso, Brasil,

  • Orientador : CAROLINA JOANA DA SILVA
  • Data: 17/11/2023


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  • A Floresta Amazônica é de fundamental importância para a vida na Terra, pois abriga a maior biodiversidade mundial e tem influência nos ciclos hidrológicos e no clima em escala global. No Brasil, a Floresta Amazônica ocupa 59% do território nacional, abrangendo sete estados na Região Norte (Amazonas, Pará, Amapá, Roraima, Rondônia, Acre e Tocantins) e parte de dois estados, um na região Centro-Oeste (Mato Grosso) e outro na Região Nordeste (Maranhão), considerado como um todo, Amazônia Legal. O processo de ocupação da Floresta Amazônica foi acentuado partir da década de 1970, cuja apropriação está baseada na produção agropecuária, principalmente de commodities, o que tem elevado a taxa de desmatamento deste Bioma e consequentemente afetado o regime de chuvas, a qualidade do solo, a biodiversidade e as estratégias de vida das pessoas. Mato Grosso originalmente teve sua extensão territorial (903.208 Km2) coberta por Floresta Amazônica (53,6%), Cerrado (39,6%) e Pantanal (6,79%) os quais vem sofrendo desmatamento para conversão em sistemas agropecuários, sendo considerado o estado o maior produtor de grãos e de pecuária de corte do Brasil. Esses sistemas agropecuários estão em áreas de grande escala, enquanto as pequenas propriedades têm a sua economia baseada na agricultura familiar. Esses sistemas adotam formas convencionais de uso do solo, que tem causado alterações e mesmo sua degradação. O Sistema Agroflorestal (re)surge como estratégia para aliar produção agropecuária e conservação ambiental, o que tem trazido bons resultados para a restauração ambiental e produção sustentável, principalmente para a agricultura familiar. Esta pesquisa teve por objetivo estudar dois sistemas agroflorestais em Alta Floresta/MT, um voltado a restauração de Área de Preservação Permanente e para produção de alimentos, e outro para o sustento de plantas sagradas nativas e de uso ritualístico da Floresta Amazônica. A pesquisa baseou-se no inventário das espécies de plantas presentes nos dois sistemas, os quais apresentaram usos para consumo e benefícios ambientais. A dissertação está estruturada em uma introdução geral e em dois capítulos, contendo introdução, materiais e métodos e resultados e discussão, e considerações finais. O primeiro capítulo abordou a utilização de Sistemas Agroflorestais como instrumento de restauração florestal de Área de Preservação Permanente em propriedades de agricultura familiar. O segundo capítulo investigou um sistema agroflorestal para a garantia de condições ambientais para a manutenção do cipó Mariri (Banisteriopsis caapi (Spruce ex Griseb) C. V. Morton) de uso ritualístico no Centro Espírita Beneficente União do Vegetal.

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  • ALEXANDRA OLIVEIRA RAMOS
  •  

    ATIVIDADE ANTIFÚNGICA DAS PRÓPOLIS DE MATO GROSSO E SUA INCLUSÃO NA CLASSIFICAÇÃO BRASILEIRA

  • Orientador : CARLA GALBIATI
  • Data: 12/12/2023


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  • A própolis é produzida pelas abelhas e sua composição química contém fenólicos e flavonoides advindos de plantas, as quais explicam as atividades biológicas como antimicrobiana e antioxidante. A atividade biológica da própolis é influenciada pela origem botânica das espécies de plantas visitadas pelas abelhas, por isso a origem geográfica influencia a qualidade da própolis em função da diversidade vegetal. A própolis Apis mellifera de Mato Grosso sofre influência das espécies de plantas do Cerrado, Pantanal, Amazônia e das espécies agrícolas, assim como da atividade biológica. Diante disso, o objetivo geral desta dissertação é analisar a própolis de Mato Grosso quanto à caracterização físico-química, atividades antimicrobiana e antioxidante para inclusão na classificação brasileira. Esta dissertação possui três capítulos para responder ao objetivo geral. As amostras de própolis foram coletadas nos municípios de Comodoro, Colíder, Nova Santa Helena, Nova Lacerda, Conquista D’Oeste, Reserva do Cabaçal e Cáceres devido ao potencial de atividade biológica e composição química da própolis destes municípios. Na caracterização físico-química foram analisadas cera, massa mecânica, umidade, cinzas (expressas em % m/m) e índice de oxidação (segundos). A cor do extrato etanólico da própolis foi determinada com o auxílio da carta de cor de Munsell. A quantificação de fenólico total e flavonoides foi feita pelo método colorimétrico de espectrometria. A atividade antimicrobiana dos extratos etanólicos de própolis foi avaliada através do método de microdiluição em caldo, nas concentrações de 8000 a 1,95 ug/ mL, expresso pela concentração inibitória mínima (CIM). A atividade antioxidante foi analisada pelos métodos DHPP, FRAP e ON. A análise dos dados foi descritiva, expressa por média e desvio-padrão. O resultado da caracterização físico-química de 10 amostras de própolis encontram-se dentro dos critérios de qualidade para consumo humano, estabelecidos pela legislação brasileira. Os extratos de própolis de Mato Grosso possuem cores vermelho, verde-oliva, marrom e preto, com teores de fenólicos totais e flavonoides semelhantes às própolis brasileiras, com destaque para a própolis verde-oliva de Reserva do Cabaçal. A atividade antifúngica foi identificada na própolis 1 de Comodoro, com CIM de 1000 ug/ mL sobre Candida albicans, que teve como diferencial o pólen de Borreria densifora, distinta das demais amostras. As outras sete amostras de própolis não apresentaram atividade antifúngica. Sete amostras de própolis de Mato Grosso foram classificadas em 03 grupos da própolis brasileira, devido à semelhança da cor do extrato etanólico e das atividades biológicas. Esse resultado amplia a origem geográfica das própolis brasileiras com a inserção da própolis de Mato Grosso. As própolis vermelha, verde, marrom-escura e preta de Mato Grosso têm atividade antimicrobiana e antioxidante em função da localização geográfica do apiário, por isso podem ser incluidas na classificação brasileira.

Teses
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  • RODRIGO LEMOS GIL
  • "USO DE PÓ DE SERRA MADEIREIRA COMO CONSERVANTE DE MADEIRA DE ESPÉCIES NATIVAS AMAZÔNICAS".

     

  • Orientador : MARIA APARECIDA PEREIRA PIERANGELI
  • Data: 13/02/2023


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  • Devido as extensas áreas com florestas nativas, o Brasil é um país que se destaca na produção madeireira, gerando assim renda e emprego. No entanto para transformar floresta em madeira é necessário uma seria de processos que vai desde a exploração e transporte até o processamento industrial e distribuição. Na fase de processamento, as indústrias madeireiras se deparam com alguns problemas, no qual destaca-se a dificuldade de armazenagem das toras recebidas da floresta e a geração de resíduos e sua reutilização ou reciclagem. No entanto, boa parte dos empresários conhecem uma técnica chamada popularmente de “enterrio de toras” que consiste em enterrar as toras sob o pó-de-serra (resíduo madeireiro), armazenando-as e conservando-as por um longo período, contudo a utilização da técnica não é permitida pelos órgãos competentes. Com isso, o objetivo desta tese é verificar cientificamente a eficiência da técnica de “enterrio de toras” e para isso o trabalho foi dividido em três capítulos, sendo: Capitulo I - Stakeholder analysis do setor do setor florestal madeireiro do noroeste mato-grossense: uma visão sobre os resíduos sólidos industriais; Capitulo II – Aproveitamento de resíduos industriais de serraria como conservante de toras de madeira nativa da floresta amazônica; Capitulo III – Caracterização do ambiente propiciado pelo pó-de-serra: Microclima e solo.

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  • ROSIMEIRE VILARINHO DA SILVA
  •  

    SOCIOECONOMIA E FRAGILIDADE AMBIENTAL EM SINOP E TERRA NOVA DO NORTE, MATO GROSSO

  • Orientador : CELIA ALVES DE SOUZA
  • Data: 09/03/2023


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  • O presente estudo aborda o processo de ocupação territorial,  uso e cobertura da terra e a fragilidade ambiental dos municípios de Sinop e Terra Nova do Norte, Mato Grosso, Brasil. A escolha desses dois munícipios deu-se em função das especificidades que envolveram a implantação dos seus projetos de colonização. Os dois municípios são provenientes das políticas de ocupação implementadas pelo Governo Federal na década de 1970, por meio das  políticas de ocupação oficial e também da iniciativa privada. Ambos os municípios ao longo dos anos sofreram intensos processos de transformação da paisagem principalmente no que se refere ao meio físico. O município de Sinop, em um primeiro momento teve sua economia baseada na exploração madeireira, e posteriormente migrou para a agricultura mecanizada, principalmente a produção de grãos. Já o município de Terra Nova do Norte, teve sua base econômica focada inicialmente na agricultura, na comercialização da madeira e mineração (garimpo), atualmente sua economia é voltada para a agropecuária, com destaque para a pecuária de leite, e tem fomentado a agroindústria (laticínios), através da agricultura familiar. O objetivo do estudo foi analisar as transformações sociais, econômicas e ambientais nos municípios de Sinop e Terra Nova do Norte/MT e identificar as fragilidades ambientais. Este estudo está estruturado em quatro capítulos. O primeiro capítulo refere-se à caracterização ambiental (geologia, relevo, clima, solo e hidrografia) realizada por meio do levantamento dos aspectos ambientais, através de informações obtidas no relatório do projeto Radambrasil, e nas seguintes bases de dados: Seplan (Secretaria de Estado de Planejamento), INMET (Instituto Nacional de Meteorologia), CPRM (Serviço Geológico do Brasil) IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), ANA (Agência Nacional de Águas) e Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), e também trabalho de campo. O processamento dos dados foi realizado através do sistema de informação geográfica (SIG), software ArcGis® 10.6 para a confecção dos mapas. O estudo possibilitou entender os elementos físicos que constituem os dois municípios estudados e como eles se interrelacionam e influenciam o processo de ocupação e o uso e cobertura da terra em cada município. O segundo capítulo aborda a análise das transformações ambientais ocorridas nos dois municípios, por meio do processo de ocupação territorial e o uso e cobertura da terra. Os procedimentos utilizados foram: levantamento do processo histórico de ocupação dos municípios, na literatura e em sites de órgãos oficiais  como Seplag (Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão)  e Seplan (Secretaria de Estado de Planejamento), elaboração de mapa de uso e cobertura da terra por meio de informações obtidas na base de dados da Secretaria de Planejamento do Estado de Mato Grosso (Seplan) e do  Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O processamento desses dados foi realizado através do Sistema de Informação Geográfica (SIG), software ArcGis® 10.6. O estudo mostrou que a ocupação dos  municípios pesquisados, seguiu a dinâmica de ocupação adotada pelo Governo Federal a partir de 1970, respondendo a interesses governamentais e privados. O terceiro capítulo apresenta uma análise dos indicadores socioeconômicos dos municípios pesquisados, com o objetivo de analisar as transformações econômicas, sociais e demográficas. Que foram identificadas por meio do levantamento dos indicadores socioeconômicos, como: PIB per capita, Dinâmica populacional, IDH,  IDHM, Índice de Gini, Emprego e renda, Comércio, Indústria, Serviços e agropecuária. Os procedimentos utilizados foram: pesquisa bibliográfica e documental, levantamento e análise dos indicadores socioeconômicos, realizados mediante a coleta de informações nas Bases de dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Seplan (Secretaria de Estado de Planejamento), Seplag (Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão), PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), Datasus (Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde) e Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas). O estudo revelou que o município de Sinop vem ao longo dos anos, obtendo um crescimento populacional significativo e destacando-se em diferentes setores econômicos. Já o município de Terra Nova do Norte apresentou  um decréscimo em sua dinâmica populacional na última década, sua economia  é voltada para a agropecuária, com destaque para a pecuária de leite. Os dois municípios tiveram um crescimento acentuado nas áreas econômicas e sociais, impulsionado pela estrutura socioeconômica local. O quarto capítulo teve por objetivo identificar e mapear as fragilidades ambientais presentes nos dois municípios, embasado na proposta metodológica de Ross (1994), desenvolvida para estudar, tanto ambientes em condições naturais (fragilidade potencial) como também ambientes antropizados (fragilidade emergente). Os procedimentos metodológicos utilizados foram: pesquisa bibliográfica, trabalho de campo e elaboração da base de dados por meio das instituições CPRM (Serviço Geológico do Brasil), IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária),  ANA (Agência Nacional de Águas) e MAPBIOMAS. Esta base de dados permitiu o levantamento e análise das condicionantes geoambientais (geologia, geomorfologia, solos, drenagem, precipitação e uso e cobertura da terra). Desse modo foi gerado os mapas de solo, relevo, precipitação e uso e cobertura da terra, através do Sistema de Informação Geográfica, software ArcGis® 10.6, que foram confrontados para realizar o mapeamento da fragilidade ambiental potencial e emergente.  O mapeamento evidenciou as condições naturais e os desequilíbrios do meio físico causado perlas intervenções antrópicas nos dois municípios estudados.

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  • CAROLINA DOS SANTOS
  • Dinâmicas ecológicas das macrófitas aquáticas em cinco macrohabitats do Sítio Ramsar Estação Ecológica de Taiamã, Pantanal, Reserva da Biosfera.

  • Orientador : CAROLINA JOANA DA SILVA
  • Data: 27/03/2023


  • Mostrar Abstract
  • A região hidrográfica do Alto Paraguai possui uma das maiores e diversificadas
    áreas úmidas do mundo, o Pantanal, que tem sua estrutura e funcionamento
    dependentes do pulso de inundação e tem o rio Paraguai como seu canal
    principal. Esse ecossistema conta com o Sítio Ramsar Estação Ecológica de
    Taiamã (EET), composto por diferentes macrohabitats propícios ao
    desenvolvimento das macrófitas aquáticas, que exercem importante papel na
    cadeia trófica e na ciclagem de nutrientes. Esta pesquisa está inserida no
    Projeto de Pesquisa Ecológico de Longa Duração-PELD/CNPq
    (n°441563/2016-3) e teve por objetivo analisar a dinâmica ecológica das
    macrófitas aquáticas em cinco macrohabitats na EET, em dois ciclos
    hidrológicos do pulso de inundação. As coletas foram realizadas em transectos
    de 5km, agrupados em macrohabitat rio Bracinho (T1, T2), rio Paraguai (T3,
    T4) e Campo inundável (T5), no período de enchente (2018/2021), cheia
    (2018/2021), vazante (2018/2021) e estiagem (2017/2020). Foi realizada uma
    análise cienciométrica nas bases de dados Science Direct, Scopus, Google
    Acadêmico, Web of Science e JStor, em busca de artigos de macrófitas
    aquáticas trabalhados nas doze regiões hidrográficas do Brasil e utilizou os
    termos “aquatic macrophytes in flood pulse in Brazil OR aquatic macrophyte
    AND brazilian sub-basins” combinados. As variáveis pH, temperatura, oxigênio
    dissolvido, oxigênio saturado, condutividade elétrica e turbidez da água foram
    medidas com uma sonda multiparâmetro (Horiba U50). A transparência da
    água com Disco de Secchi e a profundidade total com um bastão de ferro e
    corda graduada. Os nutrientes nitrogenados e fosfatados da água e das
    macrófitas aquáticas analisados por espectrofotometria UV-VIS. Os dados de
    precipitação, nível hidrométrico e vazão do rio Paraguai foram obtidos Agência
    Nacional de Águas (ANA)/Hidroweb. A caracterização da comunidade de
    macrófitas aquáticas seguiu o método de Braun-Blanquet. O estudo
    cienciométrico revelou que 29% dos estudos foram na região hidrográfica do
    Paraná (16%) e Amazônica (13%), com destaque para as pesquisas realizadas
    nas sub-bacias do Paraná, Paranapanema, Amambaí e Alto Paraguai. O
    estudo mostrou uma tendência temporal de aumento das publicações de
    macrófitas aquáticas e avanços nas pesquisas, principalmente com a temática
    das macrófitas aquáticas com as interações ambientais da bacia hidrográfica.
    No geral, a comunidade de macrófitas foi composta por 39 famílias, distribuídas
    em 69 gêneros e 122 espécies. Nas águas altas, registrou-se 95 espécies e
    nas águas baixas 99 espécies. O macrohabitat rio Paraguai e rio Bracinho,
    apresentaram 91 espécies respectivamente e 60 espécies na região do Campo
    inundável. As anfíbias e emergentes foram os grupos funcionais mais comuns
    no Campo inundável e que responderam com espécies adaptadas ao pulso de
    inundação. Na caracterização limnológica dos macrohabitats ficou evidenciado
    o um agrupamento das variáveis nitrato, amônio, nitrogênio total e fósforo total.
    O oxigênio dissolvido, saturação de oxigênio, e a condutividade se agruparam
    na estiagem e na vazante. O ciclo hidrológico de 2020/2021 foi caracterizado
    pela redução da precipitação, com alteração no pulso de inundação, diminuição
    do nível d’água, águas mais ácidas em comparação ao primeiro ciclo
    hidrológico, que influenciou na redução geral da biomassa seca das macrófitas aquáticas.

    As maiores taxas de biomassa, nitrogênio total e fósforo total foram

    registrados na estiagem, com a estrutura aérea acumulando maior massa. A
    EET mostrou ser uma área que alberga grande riqueza de macrófitas
    aquáticas, resultando no conhecimento florístico, no conhecimento funcional
    das espécies e na distribuição das espécies frente a dinâmica de inundação
    nos macrohabitats.

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  • ANDRÉ GRECCO CARVALHO

  • USO DE BIOCHAR DE CASCA DE CUPUAÇU NA MELHORIA DE ATRIBUTOS DE UM NEOSSOLO QUARTZARÊNICO ÓRTICO TÍPICO DO BIOMA AMAZÔNICO


  • Orientador : MARIA APARECIDA PEREIRA PIERANGELI
  • Data: 14/04/2023


  • Mostrar Abstract
  • As indústrias de polpas de frutas geram toneladas resíduos, como cascas, a exemplo da polpa de cupuaçu, onde a casca representa aproximadamente 45% da massa do fruto. Nessa atividade, a destinação adequada dos resíduos nem sempre é feita, podendo acarretar passivos ambientais. Biochars de várias origens são objetos de estudos devido ao fato dele poder ser usado para diversas finalidades. Um dos usos mais difundidos é como condicionador do solo pela promoção de melhorias nos atributos físico-químicos dos solos. Trabalhos propondo alternativas para destinação da casca de cupuaçu têm sido conduzidos, entretanto, nenhum sobre os efeitos da aplicação do seu biochar no solo. Assim, o objetivo desse trabalho foi avaliar, em teste de vaso, a influência do biochar da casca de cupuaçu como condicionador de solo, comparando-o a adubação química na cultura da alface. O biochar foi obtido pela pirólise a 500°C da casca de cupuaçu, moído e tamisado em peneira de 2,00 mm,e aplicado em Neossolo Quartzarênico órtico típico, coletado na região amazônica. O delineamento experimental adotado foi inteiramente casualizado, consistindo em oito doses de biochar, 0,05%; 0,10%; 0,15%; 0,20%; 0,35%; 0,50%; 0,75% e 1,00% (m m-1), e uma testemunha, com dez repetições. As doses de biochar foram aplicadas ao solo e a mistura homogeneizada foi incubada por 60 dias. Para fins de comparação, foi implementado um tratamento com adubação química, em cinco repetições. Teores biodisponiveis de macro e micronutrientes foram realizadas no biochar e nas amostras de solo incubadas. Após o período de incubação, a alface do tipo crespa, cv. Valentina, foi cultivada em vasos durante 60 dias. As análises fitotécnicas como número de folhas (NF), área foliar (AF), altura da planta (AP), massa fresca da parte aérea (MFPA), massa seca da parte aérea (MSPA) e massa seca de raiz (MSR) das plantas foram determinadas. Os teores disponíveis médios de K e P, foram iguais a 23.391 e 761 mg kg-1, respectivamente. A aplicação de 1% de biochar aumentou os teores de K no solo de 0,08 para 1,0 cmolc dm-3. Resultados de NF, AF, MFPA, MSPA e MSR apresentaram correlação positiva de Pearson (r) em resposta à dose de biochar com os seguintes valores 0,736; 0,889; 0,911; 0,847 e 0,787, respectivamente (p < 0,01); a maior produtividade foi obtida com a dosagem de 1%. Em comparação a adubação química o teste de média Dunnett (α = 0,05) mostraram não haver diferença significativa nas análises AP e MSPA para a dosagem 0,75% e AP, MFPA, MSPA e MSR para 1%. Os resultados mostram que a transformação da casca de cupuaçu em biochar e sua posterior aplicação ao solo contribui para a produção de alface, com potencial de minimizar a necessidade de fertilizantes potássicos industrializados, e diminuir os impactos ambientais resultantes do descarte inadequado dos resíduos provenientes da industrialização da polpa do cupuaçu.

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  • VICTOR HUGO DE OLIVEIRA HENRIQUE
  • EDUCAÇÃO, INTERDISCIPLINARIDADE E CIÊNCIAS AMBIENTAIS: uma análise de teses e dissertações brasileiras

  • Orientador : AUMERI CARLOS BAMPI
  • Data: 02/05/2023


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  • A presente pesquisa tem como objetivo geral mapear e analisar, a pesquisa em EA e suas respectivas tendências produzidas nos programas de pós-graduação (PPG) da área das ciências ambientais, interdisciplinar e meio ambiente e agrárias da CAPES Para alcançar esse objetivo, foi realizada uma pesquisa do tipo estado da arte. O primeiro passo constitui na identificação dos PPGs, que foi feita por meio da plataforma Sucupira, já as buscas pelos relatos de pesquisa foram feitas no Banco de Teses e Dissertações Brasileiras em Educação Ambiental (BT&D/EA) do Projeto EArte, pela Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD), pelo Catálogo de Teses e Dissertações da CAPES e por fim, foi feita uma busca nos sítios eletrônicos de cada programa, com intuito de refinar as buscas. Foram encontrados 3.077 trabalhos, deste total 93 pesquisas foram descartadas pois não foi encontrado o trabalho completo nem o resumo, resultando em 2.984 documentos. Após a leitura dos resumos, 171 trabalhos também foram retirados da investigação por não se tratar de pesquisas em EA, assim o corpus documental foi constituído por 2.813 pesquisas, sendo 2.387 na área das Ciências Ambientais/Ciências Ambientais, 393 na área de Meio Ambiente e Agrárias/Interdisciplinar e por fim 33 na área Interdisciplinar/Interdisciplinar. Nas três áreas investigadas houve predominância de dissertações de mestrado (acadêmico e profissional) em relação as teses de doutorado, as instituições públicas lideram a produção. Em relação as regiões, na área Ciências Ambientais/Ciências Ambientais o Nordeste lidera a produção, já a região Sudeste lidera a produção da área Meio Ambiente e Agrárias/Interdisciplinar e pôr fim a área Interdisciplinar/Interdisciplinar possui mais trabalhos na região Norte. Houve predominância nas três áreas do contexto educacional não- escolar, já no contexto escolar, muitos trabalhos não especificaram os níveis de ensino em que a pesquisa foi realizada. Em relação aos temas de estudo, nas três áreas o tema "Concepções, Representações, Percepções e Processos Cognitivos do Aprendiz em EA" apresentou mais expressividade nas pesquisas, a relação entre gênero e autoria se mantém igual nas três áreas também, sendo as mulheres na liderança. Já em relação aos temas ambientais houve uma diversificação entre as áreas, na Ciências Ambientais/Ciências Ambientais os temas “água”, “resíduos, lixo e reciclagem” e “sustentabilidade” foram os mais expressivos nos trabalhos analisados. Na área Meio Ambiente e Agrárias/Interdisciplinar os temas “sustentabilidade”, “agroecologia e agrofloresta" e “resíduos, lixo e reciclagem” foram os mais expressivos. Por fim a área Interdisciplinar/Interdisciplinar apresentou a "agroecologia e agroflorestal”, “sustentabilidade” e “degradação e recuperação ambiental" como os temas presentes na maioria das pesquisas. Em relação ao lapso temporal, a pesquisa mais antiga na área das Ciências Ambientais/Ciências Ambientais é datada do ano de 1997, na área Interdisciplinar/Interdisciplinar é de 1994 e na área Meio Ambiente e Agrárias/Interdisciplinar é 1999. Com exceção da área Interdisciplinar/Interdisciplinar, as outras áreas apresentaram um crescimento linear na produção e uma queda a partir do ano de 2020, o que pode ser justificado pela pandemia da Covid-19. De modo geral é possível ver uma desigualdade nos temas de estudos e nos temas ambientais, bem como no contexto educacional escolar com um número significativo sem especificar o nível de ensino (abordagem genérica) evidenciando uma fragilidade nas pesquisas.

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  • VANCLEBER DIVINO SILVA ALVES
  • DIVERSIDADE DE ANFÍBIOS NO NORTE DA BACIA DO ALTO PARAGUAI, MATO GROSSO, BRASIL

  • Orientador : DIONEI JOSE DA SILVA
  • Data: 26/05/2023


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  • Os anfíbios se destacam como grupo de vertebrados com maior nível de ameaça e com maior déficit de estudos de conservação em escala global. O Brasil possui a maior diversidade de anfíbios do mundo e corresponde ao país com maiores oportunidades de descobertas de novas espécies de anfíbios. Essa condição do Brasil está intimamente relacionada, entre outros fatores, à sua grande extensão territorial. Dentre as regiões com conhecimento em construção sobre a diversidade e conservação de anfíbios, trazemos a Bacia do Alto Paraguai (BAP), inserida a maior área úmida do mundo, o Pantanal. Aqui, buscou-se avaliar a diversidade e conservação de anfíbios com foco no norte da BAP, Mato Grosso, Brasil. Para fornecer informações sobre diversidade e conservação de anfíbios nessa região, a tese foi dívida em três capítulos. No capítulo 1, procuramos entender como a diversidade taxonômica, funcional e filogenética das assembleias de anuros terrestres estão estruturadas na região norte do Pantanal e planalto do entorno, Mato Grosso, Brasil. As assembleias do planalto foram funcional e filogeneticamente mais diversas, enquanto as assembleias de planície foram mais semelhantes em ambos os aspectos, provavelmente devido à forte influência dos pulsos de inundação que limitam a ocorrência de várias espécies nesta região do Pantanal. O capítulo 2, tem como objetivo inventariar e compilar informações sobre espécies de anfíbios que ocorrem nos limites do município de Cáceres, Mato Grosso, Brasil. Foram encontradas 49 espécies de anfíbios com ocorrência para o município de Cáceres. Dentre as espécies, 48 pertencem à ordem Anura e uma à ordem Gymnophiona. Os resultados aqui apresentados destacam o município de Cáceres como uma das áreas mais ricas em espécies de anfíbios para a região do Pantanal Norte e ampliam o conhecimento sobre a distribuição de anfíbios. No capítulo 3, apresentamos um panorama da riqueza de espécies de anfíbios para seis municípios da região norte da BAP, Mato Grosso, Brasil. Foram registradas 53 espécies de anfíbios, distribuídas em 23 gêneros e nove famílias. Por fim, o resultado da tese destaca que a região norte da BAP possui riqueza de 67 espécies de anfíbios, que representa 35% da riqueza conhecida para o estado de Mato Grosso e 59% das espécies que ocorrem em toda a BAP. Segunda a classificação da União Internacional para a Conservação da Natureza, há um desconhecimento sobre o grau de ameaça de cerca de 20% das espécies que ocorrem na região norte da BAP. Destacamos o planalto de entorno como fonte de diversidade de anfíbios para região e ressaltamos a necessidade de medidas conservacionistas direcionadas a esses ambientes, devido serem a porção mais atingida historicamente pela demanda socioeconômica e serem cruciais para manutenção da maior área úmida do mundo, o Pantanal.

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  • RAFAEL KILL SILVEIRA
  • COMUNIDADE DE ABELHAS (HYMENOPTERA: APOIDEA) DE MATO GROSSO, BRASIL - DIVERSIDADE, USO, MANEJO E CONSERVAÇÃO

  • Orientador : DIONEI JOSE DA SILVA
  • Data: 30/05/2023


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  • As abelhas são os principais polinizadores bióticos dos ambientes naturais e artificiais. A diversidade de abelhas nativas do Brasil negligenciadas como possíveis polinizadoras de culturas agrícolas é de 88,4%. Os processos de substituição das paisagens para urbanização e atividades agropecuárias têm promovido a redução de recursos necessários à sobrevivência das abelhas, principalmente a redução das fontes de alimentos e locais para nidificação. Os sistemas agropecuários do Brasil são monoculturais, e estes necessitam do uso de agrotóxicos, que podem causar redução nas populações de abelhas. As alterações climáticas globais também afetam as condições de vida das abelhas. Dentre elas pode-se destacar o efeito do aquecimento global, que tem elevado a temperatura em algumas regiões do Brasil para condições acima do conforto térmico, e como agravante alguns agrotóxicos estão associados a alterações na capacidade de termorregulação das abelhas. Devem ser tomadas medidas de redução do desmatamento associado à recuperação ambiental, bem como a adoção de práticas agropecuárias, e do modo de vida urbano que minimizem os danos ambientais. No capítulo 1, intitulado “Abelhas e Agrotóxicos: Um cenário de riscos”, avalia  o volume de vendas dos agrotóxicos no Brasil, a evolução da quantidade comercializada, bem como a liberação de novos produtos ao longo dos anos. Posteriormente com base nesse conjunto de informações, e por meio de uma revisão bibliográfica buscou-se compreender a dinâmica de uso desses produtos e verificar quais deles são nocivos para as abelhas e/ou que possam ter relação com a redução dessas comunidades. No capítulo 2, intitulado “O que se conhece sobre a fauna de abelhas em Mato Grosso? O estado de maior produção agropecuária do Brasil”, realizamos uma revisão bibliográfica sistemática de artigos científicos publicados no período de 1945 a julho de 2020, tratando da temática do conhecimento atual sobre a diversidade de abelhas no estado de Mato Grosso. No capítulo 3, intitulado “Arborização e enxames populosos garantem a termorregulação do interior do ninho de Apis melífera”, objetivou-se identificar o local ideal no interior da colmeia para se aferir a temperatura, e avaliar se a temperatura interna da colmeia é afetada pelo tamanho da população de abelhas, e ainda verificar se na região sudoeste do Estado de Mato Grosso o manejo de manter as colmeias sob ambiente arborizado no verão ou em pleno sol no inverno garante a homeostase térmica. No capítulo 4, intitulado “Polinizadores visitam o girassol durante todo florescimento, aumentando a produtividade e uniformizando as sementes”, objetivou-se verificar o efeito da polinização biótica na cultura da cultivar de girassol SYN 039A, associada ou não à adubação orgânica e, ainda, determinar em qual período de florescimento e qual horário do dia há maior abundância de visitantes florais.

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  • CELSO DE ARRUDA SOUZA
  • SERVIÇOS ECOSSISTÊMICOS NOS MUNICÍPIOS MATO-GROSSENSES DE ALTA FLORESTA E SINOP – AMAZÔNIA LEGAL, BRASIL.

  • Data: 27/07/2023


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  • O conceito de serviços ecossistêmicos entrou na agenda política e passou a
    ser divulgado após o relatório da Avaliação dos Ecossistemas do Milênio em
    2003. Esse conceito diferencia os serviços ecossistêmicos em suporte,
    provisão, regulação e cultural. A literatura que trata do conceito de serviços
    ecossistêmicos ganhou força no processo acadêmico, envolvendo a ciência e a
    política, para incentivar a conservação da natureza com a preocupação da
    perda da biodiversidade. A Floresta Amazônica oferece suporte de recursos
    naturais essenciais para a vida, sendo sua conservação necessária para a
    manutenção da biodiversidade e dos serviços ecossistêmicos. Áreas de
    Reserva Legal e Áreas de Preservação Permanente desempenham papel
    importante na preservação da biodiversidade e são fornecedoras dos serviços
    ecossistêmicos de suporte, como a manutenção de oferta de água potável,
    oferta de madeira e habitat para a diversidade de fauna e flora. Entretanto, a
    modificação na vegetação da Floresta Amazônica causa perda irreversível nos
    serviços ecossistêmicos da biodiversidade de fauna e flora, altera o clima e a
    umidade atmosférica local, gera perda de carbono e mudança no fluxo do ciclo
    hidrológico. Nesse sentido, preocupando-se com a situação temporal de perda
    de vegetação e, consequentemente, os trade-offs dos serviços ecossistêmicos,
    esta pesquisa tem como objetivo analisar os impactos de uso e ocupação da
    terra no processo da expansão agropecuária sobre serviços ecossistêmicos de
    suporte fornecidos pela vegetação da Floresta Amazônica, no período de 1990
    a 2020, em Sinop e Alta Floresta (MT). Nos municípios analisados ocorreu
    redução da vegetação em todas as categorias fitoecológicas: em Sinop,
    40,54% com uma área de 165.771 hectares; em Alta Floresta, 50,6% com uma
    área de 452.808 hectares. Em comparação com o ano de 1990, marco inicial
    do período prévio de investigação, Sinop computava 62.340 hectares e Alta
    Floresta 166.405 hectares. Enquanto a monocultura em Sinop representou
    67% da ocupação do território, em Alta Floresta a pecuária foi responsável por
    30% da transformação da área de vegetação nativa. As análises na área de
    Reserva Legal (RL) e Área de Preservação Permanente (APP) mostraram que
    ocorreu menor refletância na biomassa no ano de 2020: o NDVI foi entre 0,2 e
    0,3, em comparação com o ano de 1990, marco inicial da investigação. Nos
    demais período – 2000, 2010 –, o NDVI era no intervalo de 0,4 a 0,8 em ambos
    os municípios. Em Sinop, a necessidade de recuperação de área de mata ciliar
    é de 1.821 hectares e em Alta Floresta é 15.304 hectares. Ainda, ocorre déficit
    de 126.300 hectares de RL em Sinop; em Alta Floresta, de 228.000 hectares. O
    acumulado de área desmatada somado dos dois municípios em 2020 nas RL
    em grandes propriedades é de 65.636 hectares, em médias propriedades é de
    49.069 hectares e nas pequenas propriedades é de 11.617 hectares.
    Concluímos que a metodologia proposta permitiu realizar uma análise das
    condições ambientais da vegetação em Áreas de RL e APP, as quais
    desempenham papel importante na preservação da biodiversidade e são
    fornecedoras dos serviços ecossistêmicos de suporte em habitat natural, oferta
    de água, umidade do solo e concentração de CO 2 nos municípios de Sinop e
    Alta Floresta.

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  • JOSELÂINE SOUTO HALL SILVA
  • CENÁRIO DAS PESQUISAS SOBRE RESERVATÓRIOS DE Trypanosoma spp. E A FAUNA DE PEQUENOS MAMÍFEROS RESERVATÓRIO DE T. cruzi NA AMAZÔNIA MERIDIONAL

  • Orientador : ANTONIO FRANCISCO MALHEIROS
  • Data: 29/09/2023


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  • As mudanças nos ecossistemas terrestres onde vivem os reservatórios e vetores de doenças infecciosas colocam um grande desafio para o campo científico, que é o de conhecer, analisar e propor soluções para as doenças emergentes e reemergentes. Sobre essa ótica, pesquisas têm apontado para a importância de estudos com enfoque em ecologia de doenças abordando os reservatórios naturais de parasitos como meio de se compreender o ciclo de transmissão de doenças, as relações parasito-hospedeiro e os mecanismos de seu controle. Neste contexto cientistas têm buscado compreender as interações entre parasitos Trypanosoma sp. e mamíferos como a principal taxa que atua como reservatório natural destes protozoários. Esta compreensão é fundamental para melhor entender o ciclo destes parasitos na natureza e estabelecer mecanismos de controle de tripanossomíases como a doença de chagas que assola principalmente países da América do Sul. Desta forma, visando reunir informações sobre mamíferos reservatórios de Trypanosoma sp. e suas respectivas ocorrências ecológicas, buscou-se neste estudo uma compilação de dados das principais publicações sobre o tema no período de 2010 a 2020. Foram revisados 446 artigos indexados nas bases Web of Science e Scopus a partir dos quais realizou-se uma análise bibliométrica bem como construiu-se um banco de dados que permitiu uma meta-análise apontando os principais Trypanosoma sp. albergados em mamíferos em todo o mundo, bem como os principais taxa de mamíferos que albergam estes parasitos. Por fim uma análise pontual foi realizada com mamíferos capturados na porção norte do Pantanal mato-grossense verificando a ocorrência de Trypanosoma cruzi em pequenos mamíferos por meio de análises de tecidos pela técnica de qPCR (Polymerase chain reaction). As principais pesquisas sobre o tema mamíferos como reservatórios de Trypanosoma sp. concentram-se na América do Sul e foram realizadas com a participação de pesquisadores brasileiros a partir da Fiocruz com destaque para liderança da pesquisadora Ana Maria Jansen. Em relação à diversidade de Trypanosoma sp. albergados em mamíferos foram registrados 15 espécies nos 97 artigos analisados, distribuídos nos cinco continentes, com destaque para ocorrência de T. cruzi, presente em 85,13% dos mamíferos positivos para algum Trypanosoma sp. O conjunto de dados dos artigos revisados resultou em 22.662 indivíduos pertencentes a 366 espécies em 12 ordens de mamíferos. Deste total 23,59% dos indivíduos eram portadores de algum Trypanosoma sp. e 20,09% de T. cruzi, exclusivamente no continente americano. O grande número de publicações sobre o tema revela a importância dada aos estudos de reservatórios de Trypanosoma, principalmente em países americanos onde a doença de chagas acomete elevado número de pessoas. O avanço das pesquisas tem demonstrado que mamíferos exercem papel fundamental no ciclo biológico de várias espécies de Trypanosoma sp. e que a diversidade de espécies de mamíferos potenciais reservatórios destes parasitos é bastante ampla. Pequenos mamíferos representam importantes reservatórios e sua diversidade para o Brasil é de 263 espécies de Rodentia e 68 de Didelphimorphia. Para o Pantanal Norte são conhecidas 42 espécies de Rodentia e 24 de Didelphimorphia, das quais obtivemos amostras de tecidos de oito e 10 espécies respectivamente.

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  • VALÉRIA DOS SANTOS DE OLIVEIRA
  • DIÁLOGOS DE SABERES INTERCULTURAIS: Política de Ação Afirmativa Étnico-racial, Território e Bem Viver no contexto dos acadêmicos(as) da Faculdade Indígena Intercultural - UNEMAT

  • Data: 10/10/2023


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  • A sabedoria ancestral e os modos de vida dos povos originários e comunidades tradicionais, advindas de suas tradições, culturas, valorização e manejo dos seus territórios, das vivências em comunidade e em harmonia com o ambiente, nos proporciona um frutífero diálogo de saberes interculturais na perspectiva do Bem Viver. Neste contexto, a Educação pode contribuir para diminuir as desigualdades existentes na sociedade e o Estado por meio de políticas públicas e ações afirmativas pode trabalhar no intuito de garantir uma educação de qualidade, democrática e equitativa. Desse modo, esta pesquisa tem o objetivo geral de compreender e analisar o papel da Política de Ação Afirmativa Étnico-Racial na vida dos estudantes da Faculdade Indígena Intercultural da UNEMAT e seus impactos e contribuições para os território a partir da visão do Bem Viver. Para a realização da pesquisa todos os procedimentos éticos no campo da pesquisa foram seguidos nas distintas instâncias institucionais e obteve-se a aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa CEP/UNEMAT e CONEP (CAAE nº 44993821.0.0000.5166) e o consentimento dos(as) envolvidos(as) na pesquisa. No que tange ao processo metodológico utilizou-se a pesquisa qualitativa, aplicada, exploratória-descritiva; de cunho bibliográfico e documental, pautada na interdisciplinaridade. Parte de revisão teórica com viés crítico e outra de um estudo de caso da Faculdade Indígena Intercultural/UNEMAT por meio da realização de entrevistas semiestruturadas com estudantes universitários dos povos indígenas Bakairi, Bororo, Chiquitano, Kawaiwete Kayabi, Manoki, Myky, Paresí e Tapirapé; com gestores e/ou servidores da FAINDI/UNEMAT. A organização da tese conta com o Manuscrito I que analisou o Bem Viver na lógica dos atores sociais - povos e comunidades tradicionais frente a proposta de desenvolvimento hegemônico vigente; o Manuscrito II teve como objetivo discutir o campo semântico do Bem Viver à luz das Constituições do Equador, Bolívia e a do Brasil relacionada aos direitos dos povos indígenas; o Manuscrito III que levantou, analisou e sintetizou as produções científicas sobre Educação, Políticas Públicas e Ações Afirmativas demonstrando a importância da Educação na interface com Políticas Públicas voltadas a Ações Afirmativas na redução das desigualdades sociais, por meio de um estudo bibliométrico com pesquisa bibliográfica e documental; o Manuscrito IV que procurou analisar o campo semântico do Bem Viver associado a experiências práticas de políticas públicas de ações afirmativas educacionais interculturais indígenas em países da América Latina (Brasil, Bolívia e Equador), em contraposição à crise civilizatória; o Manuscrito V emergiu dos diálogos de Saberes Interculturais com estudantes indígenas, gestores, servidores docentes e técnicos da FAINDI/UNEMAT e o Manuscrito VI investigou e analisou a Política de Ação Afirmativa Étnico-Racial da Faculdade Indígena Intercultural/UNEMAT nos territórios das comunidades dos estudantes indígenas a partir da perspectiva do Bem Viver. Os resultados apontam para um diálogo intercultural de saberes trazendo conceitos, reflexões e críticas, acerca das políticas públicas, ações afirmativas, educação superior indígena, povos e comunidades tradicionais, desenvolvimento territorial, desenvolvimento hegemônico vigente, crise civilizatória e bem viver, que convergem na busca pela compreensão, legitimação e valorização das alteridades e da busca por equidade social.

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  • Magno Alves Ribeiro
  • “Turismo no Pantanal Mato-Grossense de Poconé: Possibilidades e Transitoriedades para as Ecossocioeconomias”

  • Data: 06/12/2023


  • Mostrar Abstract
  • A tese "Turismo e Socioambiente no Pantanal Mato-Grossense de Poconé: Possibilidades e Transitoriedades para Ecossocioeconomia" tem como objetivo geral analisar se as pousadas turísticas da cidade de Poconé, no Pantanal de Mato Grosso, apresentam indícios de transitoriedades em curso das características de organizações empresariais para organizações híbridas que possam combinar elementos em suas práticas para uma nova forma organizacional, e quais as relações com as ecossocioeconomias.  Para fins de sistematização, a tese foi organizada em quatro manuscritos científicos, cada um com sua devida metodologia específica. O primeiro artigo, intitulado "Turismo e Pantanal: as relações com os objetivos do desenvolvimento sustentável", aborda as relações entre o turismo e o Pantanal, relacionando-as aos objetivos do desenvolvimento sustentável, tem como propósito fazer uma revisão sistemática da literatura sobre turismo no bioma Pantanal, com recorte temporal entre o ano 2000 e o ano 2021, agregando os temas de maior expressão e fazendo uma interface com os 17 objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) e as três dimensões do desenvolvimento sustentável: econômica, social e ambiental. Os dados foram levantados na base de periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. Os resumos das 56 pesquisas foram analisados pelo software IRaMuTeQ. O resultado aponta que o Pantanal e o turismo apresentam interfaces com os ODS, viabilizando parcialmente as dimensões econômica, social e ambiental, dos ODS. Não obstante, o bioma Pantanal carece primeiro investimento e de políticas públicas voltadas para defesa de seu povo e de sua biodiversidade. O segundo artigo, intitulado “Paradigmas e Transitoriedades: da Idade Média ao Contemporâneo, ecossocioeconomias e economia ecológica”, tem como  finalidade apresentar uma linha temporal, da Idade Média até a Contemporaneidade, destacando teorias do pensamento humano e das Ciências, a partir de aspectos econômicos, sociais e ambientais, que evidenciam elementos de transitoriedade até a postulação de teorias pós-desenvolvimentistas, sob a denominação das ecossocioeconomias, da qual pressupõem a economia ecológica. O levantamento do estado da arte ocorreu por meio de periódicos do portal Capes e seu banco de teses, da plataforma Scielo, Google Acadêmico e de livros. Fica evidente a influência do sistema capitalista no processo histórico humano e que permeia até nossos dias. No entanto, dimensões das chamadas ecossocioeconomias, com componente da economia ecológica, fazem-se presentes, o que, em seu conjunto, podem caracterizar uma transitoriedade epistemológica antipositivista que prioriza aspectos transdisciplinar e valorização das questões socioambiental, constituindo-se como alternatividades às racionalidades do sistema econômico hegemônico vigente. O terceiro artigo, intitulado “Impactos socioeconômicos da pandemia Covid-19 e incêndios no turismo do Pantanal Mato Grossense”, tem como objetivo analisar os impactos socioeconômicos da pandemia de Covid-19 e das queimadas na vida dos atores sociais do turismo no município de Poconé, localizado no estado de Mato Grosso, com ênfase nas pousadas rurais. A metodologia adotada foi pesquisas bibliográficas e análise documental dos dados secundários, além de entrevistas semiestruturadas com os proprietários das pousadas rurais. A pandemia e os incêndios em 2020 contribuíram para o fechamento de empresas, demissões de pessoas e consequentes reduções na arrecadação tributária. No ano de 2021, em paralelo ao início vacinal e a redução das mortes, os dados econômicos do setor apresentaram uma tendência positiva de recuperação nos aspectos socioeconômicos da região, município e pousadas.  Por fim, o quarto artigo cujo título é “Turismo em pousadas no Pantanal: experiências de transitoriedades para organizações hibridas e ecossocioeconomias?” tem o objetivo de analisar elementos que identificam transitoriedade socioambiental em pousadas turísticas da cidade de Poconé, localizada no Pantanal de Mato Grosso. Como metodologia, utilizou-se revisão bibliográfica nas teorias dos temas e pesquisa documental para levantamento de dados, além de questionário semiestruturado junto aos proprietários das pousadas para a percepção e fatos das ações voltadas ao trinômio, econômico, social e ambiental. Os resultados apontam para empresas organizadas em modelos compatíveis com a racionalidade econômica; porém, em alguns aspectos – notadamente o ambiental – apresentam características de transitoriedade que se aproximam das ecossocioeconomias para organizações híbridas. As organizações nas atividades de turismo local ainda se pautam pela racionalidade econômica; contudo, deixam indícios de mudanças nas ações, as quais, em conjunto com a proteção ambiental, informalmente geram combinações de organizações híbridas, o que é possível denominar como transitoriedade para modelos de ecossocioeconomias.

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  • ANTONIO MIGUEL OLIVO NETO
  • Macro e Micro Escala das Alterações da Vegetação Causadas por Incêndios e Desmatamentos no Ecótono Amazônia-Cerrado-Pantanal, Mato Grosso, Brasil

  • Orientador : MARIA ANTONIA CARNIELLO
  • Data: 13/12/2023


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  • Os incêndios e desmatamentos possuem a capacidade de moldar a paisagem de uma região, transformando diretamente as áreas de vegetações nativas. Este trabalho teve como objetivo avaliar em macro e micro escala os efeitos dos incêndios florestais e desmatamentos no ecótono dos biomas Amazônia-Cerrado-Pantanal, ocorrido na região sudoeste do estado de Mato Grosso. As avaliações em macro escala, tiveram como objetivo analisar toda a região do Ecótono, a partir de dados secundários e com análises de imagens de satélite, com a utilização de técnicas de geoprocessamento. As análises em escala local (micro escala) foram baseadas em dados obtidos in loco, em parcelas permanentes de monitoramento da vegetação instaladas/alocadas no ecótono foco do estudo. Até o presente momento, os resultados obtidos neste estudo, apontaram que os desmatamentos ocorrem em sua grande maioria no bioma Amazônico, enquanto os focos de calor ocorrem com maior densidade no Pantanal em regiões próximas do Cerrado. Tanto o desmatamento quanto os focos de calor ocorrem conectados entre os três biomas e os mesmos respondem a ações governamentais, atenuando ou agravando as ocorrências em função das políticas públicas. Após esse histórico de incêndios, desmatamentos e outros impactos, as áreas de vegetação nativa remanescente na região é de aproximadamente 60% do território avaliado, porém esse remanescente encontra-se fragmentado, apontando que a área do Pantanal localizada no ecótono estudado, possui grande influência na conservação da vegetação nativa e faz necessário um olhar específico para a vegetação deste bioma, sendo possível constatar que as áreas localizadas em tipologia florestal apresentam déficit de vegetação, comparando-se com as legislações vigentes. A presença de Terras Indígenas, Unidades de Conservação e Florestas Publica, auxiliam na manutenção dos remanescentes de vegetação nativa da região, enquanto áreas com alta concentração de propriedades rurais, possuem menor quantidade de vegetação nativa, com destaque para áreas com predomínio de pequenas propriedades rurais, que possuem áreas de vegetação mais fragmentadas. Além disso, os resultados aqui obtidos apontam que é necessária uma priorização das análises e validações dos Cadastros Ambientais Rurais, pois os mesmos são importantes ferramentas de regularização ambiental e auxiliam na preservação das áreas de vegetação nativa, existentes dentro das referidas propriedades, que é a classe predominante na ocupação do solo da região estudada. Nas avaliações in loco foi possível constatar que áreas florestais localizadas no ecótono com histórico de antropização para exploração de madeira, quando atingidas por incêndios, possuem alta taxa de mortalidade da vegetação arbórea e esses fragmentos que restam na região são altamente impactados, tendo sua vegetação alterada pela elevada mortalidade. Foi possível constatar também que o uso de veículos aéreos não tripulados (drones), são importantes ferramentas auxiliares de inventários florestais para estimar a mortalidade e avaliar a dinâmica da vegetação pós fogo nestas áreas florestais. Os dois capítulos que se encontram em elaboração neste estudo, trarão resultados acerca de metodologia de levantamentos de dados de inventários florestais e avaliará os efeitos diretos na vegetação dos incêndios florestais em áreas localizadas no ecótono Amazônia-Cerrado-Pantanal, avaliando a resiliência da vegetação arbórea e os efeitos dos mesmos no solo destas áreas, e ainda resultados preditores sobre os respectivos cenários de conservação.

2022
Dissertações
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  • TATIANE GOMES DE ALMEIDA
  • O IMPACTO DA DENGUE NO MATO GROSSO E SUAS RELAÇÕES AMBIENTAIS

  • Orientador : CLAUMIR CESAR MUNIZ
  • Data: 25/02/2022


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  • A dengue é uma doença viral que tem como agente causador um vírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, que utiliza a água, não necessariamente limpa, para se reproduzir. Essa doença se tornou um grave problema de saúde pública, devido à dificuldade de se controlar a propagação deste vetor. Assim, medidas alternativas precisam ser estudadas para combater a proliferação do mosquito. Essa pesquisa buscou identificar a relação entre os distintos graus de qualificação ambiental e a ocorrência do vetor A. aegypti; e identificar a relação da dinâmica das águas dos córregos urbanos com os períodos de infestação do vetor. Este é um estudo epidemiológico e descritivo da taxa de incidência e da mortalidade por dengue, procurando correlacionar com pluviosidade, Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), Densidade Demográfica e o Índice de Sustentabilidade de Limpeza Urbana (ISLU). Também foram realizados experimentos de predação em condições laboratoriais utilizando três espécies de peixes (Moenkhausia dichroura, Astyanax asuncionensis e Aequidens plagiozanatus), em que larvas do A. aegypti foram ofertadas para as espécies para identificar se haveria predação; e, por fim, foi realizada a busca ativa pelo A. aegypti em três córregos urbanos da cidade de Cáceres. Nossos resultados mostraram que a incidência de dengue não apresentou relação significativa com a densidade demográfica (R²= 0,0025; p=0,56), porém apresentou relação com a pluviosidade (R²=0,0019; p<0,05). O mês de janeiro apresentou maior incidência (83,27/100 mil habitantes). Aequidens plagiozanatus atingiu 97,4% de predação e, Moenkhausia dichroura e Astyanax asuncionensis 64,52% e 54,92%, respectivamente. Ao comparar a capacidade predatória das espécies, Aequidens plagiozanatus foi aquela com maior predação (KW(2) = 19,40; p < 0,05) com 42,48% maior do que o Astyanax asuncionensis e 32,88% do que a Moenkhausia dichroura. A capacidade predatória dos três exemplares do Aequidens plagiozanatus comportamento semelhantes na capacidade predatória (F(0,05) = 3,76 < F = 5,14; p=0,08), predando 100% das larvas ofertadas. Ao introduzir o item alimentar macrófitas, o Aequidens plagiozanatus continuou a predar as larvas, chegando a 100% de predação. Ao comparar os quatro córregos apresentaram diferença nos níveis de degradação ambiental (F(0,05) = 3,24 < F = 7,87; p<0,05; dms= 9,32). O córrego de maior impacto foi o Canal do Renato, porém o Córrego Canal dos Fontes e Sangradouro não apresentaram diferença significante. O de menor impacto foi o José Bastos Foram capturados cinco vetores na forma adulta na foz do córrego Sangradouro as suas margens, além de 57 larvas nos estágios I, II, III e IV do A. aegypti. A dengue revelou picos epidêmicos com altas taxas de incidência em Mato Grosso, não apresentando relação com Densidade Demográfica, porém expressou relação significativa com a pluviosidade. As espécies de peixes nativas brasileiras apresentaram competência como predadoras de larvas do A. aegypti. No córrego urbano Sangradouro foram encontrados larvas e mosquito adultos do vetor transmissor da dengue.

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  • JEFFERSON DOS SANTOS FUNARO
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    MÉDIO DA BACIA HIDROGRÁFICA DO CÓRREGO PIRAPUTANGAS, NO MUNICÍPIO DE CÁCERES - MT: USO DA TERRA E ALTERAÇÕES  AMBIENTAIS

  • Orientador : CELIA ALVES DE SOUZA
  • Data: 09/03/2022


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    As formas de uso e ocupação contribuem com os processos de degradação ao meio ambiente, sobretudo aqueles voltados aos recursos hídricos O estudo teve como objetivo identificar as categorias de uso da terra e avaliar condições ambientais no canal fluvial no médio curso da bacia hidrográfica do córrego Piraputangas, no município de  Cáceres no estado de Mato Grosso. Procedimentos metodológicos: confecção do mapa de uso e cobertura do solo usando o ‘software’ ArcGis, utilizando a base de dados vetorial na escala de 1:250.000 do portal de downloads do IBGE, disponível na ementa geociências do site; entrevista informal e observação, aplicação do protocolo de Avaliação Rápida (Pars), foi aplicado em três seções transversais no médio curso da bacia hidrográfica o córrego Piraputanga. O uso e cobertura da terra do médio da bacia hidrográfica do córrego Piraputanga conforme o mapeamento está assim, distribuída:  áreas preservadas formações florestais (33,20%), Formação Savânica(10,08%),  Campo Alagado e Área Pantanosa (0,02%) e Formação Campestre (3,59%). As áreas com atividades antrópicas são: floresta plantada (0,10%), pastagem (51,99%), cana-de-açúcar (0,27%) e outras lavouras temporárias (0,66%). A seção I apresentou as melhores condições de preservação, foi avaliada como natural, obtendo 83 pontos.  Nas seções II e III foram registrados maiores alterações  nas características  do leito e o nível de impactos ambientais decorrentes das atividades antrópicas. Com as respectivas pontuações, seção II 47 pontos e seção III 50 pontos, considerado alterado. Os Protocolos de Avaliação Rápida de Rios (PAR) são eficazes para avaliar as condições dos sistemas hídricos superficiais.

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  • KARLA CAROLINE DOS SANTOS PEREIRA
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    Plantas sagradas e Bem Viver: Um diálogo de saberes e fazeres com os Umbandistas da cidade de Cáceres, Mato Grosso, Brasil”


  • Data: 01/04/2022


  • Mostrar Abstract
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    A relação do ser humano e as plantas oferecem inúmeras formas de uso e benefícios. Em religiões de matriz Afro-brasileiras apontam constante uso de plantas vinculado à prática de cura corporal e espiritual, conhecimentos adquiridos por intermédio da oralidade e espiritualidade. Esse estudo permeia o universo religioso da Umbanda e do Bem Viver, com intuito de compreender, entender a sua cosmovisão, sua transcendência, associado ao conhecimento tradicional dos lideres religiosos sobre os usos de plantas em rituais na perspectiva do Bem Viver. Dessa forma o estudo tem como objetivo geral conhecer e analisar a religião da Umbanda sob a perspectiva do Bem Viver e da etnobotânica. Foi realizado na cidade de Cáceres – Mato Grosso, Brasil, em três tendas religiosas: Caboclo Canavial, Centro de Umbanda Santa Bárbara e na Tenda de Umbanda Caboclo de Sete Flechas. Para a realização das etapas do estudo, contou-se com a aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa CEP/UNEMAT e com o consentimento dos lideres religiosos. O estreitamento entre os sujeitos do estudo iniciou a partir do segundo semestre do ano de 2020, as entrevistas foram realizadas entre os meses de fevereiro a abril do ano de 2021. Metodologicamente realizou-se uma pesquisa descritiva de cunho quali-quantitativo com observação participante. A primeira abordagem do estudo foi realizada nas três tendas, com a finalidade de compreender a cosmovisão e a transcendência religiosa da Umbanda sob a perspectiva do Bem Viver. Utilizou-se o software IRaMuteQ ancorado no software estatístico R, para auxiliar na análise do conjunto textual dos dados coletados. Na segunda abordagem, o estudo foi realizado somente nas tendas Caboclo Canavial e Centro de Umbanda Santa Bárbara, com objetivo de analisar e compreender a etnobotânica dentro da religião da Umbanda sob a perspectiva do Bem Viver. Para a análise dos dados utilizou-se a estatística descritiva, registros fotográficos das plantas e matérias de apoio como a plataforma da Flora do Brasil 2020 e GIBF. Os resultados dos estudos demonstram a presença do Bem Viver dentro da religião, destacando-se as três supra dimensões e cinco dimensões específicas presentes na Matriz de Indicadores do Bem Viver. Na análise do material botânico das duas tendas, foram descritas 50 espécies de 33 famílias, quatros delas apresentaram maior destaque em riqueza: Lamiaceae (cinco espécies), Euphobiaceae (quatro espécies), e Asparagaceae (três espécies). De acordo com os entrevistados, as plantas foram categorizadas em uso ritualístico, medicinal e místico. Com essas duas abordagens, conclui-se que os Umbandistas têm um significado próprio do Bem Viver e as manifestações religiosas proporcionam o contato com o seu transcendente, percebe-se que conhecimento etnobotânico faz parte da cultura da religião, devido à relação dos integrantes com a natureza e com o mundo espiritual, conhecimentos transmitidos através da oralidade e da vivencia.

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  • Igor Neves de Oliveira
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    A MÁ QUALIDADE DO AR NA REGIÃO CENTRO-NORTE DO BRASIL E SEU IMPACTO NA SAÚDE

     

     

  • Orientador : ELIANE IGNOTTI
  • Data: 20/04/2022


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  • No Brasil, registros de focos de calor se intensificam ano após ano e municípios localizados nas partes central e norte apresentam as porções territoriais mais atingidas. Esses eventos emitem para a atmosfera partículas finas (PM2,5) que se depositam no trato respiratório e são facilmente absorvidas pelo nosso organismo, o que gera aumento no número de hospitalizações e mortes prematuras por doenças cardiopulmonares. Embora essa problemática ambiental seja similar a problemática enfrentada por grandes centros urbanos, a atenção sobre o impacto da exposição na saúde é mais direcionada para poluição urbana. Este trabalho objetiva através de dois capítulos, caracterizar a magnitude de exposição a má qualidade do ar decorrente da emissão de partículas finas (PM2,5) por queimadas e incêndios florestais e quantificar o seu impacto na saúde cardiopulmonar da região Centro-Norte, entre 2010-2019. Para caracterizar a exposição a má qualidade do ar, no primeiro capítulo propomos de acordo com o limite recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), a utilização de um indicador do tempo de exposição às concentrações inadequadas de PM2,5, nas regiões Amazônica e Centro-Oeste. O indicador se trata do número percentual de dias cujas concentrações excederam o limite de 15µg/m³. Verificou-se que maiores extensões territoriais com os maiores percentuais anuais de dias com qualidade inadequada do ar ocorreram em 2015. Entre todo o período analisado, os meses entre agosto e outubro são o de percentuais mensais mais elevados e que alcançam maior extensão territorial. O estado do Amazonas e a região conhecida como arco do desmatamento concentraram os dez municípios com os piores percentuais em toda a década. O indicador proposto é reprodutível e evidencia o tempo de exposição a má qualidade do ar. Nossa proposta demonstrou exposição a longos períodos de no mínimo três meses por mais de 20 milhões de habitantes. No segundo capítulo, para quantificar o impacto da exposição, estimamos o número e frações de morbimortalidades por doenças cardiopulmonares atribuíveis ao PM2,5, em sete municípios localizados na região Amazônica, sendo seis do arco do desmatamento. Frações atribuíveis de internações cardiopulmonares foram estimadas a partir de um procedimento em três estágios e para estimativas de mortalidade cardiopulmonar, seguiu-se a orientação metodológica da Organização Mundial de Saúde. Atribuiu-se à exposição, 1348 internações (1,1%), 3642 (12%) óbitos, ambos por doenças cardiopulmonares e 321 (17%) óbitos por câncer de pulmão. Porto Velho-RO teve as maiores frações atribuíveis para os três desfechos selecionados. Devido a elevadas concentrações de PM2,5 provenientes da queima de biomassa, municípios da região Amazônica possuem maiores estimativas de frações atribuíveis para desfechos de morbimortalidades cardíacas e pulmonares, comparadas a cidades da região sudeste onde a exposição a esse poluente é mais moderada. Os achados desta dissertação demonstram que a exposição aos poluentes emitidos por queimadas e incêndios florestais na região Centro-Norte do Brasil, geram prejuízos à saúde que merecem ser olhados com mais atenção, sobretudo pelas esferas governamentais, priorizando esforços políticos, com recursos e ações que vise reduzir os longos períodos de exposição à má qualidade do ar e a tomada das melhores medidas de proteção à saúde dos habitantes da Amazônia e Centro-Oeste.

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  • ANA CAMILLA IGNACIO DOS SANTOS
  • IMPACTOS CAUSADOS POR AGENTES PATOGÊNICOS DE CÃES DOMÉSTICOS NA ESPÉCIE SILVESTRE Cerdocyon thous (Linnaeus, 1766) (CARNIVORA, CANIDAE) NA ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE SERRA DAS ARARAS E SEU ENTORNO

  • Orientador : ANTONIO FRANCISCO MALHEIROS
  • Data: 09/05/2022


  • Mostrar Abstract
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    Cerdocyon thous (Linnaeus, 1766) é difundida em grande parte do território sul americano, no Brasil seu registro acontece em grande parte, com pouca ocorrência na Amazônia. É uma espécie comum no bioma Cerrado, uma vez que ela se adapta em ambientes antropizados e periurbanos. Áreas antropogênicas aproximam as populações de animais silvestres com as domésticas, permitindo a veiculação de parasitos. O objetivo do estudo foi avaliar a prevalência de parasitos intestinais nas populações de canídeos domésticos e silvestres, assim como a possibilidade de contaminação cruzada. Para a captura do Cerdocyon thous foram instaladas 10 armadilhas do tipo Tomahawk dobráveis, com as dimensões de 115 x 55 x 60. Como isca foi utilizado pedaços de frangos acomodados no fundo das armadilhas, depois de capturados os animais foram seguramente sedados para a coleta de material biológico. Em relação aos cães domésticos foi aplicado aos donos dos animais um questionário referente aos hábitos de vida dos mesmos e as coletas de material biológico foram realizadas sem a necessidade de sedação. As amostras foram devidamente acondicionadas e mantidas em refrigeração até posterior análise em laboratório. Os resultados obtidos nas amostras de fezes, segundo Hoffman (1934) foram positivos para vários parasitos nos cães domésticos com frequência de ocorrência para Blastocystis sp. de 60%, Trichuris vulpis 10%, Dipylidium caninum 10%, Ancilostomídeo 20%, Giardia lamblia 20% e Sarcocystis sp. 20%. Para os C. thous foram encontrados com a frequência de ocorrência de ovos de ácaro 28,57%, Ancilostomídeo 42,85%, Blastocystis sp. 28,57%, Trichuris vulpis 14,28%. Com a Técnica de FAUST os parasitos dos cães domésticos foram observados com frequência de ocorrência para Blastocystis sp. de 30% e Sarcocystis sp. 10%. Para os C. thous com a frequência de ocorrência de Ancilostomídeo 42,85%, Blastocystis sp. 57,14%, Trichuris vulpis 14, 28% e Capillaria sp. 14,28%. As amostras de sangue dos canídeos domésticos e silvestres foram submetidas a RT- PCR para o CDV, qPCR para o diagnóstico de Anaplasma spp, Babesia spp., E. canis, Leishmania spp. e Trypanossoma spp. e PCR convencional para detecção molecular de Hepatozoon sp., e Ehrlichia spp. Os resultados mostraram que 50% das amostras dos cães domésticos foram positivas para Anaplasma spp., 60% para Babesia spp., 30 % Erlichia canis e 20 % para Erlichia spp.. No entanto, foram negativos para os antígenos Hepatozon sp., Leishmania spp., Trypanossoma spp. e CDV.  Para C. thous todas as amostras tiveram reações negativas para todos os genótipos analisados. A sorologia para detecção do anticorpo da cinomose (KIT teste rápido) em amostras de soro de cães domésticos e silvestres revelou que 80% das amostras foram reagentes para os cães domésticos e nenhuma para C. thous. A frequência de ocorrência de parasitos nas fezes e a presença de patógenos de doenças infecto contagiosas no sangue dos cães domésticos podem caracterizar ameaça aos cães silvestres presentes na Unidade de Conservação que tem contato direto entre os mesmos, pois tem livre trânsito entre a Unidade de Conservação e as áreas do entorno.  Considerando que a área de vida de C. thous pode chegar a mais de 7 km2 o que sobrepõem 60% dos cães domésticos amostrados, dessa forma pode contaminar não só o C. thous objeto deste estudo, mas também Chrysocyon brachyurus (lobo guará), Lycalopex vetulus (raposinha do campo) e Speothos venaticus (cachorro vinagre), assim como as espécies de felinos presentes na área. Por exemplo, Blastocystis sp. esteve presente nas duas espécies o que pode demonstrar o contato entre os animais. Medidas de preservação implicam em um trabalho de sensibilização com os donos de cães domésticos, relacionadas à vacinação e vermifugação desses animais. Desse modo, salientamos que a combinação de técnicas de análises buscando identificar patógenos e parasitos que acometem doenças em canídeos domésticos e silvestres, além do modo de contágio é fundamental para propormos medidas de conservação da fauna silvestre.

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  • RITHIELY CONCEIÇÃO SILVA
  • Atividade antibacteriana do mel de Mato Grosso (Brasil) e indicativo de mecanismo de ação sobre bactérias gram positiva e negativa

  • Orientador : CARLA GALBIATI
  • Data: 26/05/2022


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  • O objetivo deste estudo foi avaliar a atividade antibacteriana do mel de Apis mellifera e suas frações e o indicativo do mecanismo de ação de permeabilidade da membrana em combinação com antibióticos. Os méis avaliados foram oriundos do estado de Mato Grosso, dos municípios de Cáceres (mel 1 e 2), Barra do Garças (mel 3), Nossa Senhora do Livramento (mel 4) e Sinop (mel 5). Os méis foram selecionados devido maior conteúdo de fenólicos, atividade antioxidante e antibacteriana comparado com outros do Estado, estudados pelo Laboratório do Centro de Estudo de Apicultura (CETApis). Os 05 méis frescos e suas 03 frações (hexano, acetato de etila e n-butanol) totalizaram 20 amostras testadas. A avaliação da atividade antibacteriana foi sobre as bactérias Enterococcus faecalis, Staphylococcus epidermidis e Helicobacter pylori. A atividade antibacteriana foi verificada por microdilução em caldo, com diluição seriada de 1000 a 1,95 μg/mL. O indicativo de permeabilidade da membrana foi investigado por microdiluição em caldo, com a combinação de mel ou fração e antibiótico, semelhante a “checkboard”. Para esse estudo o mel ou fração foi testado nas concentrações seriada de 80 a 0,15 mg/mL, com o antibiótico (claritromicina/ eritromicina) na concentração de 20 a 0,04 μg/mLA metodologia de TimeKill foi usada para avaliar a atividade antibacteriana do mel/ frações no tempo de ?12, 24 e 48 H. Os méis e as suas frações não tiveram atividade antibacteriana até a concentração de 1000 μg /mL para as três bactérias. O mel 1 e sua fração N-butanol teve efeito sobre a permeabilidade da membrana sobre E. faecalis. No entanto, os cinco méis não tiveram efeito sobre a permeabilidade da membrana de S. epidermidis. Conclui-se que o mel 1 de Cáceres é promissor para potencializar a atividade antibacteriana do antibiótico, ligada a permeabilidade da membrana possivelmente devido a ação de flavonoide.

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  • JAQUELINE DEUSDARA PINHEIRO
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    Fontes de mercúrio no Pantanal Norte

  • Orientador : AUREA REGINA ALVES IGNACIO
  • Data: 21/06/2022


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  • O mercúrio (Hg) é uma preocupação global devido aos seus efeitos adversos na saúde humana, na segurança alimentar e no meio ambiente. É um dos poluentes ambientais mais graves e os compostos tóxicos relacionados podem ser facilmente transferidos para a água, solo e sedimentos. O acúmulo ao longo do tempo de grandes entradas de Hg no meio ambiente resulta na ocorrência generalizada de Hg em toda a cadeia alimentar, exigindo ações para identificar as principais fontes locais de Hg. O Pantanal brasileiro é uma planície de inundação que cobre uma área de quase 140.000 km 2 e está sujeito a inundações sazonais e monomodais, principalmente uma vez por ano. Por ser o receptor final de poluentes, derivados de pressões antropogênicas, é uma região vulnerável ameaçada pelas tendências recentes de desenvolvimento econômico, principalmente por queimadas persistentes e letais ocorridas sobretudos nos anos de 2018 a 2020. Traços de mercúrio já foram encontrados em algas, peixes e répteis no Pantanal Norte; o que traz preocupação para o frágil equilíbrio desse ecossistema bem como para a saúde animal e da população ribeirinha. Neste sentido, o objetivo desta pesquisa foi avaliar a origem do mercúrio no Ecossistema Pantanal Norte. Com uma metodologia exploratória, as coletas ocorreram nas nascentes, percurso e fozes dos rios Jauru, Cabaçal, Sepotuba e Paraguai, cujas águas formam a montante das bordas do Pantanal. Foram considerados 48 pontos, sendo coletados amostras de folhas, solo, sedimento, zooplâncton e material particulado em água. Para determinação do THg foi utilizado um analisador direto (DMA 80), seguindo então para análises estatísticas. Houve relações significativas dos quatro rios e áreas estudadas para solo (p<0,05). E entre as áreas de nascente, percurso e foz, houve relações significativas para sedimentos (p<0,05). No conjunto dos rios estudados, o rio Cabaçal apresentou a maior concentração de THg para zooplanctons, (11,01 ± 5.34 ug/kg), solo (15,58 ± 16.77 ug/kg) e folhas (21,81 ± 10,18 ug/kg), enquanto o rio Jauru apresentou para sedimentos (3,67 ± 21,47 ug/kg). O rio Cabaçal foi associado a intensa sedimentação da litologia da bacia e a ocorrência de Latossolos, associado ao uso da terra, além da própria dinâmica fluvial. O rio Jauru associado a PCHs estabelecidas na região desde 1990. As concentrações encontradas mesmo abaixo dos limites estabelecidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) exigem ações governamentais no sentido de prevenir a contaminação ambiental, orientando e conscientizado sobre os riscos a qual a população pode estar exposta, bem como a preservação deste frágil ecossistema. O monitoramento contínuo deve ocorrer principalmente por conta de o número de focos de queimadas terem aumentado nos últimos dois anos (2020-2021) no Bioma Pantanal.

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  • KAREN MAMORE DE MATOS SEBALHOS
  • GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS: OBJETIVOS DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL (ODS) E A INCLUSÃO SOCIOPRODUTIVA DE CATADORES DE MATERIAIS RECICLÁVEIS EM CÁCERES-MT.

  • Orientador : SANDRO BENEDITO SGUAREZI
  • Data: 27/09/2022


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  • GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS: OBJETIVOS DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL (ODS) E A INCLUSÃO SOCIOPRODUTIVA DE CATADORES DE MATERIAIS RECICLÁVEIS EM CÁCERES-MT.

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  • EDIMAR FRANCISCO SOARES
  • OS SABERES TRADICIONAIS E A EDUCAÇÃO ESCOLAR SOBRE A FAUNA DO ECÓTONO DO SUDOESTE DE MATO GROSSO NA ESCOLA ESTADUAL DO E NO CAMPO MADRE CRISTINA.

  • Data: 19/12/2022


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  • Um dos marcos estabelecidosda espécie humana com outras formas de vida se consubstancia no vínculo com outras espécies animais, sobretudo as que servem de alimento, viabilizadas por meio da caça. Além da elaboração de estratégias para garantir a caça almejada, o conhecimento tradicional, neste caso, sobre as formas de uso, bem como sobre mitos,lendas e tabus relacionados à fauna silvestre, também, foi se construindo, se fazendo herança entre as comunidades. Nas sociedades contemporâneas, esse vínculo ainda é existente em comunidades tradicionais. Na educação, esses conhecimentos podem contribuirde forma efetiva para a superação da distância entre escola e comunidade, colaborando na educação escolar. Na modalidade da Educação do Campo, os conhecimentos tradicionais trazidos para a sala de aula promovem uma ferramenta importante na formação socioambiental dos sujeitos do campo, visto que despertam e intensificam o sentimento de integração com a natureza, bem como propiciam a conscientização e a sensibilização em relação às questões ambientais. Diante disto, estabelece-se o problema de pesquisa: “Que saberes os educandos e a comunidade do Assentamento Roseli Nunes, que se localiza em uma região de ecótono, no sudoeste do Estado de Mato Grosso, possuem em relação à fauna local?” e “Esses saberes são considerados na educação escolar?”. Para tal, a pesquisa está estruturada em dois capítulos. No primeiro capítulo, analisa-se o conhecimento tradicional dos educandos em relação à fauna local e se este é considerado na educação escolar da Escola Estadual Madre Cristina. Os resultados encontrados apontaram que os educandos possuem um rico conhecimento tradicional em relação àfauna local. Portanto, há a necessidade de maior consideração e visibilidade desse conhecimento dentro da educação escolar local. Por certo, os saberes em relação à diversidade e à ecologia das espécies silvestres, presentes no Assentamento, se consideradas na educação escolar, promoverão um aprendizado de forma mais dialógica e com mais sentido aos educandos. Já no segundo capítulo, apresenta-se descrição dos conhecimentos da comunidade sobre a fauna local relacionados ao uso, aos mitos, às lendas e aos tabus, e como estes se vinculam à educação escolar da Escola Estadual Madre Cristina. Neste tocante, a análise dos dados apontou que os entrevistados possuem um rico conhecimento sobre a fauna local, frise-se, um ponto característico de comunidades tradicionais. Tais conhecimentos estão relacionados às produções desenvolvidas pelas famílias assentadas, à percepção dos impactos ambientais locais, ao conhecimento sobre a ecologia da fauna e à prática da caça ainda existente. Além disso, também influem em saberes sobre contos, mitos e lendas. Assim, faz-se necessário explorar com mais afinco esses conhecimentos da comunidade, de forma que a abordagem da realidade local contribua efetivamente na educação escolar dos educandos.

Teses
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  • MAIARA THAISA OLIVEIRA RABELO
  •  

    IMPLEMENTAÇÃO DA POLÍTICA NACIONAL DE  
    RECURSOS HÍDRICOS NA REGIÃO HIDROGRÁFICA  
    DO PARAGUAI: GOVERNANÇA EM CONSTRUÇÃO

  • Orientador : CAROLINA JOANA DA SILVA
  • Data: 22/02/2022


  • Mostrar Abstract
  •  

    Este trabalho versa sobre a gestão e o planejamento dos recursos hídricos da Região  
    Hidrográfica do Paraguai – RH Paraguai. A importância desta região hidrográfica,  
    especialmente por incluir em sua área a maior planície de inundação contínua do mundo,  
    o Pantanal Mato-grossense, considerado como Patrimônio Nacional, Patrimônio da  
    Humanidade e Reserva da Biosfera, contemplando ainda quatro sítios reconhecidos pela  
    Convenção Ramsar de Conservação de Áreas Úmidas de Interesse Internacional, explica  
    o grande interesse que o bioma desperta no Brasil e no mundo. Diante de tal importância,  
    a sociedade civil conseguiu, junto ao Conselho Nacional de Recursos Hídricos, a  
    realização de um Plano de Recursos Hídricos para RH Paraguai, com o objetivo de  
    considerar os usos múltiplos da água ameaçados pela expansão do aproveitamento  
    hidrelétrico nos rios formadores do Pantanal, sem qualquer planejamento. Esses  
    barramentos têm alto potencial de afetar a migração reprodutiva dos peixes e, por  
    conseguinte, a pesca profissional-artesanal e o turismo de pesca, importantes atividades  
    sociais e econômicas da região. Neste trabalho avaliou-se a participação dos diversos  
    usuários nas oficinas de elaboração do PRH Paraguai, suas demandas e possíveis  
    conflitos, com o objetivo de analisar o planejamento, a gestão participativa e a governança  
    dos recursos hídricos no âmbito da construção e implementação do Plano de Recursos  
    Hídricos da Região Hidrográfica do Paraguai.

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  • JOSE ALDAIR PINHEIRO
  • “HISTÓRIA AMBIENTAL DO PROJETO DE COLONIZAÇÃO TERRANOVA: necessidades e possibilidades da Educação Ambiental na Amazônia Norte Mato-grossense em transformação”.

  • Orientador : AUMERI CARLOS BAMPI
  • Data: 04/03/2022


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  • Esta tese aborda a História Ambiental do Projeto de Colonização Terranova localizado nos municípios de Terra Nova do Norte e Nova Guarita no extremo-Norte de Mato Grosso. A abordagem retrata a configuração histórica e atual no tocante à relação desta sociedade com a natureza em seus locais de vida. O Projeto de Colonização Terranova trata-se de um processo de reocupação desse território, via Colonização Oficial do governo militar implantado no ano de 1978 através do INCRA e da Cooperativa Coopercana. Neste Projeto foram assentadas famílias camponesas sem-terras que ocupavam ilegalmente as reservas indígenas da região do alto Uruguai – RS, onde viviam em situação de conflito pela posse da terra. A partir do enfoque da História Ambiental, a problemática central da tese procurou responder as seguintes indagações: Quais condições socioambientais levaram/motivaram os sulistas da região do Alto Uruguai/RS aceitar a proposta de migrar para o Projeto de Colonização Terranova no Norte de Mato Grosso?Como se deu o processo de apropriação e uso da natureza, tendo em vista a crise socioambiental vivida pelos camponeses atualmente na área de estudo da pesquisa? O objetivo da pesquisa é analisar as relações entre sociedade e natureza, representadas pelos camponeses e o Projeto Terranova, na perspectiva da História Ambiental, para o enfrentamento e superação dos desafios à crise socioambiental local por meio das possibilidades ofertadas pela educação ambiental.A abordagem do estudo tem por base a pesquisa qualitativa. Nesta perspectiva e de modo a contemplar os objetivos traçados e responder às questões da tese, foi definindo o método dialético para a abordagem científica da pesquisa. Quanto aos procedimentos e técnicas de coletas de dados utilizamos, primeiro a pesquisa bibliográfica e documental. Em seguida, para os dados de campo utilizamos a observação participante, caderno de campo e entrevistas semiestruturadas tendo por base métodos da história oral de vidas e a entrevista compreensiva. Os interlocutores participantes são camponeses remanescentes nos lotes rurais desde o início do Projeto. Os resultados mostram que a criação e implantação do Projeto Terranova desconsiderou o povo indígena krenakarore, que habitavam esse território. Desconsiderou, também a realidade socioambiental dos camponeses migrantes em suas trajetórias de vida e a migração para o bioma amazônico sem qualquer preparação ou conhecimento do ecossistema local. O desenvolvimento do Projeto Terranova reproduziu o ethos sulista do desmatamento civilizador baseado na exploração dos recursos naturais e na produção de matérias prima para os mercados nacionais e internacionais. No processo de reocupação foi implantado um modelo de desenvolvimento baseado na exploração dos recursos naturais, na qual as famílias camponesas foram inseridas e concebidas como pequenas unidades de produção para o mercado nacional e internacional. Consequentemente, isso gerou impactos e transformações profundas no meio ambiente levando a uma crise socioambiental local que impõe a essa sociedade a busca de alternativas de enfrentamento da crise e a construção de uma vida coletiva mais sustentável.

     

3
  • MAIRA LUIZA SPANHOLI
  •  

     

    BENEFÍCIOS ECONÔMICOS DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DE MATO  
    GROSSO: ANÁLISES A PARTIR DA ECONOMIA DO MEIO AMBIENTE

  • Data: 29/03/2022


  • Mostrar Abstract
  •  

    Esta tese apresenta quatro estudos sobre valoração econômica ambiental. Como fio comum, os  
    capítulos trazem a temática das Unidades de Conservação (UCs) no estado de Mato Grosso e  
    sua importância na proteção ambiental e na geração de receitas. O primeiro estudo-
    “Contribuição das Unidades de Conservação no desmatamento evitado em Mato Grosso” – traz  
    um histórico da criação de Unidades de Conservação em Mato Grosso, descrevendo suas  
    principais características e suas proporções em território. As UCs são instrumentos importantes  
    na conservação do meio ambiente, principalmente porque o Mato Grosso tem sua cobertura  
    florestal transformada ao longo dos anos, para dar lugar à produção agropecuária. Esse  
    crescente desmatamento faz com que a capacidade de absorver carbono da atmosfera seja  
    reduzida, além de aumentar a sua emissão, pois as árvores em decomposição emitem o CO2
    acumulado ao longo de sua vida. Os principais resultados encontrados mostram que a criação  
    das UCs consegue evitar o desmatamento, e como consequência impedem emissões de gases  
    de efeito estufa e reduzem a erosão do solo, com possíveis benefícios monetários oriundos  
    dessa conservação. O segundo estudo- “O ICMS ecológico nos municípios de Mato Grosso” -
    investiga a importância do ICMS ecológico para os municípios de Mato Grosso, verificando se é  
    um mecanismo capaz de incentivar os gastos com a função Gestão Ambiental e os índices de  
    bem-estar (saúde, educação e emprego e renda). Para tal, é feita uma descrição sobre o ICMS  
    ecológico no estado de Mato Grosso desde a sua implementação, no ano 2002 até a atualidade,  
    mostrando que o número de municípios aptos a receberem a transferência tem crescido,  
    significando que a preocupação com a proteção ambiental tem aumentado nos municípios do  
    estado, já que o ICMS ecológico é repassado para aqueles municípios que possuem UCs ou  
    Terras Indígenas em seu território. Como resultado, observou-se que os municípios que recebem  
    ICMS ecológico gastam mais na função de gestão ambiental. Portanto, mesmo não sendo uma  
    receita que tenha uma finalidade determinada em lei, os municípios tendem a usá-la para fins  
    ambientais. Assim como os municípios que possuem conselhos ambientais tendem a gastar mais  
    na gestão ambiental. O terceiro estudo- “Contribuições econômicas do uso público no Parque  
    Nacional da Chapada dos Guimarães (PARNA)” – trata da questão relacionada à contribuição  
    de uma UC – PARNA Chapada dos Guimarães – na geração de receitas monetárias e postos de  
    trabalho. Com a crescente visitação que ocorre na área, o impacto econômico dos gastos dos  
    visitantes aumenta a cada ano. Como resultado, verificou-se que o impacto econômico da  
    visitação variou entre R$39,7 milhões e R$137,8 milhões entre os anos de 2015 a 2019, gerando  
    empregos diretos e indiretos. Os resultados obtidos evidenciam a importância do PARNA para a  
    região da Chapada dos Guimarães. O quarto estudo - “Turismo e áreas protegidas no Pantanal:  
    potencialidades do Sistema de Baías Chacororé – Sinhá Mariana” demonstra o potencial turístico  
    dos municípios de Barão de Melgaço e Santo Antônio do Leverger, e estima os possíveis ganhos  
    municipais caso essa atividade seja estimulada através da criação de uma UC na região.

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  • MARCOS DOS SANTOS
  • ELEMENTOS AMBIENTAIS, USO E OCUPAÇÃO DA TERRA, FRAGILIDADE AMBIENTAL E A MORFODINÂMICA DA BACIA HIDROGRÁFICA DO CÓRREGO CACHOEIRINHA, MATO GROSSO

  • Orientador : CELIA ALVES DE SOUZA
  • Data: 20/04/2022


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  • Esta pesquisa foi desenvolvida na bacia hidrográfica do córrego Cachoeirinha, localizada no município de Cáceres, Mato Grosso. O objetivo foi estudar as características ambientais, as unidades pedológicas, os diferentes tipos de uso da terra, as fragilidades ambientais e a morfodinâmica da bacia. A metodologia incidiu primeiramente, em estruturar este estudo em cinco capítulos e realizar a caracterização dos elementos ambientais através de revisão em publicações científicas, das cartas topográficas do Projeto RADAMBRASIL, do Ministério do Exército e do Atlas de Mato Grosso - Secretaria de Estado de Planejamento de Mato Grosso – SEPLAN. A delimitação da área da bacia foi realizada por meio do Modelo Digital de Elevação (MDE) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), a confecção dos mapas temáticos através do banco de dados do IBGE e atividades de campo. A caracterização das unidades pedológicas mais representativas foi obtida com base nos manuais da EMBRAPA, observações em campo, abertura de trincheiras, descrição morfológica, coletas e análises físico-químicas dos solos. O processo de uso e ocupação e cobertura da terra foi caracterizado por meio de publicações científicas, documentos públicos, mapas e informações do INCRA e do MAPBIOMAS com imagens referentes aos anos de 1986, 1996, 2006 e 2020, processados no software QGis 3.4.6 e atividades de campo com entrevista informal. A compartimentação da bacia em alto, médio e baixo curso e a caracterização da rede de drenagem foi através da SEPLAN-MT, a confecção dos mapas com as classes de fragilidade foi realizada por meio da álgebra de mapas “Calculadora Raster”, seguindo adaptações de produções científicas. Na definição dos parâmetros morfométricos, foram realizadas atividades de campo nos meses de março e agosto/2020 (períodos de cheia e estiagem na bacia) para as observações, realizar a batimetria, coleta de amostras de água para análise a fim de quantificar a carga sólida suspensa. Os resultados do primeiro capítulo mostraram que o clima regional é Aw. Entretanto, as diferentes altitudes influenciaram na formação de duas unidades climáticas, o Tropical de Altitude Mesotérmico Quente da Fachada Meridional das Chapadas e Planaltos, com área de 69,16%, compreendendo o alto curso da bacia (Província Serrana), e o Tropical Megatérmico Sub-Úmido das Depressões e Pantanais de Mato Grosso, que ocupa 30,84% no médio e baixo curso (Depressão do Alto Paraguai e Planície do Rio Paraguai). Das formações geológicas, evidencia-se o Arenito da Formação Raizama, presente em 27,88% do alto curso da bacia, desenvolvendo importante função no processo de abastecimento do lençol freático e, a Formação Sepotuba, ocupando os vales do alto e médio curso, onde escoam as vertentes fluviais, com área equivalente a 41,03%. A Geomorfologia evidencia a Província Serrana, ocupando 52,65% da bacia (alto curso) e a Planície do Rio Paraguai com área de 0,24% no baixo curso, ambiente de deposição de sedimentos que influencia na exuberância da paisagem florística. A cobertura vegetal predominante é do tipo Savana, com características influenciadas, principalmente, pelos atributos pedológicos. A maior unidade é a Savana Arborizada sem floresta-de-galeria, cobrindo 54,78% da bacia, correspondente às áreas com altitudes mais elevadas (315 a 700 metros) na Província Serrana. A composição de maior estatura é a Floresta Estacional Semidecidual Aluvial com dossel emergente, presente no baixo curso, região da Planície do Rio Paraguai. No segundo capítulo, 24 foram apontadas as unidades pedológicas, evidenciando a maior representatividade o Neossolo Regolítico, ocupando uma área de 40,69% na região da Província Serrana e os Latossolos, em 40,5% na Depressão do Alto Paraguai, região em que é desenvolvido o monocultivo de grãos e a pecuária de leite e corte. O terceiro capítulo mostrou que o uso e a ocupação iniciaram durante o século XVIII com atividades agrícolas e extrativas de subsistência. A partir do século XIX, com a chegada de imigrantes, houve a inserção da agricultura mecanizada, iniciando conflitos sociais, desmatamento de grandes áreas, queimadas, uso de agrotóxico, erosão e compactação do solo, dentre outros impactos. Na atualidade, 63% da bacia são cobertas pela vegetação do Cerrado, 34,52% são ocupadas por pastagem e 1,68%, pelo monocultivo de grãos. No quarto capítulo, mostra-se que a fragilidade ambiental muito forte está na região da Província Serrana com área de 11,57% da bacia, onde o relevo é declivoso e a menor classificação (muito fraca e fraca) encontra-se nos vales da Depressão do Alto Paraguai e na Planície do Rio Paraguai, onde o relevo apresenta menor declividade. Em relação ao clima, a fragilidade forte foi na área de domínio do clima Tropical de Altitude Mesotérmico Quente da Fachada Meridional das Chapadas e Planaltos, como consequência da maior incidência da precipitação em encostas declivosas. Quanto aos solos, o Neossolo Flúvico Tb eutrófico típico na Planície do Rio Paraguai e o Neossolo Litólico eutrófico na Província Serrana apresentaram fragilidade muito forte e, com fragilidade fraca, para os Latossolos do médio curso, onde o relevo apresenta-se suave ondulado. Onde aparece a cobertura da terra pela Formação Florestal no baixo curso, a fragilidade ambiental é muito fraca (23,57% da bacia), para a Formação Savânica e Campestre, 39,37% de área no alto curso, a fragilidade é fraca. A classe de fragilidade potencial (46,42% de área) e emergente (68,19% da bacia) de maior expressividade é a média. O aumento da área ocupada entre as fragilidades acontece com a inserção do uso e ocupação da terra. O quinto capítulo mostra que a geomorfologia criou o padrão de escoamento exorreica e a drenagem paralela. A densidade de drenagem foi de 0,52 km/km² e de canais, 0,10 canais/km², considerada baixa em razão da geologia e geomorfologia da bacia. Os períodos de cheia e estiagem influenciam nos índices de vazão, profundidade, velocidade e, consequentemente, no aporte da descarga líquida e sólida ao rio Paraguai. A realização deste estudo permitiu o conhecimento sobre as características da bacia, que poderão nortear ações de gestão ambiental e contribuir na conservação ambiental.

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  • BRENO DIAS VITORINO
  •  

    Redes ecológicas e o mutualismo entre aves e plantas: de uma área protegida a ambientes urbanos na região Neotropical.

  • Orientador : JOSUE RIBEIRO DA SILVA NUNES
  • Data: 22/04/2022


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  •  

    Interações mutualísticas são aquelas com efeitos positivos para todos envolvidos e esse incrível processo é sabidamente um dos principais pilares que estruturam as comunidades biológicas. Nessa perspectiva, as análises de redes ecológicas surgem como promissora ferramenta, incluindo as interações entre as espécies como uma camada adicional para desvendar processos ecológicos. Dessa forma, nessa tese -em desenvolvimento-, utilizando abordagens de redes ecológicas, avaliamos interações mutualísticas entre aves e plantas.  O documento encontra-se dividido em três capítulos: no primeiro “Influence of sampling methods on the description of a neotropical seed dispersal network”, abordamos como diferentes métodos de amostragem podem comprometer a intepretação da rede avaliada. Entre nossas descobertas, destacamos que a escolha do método, fitocentrico ou zoocentrico, influencia significativamente a caracterização das redes, com implicações estruturais e a nível de espécie. No capítulo 2: “Core-periphery roles of birds in a Neotropical seed dispersal network is determined by abundance”, descrevemos a rede de dispersão de sementes de uma área preservada e identificamos entre as aves, aquelas com posições “núcleo” bem como quais são os principais determinantes ecológicos que podem influenciar nesse posicionamento. Nossos resultados apontaram uma rede com estrutura modular e formação core-periphery. A partir da congruência de diferentes framewoks, destacamos Ramphocelus carbo e Pipra fasciicauda como umas das espécies mais centrais da rede, e evidenciamos que mesmo sendo um sistema de interações estabelecido em área preservada, a abundância foi um dos principais determinantes de papeis estruturais assumidos pelas aves. No terceiro capítulo: “Assessing the ecological determinants of interactions to plan for urban greening: an example with a plant-hummingbird network”, nós descrevemos uma um sistema estabelecido em ambiente urbano e, de maneira pioneira, identificamos os principais drivers ecológicos que governam as interações entre beija-flores e plantas de um ambiente antropizado. Evidenciamos que entre os mecanismos de neutralidade e nicho, os fatores fenológicos (nicho) foram os mais explicativos. Além disso, avaliando a robustez desse sistema utilizando um recente modelo de rearranjo pós simulações de extinções locais, descobrimos que a perda/retirada de plantas nativas em detrimento as exóticas, afeta mais a estrutura da rede e o mecanismo de matching morfológico entre as espécies (nicho), promove maior robustez.

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  • ANGÉLICA VILAS BOAS DA FROTA
  •  Diversidade taxonômica e funcional de aves em áreas da planície  
    de inundação do Pantanal.

  • Orientador : JOSUE RIBEIRO DA SILVA NUNES
  • Data: 26/04/2022


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  • Aves podem ser indicadores eficazes das condições ecológicas em áreas úmidas, pois  
    constituem um dos grupos biológicos mais diversos, apresentam alta mobilidade, e
    desempenham funções ecológicas fundamentais que garantem a manutenção dos serviços  
    de suporte e regulação ecossistêmica. Nesta pesquisa, avaliamos a diversidade
    taxonômica e funcional das aves por meio de diferentes abordagens, utilizando o grupo
    como um potencial indicador ecológico para contribuir nas ações de conservação e de
    planejamento ambiental na planície de inundação do Pantanal brasileiro. Para isso,  
    estruturamos o documento em quatro capítulos, que geraram dois artigos publicados, um  
    artigo submetido e um artigo em fase de elaboração. O primeiro capítulo, consiste em  
    uma visão geral do conhecimento científico sobre as aves do Pantanal com base nas  
    publicações dos últimos 30 anos, o que nos possibilitou fundamentar e direcionar  
    pesquisas futuras. No segundo capítulo, inventariamos e consolidamos uma lista de  
    espécies de aves que ocorrem em uma área protegida do Pantanal que é reconhecida como  
    uma área úmida de importância internacional, o que permitiu contribuir no conhecimento  
    do padrão de distribuição e ocorrência de aves nesta planície de inundação. No terceiro
    capítulo, buscamos compreender como a riqueza, abundância e estrutura funcional das  
    aves com distintos graus de dependência das áreas úmidas são influenciadas pela  
    dinâmica do pulso de inundação, com a expectativa de encontrar respostas ecológicas  
    distintas ao ciclo hidrológico. No quarto capítulo, propomos investigar se a modificação  
    dos habitats ao longo dos ciclos hidrológicos afeta a diversidade taxonômica e funcional  
    de aves, para acessar as mudanças ambientais em uma planície de inundação tropical.  
    Esperamos contribuir para o conhecimento da diversidade taxonômica e funcional de aves  
    em planícies, bem como avançar nos esforços para a conservação das áreas úmidas

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  • BRUNO RAMOS BRUM
  •  RESILIÊNCIA DAS AVES FRENTE A POLUIÇÃO AMBIENTAL CAUSADA POR AGROTÓXICOS E
    MERCÚRIO NO PANTANAL MATO-GROSSENSE

  • Orientador : AUREA REGINA ALVES IGNACIO
  • Data: 30/06/2022


  • Mostrar Abstract
  • As rápidas mudanças ambientais induzidas pelo homem representam as maiores ameaças para as populações da vida selvagem e englobam muitas perturbações ambientais, incluindo perda de habitat, introdução de espécies exóticas, mudanças climáticas e contaminação por aplicações de fertilizantes e agrotóxicos, oriundos da complexa cadeia produtiva do agronegócio, que por sua vez, culmina num aumento da acumulação de metais como o mercúrio na água e no solo. A exposição de organismos não-alvo a estes compostos químicos, é bastante comum, resultando em inúmeros casos de intoxicação aguda na população silvestre, particularmente em aves, que possuem baixos níveis de enzimas detoxificantes, aumentando sua sensibilidade. Devido a persistência no ambiente e sua capacidade de bioacumulação e bimagnificação, tanto os multiresíduos de agrotóxicos, quanto o mercúrio, tem sido associado ao declínio de populações de aves em diversas partes do mundo. Deste modo, as aves têm desempenhado um importante papel como bioindicadoras ambientais, sendo que diferentes espécies podem ser úteis devido as distintas capacidades de bioacumulação. Estudos recentes indicam que a disponibilidade de multiresíduos de agrotóxicos e mercúrio podem ser aumentadas em áreas onde existem flutuações do nível da água e habitats vegetados que experimentam ciclos úmidos e secos durante o ano. Assim, áreas como o Pantanal brasileiro, que apresenta estas características, estão predispostas a serem hotspots de exposição aviária a estes compostos tóxicos. Diante disso, apresentamos no capítulo 1 uma pesquisa cienciométrica acerca dos impactos dos agrotóxicos utilizados na agricultura ao longo de 21 sobre as aves insetívoras, insetívoras. Foram encontrados 16 trabalhos, distribuídos em nove países, incluindo 50 espécies de aves enquadradas em quatro categorias de status populacional. Além disso os resultados demostraram que estas aves tiveram ao menos um órgão/tecido/estrutura (fígado, fezes, bolo estomacal, plasma sanguíneo, tecido muscular, itens alimentares, ovos) contaminado por um dos 21 tipos de compostos químicos apresentados nos artigos analisados, que afetam diretamente sobrevivência das mesmas. Aves insetívoros que habitam matas ripárias de planícies de inundação ao predar invertebrados os, tendem a ampliar o comprimento de suas cadeias alimentares, aumentando a oportunidade de biomagnificação de compostos químicos em seu organismo. O conhecimento sobre ecologia trófica e particionamento de recursos alimentares por aves insetívoras apresenta grande importância científica. Assim, no segundo capítulo investigamos as relações tróficas por meio de análises sobre partição de recursos alimentares, entre espécies de aves insetívoras de um gradiente longitudinal de mata ripária, na porção norte do Pantanal de Mato Grosso. Os espécimes foram capturados com rede de neblina por meio de uma sequência de 9 redes de 9m x 2m, malha 36mm, que permaneceram abertas durante 4 horas contínuas. Foram coletados 126 espécimes pertencentes a 14 espécies. Os itens alimentares mais consumidos pelas aves amostradas foram insetos pertecentes a ordem Coleoptera, Hyminoptera-Formicidae, Himenoptera, Diptera, Ixodida e Hymenoptera não Formicidae, respectivemante, indicando uma maior generalização das espécies estudadas quanto à exploração de alimento. Por fim, apresentamos no terceiro capítulo o primeiro trabalho utilizando aves insetívoras do Pantanal Norte como bioindicadores da exposição ao mercúrio, com o objetivo de conhecer o padrão de acúmulo deste metal em diferentes órgãos (músculo, fígado e encéfalo) e pena. Foram coletados um total de 218 exemplares e as amostras foram analisadas por espectrometria de absorção atômica de análise direta (DMA-80). As concentrações de mercúrio apresentaram valores em ordem crescentes, de músculo < encéfalo < fígado < pena, independentemente do local de coleta, apresentando variação na média nas concentrações de mercúrio de (0,07 a 0,27 µg.g-1), (0,04  a 0,62 µg.g-1), (0,14 a 0,81 µg.g-1 ) e (0,77  a 3,49  µg.g-1 ), respectivamente. Ao longo do gradiente o teste Kruskal-Wallis revelou diferenças significativas entre as concentrações nos tecidos onde músculo apresentou (KW = 73,88 p < 0,001), encéfalo (KW = 100,23, p < 0,002), fígado (KW = 65,42, p < 0,009) e pena (KW = 39,52, p < 0,005) de maneira que a concentração de mercúrio nos tecidos das aves insetívoras aumenta seguindo o sentido do curso d´água, dos pontos à montante Porte Estrela e Barra do Bugres para jusante, Taiamã. Nossos resultados evidenciam que o mercúrio está presente nas teias alimentares do Pantanal Norte do Brasil e pode se biomagnificar em concentrações significativas não somente em espécies predadoras piscívora, mas também em aves insetívoras da região estudada.

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  • MARIA APARECIDA DE SOUZA
  •  

    TERRITORIALIDADES FEMININAS CAMPONESAS DO CERRADO: IDENTIDADE,
    RESISTÊNCIA E PROTAGONISMO DE MULHERES EM TRÊS LAGOAS-MS

  • Data: 29/08/2022


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  • O tema territorialidades femininas camponesas do Cerrado desenvolvido nesta tese,  
    buscou contemplar abordagens envolvendo o bioma Cerrado e sua territorialização e as  
    consequências para as diversidades socioambientais e culturais. A importância gradual
    econômica do bioma processou-se pela próspera capacidade produtiva, na expansão das  
    fronteiras agrícolas brasileiras. O desenvolvimento do capital agrário nestes campos,
    viabilizou as transações e parcerias de setores privados e públicos com estratégias e  
    negociações para mercados internacionais agroexportadores. Este cenário histórico  
    implicou em alterações das relações socioambientais e culturais de povos tradicionais  
    cerradeiros, cujas dimensões materiais e imateriais nas relações dos sujeitos com o  
    território, se configuraram na consolidação das ações de sobrevivência e de identidades.  
    Estas relações conciliam teias de cumplicidades e vínculos criando uma feição singular,
    combinando as necessidades cotidianas da vida e a oferta da biodiversidade do Cerrado.
    Neste seguimento, buscou-se investigar o protagonismo das mulheres camponesas nos  
    territórios cerradeiros, suas experiências e legados. Para alcançar tal objetivo utilizou-se  
    da história de vida, metodologia integrante do universo das pesquisas qualitativas,  
    contando com os procedimentos da observação participante e entrevistas abertas.
    Apresentando incipientes resultados, tais técnicas foram suficientes para compreender  
    que, mesmo diante de condições da invisibilidade dada pela estrutura social patriarcal e  
    percalços impostos pelas transformações de trabalho no campo, as mulheres camponesas  
    participantes da pesquisa, revelaram que abrigam, com singeleza, os modos de vida  
    fundados nos campos cerradeiros e resguardam os costumes, imprimem nas práticas seus
    saberes culturais, promovendo sua proteção. Mesmo com resultados parciais da pesquisa,  
    é válido assegurar que, embora negligenciada, a presença feminina emerge como  
    protagonista na luta, no exercício das resistências e permanência na terra.

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  • SÉRGIO GOMES DA SILVA
  •  Alterações da estrutura das comunidades de morcegos e suas moscas ectoparasitas em paisagens antropizadas na Amazônia-Ecótono-Cerrado

  • Data: 17/11/2022


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  • As alterações antrópicas por ações do uso da terra na Amazônia e Cerrado em Mato Grosso se intensificaram ao longo das últimas décadas, incluindo a ampla zona ecotonal entre esses biomas. Entre os animais nessas paisagens estão os morcegos, que ofertam amplos serviços ecossistêmicos positivos, porém são prejudicados pelos impactos ambientais. Nós buscamos avaliar em uma ampla escala geográfica de Amazônia, Cerrado, e de ecótono entre estes biomas, alterações na riqueza, abundância e composição da comunidade de morcegos frente aos processos de perda e fragmentação de habitats, bem como os efeitos das associações dos morcegos e suas moscas, além de um relato de predação de uma espécie de morcego abundante por uma coruja tropical. A metodologia consistiu de captura de morcegos e suas moscas ectoparasitas em 24 remanescentes florestais em borda e interior de florestas do estado de Rondônia e Mato Grosso, entre os anos de 2018 a 2020. A extração de métricas da paisagem foi realizada com o uso do QGIS e com o software R analisamos a estrutura das comunidades de morcegos e suas moscas ectoparasitas através de análises que incluíram NMDS, CCA, ANOVA, Beta diversidade, GLMm e um modelo GDM. Também relatamos a tentativa de predação de um morcego frugívoro abundante por uma coruja tropical. Os resultados indicam que a estrutura da comunidade de morcegos é diferente entre a Amazônia e o Cerrado e a zona de transição amostrada é mais similar à composição de espécies encontrada na Amazônia. Separando a comunidade de morcegos entre a borda e o interior da floresta, a composição da comunidade de morcegos de interior é mais influenciada pela coesão florestal, enquanto a composição da comunidade na borda das florestas está relacionada aos biomas onde os remanescentes estão inseridos. As avaliações das moscas ectoparasitas revelam alta diversidade, e que sua composição é mais influenciada pela composição da comunidade de morcegos hospedeiros, sem influência do bioma e com pouca influência da paisagem sobre a estrutura das comunidades de moscas. Durante as coletas de dados foi registrada a tentativa de predação oportunística de uma espécie de coruja sobre uma espécie de morcego frugívoro, que complementam a história natural dessas espécies. Pesquisas avaliando respostas de fragmentação com ampliação da escala de amostragem são fundamentais para discussões mais abrangentes sobre estratégias de conservação dos ecossistemas neotropicais.

2021
Dissertações
1
  • ALEXANDRE FORGIARINI BASTOS ANICETO
  • Avaliação de técnicas de restauração ecológica com espécies  
    nativas em área de nascentes degradadas no Pantanal  
    Matogrossense.

  • Orientador : SOLANGE KIMIE IKEDA CASTRILLON
  • Data: 06/05/2021


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  • O objetivo deste trabalho foi avaliar diferentes técnicas de semeadura direta (em covas e a  
    lanço), bem como identificar a influência da transposição de serapilheira pós semeadura, para  
    emergência e estabelecimento de espécies nativas em trabalho de restauração ecológica numa  
    área de nascentes degradadas no município de Cáceres-MT. No experimento aqui apresentado
    foram analisadas, duas técnicas de semeadura direta (em covas e a lanço), em dois ambientes  
    distintos (com e sem a transposição de serapilheira), utilizando três espécies de plantas nativas,
    (Jacaranda cuspidifolia Mart., Sterculia apetala (Jaqc.) H. Karst., Vochysya divergens Pohl.),  
    em esquema fatorial (2x2) em uma área de nascentes degradada. Sendo quatro tratamentos: T1
    semeadura direta em covas, T2 semeadura direta em covas com serapilheira, T3 semeadura  
    direta a lanço e o T4 semeadura direta a lanço com serapilheira, com oito repetições cada. A
    emergência, estabelecimento foram monitorados por três meses e tiveram medidos altura,  
    diâmetro do colo e número de folhas por dez meses. Para a espécie S. apetala, o melhor  
    tratamento foi o T2, obtendo melhores valores em todos os parâmetros analisados nesse
    experimento. Para a espécie J. cuspidifolia T4 se mostrou mais eficiente para porcentagem de  
    emergência, estabelecimento, índice de velocidade de emergência, tempo médio de emergência,  
    já para as médias de altura e diâmetro do colo número de folhas e taxa de sobrevivência o T3  
    demonstrou ser mais promissor. Para a espécie V. divergens o tratamento que obteve melhores  
    valores em todos parâmetros analisados no experimento foi o T4. Sementes grandes apresentam  
    melhores taxas de germinação e emergência em campo, utilizando a técnica de semeadura  
    direta, quando comparadas com sementes pequenas, A serapilheira transposta após a semeadura  
    direta influenciou positivamente na emergência, estabelecimento e proporcionou plantas com  
    maior vigor ao final do experimento. Mostrando ser uma possibilidade para melhorar as chances  
    de emergência e estabelecimento de espécies com sementes pequenas, usadas em trabalho de  
    recuperação florestal. Assim, consideramos que o uso da transposição de serapilheira pode ser  
    um dos métodos auxiliares eficientes na restauração ecológica.

2
  • SARAH CAVALARI LADEIA
  • O USO DE FAIXAS DE PLANTAS ATRATIVAS PARA CONSERVAÇÃO DE POLINIZADORES E INIMIGOS NATURAIS NA CULTURA DE TOMATE E BERINJELA

  • Orientador : CARLA GALBIATI
  • Data: 28/05/2021


  • Mostrar Abstract
  • A gestão de habitats em paisagens agrícolas para incluir diversidade de espécies  
    de plantas com flores são importantes para aumentar ou manter as funções  
    múltiplas, tais como polinização e controle biológico. Diante do exposto, o  
    objetivo principal deste estudo foi avaliar o efeito de flores atrativas sobre os  
    serviços ambientais de regulação por insetos (polinização e controle biológico)  
    em duas espécies de solanáceas, o tomate (Solanum lycopersicum L.) e a  
    berinjela (Solanum melongena L.). O estudo da dissertação foi divido em dois  
    artigos: o primeiro artigo foi realizado em tomate comercial de (6200 m²) no  
    município de São José dos Quatro Marcos (Mato Grosso, Brasil). O delineamento  
    experimental foi inteiramente casualizado com 15 parcelas de 5 x 4 metros,  
    constituídas por 16 plantas de tomate, com dois tratamentos 1) tomate sem faixa  
    de flores atrativas (controle); 2) tomate com faixa flores atrativas de coentro e  
    sorgo. A amostragem dos insetos polinizadores e inimigos naturais foi realizada  
    com armadilha do tipo Bee bowls e coleta ativa durante 8 dias no florescimento  
    do coentro e 8 dias no do sorgo. A produção do tomate foi verificada pelo peso  
    dos frutos de 8 plantas/parcela. Os dados foram analisados pelo Teste t para  
    comparar a riqueza e a abundância de insetos entre os tratamentos. A produção  
    de tomate foi analisada por regressão múltipla para verificar o efeito dos  
    tratamentos (x1), da diversidade de insetos (x2) e da interação x1:x2. A  
    abundância de inimigos naturais foi maior no tomate com faixa atrativa com flores  
    de coentro (p= 0,03) e a riqueza de polinizadores foi maior no tomate com faixa  
    de flores de sorgo (p= 0,05). O efeito das duas faixas de flores consorciadas  
    (coentro + sorgo) aumentou em três vezes a abundância total de inimigos  
    naturais (IN) no tomate com faixas de flores (p= 0,04). A produção do tomate não  
    respondeu ao uso de faixas de flores atrativas e a diversidade de insetos. O  
    segundo artigo foi realizado em plantio de berinjela (2320 m2
    ) no município de  
    Cáceres (Mato Grosso, Brasil). O delineamento amostral foi inteiramente  
    casualizado composto por 2 tratamentos, testemunha (berinjela sem faixa de  
    flores atrativas, parcelas) e berinjela + faixa de flores sorgo com 5 repetições e  
    o total de 10 parcelas. Para amostragem dos insetos benéficos foi utilizada a  
    mesma metodologia do primeiro artigo. A produção do tomate foi verificada pelo  
    peso dos frutos, tamanho (cm), diâmetro e número de frutos em 10  
    plantas/parcela. As análises estatísticas foram as mesmas usadas no primeiro  
    artigo. Tanto na avaliação de inimigos naturais como na de polinizadores a  
    riqueza e abundância foram maiores nas parcelas que continham faixas de flores  
    atrativas de sorgo. A produção de berinjela em tamanho de frutos foi favorecida
    pela abundância de inimigos naturais e número de frutos pelo método de  
    polinização aberta. Assim, o plantio de faixas de flores atrativas de coentro e sorgo em cultivo de tomate e de sorgo em berinjela tem o potencial em favorecer  
    o aumento dos serviços de controle biológico e de polinização.

3
  • TATIANE AMORIM DE MATOS
  • “PERFIL
    SOCIOAMBIENTAL DE IDOSOS DE UMA REGIÃO DO PANTANAL MATOGROSSENSE: UM
    ESTUDO DAS ENDOPARASITOSES”

  • Orientador : ANTONIO FRANCISCO MALHEIROS
  • Data: 18/07/2021


  • Mostrar Abstract
  • Como o processo natural do envelhecimento, o idoso apresenta mudanças
    morfofisiológicas e imunológicas deixando o mais susceptível as diversas ooinfecções
    parasitárias. As endoparasitoses constituem um problema de saúde pública no Brasil,
    apresentando variações de acordo com as condições de saneamento básico, nível
    socioeconômico, grau de escolaridade, idade e hábitos de higiene, entre outras
    variáveis. O objetivo geral deste trabalho foi analisar a prevalência de endoparasitas
    em idosos frequentadores do Centro de Convivência e idosos e funcionários da
    Instituição de Longa Permanência no município de Cáceres-MT. As amostras foram
    analisadas empregando três técnicas laboratoriais, sendo elas: Hoffmann, Ritchie e
    técnica de coloração Safranina modificado, no laboratório de Biologia Parasitaria da
    Universidade do Estado do Mato Grosso (UNEMAT). As prevalências de parasitas
    intestinais foram: entre os idosos do Centro de Convivência (46,98%), idosos da
    Instituição de Longa Permanência (83,33%) e funcionários (84,61%). Os
    endoparasitas Criptosporidium sp., Cyclospora sp. e Giardia lamblia foram os mais
    prevalentes, com 22%, 19% e 18%, respectivamente. Esse estudo avaliou ainda as
    características sociodemográficas e hábitos de higiene pessoal dos idosos do Centro
    de Convivência e dos funcionários da ILP. Os resultados sugeriram uma condição
    epidemiológica preocupante da população idosa da ILP pois os altos índices de
    prevalência tanto nos idosos quanto nos funcionários evidenciam o alto risco de
    infecção e reinfecção nesse ambiente e mostra a necessidade de programas
    educacionais de conscientização das práticas higiênicas e de atenção básica a saúde
    da população idosa nessas instituições.

4
  • BRUNA DOS SANTOS FRANÇA
  • ESTRUTURA E DINÂMICA DE ALGAS PERIFÍTICAS NO
    PANTANAL MATO-GROSSENSE: POTENCIAL BIOINDICADOR
    DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS

  • Data: 04/09/2021


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  • Estudos ecológicos relativos ao perifíton, particularmente em ecossistemas
    aquáticos tropicais brasileiros são importantes ferramentas para o conhecimento
    da integridade biótica e auxiliam no desenvolvimento de diagnósticos das causas
    dos problemas ambientais, sendo utilizados por exemplo como indicador da
    qualidade da água e de seu estado trófico. Este trabalho teve como objetivo
    analisar a estrutura e dinâmica de algas perifíticas em diferentes escalas
    temporais e espaciais no Pantanal, Brasil. A comunidade de algas perifíticas foi
    avaliada em substratos naturais (macrófitas aquáticas) em área de inundação
    tropical, especificamente na Estação Ecológica de Taiamã, que se encontra na
    Bacia do Alto Rio Paraguai, Pantanal Mato-grossense. Na primeira abordagem,
    foram avaliados a dinâmica da diversidade taxonômica e funcional de
    diatomáceas a partir de filtros ambientais e a contribuição da diversidade
    funcional em área alagável tropical. Verificamos uma variação significante entre
    traços funcionais das comunidades nos diferentes períodos hidrológicos (cheia,
    vazante, estiagem e enchente) e uma substituição de espécies entre anos
    (diversidade taxonômica), sem que a comunidade perca sua característica
    funcional em cada fase do pulso de inundação, logo, indicamos a importância da
    determinação de traços funcionais em planícies de inundação. Na segunda
    abordagem, foram avaliados o potencial de metilação de mercúrio (Hg) no
    perifiton radicial de três espécies de macrófitas aquáticas: Paspalun repens P.J.
    Bergious, Salvinia auriculata Aubl., Eichhornia crassipes (Mart) Solms em
    relação ao indice trófico da comunidade perifitica em uma área de inundação
    tropical. As produções primárias de metilmercúrio no perifíton associado as
    raízes das macrófitas em estudo variaram entre as espécies, além disso foi
    verificado uma diminuição da produção primária de metilmercúrio conforme o
    aumento do índice trófico, o que indica a influência de produtores primários do
    perifíton nas taxas de metilação de mercúrio nos rizomas de macrófitas.
    Concluímos, que os resultados deste estudo contribuem para formação de dados
    sobre a comunidade perifítica e suas interações ecológicas, que podem servir
    como referências para intervenções que visem o manejo do sistema Pantanal,
    como na utilização de seus recursos hídricos, pois a dinâmica da comunidade é
    regulada pelas condições ambientais e o seu conhecimento pode auxiliar na
    avaliação da qualidade dos ecossistemas aquáticos.

5
  • RAQUEL SANTOS BATISTA
  • MACROINVERTEBRADOS BENTÔNICOS COMO INDICADORES BIOLÓGICOS DA QUALIDADE AMBIENTAL NO PANTANAL NORTE, CÁCERES-MT, BRASIL.

  • Orientador : ERNANDES SOBREIRA OLIVEIRA JUNIOR
  • Data: 07/09/2021


  • Mostrar Abstract
  • Os invertebrados aquáticos têm grande importância ecológica nos ambientes de água doce, participando de forma decisiva nos processos de fragmentação e decomposição da matéria orgânica. A identificação da macrofauna aquática é bastante significativa na determinação da qualidade ambiental mediante o uso de índices de biomonitoramento. Pesquisadores e empresas do mundo todo têm utilizado macroinvertebrados como peças para a qualificação ambiental por serem considerados bons indicadores biológicos, devido a sua sensíbilidade respondem as variações ambientais, os quais, de acordo com as famílias ali presentes recebem uma nota que serve para a criação e adaptação de índices de biomonitoramento de qualidade ambiental. Sendo assim, essa pesquisa objetiva investigar a biodiversidade de macroinvertebrados bentônicos em ambientes com diferentes graus de antropização, bem como qualificar sua eficiência e adequação de índices bióticos de avaliação em áreas úmidas tropicais na cidade de Cáceres, Mato Grosso. No primeiro trabalho foi realizada uma revisão cienciométrica de artigos científicos indexados nas bases de dados Scopus, ScienceDirect e Scielo, em um intervalo de 2000 a 2020; o segundo artigo, trata da descrição da diversidade da comunidade com uso dos indicadores de qualidade ambiental. Os resultados da pesquisa em análise cienciométrica mostraram uma produção científica de 314 artigos, dentre os quais, 60 índices bióticos foram abordados. Dentre estes, o EPT (Ephemeroroptera, Plecoptera e Trichoptera) foi o mais utilizado nas pesquisas científicas. Entre os índices encontrados, o único que apresentou tendência de uso para os próximos anos foi o ASPT (Average Score Per Taxon). Os índices estudados representam opções de monitoramento hídrico que, com adaptações, podem ser utilizados em diferentes climas e bacias hidrográficas do mundo. O segundo trabalho consiste em coleta de campo, realizada em oito locais (rio Paraguai, córregos urbanos, córrego Caramujo, lagos de dessedentação e Estação ecológica de Taiamã (UC- Campo, UC- Rio Paraguai e UC- rio Bracinho). Os macroinvetebrados foram coletados com auxílio de uma draga de Van Veen e no Laboratório foram analisados e identificados até o nível taxonômico de família. Para a tomada de dados das variáveis limnológicas, utilizou-se uma sonda multiparamétrica além da coleta de água para análise de nitrogênio e fósforo. A macrofauna foi reprentada por 2.210 indivíduos e a maior abundância foi encontrada em locais mais preservados. Relações positivas e estatisticamente significativas para o oxigênio dissolvido, temperatura da água e protocolo de avaliação rápida-PAR foram encontradas com a densidade de organismos (ind/m²). Os resultados demonstraram que o EPT e IBF (Índice Bentônico da Família) foram os melhores que condizem com a realidade dos ambientes, correspondente com os resultados do PAR. A análise de componentes principais (PCA) caracterizou cada ambiente com variáveis distintas. Podemos concluir que, para caracterização mais robusta dos ambientes aquáticos é necessário aplicação de vários índices bióticos em conjunto com as variáveis físicas e químicas, e assim fortalecer o monitoramento da qualidade ambiental bem como a criação de índices biológicos.

6
  • MICHELLE DO ESPIRITO SANTO BERTOLINO
  •  

    Dieta de Brycon hilarii e seu papel na conservação das florestas inundáveis em uma Unidade de Conservação”

  • Orientador : CLAUMIR CESAR MUNIZ
  • Data: 15/10/2021


  • Mostrar Abstract
  • Estudos relacionados a dieta de peixes contribuem para o conhecimento da biologia  
    das espécies, além de auxiliarem na investigação da ecologia trófica, competição e  
    predação dos peixes. No Pantanal, há indícios de antropização nos ambientes, que  
    afetam principalmente as populações ícticas, dentre os quais as cevas em ambientes  
    naturais que podem causar exagerado ganho calórico, sendo prejudicial para a saúde  
    dos peixes. O objetivo deste trabalho, dividido em 2 capítulos, foi analisar a dieta de  
    Brycon hilarii (Valenciennes, 1850), durante os quatro períodos hidrológicos,
    verificando as relações ecológicas dos espécimes coletados nos trechos de Rio  
    Paraguai/Porto Estrela, Rio Sepotuba e Estação Ecológica de Taiamã (EET). Foi  
    amostrado um total de 558 exemplares em campanhas mensais, durante os quatro  
    períodos do ciclo hidrológico no ano de 2013 a 2015 para o artigo 1 e no ano de 2019  
    a 2020 para o artigo 2. Os exemplares foram capturados com varas de bamboo, anzol,  
    linha de diferentes medidas e iscas naturais. Em seguida, acondicionados em caixas  
    térmicas e encaminhados para o laboratório, onde foram aferidos os dados  
    biométricos e retirados os estômagos para as análises. Os resultados do primeiro  
    artigo, evidenciam que Erythrina fusca Lour. (abobreiro), é o principal item alimentar  
    da dieta de B. hilarii. Durante a enchente foi observado um IAi de 95% e na cheia 60%.
    Além disso, B. hilarii mostrou ser especialista em se alimentar de E. fusca durante a  
    enchente, sendo generalista durante os períodos de cheia, vazante e estiagem. No  
    segundo artigo, os resultados mostram que a dieta de B. hilarii é a base de milho e  
    soja, nos trechos de rio Paraguai/Porto Estrela e rio Sepotuba, já na EET, a dieta  
    consiste em insetos, material dissolvido e restos vegetais. Assim, concluímos que os  
    períodos hidrológicos propiciam uma diversificação acentuada na oferta de itens  
    alimentares. Porém, devido a monodominância de E. fusca na EET, houve uma maior  
    disponibilidade deste item em sua dieta. No segundo artigo, B. hilarii pode-se concluir  
    que B. hilarii se mostra como especialista-oportunista, o que significa que, na  
    presença de ceva, tem preferência por este item, o que ocasiona uma desestruturação  
    em sua relação trófica.

7
  • SEBASTIÃO LEMES
  • Composição, Estrutura e Dinâmica da Comunidade Arbórea em Florestas na Estação Ecológica da Serra das Araras, Mato Grosso, Brasil


  • Orientador : MARIA ANTONIA CARNIELLO
  • Data: 01/12/2021


  • Mostrar Abstract
  • Os estudos sobre a dinâmica são importantes para que possamos entender as  
    características e estrutura de uma comunidade vegetal. A dinâmica florestal é  
    um processo pelo qual a floresta se mantém equilibrada, contribuindo com  
    importantes características da comunidade vegetal mantendo a estrutura e  
    composição ao longo dos anos. O atual estado de um ambiente florestal é  
    resultante das interações de diversos processos, o crescimento, a mortalidade e  
    a regeneração. Este trabalho objetivou avaliar a composição, estrutura e  
    dinâmica do componente arbóreo em áreas de formação florestal em dois  
    hectares na Estação Ecológica da Serra das Araras (Esec da Serra das Araras.  
    Foram utilizados dados de dois censos (2016 e 2019), em duas parcelas  
    permanentes de 100 X 100 m denominadas ESA-02 e ESA-03. O critério de  
    inclusão foi o diâmetro ≥ 10 cm à altura de 1,30 m do solo. Os descritores  
    fitossociológicos utilizados foram: densidade relativa, frequência relativa,  
    dominância relativa e valor de importância. Para a diversidade florística utilizouse Shannon-Wiener (H’) e para Equabilidade Pielou (J’). Para comparar os dados  
    de diâmetro, altura, área basal e número de árvores entre os censos utilizamos  
    teste-t. Para esta comunidade foram analisadas as classes de sucessão  
    ecológica. Foram catalogados em 2016, 694 indivíduos, 109 espécies, 79  
    gêneros e 39 famílias. Em 2019 nas mesmas áreas 614 indivíduos, 104 espécies,  
    78 gêneros e 38 famílias. A estrutura diamétrica da ESA-02 é mais heterogênea  
    que a ESA-03. Na área basal para ESA-02 e ESA-03 houve ganho na média, de  
    um censo para outro. A mortalidade ocorreu nos indivíduos que apresentaram  
    maior diâmetro. O presente estudo permitem inferir que a floresta se mantém  
    equilibrada, contribuindo com importantes características da comunidade vegetal  
    mantendo a estrutura e composição ao longo dos anos e mantendo o atual  
    estado de um ambiente florestal que é resultante das interações de diversos  
    processos em especial o crescimento, a mortalidade das plantas.

8
  • VALERIA LUCELIA DE OLIVEIRA CORREA
  • Dinâmica de carbono subterrâneo no Cerrado stricto sensu da Estação Ecológica  
    da Serra das Araras, sob diferentes históricos de fogo

  • Data: 30/12/2021


  • Mostrar Abstract
  • @font-face{ font-family:"Times New Roman"; }@font-face{ font-family:"宋体"; }@font-face{ font-family:"Calibri"; }@font-face{ font-family:"Arial"; }p.MsoNormal{ mso-style-name:Normal; mso-style-parent:""; margin-bottom:10,0000pt; line-height:114%; font-family:Calibri; mso-bidi-font-family:'Times New Roman'; font-size:11,0000pt; }p.MsoHeader{ mso-style-name:Cabeçalho; mso-style-noshow:yes; margin-bottom:0,0000pt; font-family:Calibri; mso-bidi-font-family:'Times New Roman'; font-size:11,0000pt; }span.msoIns{ mso-style-type:export-only; mso-style-name:""; text-decoration:underline; text-underline:single; color:blue; }span.msoDel{ mso-style-type:export-only; mso-style-name:""; text-decoration:line-through; color:red; }div.Section0{page:Section0;}

    O solo é um dos maiores reservatórios de carbono do ecossistema, conhecer a sua dinâmica, assim como quantificar o efluxo de CO2 para a atmosfera, possibilita não só a realização de cálculos de sequestro de carbono para aquele ecossistema, mas também auxilia na tomada de decisões na busca de mitigar as elevadas concentrações desse gás na atmosfera, uma vez que após a ocorrência de queimas, as emissões tendem a aumentar em virtude do carbono acumulado. O objetivo deste estudo foi analisar a variação do efluxo de CO2 do solo em áreas com diferentes históricos de fogo na Estação Ecológica da Serra das Araras, em Porto Estrela–MT, com o objetivo de aportar evidências sobre este importante processo em áreas de Cerrado. As áreas de estudo foram submetidas a queimas experimentais nos anos de 2018 e/ou 2019 (duas áreas queimadas por ano) e mantidas após estes eventos, em processo de regeneração natural. O efluxo foi mensurado mensalmente entre setembro de 2018 até março de 2020, com o auxílio de um analisador de gás infravermelho portátil, acoplado a uma câmara de retenção (EGM-4). O delineamento experimental consistiu em mensurar o efluxo de CO2 em 54 colares de respiração, distribuídos entre as seis áreas amostradas, sendo três áreas experimentais paralelas a três áreas de controle. Em cada área amostrada foi inserido um total de nove colares de respiração, cada um alocado um uma das nove sub-parcelas centrais. Mensuramos o efluxo de CO2 e registramos a variação sazonal nas emissões de CO2 entre os períodos de seca e chuva, pré e pós queima experimental, havendo uma sazonalidade climática que influencia o processo de respiração do solo, e a umidade é um dos fatores de maior influência. Os valores apresentados não seguiram a mesma sazonalidade em todas as áreas, embora nos primeiros seis meses que sucederam a queima, registramos maiores emissões de CO2 resultantes da respiração subterrânea nas áreas submetidas à queima experimental. Durante o período estudado os efluxos de CO2 do solo foram superiores nas áreas experimentais em relação às áreas de controle.

Teses
1
  • ANDERNICE DOS SANTOS ZANETTI ESPINOSA
  • DIVERSIDADE, PREVALÊNCIA E DISTRIBUIÇÃO DE  
    ENTEROPARASITAS EM DIFERENTES HOSPEDEIROS  
    DE TRÊS BIOMAS BRASILEIROS

  • Orientador : ANTONIO FRANCISCO MALHEIROS
  • Data: 25/03/2021


  • Mostrar Abstract
  • ZANETTI, Andernice dos Santos. Diversidade, prevalência e distribuição de  
    enteroparasitas em diferentes hospedeiros de três biomas brasileiros.  
    Cáceres: UNEMAT, 2021. 186 p. (Tese – Doutorado em Ciências Ambientais)1
    .
    Objetivo: Analisar a prevalência, diversidade e distribuição de enteroparasitas  
    em animais domésticos e silvestres provenientes de três biomas brasileiros  
    (Pantanal, Amazônia e Cerrado), e as suas interações com os seres humanos.  
    Métodos: Estudo de diversidade biológica e de hospedeiros, com inferências de  
    relacionamento entre espécies de organismos. Foram utilizados métodos de  
    revisão sistemática e meta-análise de dados previamente publicados no Brasil
    acerca de infecções por Blastocystis spp. e Entamoeba spp. Foram realizadas  
    coletas de 410 amostras fecais de animais domésticos e silvestres de regiões  
    dos biomas brasileiros, Pantanal (155 amostras), Amazônia (131) e Cerrado
    (124). Exames coprológicos foram realizados com as técnicas de Hoffman e  
    Sheather. O teste qui-quadrado foi usado para avaliar diferenças significativas.  
    O índice de diversidade de Shannon mediu a diversidade, abundância e  
    equitabilidade das espécies de parasitas. Resultados: As análises  
    determinaram uma prevalência geral combinada de infecções por Blastocystis
    spp. em humanos no Brasil de 24% e por Entamoeba spp. de 22%. Dentre os
    animais, os mamíferos resultaram os mais prevalentes nas infecções por ambos  
    protozoários. Os subtipos de Blastocystis spp. identificados nos diferentes
    hospedeiros foram os compreendidos desde o ST1 até ST8. Dentre as espécies  
    identificadas de Entamoeba spp., E. coli resultou a mais prevalente com 86,5%,  
    E. dispar (7,9%), E. histolytica (3,1%) e E. hartmanni (1,9%). A prevalência geral  
    de infecção por parasitas intestinais nas 280 amostras coletadas dos diferentes  
    animais domésticos de produção e silvestres no estado foi de 79,64%. Os  
    animais domésticos de produção apresentaram uma positividade de 87% e os  
    animais silvestres 51%. Blastocystis spp. foi o protozoário mais prevalente  
    seguido do Complexo Entamoeba histolytica. Entre os helmintos os  
    ancilostomídeos foram os mais prevalentes, seguido de Ascaris spp. A  
    diversidade de espécies foi alta em todos os biomas, porém a análise de  
    diversidade e equitabilidade de Shannon registrou maiores índices no bioma  
    Pantanal (H=2,3143; E=0,7381), seguido da Amazônia (H=2.1483; E=0,7933) e  
    Cerrado (H=1,9487; E=0,7384). A prevalência geral de infecção por parasitas  
    intestinais nas 130 amostras coletadas de cães dos biomas foi de 57%. Entre os  
    helmintos os ancilostomídeos foram os mais prevalentes, seguido de Toxocara
    spp. Os protozoários mais prevalentes foram Blastocystis spp. seguido de  
    Giardia spp. e Entamoeba coli. A diversidade de espécies foi alta em todos os  
    biomas e não houve diferença estatística significativa entre as prevalências dos  
    biomas estudados. Conclusões: Através da meta-análise foi observada uma  
    alta prevalência de infecção por Blastocystis spp. e Entamoeba spp. na  
    população brasileira. Blastocystis spp. apresentou prevalências de até 40% nas  
    regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Entamoeba spp. com prevalências de até  
    50% nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Embora existam porcentagens  
    de prevalências contrastantes entre as diferentes regiões, existe uma ampla  
    10
    distribuição de Blastocystis spp. e Entamoeba spp. no Brasil, o que reflete os  
    problemas sanitários ainda existentes em todo país. Entre os animais, os  
    mamíferos exibiram as taxas de prevalência de Entamoeba spp. e Blastocystis
    spp. mais altas, e os animais domésticos de criação e os silvestres em cativeiro  
    são possivelmente os mais relacionados à transmissão desses protozoários  
    intestinais no Brasil. Nas análises coprológicas das amostras coletadas de  
    diferentes animais, domésticos de fazenda, pets (cães) e silvestres, nos três  
    biomas, foi observada uma alta prevalência e diversidade de enteroparasitas. A  
    análise de diversidade de espécies revelou a presença de 24 espécies de  
    parasitas, sendo Blastocystis spp. e o complexo Entamoeba histolytica os  
    protozoários mais prevalentes, e ancilostomídeos, Ascaris spp. e Toxocara spp.  
    os helmintos de maior prevalência. A semelhança de prevalências e diversidade  
    de espécies encontrada nos três biomas estudados pode ser explicada pelas  
    condições de temperatura e umidade, práticas de manejo nas propriedades  
    rurais e programas sanitários de controle de agentes infecciosos praticamente  
    iguais nos três municípios a que pertencem. A sobreposição de áreas contendo  
    animais silvestres e animais domésticos neste estudo aponta para o risco de  
    troca de parasitas entre as espécies. Nossos resultados evidenciam a  
    necessidade de maiores investigações e implantação de medidas de controle de  
    infecções enteroparasitárias de áreas rurais próximas a fragmentos de florestas,  
    pois os animais domésticos mantêm as infecções em ambientes domésticos e,  
    assim, podem ser responsáveis pela transmissão de diversos parasitas à  
    animais silvestres que vivem nas proximidades, bem como para os humanos, o  
    que significa que o risco de doenças em animais e zoonoses é alto nessas áreas.

2
  • JOSIEL DORRIGUETTE DE OLIVEIRA
  • UNIDADES GEOAMBIENTAIS, USO E OCUPAÇÃO DA
    TERRA, COBERTURA PEDOLÓGICA E DINÂMICA
    FLUVIAL NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO BRANCO,
    CONTRIBUINTE DO PANTANAL MATO-GROSSENSE

  • Orientador : CELIA ALVES DE SOUZA
  • Data: 23/06/2021


  • Mostrar Abstract
  • Estudar bacias hidrográficas permite compreender a relação existente entre os
    componentes ambientais (físico, biótico e antrópico) e a disponibilidade e
    funcionamento hídrico, sendo um instrumento necessário para a preservação,
    mitigação e gerenciamento dos recursos hídricos. O objetivo desta pesquisa foi
    verificar os impactos ambientais decorrentes do processo de ocupação, realizar
    a caracterização ambiental, analisar a dinâmica fluvial na bacia hidrográfica do
    rio Branco e compartimentar a bacia em unidades geoambientais. A
    metodologia consistiu em seis etapas, quais sejam: análise documental e
    bibliográfica; interpretação de mapas temáticos; visitas in loco; coleta de dados
    em campo; análise de laboratório e tabulação de dados. Com o intuito de
    compreender o processo de colonização, recorreu-se à análise de documentos
    e referencial bibliográfico; os impactos ambientais associados foram verificados
    em campo; a compartimentação geoambiental foi realizada tendo em primeiro
    plano a morfologia do relevo. Para realizar o mapeamento de solos, foi
    realizada a descrição morfológica de solos em 11 trincheiras e associação com
    13 perfis realizados por estudos anteriores; as variáveis hidrodinâmicas e o
    transporte de sedimentos foram verificados em 24 seções por um período de
    18 meses entre janeiro de 2018 e junho de 2019. Os mapas temáticos foram
    gerados com auxílio de imagens de satélite e dados secundários da SEPLAN e
    IBGE. As análises de sedimentos de fundo e de solos seguiram a metodologia
    proposta pela Embrapa (2017). Para obtenção da batimetria, usou-se
    ecobatímetro e, para medir a velocidade do fluxo, usou-se o molinete
    fluviométrico. A fim de coletar os sedimentos suspensos, usou-se a garrafa de
    Van Dorn e, aos sedimentos de fundo, utilizou-se a draga Van Veen. A
    ocupação na bacia iniciou-se a partir da década de 1960, trazendo consigo
    impactos associados, como a supressão de APPs, processos erosivos,
    assoreamento dos canais de drenagem, o lixo urbano e o esgotamento
    sanitário. No mapeamento de solos, foram definidas as seguintes coberturas
    pedológicas predominantes: Argissolo Vermelho-Amarelo Distrófico típico;
    Cambissolo Háplico Tb Distrófico léptico; Gleissolo Háplico Alumínico típico;
    Latossolo Vermelho Distrófico argissólico; Latossolo Vermelho-Amarelo
    Alumínico típico; Neossolo Litólico Distrófico fragmentário; Neossolo
    Quartzarênico Órtico típico; Neossolo Quartzarênico Órtico léptico; Nitossolo
    Vermelho Distroférrico típico; e Plintossolo Háplico Distrófico típico. A vazão na
    seção XXIV – que fica próxima ao exultório do rio Branco – variou entre
    4,28m3/s e 82,36m3/s, a carga sólida em suspensão ficou entre 14,51 e 715,52
    t/dia, a turbidez ficou entre 9,61 e 258 UTN, na composição granulométrica de sedimentos de fundo predominou a fração de areia fina. Foram definidas quatro
    Unidades Geoambientais (UG): a UG-I compreende o planalto; a UG-II
    corresponde às serras com declividades de até 20%; a UG-III abrange as áreas
    de serra onde a declividade é superior a 20% e a UG-IV abarca as áreas onde
    predomina a depressão e as planícies fluviais. O estudo permitiu compreender
    a interação e dinâmica ambiental, a espacialização, modo de uso e ocupação
    da terra e compreender como está estabelecida a rede de drenagem no
    contexto da bacia hidrográfica do rio Branco e como a interação do biótico e
    abiótico interfere na hidrodinâmica dos canais.

3
  • SONIA APARECIDA BEATO XIMENES DE MELO
  • POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS NO  
    ESTADO DE MATO GROSSO: INCLUSÃO  
    SOCIOPRODUTIVA DE CATADORES DE MATERIAIS  
    RECICLÁVEIS

  • Orientador : SANDRO BENEDITO SGUAREZI
  • Data: 24/06/2021


  • Mostrar Abstract
  • A tese objetiva analisar as contradições, os limites, os avanços e as  
    possibilidades da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS/2010) e sua  
    interface com a inclusão socioprodutiva de Catadores de materiais recicláveis,  
    em municípios do estado de Mato Grosso. A partir da vigência do PNRS, Lei  
    Federal 12.305/2010, a implementação de políticas públicas e dos Planos de  
    Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PMGIRS) é de competência municipal.  
    O legislador atribuiu, em caráter prioritário, aos entes municipais, a contratação  
    de empreendimentos autogestionários de Catadores de materiais recicláveis,  
    formados por pessoas de baixa renda, para o sistema de coleta, processamento  
    e comercialização de resíduos sólidos recicláveis, visando à inclusão  
    socioprodutiva e à emancipação econômica desses trabalhadores. Este estudo  
    problematiza: Quais são as contradições, os limites, os avanços e as  
    possibilidades da PNRS/2010 na inclusão socioprodutiva de Catadores de  
    materiais recicláveis? Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa  
    descritiva; coleta de dados por meio da revisão bibliográfica e documental;  
    pesquisa de campo com entrevista em profundidade; e técnica de análise de  
    conteúdo. Evidenciou-se que a participação de Catadores de materiais  
    recicláveis no sistema de gestão integrada de resíduos sólidos contribui para a  
    redução de impactos ambientais e de desigualdades sociais. É viável  
    economicamente, visto que gera renda e empoderamento e promove a  
    satisfação das necessidades humanas. Apesar disso, existem limitações,  
    oriundas, em sua maioria, da falta de recursos destinados a investimentos nas  
    políticas de gestão integrada de resíduos sólidos. Isso ocorre, especialmente,
    para operar a coleta seletiva com a participação de Catadores, no que tange à
    estrutura, tanto dos municípios, quanto das associações e cooperativas.  
    Constatou-se a precariedade das instalações físicas, de recursos de capital, de  
    tecnologia e excessiva burocracia estatal na aplicação do marco legal. Os
    municípios com Catadores organizados têm maior possibilidade de implementar  
    a coleta seletiva. É fundamental que os PMGIRS definam: formas de prover  
    investimentos em educação ambiental junto à sociedade; desenvolvimento da  
    coleta seletiva e da reciclagem; e ações que contribuam para a qualificação  
    técnica e a formação política e educacional dos Catadores.

4
  • THIAGO FERNANDES
  • MATERIAL PARTICULADO EMITIDO EM QUEIMADAS,
    VARIÁVEIS METEOROLÓGICAS E O ADOECIMENTO
    RESPIRATÓRIO EM CRIANÇAS NO SUDESTE DA
    AMAZÔNIA PARAENSE

  • Data: 22/07/2021


  • Mostrar Abstract
  • FERNANDES, T. Material particulado emitido em queimadas, variáveis
    meteorológicas e o adoecimento respiratório em crianças no Sudeste da
    Amazônia Paraense. Tese (Doutorado em Ciências Ambientais) - CELBE - Centro de
    Pesquisa de Limnologia, Biodiversidade, Etnobiologia do Pantanal, Universidade do
    Estado de Mato Grosso Carlos Alberto Reyes Maldonado. Cáceres-MT, p. 254. 20211,2
    .
    Introdução: Poluentes atmosféricos de diâmetro menor que 2,5 µm desprendidos de
    queimadas e a variabilidade dos elementos meteorológicos são uma grande ameaça à
    saúde pública; além de convergirem de forma efetiva para ocorrência de internações
    hospitalares por Doenças do Aparelho Respiratórias (DAR), especialmente em grupos
    mais predisposto como o de crianças. Objetivo: Investigar possíveis relações entre o
    número de internações hospitalares por DAR em crianças menores de cinco anos e o
    MP2,5 e as variáveis meteorológicas, no período de 2010 a 2019, em 39 municípios que
    compõem a Mesorregião Sudeste do Pará. Método: Trata-se de um estudo descritivo
    com delineamento ecológico de séries temporais da associação entre as morbidades
    por DAR e material particulado fino (MP2,5) emitido em queimadas e atributos
    meteorológicos (precipitação, temperatura do ar e umidade relativa do ar). Os dados
    epidemiológicos de internações foram obtidos no Sistema de Informação Hospitalar do
    SUS (SIH/SUS), disponibilizados pelo Departamento de Estatística do SUS
    (DATASUS). E os dados de MP2,5 e meteorológicos, no banco de informações do
    Sistema de Informações Ambientais Integrado à Saúde Ambiental (SISAM) e do sistema
    Instituto Nacional de Meteorologia (INMET). Para a análise estatística dos dados, foi
    ajustado o modelo binomial negativo para estimar a relação entre as variáveis,
    pertencente à classe dos Modelos Lineares Generalizados. No entanto, um modelo
    misto foi implementado e ajustado para cada Região de Integração e municípios, usando
    uma distribuição binomial negativa, adotando-se um nível de significância de 1%, com
    base na plataforma estatística R. Resultados: Entre 2010 a 2019, foram registradas
    50.750 internações hospitalares por doenças respiratórias, e mais da metade dos casos
    atendidos (56%) foi do gênero masculino. O ano de 2010 exibiu 13,8% do total geral de
    internações. Houve maior frequência de internações no período chuvoso (novembro a
    maio) correspondendo a 62% dos casos totais registrados. A temperatura do ar (β3=-
    0,0143) e a umidade relativa do ar (β4=0,0049) foram as únicas variáveis explicativas
    que expuseram relações com os casos de internações. Contudo, apenas a umidade
    exibiu relação estatisticamente positiva, indicando aumento dos casos de internações
    por doenças respiratórias em função do aumento da umidade. Estima-se que o número
    médio de casos de internações por doenças respiratórias aumenta aproximadamente
    4% para cada aumento de 10% no valor da umidade relativa média, e diminui
    aproximadamente 2% a cada grau Celsius de aumento acima da temperatura média do
    ar. Conclusão: Períodos mais chuvosos podem propiciar o aumento da umidade,
    favorecendo a proliferação fúngica. Este é o primeiro estudo realizado para uma das
    mesorregiões do estado do Pará. Por isso, avaliar o risco de internações hospitalares
    por doenças respiratórias para o grupo populacional mais predisposto em razão da
    variabilidade dos elementos meteorológicos é um passo importante para o planejamento
    e implementação de ações que vão ao encontro de um melhor bem-viver subjetivo. Os
    gestores da saúde pública podem utilizar o modelo de predição aferido para preparar os
    serviços de saúde para receber crianças nessa faixa etária com essa morbidade.

5
  • MARISA REGINA KOHLER
  • IMPLICAÇÕES E RISCOS À SUSTENTABILIDADE DO ABASTECIMENTO HÍDRICO
    URBANO NA AMAZÔNIA NORTE MATO-GROSSENSE

  • Orientador : AUMERI CARLOS BAMPI
  • Data: 10/12/2021


  • Mostrar Abstract
  • O Brasil enfrenta uma inquestionável crise hídrica, manifesta com contundência no  
    abastecimento urbano, que incorpora em sua totalidade as diversas formas de vida.  
    Para investigar as causas, é pertinente compreender as relações históricas do  
    homem com a natureza, entender que a água é parte de um conjunto de bens  
    naturais pertencentes a todos os seres vivos. Parte do território brasileiro
    recentemente incorporado à economia capitalista, a Amazônia brasileira passou por  
    uma integração competitiva do bioma como fronteira de recursos no sistema de  
    produção de commodities minerais e agropecuárias dos mercados globais, com  
    profundas alterações socioambientais. Atualmente, as consequências desse  
    processo expansionista econômico (apropriação, destruição e mercantilização do  
    território-ambiente) ameaçam a sustentabilidade, em especial a água, no que tange  
    a um elemento vital ao bioma (fauna, flora), povos nativos e também ao  
    abastecimento de populações urbanas. Diversos municípios da Amazônia norte  
    mato-grossense já vivenciam crises hídricas recorrentes nos últimos anos, situação  
    um tanto contraditória, pois a região encontra-se na bacia hidrográfica amazônica  
    formada por uma vasta quantidade de nascentes e rios, onde a exuberância hídrica  
    era evidente. A tese em tela apresenta o questionamento: Que grau de  
    sustentabilidade possui o abastecimento urbano nos municípios da Amazônia norte  
    mato-grossense, constituídos no processo de fronteira agrícola pós 1970, em  
    relação à gestão, disponibilidade e qualidade da água, diante do contexto de  
    contínua degradação ocasionada pelos processos de crescimento das atividades  
    econômicas e da expansão produtiva e urbana sobre os sistemas ecológicos, que  
    dão suporte aos recursos hídricos, às microbacias responsáveis pelo abastecimento  
    urbano? A pesquisa teve como objetivo geral investigar as implicações e os riscos à  
    sustentabilidade, ocasionados pelas atividades econômicas (em especial a pecuária  
    bovina) no entorno das áreas de captação de água para o abastecimento urbano  
    nos municípios de Alta Floresta, Nova Canaã do Norte e Colíder, em Mato Grosso.  
    Para problematizar a construção histórica e conceitual e expor seus aspectos  
    contraditórios e conflituosos, optou-se por subsidiar-se no materialismo histórico e  
    dialético. Uma interpretação com abordagem qualitativa e procedimentos  
    metodológicos diversos foram utilizados: a revisão bibliográfica de cunho históricosocial, levantamento de dados de desmatamento e da produção pecuária bovina dos  
    estados que compõem a Amazônia Legal, através de pesquisas intensivas nos sites  
    governamentais (IBGE, MMA, ANA, INPE, IBAMA, SEMA/MT, IMEA, PRODES,  
    MapBiomas e diversos outros). Foi realizada pesquisa de campo com visitas aos  
    órgãos públicos (Prefeituras, Secretarias Municipais de Meio Ambiente,  
    Departamentos de Água, concessionárias de abastecimento) para obter informações  
    referentes a questões institucionais, sobre a execução de ações para o  
    enfrentamento da problemática ambiental e conservação dos mananciais e segurança hídrica. Parcerias com instituto Centro e Vida para elaboração dos dados  
    referentes à preservação ou degradação das Áreas de Preservação Permanente no  
    entorno dos rios e nascentes, fonte de água para o abastecimento urbano nos  
    municípios elencados na pesquisa.

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  • RAFAELLA FERREIRA NERES DE QUEIROZ
  • AVES DO CORREDOR ECOLÓGICO DO RIO PARAGUAI NO PANTANAL: O QUE OCORREU EM 10 ANOS?

  • Orientador : JOSUE RIBEIRO DA SILVA NUNES
  • Data: 21/12/2021


  • Mostrar Abstract
  • O Pantanal mato-grossense ocupa uma área de aproximadamente  
    138.183Km², entre os Estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul (Da Silva  
    & Abdon, 1998). Localiza-se na porção central da América do Sul, extremo  
    Norte da Bacia Platina (Da Silva, 1990). Destaca-se por fazer parte do maior  
    complexo de áreas úmidas do mundo, com relevância para toda a Bacia do  
    Alto Paraguai.
    É a maior área úmida do país, reconhecido internacionalmente como  
    Patrimônio da Humanidade e Reserva da Biosfera, pelo Programa  
    Intergovernamental - O Homem e a Biosfera (MAB) da UNESCO, e também  
    como Sítio Ramsar (Da Silva et al., 2001; Ab’Sáber, 2007).
    Sistemas alagáveis como o Pantanal, que recebem fluxos anuais de  
    água e nutrientes, estão entre os mais produtivos, em função da estabilidade  
    de pulso, representada pela flutuação do nível da água (Westalake, 1963).  
    Para Olson et al. (1998), sua conservação e estado de prioridade de interesse  
    global e de alta prioridade para a conservação em escala regional.  
    A riqueza de espécies e abundância de aves aquáticas em áreas como  
    esta, é um dos critérios empregados pela Convenção Ramsar para considerá-
    las como relevantes para conservação da biodiversidade (Ramsar, 2009).
    Os autores Tubelis & Tomas (2003), compararam a riqueza de espécies  
    de aves das áreas úmidas do Pantanal, com as da China e da África, e  
    concluíram que o Pantanal é o sítio de maior diversidade de aves de áreas  
    inundáveis do planeta. Salientam que o conhecimento sobre a avifauna do  
    Pantanal necessita de pesquisas e coletas e informações biológicas  
    sistematizadas. Tendo em vista que, as aves são essenciais quando se discute  
    estratégias para a conservação da biodiversidade (Alves & Silva, 2000; Birdlife  
    International, 2004).  
    Evidência Brown Jr. (1986), que as inundações sazonais influenciam  
    fortemente a distribuição da fauna no Pantanal. Em função da diversidade de  
    habitat aquáticos que o Pantanal proporciona e das características fisiológicas  
    e comportamentais das aves aquáticas, estas encontram neste sistema as  
    condições favoráveis para sua alimentação, reprodução e nidificação. Os  
    deslocamentos de aves nessas áreas também podem ser influenciados por  
    14
    fatores, como disponibilidade de presas (Lunardi et al., 2012), competição (Vahl  
    et al., 2005), alterações nos níveis d’água (Alves et al., 2012) e etc.
    Considerando o exposto, esta pesquisa integra o projeto “Corredor  
    Ecológico, Econômico e Cultural do Rio Paraguai - Core”, e busca  
    compreender a dinâmica das aves em um intervalo temporal de 10 anos. O  
    estudo teve sua primeira amostragem feita pelo professor Dr. Josué Ribeiro da  
    Silva Nunes, em 2008/2009, sendo replicada em 2018/2019. Para contemplar  
    este objetivo a tese está apresentada em 3 capítulos, com 3 seções, em que  
    cada capítulo corresponde a um objetivo específico.
    Capítulo 1 - ALTERAÇÕES NA ESTRUTURA DAS COMUNIDADES DE  
    AVES AQUÁTICAS, EM 10 ANOS, NO CORREDOR ECOLÓGICO DO RIO  
    PARAGUAI, PANTANAL DE MATO GROSSO, BRASIL. Esse capítulo tem o  
    objetivo de avaliar a estrutura da comunidade de aves do rio Paraguai, por  
    meio dos descritores riqueza, abundância, índice de diversidade e equabilidade  
    em um em intervalo de 10 anos, 2008/9-2018/19 considerando os períodos dos  
    ciclos hidrológicos, enchente, cheia, vazante e estiagem e macrohabitats  
    amostrados.
    Capítulo 2 - A INFLUÊNCIA DOS SETORES FUNCIONAIS SOBRE A  
    DISTRIBUIÇÃO DAS GUILDAS TRÓFICAS DE AVES NO RIO PARAGUAI,  
    PANTANAL, BRASIL. Esse capítulo objetiva verificar a composição de guildas  
    tróficas de aves no rio Paraguai, avaliando se os setores funcionais exercem  
    influência sobre a distribuição, riqueza e abundância das guildas no rio  
    Paraguai, Pantanal Norte, Brasil.  
    Capítulo 3 - FRAGILIDADE AMBIENTAL, AO ENTORNO DO RIO  
    PARAGUAI - MT, ENTRE A CIDADE DE CÁCERES E À FAZENDA  
    DESCALVADOS EM UM INTERVALO TEMPORAL DE 10 ANOS. O objetivo  
    deste capítulo foi analisar a fragilidade ambiental dos macroabtats amostrados,  
    na extensão da cidade de Cáceres a Fazenda Descalvados, município de  
    Cáceres– Mato Grosso, descrevendo as variáveis que representam riscos de  
    degradação ambiental.

2020
Dissertações
1
  • DUARTE ANTONIO DE PAULA XAVIER GUERRA
  • TRAJETÓRIA E BEM-VIVER DO POVO YUDJÁ-TERRITÓRIO INDÍGENA DO XINGU, MATO GROSSO, BRASIL.

  • Orientador : CAROLINA JOANA DA SILVA
  • Data: 14/12/2020


  • Mostrar Abstract
  • A presente pesquisa insere-se no campo das ciências ambientais com perfil  
    etnográfico, e tem como objeto de estudo o grupo populacional pertencente à  
    etnia Yudjá (Juruna) que hoje habita o Parque Indígena do Xingu, no Estado de  
    Mato Grosso – Brasil. O trabalho tem por objetivo estudar a trajetória deste  
    grupo que, em sucessivas migrações após os primeiros contatos com a  
    sociedade nacional desde os tempos do Brasil colônia instalou-se no território  
    de atual ocupação, no médio Xingu e com isto verificar quais os fatores  
    dinâmicos envolvidos nesta trajetória, bem como a resiliência demonstrada por  
    este povo. Este estudo objetiva também avaliar o modo de viver dos Yudjá  
    pertencentes a este grupo e se, dentre sua característica forma de ser e de  
    viver, podemos identificar aspectos relacionados ao emergente conceito de  
    Bem Viver. Buscando identificar parâmetros mais objetivos para tal, realizamos  
    uma busca na literatura sobre Bem Viver e povos indígenas do Brasil através  
    de ferramenta denominada cienciometria, utilizando os strings de busca ―Bem  
    Viver‖ e ―Povos Indígenas‖ nas principais bases de dados acadêmicos, que  
    resultou na seleção de 24 trabalhos, em cujo bojo identificamos elementos do  
    Viver Bem. Com a descrição de tais elementos do Bem Viver encontrados entre  
    os Yudjá, objetiva-se contribuir para o fortalecimento deste povo através da  
    valorização de sua forma de viver e ainda, fornecer dados que possam servir  
    também à sociedade como um todo, no delicado período de enfrentamento à  
    crise civilizacional em que nos encontramos. Os dados referentes à trajetória  
    foram pesquisados na literatura e também através de relatos diretos dos Yudjá  
    contemporâneos. A coleta de dados para este objetivo, bem como para o  
    escopo do trabalho como um todo se deu através de observação participante e  
    registro em diários de campo, colhidos ao longo de nove anos de trabalho  
    como médico voluntário através do Departamento Médico e Científico e  
    Departamento de Beneficência da UDV, médico supervisor do Projeto Mais  
    Médicos para o Brasil e docente do Curso de Medicina da Universidade  
    Federal de Mato Grosso – Campus Sinop. Os resultados que obtivemos nos  
    permitem considerar que o povo Yudjá hoje residente nos limites do Parque  
    Indígena do Xingu dá testemunho de destacada resiliência que, ao longo de  
    anos de vicissitudes, ameaças e luta por perseverar, moldaram sua forma de  
    ser e de viver, sendo hoje possível verificar entre eles elementos do que se  
    denomina Bem Viver. Os dados obtidos nos permitem antever que o povo  
    Yudjá tem com o que contribuir com seu estilo de vida para nossa sociedade,  
    ensinando com sua forma simples, resiliente e integrada a seu meio, uma  
    maneira de bem viver.  

Teses
1
  • GERLANE DE MEDEIROS COSTA
  • CONCENTRAÇÃO DE THg EM ÓRGÃOS DE Megaceryle torquata E Chloroceryle  
    amazona NOS RIOS JURUENA, TELES PIRES E PARAGUAI NO ESTADO DE  
    MATO GROSSO

  • Orientador : MANOEL DOS SANTOS FILHO
  • Data: 26/11/2020


  • Mostrar Abstract
  • O uso indiscriminado e o aumento na liberação de mercúrio (Hg) para o ambiente tornou este  
    metal um problema global, estando entre as três principais substâncias que representam perigo  
    para a saúde do ambiente. De origem natural e antropogênica o Hg possui várias formas físicas  
    e químicas que facilitam sua distribuição, enriquecimento biológico e toxicidade. A crescente  
    expansão agrícola, com desmatamentos e queimadas, coloca em risco a integridade do solo e  
    promove a liberação e reemissão do Hg para a atmosfera com sequente deposição em solos e  
    corpos de água, onde pode sofrer metilação e adiquirir sua forma orgânica, o metilmercúrio  
    (MeHg). Com potencial de bioacumular e biomagnificar na cadeia trófica, o MeHg chega às  
    aves aquáticas, predadores de topo da cadeia alimentar aquática. Pesquisas em todo o mundo  
    vêm utilizando esta guilda de aves para estudar a dinâmica e os efeitos deste metal na saúde  
    ambiental. Com a hipótese de que a ranfoteca pode demonstrar níveis de concentração de THg  
    (Mercúrio Total) acumulado por períodos mais longos de tempo que os órgãos usualmente  
    utilizados, comparamos suas concentrações com as concentrações de Hg em penas de uma  
    espécie de gaivota europeia (Larus michahellis) e com penas, garras, músculo e fígado de duas  
    espécies de aves neotropicais (Megaceryle torquata e Chloroceryle amazona). Com o objetivo  
    de compreender a dinâmica do THg frente às mudanças no uso e ocupação do solo, analisamos  
    as concentrações de THg nos órgãos de duas espécies de martim-pescador, Megaceryle  
    torquata e Chloroceryle amazona, nos rios Juruena, Teles Pires e Paraguai, com leitura nas  
    mudanças que ocorreram na paisagem dos últimos 20 anos. Os resultados obtidos mostraram  
    que a ranfoteca é uma eficiente ferramenta para a análise da contaminação ambiental por Hg  
    em aves aquáticas. As concentrações de THg nos órgãos de M. torquata, em ordem decrescente,  
    foram, ranfoteca (3,00 µg/g) > penas (2,95 µg/g) > garras (2,22 µg/g) > fígado (1,21 µg/g) >  
    músculo (0,70 µg/g) e para C. amazona, penas (2,27µg/g) > ranfoteca (1,92 µg/g) > garras (1,42  
    µg/g) > fígado (0,47 µg/g) > músculo (0,46 µg/g). A espécie que melhor expressou as  
    concentrações do metal foi a C. amazona. A área do Pantanal apresentou os menores níveis de  
    THg no solo e comportamento de distribuição inverso aos solos das áreas Amazônicas, onde, o  
    rio Teles Pires com maior taxa de desmatamento expressou os maiores níveis de THg no solo e  
    na água e os menores no sedimento. Não houve correlação forte entre os níveis de THg dos  
    órgãos das aves e as variáveis abióticas (solo, sedimento e água), o que sugere que os níveis de  
    Hg que estarão biodisponíveis para a cadeia trófica estão relacionados a fatores físico-químicos  
    do ambiente.  

2
  • DJAIR SERGIO DE FREITAS JUNIOR
  • ANÁLISE DE REDES SOCIAIS NO CONSELHO  ESTADUAL DA PESCA (CEPESCA) E DO ECOTURISMO  NO PARQUE ESTADUAL ENCONTRO DAS ÁGUAS NO  
    PANTANAL MATO-GROSSENSE, BRASIL

  • Orientador : CAROLINA JOANA DA SILVA
  • Data: 30/12/2020


  • Mostrar Abstract
  • A natureza é capaz de proporcionar inúmeros benefícios às pessoas através dos  
    serviços ecossistêmicos que proporciona. A atividade pesqueira e o ecoturismo  
    podem desempenhar papéis importantes nesse contexto, na medida em que  
    aliam sustentabilidade, conservação e aporte econômico, principalmente para as  
    populações locais. Um dos objetivos da pesquisa científica é disponibilizar dados  
    aos tomadores de decisão para que a legislação possa ser aprimorada a fim de  
    beneficiar o maior número de pessoas. O objetivo geral desta tese foi
    caracterizar as interações dos grupos sociais dentro do CEPESCA e o  
    ecoturismo no Parque Estadual Encontro das Águas, no Pantanal. Os resultados  
    encontrados no CEPESCA identificaram e categorizaram cinco setores:  
    Governo, Negócios do turismo, Pescadores Profissionais, NGOs e Academia. O  
    Governo teve o maior número de instituições envolvidas no processo  
    participativo, seguido pelos setores de turismo, pescadores, ONGs e academia.  
    As análises sugerem a implementação de processos de aprendizagem social, e  
    a inserção de grupos marginalizados, como os indígenas de forma a melhorar o  
    equilíbrio de poder dos stakeholders. Já o PEEA se mostrou um fator de  
    desenvolvimento econômico para a região, com uma média de gastos dos
    visitantes de US$ 693.00 por dia, com o impacto econômico estimado dessa  
    visitação variando entre US$ 4.8 a US$ 13,5 milhões por ano. Os principais  
    motivos das visitas foram para observar a vida selvagem em geral (27%) e para  
    a observação de onças-pintadas (26%). Há o que precisa ser melhorado, e a  
    infraestrutura que abriga os turistas foi o ponto mais citado, entretanto a viagem  
    ao PEEA deixou 100% dos visitantes satisfeitos, demonstrando que a  
    biodiversidade local consegue sobrepor os problemas enfrentados por eles em  
    outras questões.

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