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Dissertações |
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CAMILA KAREM DE OLIVEIRA RODRIGUES
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ISCAS VIVAS DO PANTANAL NORTE E OS DESAFIOS ENFRENTADOS PELOS PESCADORES PROFISSIONAIS
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Orientador : CLAUMIR CESAR MUNIZ
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Data: 14/02/2023
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A pesca profissional artesanal é uma atividade com importância econômica notável para as comunidades costeiras e ribeirinhas, devido ao fato de ser a principal fonte de emprego e renda dessas comunidades. Nesta modalidade de pesca existe uma subcategoria denominada “isqueiros”, que são pescadores que se especializaram na captura de iscas vivas, com finalidade de serem utilizadas para capturar peixes de valor econômico mais elevado. Neste sentido, teve como objetivos: Identificar a dinâmica da coleta e uso de iscas vivas no Pantanal Norte, identificando seus aspectos sociais, econômicos e ambientais; Relatar as particularidades da atividade de coleta de iscas vivas, por meio de períodos de vivências nos acampamentos desses atores; e verificar a utilização de cupins (térmites) como iscas para a captura de iscas vivas no Pantanal Norte. Para isso, foi realizado um levantamento junto aos isqueiros do Pantanal Norte, utilizando a metodologia snowball sampling, aplicação de questionários semiestruturados e períodos de vivência nos acampamentos. Ao todo, foram entrevistados 16 isqueiros – 15 homens e uma mulher, todos residentes do munícipio de Cáceres-MT. As iscas mais coletadas por estes pescadores são as tuviras e camboatás, as quais são comercializados na região do município no setor do turismo de pesca. Para sua captura, utiliza-se como instrumento de pesca o jequi e tela. Além disso, foi constatado que os isqueiros realizam suas atividades minimamente em duplas, em razão dos perigos decorrentes dessa atividade. Ainda, foi observado que a captura de iscas vivas por tais armadilhas se dá pela utilização de espécies de cupins arbóreos, que são coletados ao longo do rio. A coleta destes cupins tem causado, inclusive, conflitos relacionados às áreas de uso na região do Pantanal. Por fim, nota-se alta demanda da atividade de coleta de iscas na região, em que a atividade vem crescendo nos últimos anos, principalmente devido ao aumento da procura pelo setor turístico. Além do mais, devido existir a preferência pela tuvira como isca viva, isso aponta para um potencial desequilíbrio ambiental, podendo em médio prazo, comprometer a atividade econômica em questão e desequilibrar relações ecológicas hoje estabelecidas.
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JOSIANE SANTOS BATISTA CARIOCA DE PAULA
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IMPACTO DOS CÓRREGOS URBANOS NA EMISSÃO DE GASES DE EFEITO ESTUFA
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Orientador : ERNANDES SOBREIRA OLIVEIRA JUNIOR
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Data: 22/03/2023
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O estudo sobre os gases de efeito estufa, em especial o CO2, em águas interiores tem sido fundamental para somar a contribuição desses ambientes no balanço global do Carbono. Neste quesito, as águas urbanas compostas por rios ou córregos têm servido como potenciais pontos de emissão de gases de efeito estufa. Sendo assim, este trabalho objetivou analisar o impacto dos córregos urbanos na emissão do CO2 por fluxo difusivo na interface água-atmosfera. No primeiro capítulo realizou-se uma pesquisa em quatro córregos/canais urbanos, que desaguam em um dos principais rios do Pantanal (rio Paraguai). Para tal, usamos uma câmara flutuante sobre macrófitas aquáticas e em leito aberto, considerando o fluxo (emissão e/ou absorção de CO2). As coletas foram realizadas nas estações de chuva (fevereiro) e estiagem (setembro) do Pantanal. Durante o período de chuvas, os córregos apresentaram entre 5 e 40 % de cobertura vegetal, enquanto na estiagem foi de 80 a 100 %. O período chuvoso apresentou uma emissão de cerca de duas vezes maior que no período estiagem (5.180,64 ± 8.196,20 mg m-2 dia-1 e 2.654,92 ± 7.190,64 mg m-2 dia-1, respectivamente). Somente em um dos córregos analisados, não foi possível encontrar absorção de CO2 por macrófitas, enquanto os outros três apresentaram absorção por esses vegetais. No segundo capítulo, estudou-se a dinâmica temporal da emissão de CO2 por fluxo difusivo na interface água-atmosfera em um córrego urbano do município de Cáceres, MT, Brasil, considerando as emissões em leito aberto e sobre as macrófitas aquáticas ao longo de um ciclo de 24 horas, durante nove meses (outubro 2021 a junho 2022). A câmara foi usada em leito aberto e sobre as macrófitas do gênero Pontederia sp. Observou-se que as macrófitas apresentaram absorção e/ou emissão de CO2, ao passo que o leito aberto, apresentou apenas emissão de CO2 ao longo do ciclo de 24 horas. A variação do fluxo de CO2 pode se alterar, dependendo do horário observado ou do período do ano. Os horários de 09:00 horas e 12:00 horas apresentaram os maiores picos de absorção de CO2 pelas macrófitas e os horários de 18:00 horas e meia-noite apresentaram os maiores picos de emissão de CO2. Os córregos e/ou canais urbanos são ambientes extremamente negligenciados. Sugerimos que políticas públicas sejam objetivas e práticas para a retomada desses ambientes como espaços importantes para a sociedade, bem como para a redução dos impactos desses ambientes na contribuição dos gases de efeito estufa.
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Thaysa Costa Hurtado
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AVES COMO SENTINELAS DA CONTAMINAÇÃO DE MERCÚRIO: EVIDÊNCIAS ATUAIS
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Orientador : AUREA REGINA ALVES IGNACIO
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Data: 28/03/2023
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O mercúrio é considerado um problema global e está entre as três principais substâncias que representam perigo para a saúde ambiental. Sua mobilização é origem natural e antropogênica, possui várias formas físicas e químicas, que facilitam sua distribuição, biomagnificação e toxicidade, tendo a capacidade de permanecer por vários anos em solo e água contaminados. No ambiente aquático o mercúrio pode sofrer metilação, adquirindo uma de suas formas orgânicas, o metilmercúrio, com potencial capacidade de ligação às proteínas de membranas biológicas dos organismos aquáticos, favorecendo a bioacumulação e biomagnificação na cadeia trófica, alcançando as aves aquáticas, predadores de topo de cadeia alimentar nesses ecossistemas. Pesquisas em todo o mundo tem utilizado aves como ferramenta de biomonitoramento e vem estudando a dinâmica do metal no organismo e os efeitos na saúde das aves. Estudos indicam que a concentração de mercúrio em aves, principalmente as aquáticas, podem ser aumentadas em áreas onde existem flutuações do nível da água e habitats vegetados que experimentam ciclos úmidos e secos durante o ano e fontes pontuais ou difusas de mercúrio, assim, áreas como a Bacia do alto Paraguai e Bacia Amazônica, que apresentam estas características, estão predispostas a serem hotspots de exposição ao mercúrio. Considerando que a contaminação ambiental pode estar associada ao declínio populacional das aves, essa dissertação foi organizada em dois artigos, apresentando, no I, uma pesquisa de revisão sistematizada da contaminação de mercúrio em aves ao longo de 10 anos, no período de 2012 a 2022, sendo encontrados 53 trabalhos, distribuídos nas cinco bases de dados. Os resultados demostraram que estas aves tiveram ao menos um órgão/tecido/estrutura (fígado, fezes, dieta, tecido muscular, ovos, penas) contaminado por mercúrio com concentrações que variam entre (0,09 a 16,49 ± 1,39 µg/g), e que podem afetar diretamente a sobrevivência das aves, apresentando informações que pode fornecer subsídios para implementação de ações para a conservação deste grupo. No artigo II, o objetivo foi avaliar a distribuição do mercúrio nos diferentes tipos de penas da asa, identificando o padrão de bioacumulação de mercúrio total e metilmercúrio em penas primárias e secundárias das espécies Megaceryle torquata e Chloroceryle amazona, na Bacia do Alto Paraguai (rio Paraguai e Bacia Amazônica (rios Teles Pires e Juruena). As concentrações de THg das penas primárias para os rios Juruena, Teles Pires e Paraguai em C. amazona foram de 4,72 ± 1,6, 4,00 ± 1,53 e 2,8 ± 1,48 (µg/g) e para as penas secundárias de 4,62 ± 1,72, 3,53 ± 1,36 e 2,90 ± 1,68 (µg/g) respectivamente. Já para M. torquata, as concentrações de THg nas penas primárias para os rios Juruena, Teles Pires e Paraguai foram 7,94 ± 3,83, 6,08 ± 2,60 e 4,70 ± 2,58 (µg/g) e para as secundárias 7,89 ± 3,87, 5,12 ± 2,42 e 4,20 ± 2,18 (µg/g). A porcentagem de MeHg presente nas amostras foi crescente na recuperação do THg, com média de 95% nas penas primárias e 80% para as secundárias. Em um cenário de crescente desmatamento, remobilização do solo, mineração a avaliação de poluentes em diferentes componentes do ecossistema torna-se uma tarefa importante na prevenção dos impactos sobre o ambiente e a biota. Os resultados de nossas análises estão descritos nos artigos I e II produzidos e formam este trabalho, a partir dos novos resultados obtidos.
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Camila Rezende Ayroza
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CONECTIVIDADE EM MANCHAS FLORESTAIS NA PAISAGEM HETEROGÊNEA: ESTUDO DE CASO DA COMUNIDADE DE MAMÍFEROS NÃO VOADORES DA ILHA DE SANTA CATARINA
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Orientador : MANOEL DOS SANTOS FILHO
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Data: 30/03/2023
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A fragmentação de habitats devido a urbanização e expansão da agropecuária, vem se tornando uma das principais causas da destruição de áreas naturais e consequentemente de perda da biodiversidade e qualidade de vida das pessoas. Atualmente, o mundo vem experienciando uma das maiores ondas de crescimento urbano na história. Assim, estudos de fragmentação nesses ambientes são necessários para se alcançar um desenvolvimento mais sustentável que oriente a gestão territorial, considerando os impactos sobre a biodiversidade e em nossas vidas. Neste trabalho a paisagem da Ilha de Santa Catarina foi avaliada quanto às alterações da matriz entre nove manchas florestais e sua influência sobre a comunidade de mamíferos não voadores que apresentaram variações estruturais (riqueza, abundância e composição) e nos atributos funcionais a fim de inferir os padrões de conectividade estrutural e funcional. A comunidade de mamíferos não voadores foi amostrada por armadilhas fotográficas em 22 pontos independentes dentro de unidades de conservação (UCs) e remanescentes florestais durante 26 meses. A riqueza foi maior (p>0,05) em manchas maiores e menos isoladas de outras áreas. Manchas menores e isoladas apresentaram menor riqueza e maior abundância de espécies generalistas, como Didelphis aurita e pequenos mamíferos não voadores. As principais métricas de paisagem responsável pelas variações a) de riqueza foi a área urbanizada do entorno; b) de abundância foram a distância do centróide, o formato das manchas florestais, e também a área urbanizada do entorno; e c) de composição foram a distância do centróide, o formato das manchas florestais, e o estágio sucessional do ponto amostrado. Os principais atributos funcionais relacionados com as variáveis ambientais analisadas foram herbívoros x área (ha) e formato da mancha de modo positivo, terrestres x área urbanizada de modo negativo, escansoriais x estágio sucessional de modo negativo. Projeções do mapa de uso e cobertura do solo na Ilha de Santa Catarina, com as áreas definidas como críticas de conservação e recuperação pelo Plano Municipal da Mata Atlântica que não sobrepuseram as UCs existentes- representam 5922.86 ha do município. Desses, se as áreas forem alteradas para classes de uso urbanizada levaria a redução de 2922.4 ha de remanescentes florestais, enquanto se forem recuperados e alterados para classes de floresta representaria o aumento de 2989.4 ha de área de floresta, e uma diminuição de apenas 725.4 ha de área urbanizada no cenário atual. Os modelos preditores apresentaram bom ajuste (AUC>0.7) para os três cenários investigados. Das áreas adequadas para gambás (Didelphis aurita) no cenário urbano, foi possível observar um menor impacto potencial, em uma área crítica para a conservação e recuperação sobre a conectividade entre áreas protegidas. Na Ilha de Santa Catarina remanescentes florestais estão inseridos áreas protegidas delimitadas em UCs ou fora destas. A conservação dessas
áreas, bem como da matriz no entorno, necessita de manejo adequado a fim de preservar e recuperar a integridade ecológica desses ecossistemas, bem como manter a qualidade de vida a partir de um desenvolvimento urbano ordenado.
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Frankielle Alline Pereira Correa
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“MINISTÉRIO PÚBLICO: COLETA SELETIVA E EXPERIÊNCIAS DE INCLUSÃO SOCIOPRODUTIVA DE CATADORES/AS DE MATERIAIS RECICLÁVEIS, MATO GROSSO, BRASIL.”
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Orientador : SANDRO BENEDITO SGUAREZI
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Data: 31/03/2023
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A dissertação objetiva analisar as ações do Ministério Público no processo de implantação da Coleta Seletiva com a inclusão socioprodutiva de Catadores/as de Materiais Recicláveis frente as exigências da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). O problema de pesquisa é: como se dá a ações das Promotorias de Justiça Cível Ambiental do Ministério Público do Estado de Mato Grosso (MPMT) no processo de implantação da coleta seletiva operada por Catadores/as de materiais recicláveis? Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, descritiva, coleta de dados por meio da revisão bibliográfica e documental, pesquisa de campo com entrevista em profundidade; e técnica de análise de conteúdo. Os sujeitos da pesquisa foram os Catadores/as de materiais recicláveis da Associação de Catadores de Materiais Recicláveis de Cáceres (ASCARC) e da Cooperativa de Produção de Material Reciclável de Tangará da Serra (COOPERTAN); Gestores Públicos da Autarquia Águas do Pantanal de Cáceres e Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto de Tangará da Serra; representantes da 2ª Promotoria de Justiça Cível da Comarca de Cáceres e 1ª Promotoria de Justiça Cível da Comarca de Tangará da Serra do Ministério Público do Estado de Mato Grosso (MPMT). O trabalho está organizado em três manuscritos. O primeiro, por meio da revisão bibliográfica e diagnósticos de fragmentos textuais, utilizando o software IRAMUTEQ examinou no Catálogo de Teses e Dissertações da Coordenação de Aperfeiçoamento Pessoal de Nível Superior (CAPES) para identificar quais eram os estudos que tinham conexão entre Ministério Público (MP) e Catadores. O manuscrito dois teve a finalidade elaborar um diagnóstico para identificar e analisar o perfil socioeconômico ambiental dos Catadores/as de materiais recicláveis (pessoas físicas), sujeitos da pesquisa e das associações e cooperativas (pessoa jurídica). O intuito no terceiro manuscrito foi analisar as ações das Promotorias de Justiça Cível Ambiental na implantação da coleta seletiva realizada por Associações/Cooperativas de Catadores/as de materiais recicláveis de Cáceres e Tangará da Serra, Mato Grosso, que operam contratos junto ao poder público local para a prestação desses serviços ambientais. Na análise geral da dissertação, com base nos manuscritos verificou-se a importância do MPMT atuar não só no fomento, na fiscalização, mas na mediação e orientação da construção de uma cultura de solidariedade e cooperação de uma rede de atores que atuam para implementação e consolidação da PNRS nos municípios do Estado de Mato Grosso, possibilitando estabelecer parâmetros entre casos exitosos e aqueles que demonstraram dificuldades em algum processo de implantação para que sejam direcionado esforços na melhoria da aplicação dos recursos. Para essas limitações, o estudo apontou ser importante contar com a orientação das Incubadoras de Tecnologia Social que atuam de maneira interdisciplinar apresentam expertise para diminuir a vulnerabilidade social e econômica desses trabalhadores.
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Luis Felipe Magalhães de Menezes
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DINÂMICA E CARGA DE LIANAS NO ESTRATO ARBÓREO EM DIFERENTES FITOFISIONOMIAS DO CERRADO: UM ESTUDO NA ESTAÇÃO ECOLÓGICA DA SERRA DAS ARARAS, PORTO ESTRELA, MATO GROSSO, BRASIL
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Orientador : MARIA ANTONIA CARNIELLO
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Data: 31/03/2023
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O Cerrado apresenta grande variedade de fitofisionomias, constituídas por diferentes composições florísticas e isso se torna ainda mais complexo em áreas adjacentes de outros biomas como a Amazônia e o Pantanal. A Estação Ecológica da Serra das Araras (EESA) está inserida no Cerrado, com proximidade de 20 km do limite geográfico da Amazônia e 25 km do Pantanal. Com o objetivo de analisar os componentes de composição florística, estrutura e dinâmica do estrato arbóreo e a carga de lianas em diferentes fitofisionomias no período de cinco anos na EESA, foram realizados levantamento de campo em três parcelas permanentes de um hectare (100×100m) nos anos de 2016, 2017 e 2021. Essas parcelas permanentes fazem parte dos projetos vinculados ao PELD (PELD III e IV – ESA-01), com dados disponibilizados no ForestPlots.net e CERFogo (ESA-04 e ESA-08), alocadas em áreas definidas pelo Plano de Manejo da EESA como cerradão, cerrado stricto sensu e cerrado denso, respectivamente. Na análise dos resultados considerou-se para a composição a curva de esforço amostral, riqueza, grupos ecológicos e índices de Diversidade de Shannon-Weaver (H’), Simpsom (D) e de Equabilidade de Pielou. Para a estrutura foram analisados Área Basal (AB), Densidade Relativa (DR), Dominância Relativa (DoR), Frequência Relativa (FR), Valor de Cobertura (VC) e Valor de Importância (VI). Para a análise da dinâmica, os foram adotados descritores como Taxa média anual de mortalidade (M) e de recrutamento (R), Taxa de ganho em área basal (G) e de perda em área basal (P). Para analisar a carga de lianas foi realizado levantamento de forma visual categorizando de 0 (sem presença), 1 (lianas ocupam até 25% da copa), 2 (até 50% da copa), 3 (até 75% da copa) e 4 (>75% da copa), seguindo a metodologia da RAINFOR. Os resultados produzidos para a ESA-01 apontam que o ganho de novos indivíduos arbóreos e biomassa indicam que a floresta está em estágio de regeneração e a presença da Attalea speciosa Mart. sendo uma espécie reguladora do estabelecimento de lianas. Os resultados na ESA-04 e ESA-08 apontam para a manutenção da composição florística, com aumento no número de indivíduos e baixa mortalidade, indicando o adensamento da vegetação e consequentemente o estabelecimento de lianas em formações savânicas. Destacando como o primeiro trabalho a estudar o estabelecimento de lianas em formações savânicas.
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FERNANDO GUILBERT PINHEIRO BORGES
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“USO DE ARMADILHAS FOTOGRÁFICAS PARA O MONITORAMENTO DA MASTOFAUNA DE MÉDIO E GRANDE PORTE NO ECÓTONO AMAZÔNICA-CERRADO NO INTERFLÚVIO TELES PIRES - XINGU”
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Data: 20/04/2023
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Os estudos foram realizados por meio do uso de armadilhas fotográficas para o monitoramento da mastofauna de médio e grande porte no écotono Amazônica-Cerrado no interflúvio Teles Pires – Xingu e na Terra indígena do Xingu (TIX). O primeiro capítulo tem como objetivo contextualizar o registro de duas espécies de canídeos, o lobo-guará (Chrysocyon brachyurus) e o cachorro-de-orelha-curta (Atelocynus microtis) na região de Sinop frente ao processo de savanização da Amazônia meridional, assim como a ampliação de sua distribuição no ecótono entre Cerrado e Amazônia. Esta nota científica apresenta o primeiro registro de sintopia entre A. microtis e C. brachyurus. Desta forma, é importante a adoção de estratégias de conservação considerando as necessidades ecológicas de cada espécie estudada, uma vez que a maior proteção de áreas abertas de cerrado beneficia o lobo guará e uma maior proteção de áreas de floresta densa beneficia o cachorro-de-orelha curta. O segundo capítulo foi realizado na Terra Indígena do Xingu no polo Pavuru com a etnia Ikpeng na região das aldeias Moygu e Arayó, onde foram amostrados 52 locais, entre janeiro de 2020 e janeiro de 2021, nos ambientes de roçados ativos, matas próximas às aldeias, roçados abandonados e regiões distantes das aldeias em terras pretas, com objetivo de avaliar em uma escala de habitat a probabilidade de ocupação de mamíferos terrestres de médio e grande porte nos ecossistemas naturais presentes bem como nos ambientes antropogênicos, ou seja modificados pela presença da população ameríndia.
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Simone Mineiro Targa
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PREVALÊNCIA DE PARASITAS INTESTINAIS E FATORES DE RISCO EM MORADORES DA COMUNIDADE QUILOMBOLA DISTRITO NOSSA SENHORA APARECIDA DO CHUMBO, POCONÉ-MT.
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Orientador : ANTONIO FRANCISCO MALHEIROS
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Data: 04/05/2023
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Os parasitas intestinais dos grupos de helmintos e protozoários são considerados um sério problema de saúde pública no mundo, em especial países em desenvolvimento que apresentam condições sanitárias precárias. No Brasil as doenças causadas por enteroparasitarias são consideradas endêmicas presentes em todas as regiões, principalmente em zonas rurais e centros urbanos periféricos que apresentam precariedade no saneamento básico. Blastocystis sp. é um protozoário unicelular mais frequente encontrados nas análises de amostras fecais de humanos e animais em todo o mundo, seu mecanismo de transmissão é considerado pela via fecal-oral, sua maior frequência em humanos associa-se a fatores primordiais como de higiene e saneamento básico, água potável entre outros em diferentes populações vulneráveis. As comunidades quilombolas são populações que apresentam vulnerabilidades sociais, principalmente no que se refere ao saneamento básico, o que contribui para o surgimento de diversas doenças incluindo as enteroparasitoses. O objetivo desse trabalho foi analisar a prevalência de parasitas intestinais e os fatores de risco associados em moradores quilombolas do Chumbo, Poconé-MT/Brasil. Foi realizado um estudo descritivo com 114 pessoas. As análises das amostras fecais foram utilizadas a técnica de Hoffman. Para as análises descritiva foi realizado frequência absoluta e percentual para variáveis categóricas e medidas de tendência central e dispersão para variáveis quantitativas, foi
realizado o cálculo de prevalência. Na análise de proporção foi utilizado o teste Qui- Quadrado de Pearson e Teste Exato de Fisher. Para análise de associação foi realizado
teste de regressão logística binária e o teste de multicolinearidade. A prevalência de enteroparasitas foi de 75%, sendo a espécie com maior predominância foi Blastocystis sp. Em relação aos helmintos Strongyloides stercoralis representou 100% dos infectados. Para análise da associação foi observado os fatores de risco, quem tem animal de estimação em casa (OR: 4,958; IC: 1,100-22,351; p=0,037), lavar as mãos às vezes antes do preparo da comida (OR; 5,939; IC: 0,941-37,46; p=0,05) e o maior número de cômodos por domicílio (OR: 1,667; IC: 1,058-2,627; p=0,02), apresentaram maiores chances em ter parasitas intestinais. Fatores de proteção, consumir água mineral (OR 0,084; IC: 0,019 – 0,366; p<0,001) e o menor o número de moradores por domicilio apresenta chance menores em se ter parasitas (OR: 0,641; IC: 0,433-0,950; p=0,027).Os nossos resultados apesentou alta prevalência de parasitas intestinais tendo Blastocystis sp. o mais frequente. Ressalta a necessidade de investimento em saneamento básico e hábitos saudáveis de higiene contra as infecções enteroparasitarias
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Érica Oliveira de Lima
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“Diversidade taxonômica e funcional de zooplâncton nos ecossistemas do pantanal: Análise ecológica de longa duração e capacidade de resistência de ovos a dessecação”
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Orientador : WILKINSON LOPES LAZARO
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Data: 09/05/2023
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A sincronicidade entre a biodiversidade e os processos hidrológicos de ecossistemas aquáticos é um dos assuntos em alta, devido as mudanças climáticas e dessecamento, sendo o zooplâncton organismos chaves na interpretação dessas variações. Investigou-se a composição taxonômica e funcional do zooplâncton e possíveis fatores de regulação da comunidade numa planície de inundação tropical. Os pontos foram amostrados entre os anos de 2018 e 2021. Foram coletados zooplâncton e variáveis limnológicas. Foram calculados, diversidade funcional, RaoQ, CWM-RDA e RLQ na interface R. O grupo taxonômico mais representativo foi dos rotíferos. A maior riqueza no período da estiagem e vazante (heterogeneidade ambiental) e os menores na cheia (homogeneidade ambiental). As variáveis limnológicas explicam a distribuição dos traços funcionais, sendo que no período de cheia tem menos riqueza e composição funcional mais específica, além de ter maiores concentrações de clorofila-α, estando relacionada a menor turbidez. A concentração de clorofila-α, está negativamente relacionada a espécies litorâneas e positivamente a espécies pelágicas. As maiores contribuições foram de organismos filtradores e raspadores, e ainda em sua maioria, os organismos têm baixa capacidade de escape. Portanto, concluímos que heterogeneidade ambientam, bem como a dinâmica hidrológica são fundamentais para a composição taxonômica e funcional da comunidade zooplanctônica, e ainda são indispensáveis para diversos serviços ecossistêmicos.
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Ana Caroline Amorim de Oliveira
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FERTILIDADE DO SOLO EM ILHAS ALUVIAIS NO RIO PARAGUAI, PANTANAL MATOGROSSENSE.
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Orientador : MARIA APARECIDA PEREIRA PIERANGELI
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Data: 14/06/2023
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O Pantanal é uma das maiores plánicies alagáveis do mundo, caracterizada por uma rica diversidade de fauna e flora e por uma pedodiversidade resultante de processos pedogenéticos hidromórficos, influenciados diretamenta pelo ciclo de inundação sazonal e má drenagem. No pantanal, a dinâmica fluvial ocasiona a formação de diferentes paisagens e ambientes, tais como ilhas, baias e cordilheiras. Fundamental para manutenção da biodiversidade, a fertilidade dos solos nessas áreas é afetada principalmente pelo aporte de sedimentos trazidos pelas águas, deposição de matéria orgânica eincêndiosflorestais.Oobjetivo desse estudo foi avaliar a fertilidade do solo em seis ilhas aluviais no Pantanal Norte Matogrossense, em sítios do Projeto Ecológico de Longa Duração (PELD/Pantanal), no rio Paraguai de Cáceres até as proximidades da Estação Ecológica de Taiamã.Emcadailha, foi demarcada uma área de 1 hectare onde foram coletadas amostras de solo nas profundidades de 0- 20e20-40cm, totalizando 60 amostras.Depoisdesecasepeneiradas em malha de 2 mm foram feitas análises granulométricas, determinados os teores de potássio, fósforo, magnésio, alumínio, cálcio, pHH2O, acidez potencial (H+Al) e carbono orgânico (CO) e calculados a saturação por bases, capacidade de troca de cátions (CTC) e saturação por aluminio, seguindo metodologias de rotina para avaliação da fertilidade do solo. De acordo com as análises estatísticas não foram encontradas diferenças para as variáveis pHH2O, acidez potencial, potássio, fósforo, saturação por bases, magnésio, cálcio e potássio. Já o CO apresentou teores menores na profundidade de 20-40 cm. Os solos das ilhas apresentaram diferentes classes de texturas, incluindo franco argilo-siltosa, franco-argilosa e argila. Em geral os solos dessas ilhas apresentaram valores de pHH2O apresentou valores variando de 5,0-5,3, considerado como acidez média, altos teores de aluminio e elevada acidez potencial. De maneira geral, esses solos apresentaram boa fertilidade em relação aos teores de cálcio, magnesio e potássio, porém com baixos teores de fósforo. Destaca-se, diferentemente do que é relatado para solos de outros biomas, a ocorrencia nesses solos de altos teores de aluminio concomitamentemente com altos teores de cálcio e magnésio, resultando em solos com elevada CTC. Merece destaque o fato de que os solos das ilhas apresentaram altos teores de matéria orgânica, mostrando a importancia de sua conservação e preservação quando se pensa no sequestro do CO2 e armazenamento do carbono orgânico no solo.
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VALERIA FERNANDES FERREIRA
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POTENCIAL ECONÔMICO DA PISCICULTURA, PERSPECTIVAS DA ATIVIDADE PARA O DESENVOLVIMENTO NO ESTADO DE MATO GROSSO
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Orientador : ERNANDES SOBREIRA OLIVEIRA JUNIOR
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Data: 27/06/2023
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A piscicultura é o setor considerado um dos que mais crescem no mundo, principalmente por causa da demanda crescente por proteína animal e contribuição para a segurança alimentar. Entretanto, existem alguns desafios como os prejuízos ecológicos à jusante das águas de empreendimentos piscícolas, principalmente a redução de oxigênio, aumento de temperatura e aumento da demanda bioquímica de oxigênio. Assim, o objetivo desse trabalho foi objetivo diagnosticar o desenvolvimento da atividade de piscicultura no estado de Mato Grosso no aspecto relativo à produção e comercialização de peixes em cativeiro entre 2013 e 2019. Para isso, foi adotado uma abordagem quantitativa descritiva, a partir de dados obtidos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (INDEA/MT). A piscicultura no Brasil gerou mais de 3 bilhões de reais, sendo o Mato Grosso o segundo maior contribuinte desse montante com 13%. Foram registrados em 2019, 2147 empreendimentos distribuídos em 137 dos 141 municípios do Estado. O valor agregado variou de 15 a 30% do valor total arrecadado com derivados da produção animal entre os anos de 2013 e 2019. A piscicultura desenvolve-se em sistemas intensivo (31,8%), super intensivo (29,1%), semi-intensivo (23,3%) e extensivo (15,8%), sendo produzidos 17 espécies de peixes, em que o tambacu/tambatinga são os principais; e as fontes de água são de 44,5% de ambientes lóticos e 23,2% de ambientes lêntico. O descarte dos efluentes ocorrem no córrego (54,4%), rio (20,3%) e várzea (26,3%). Devido ao alto potencial da piscicultura, espera-se que atividade continue se desenvolvimento no abastecimento do mercado interno e na visão do comércio internacional, assim como uma alternativa a mais de renda para a população, melhorando seu nível de vida.
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DANILO BORGES DE CARVALHO
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“COLETA SELETIVA DE MATERIAIS RECICLÁVEIS NO ÂMBITO DO CONSÓRCIO COMPLEXO NASCENTES DO PANTANAL, MT, BRASIL”
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Orientador : SANDRO BENEDITO SGUAREZI
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Data: 28/09/2023
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A modernização dos processos industriais trouxe inúmeras contribuições para o modo em a produção ocorre (processos e quantidades), bem como o modo em que as pessoas consomem. Se por um lado otimiza os métodos de produção alcançando cada vez mais mercados, por outro aumenta a quantidade de material descartado, ou seja, de resíduos, principalmente sólidos. Dito isso, métodos que pudessem contribuir para a melhor destinação e cuidado desses resíduos foram desenvolvidos, entre eles a coleta seletiva. Pode-se dizer que a coleta seletiva é uma ferramenta de grande importância para que os materiais sejam designados para espaços adequados e passem pelos processos adequados de reciclagem. É imperativo ressaltar que os profissionais que atuam diretamente do no processo de coletagem, os catadores, são de fundamental importância para que as atividades sejam desenvolvidas de modo adequado. Tendo em vista o apresentado acima, a presente pesquisa tem como objetivo geral analisar a gestão integrada de resíduos sólidos que envolve a coleta seletiva operada por catadores de materiais recicláveis no âmbito do Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Econômico Social Ambiental e Turístico do Complexo Nascentes do Pantanal (CIDESATCNP). Para alcançar o objetivo proposto, a pesquisa foi dividida em quatro artigos. O primeiro artigo realizou-se uma bibliometria para compreender como o construto da coleta seletiva tem sido tratado na produção acadêmica. Os resultados demonstram que a produção científica apresenta discussões relacionadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) apresentados na Agenda 2030 da ONU, tendo como destaque os ODS 3 (boa saúde e bem-estar), 10 (redução das desigualdades), 11 (cidades e comunidades sustentáveis) e 12 (consumo e produção responsáveis). No segundo artigo, buscou-se apresentar um panorama da atuação do Consórcio. Os resultados demonstraram que há necessidade de um melhoramento no que tange aos processos de educação ambiental, principalmente na implementação de uma educação ambiental crítica, acompanhada de implementação de processos de incubação e melhor desenvolvimento da tecnologia social nos membros do consórcio. O artigo 3 teve como objetivo investigar as práticas de autogestão adotadas pelos catadores de materiais recicláveis nas associações que operam a coleta seletiva no Consórcio Complexo Nascentes do Pantanal. Seus resultados revelaram que a autogestão e a economia solidária desempenham um papel fundamental na inclusão socioeconômica dos catadores de materiais recicláveis, promovendo melhores condições de trabalho, integração ambiental e uma abordagem colaborativa no gerenciamento dos resíduos sólidos.
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MEQUIEL ZACARIAS FERREIRA
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Alta Floresta: meio ambiente, legislação e políticas públicas: a trajetória de uma cidade amazônica.
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Orientador : AUMERI CARLOS BAMPI
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Data: 16/11/2023
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O estudo realizado entre os anos de 2022 e 2023 tem como tema a relação entre o processo de urbanização do município de Alta Floresta e a questão ambiental. Situado na Amazônia norte-mato-grossense, seu surgimento se deu na década de 1970, através de programas e incentivos do governo federal baseados no discurso de integração nacional e ocupação da Amazônia. O modelo incentivado pelo Estado e movimentado pelo capital constituiu uma série de consequências, problemas e desafios socioambientais para o território, quer no aspecto rural, quanto no urbano e envolve os poderes constituídos (executivo, legislativo e judiciário). Neste sentido, a pesquisa objetivou identificar as principais atividades econômicas determinantes na evolução do município/cidade, bem como a forma como ocorreu historicamente a organização legislativa e político-administrativa no tocante à questão ambiental, bem como identificar como são trabalhadas na administração municipal atual. Teoricamente a análise encontra subsídios em estudos que debatem a ocupação contemporânea da Amazônia, sua urbanização e a precariedade socioambiental. Ainda tem como luz estudos sobre a influência do capital em seus diversos agentes nas formas de configuração da urbanização, e a descontinuidade e/ou ineficiência das políticas públicas (regramento, monitoramento e controle), bem como da atuação da administração pública e o direito à cidade. Metodologicamente o estudo é de abordagem qualitativa e foi realizado a partir da análise de conteúdo das leis, peças orçamentárias e documentos administrativos. Posteriormente, no ano de 2022, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com os vereadores em exercício (Mandato 2021-2024) com a finalidade de analisar a percepção dos mesmos sobre os problemas socioambientais e a atuação do Legislativo e Executivo em relação aos mesmos. Como resultado observa-se que o município de Alta Floresta, povoado a partir de um projeto privado pela Colonizadora INDECO, teve um processo de formação /configuração semelhante ao de tantos outros municípios amazônicos, com atividades econômicas predominantes semelhantes, tendo iniciado com o extrativismo (exploração da madeira e do ouro) abertura de áreas para pecuária extensiva, agricultura familiar, instalação de comércios, usinas hidrelétricas e mais recentemente o denominado agronegócio de produção de grãos em larga escala. Nota-se que mesmo com uma legislação acumulada no período analisado, há descontinuidade entre leis, há desatualização, e manifesta-se uma estrutura frágil do repertório legal que rege o município no seu processo de apropriação do solo urbano. Há ainda inconsistências na estrutura administrativa e insuficiente aplicação orçamentária na área ambiental e de urbanização – principais áreas que se relacionam com os problemas socioambientais; Por fim, denota-se a insuficiente atuação do legislativo municipal e, por vezes, o desconhecimento e ineficiência em relação a resolução de questões recorrentes como a gestão dos recursos hídricos, gestão do resíduos sólidos, uso e ocupação do solo, manutenção das áreas verdes, acesso à serviços e infraestruturas, entre outras questões identificadas no espaço urbano em crescimento.
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Eriberto Oliveira Muller
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Sistema Agroflorestal como ferramenta para a Conservação Ambiental na Floresta Amazônica Mato-grossense, Alta Floresta, Mato Grosso, Brasil,
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Orientador : CAROLINA JOANA DA SILVA
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Data: 17/11/2023
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A Floresta Amazônica é de fundamental importância para a vida na Terra, pois abriga a maior biodiversidade mundial e tem influência nos ciclos hidrológicos e no clima em escala global. No Brasil, a Floresta Amazônica ocupa 59% do território nacional, abrangendo sete estados na Região Norte (Amazonas, Pará, Amapá, Roraima, Rondônia, Acre e Tocantins) e parte de dois estados, um na região Centro-Oeste (Mato Grosso) e outro na Região Nordeste (Maranhão), considerado como um todo, Amazônia Legal. O processo de ocupação da Floresta Amazônica foi acentuado partir da década de 1970, cuja apropriação está baseada na produção agropecuária, principalmente de commodities, o que tem elevado a taxa de desmatamento deste Bioma e consequentemente afetado o regime de chuvas, a qualidade do solo, a biodiversidade e as estratégias de vida das pessoas. Mato Grosso originalmente teve sua extensão territorial (903.208 Km2) coberta por Floresta Amazônica (53,6%), Cerrado (39,6%) e Pantanal (6,79%) os quais vem sofrendo desmatamento para conversão em sistemas agropecuários, sendo considerado o estado o maior produtor de grãos e de pecuária de corte do Brasil. Esses sistemas agropecuários estão em áreas de grande escala, enquanto as pequenas propriedades têm a sua economia baseada na agricultura familiar. Esses sistemas adotam formas convencionais de uso do solo, que tem causado alterações e mesmo sua degradação. O Sistema Agroflorestal (re)surge como estratégia para aliar produção agropecuária e conservação ambiental, o que tem trazido bons resultados para a restauração ambiental e produção sustentável, principalmente para a agricultura familiar. Esta pesquisa teve por objetivo estudar dois sistemas agroflorestais em Alta Floresta/MT, um voltado a restauração de Área de Preservação Permanente e para produção de alimentos, e outro para o sustento de plantas sagradas nativas e de uso ritualístico da Floresta Amazônica. A pesquisa baseou-se no inventário das espécies de plantas presentes nos dois sistemas, os quais apresentaram usos para consumo e benefícios ambientais. A dissertação está estruturada em uma introdução geral e em dois capítulos, contendo introdução, materiais e métodos e resultados e discussão, e considerações finais. O primeiro capítulo abordou a utilização de Sistemas Agroflorestais como instrumento de restauração florestal de Área de Preservação Permanente em propriedades de agricultura familiar. O segundo capítulo investigou um sistema agroflorestal para a garantia de condições ambientais para a manutenção do cipó Mariri (Banisteriopsis caapi (Spruce ex Griseb) C. V. Morton) de uso ritualístico no Centro Espírita Beneficente União do Vegetal.
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ALEXANDRA OLIVEIRA RAMOS
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ATIVIDADE ANTIFÚNGICA DAS PRÓPOLIS DE MATO GROSSO E SUA INCLUSÃO NA CLASSIFICAÇÃO BRASILEIRA
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Orientador : CARLA GALBIATI
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Data: 12/12/2023
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A própolis é produzida pelas abelhas e sua composição química contém fenólicos e flavonoides advindos de plantas, as quais explicam as atividades biológicas como antimicrobiana e antioxidante. A atividade biológica da própolis é influenciada pela origem botânica das espécies de plantas visitadas pelas abelhas, por isso a origem geográfica influencia a qualidade da própolis em função da diversidade vegetal. A própolis Apis mellifera de Mato Grosso sofre influência das espécies de plantas do Cerrado, Pantanal, Amazônia e das espécies agrícolas, assim como da atividade biológica. Diante disso, o objetivo geral desta dissertação é analisar a própolis de Mato Grosso quanto à caracterização físico-química, atividades antimicrobiana e antioxidante para inclusão na classificação brasileira. Esta dissertação possui três capítulos para responder ao objetivo geral. As amostras de própolis foram coletadas nos municípios de Comodoro, Colíder, Nova Santa Helena, Nova Lacerda, Conquista D’Oeste, Reserva do Cabaçal e Cáceres devido ao potencial de atividade biológica e composição química da própolis destes municípios. Na caracterização físico-química foram analisadas cera, massa mecânica, umidade, cinzas (expressas em % m/m) e índice de oxidação (segundos). A cor do extrato etanólico da própolis foi determinada com o auxílio da carta de cor de Munsell. A quantificação de fenólico total e flavonoides foi feita pelo método colorimétrico de espectrometria. A atividade antimicrobiana dos extratos etanólicos de própolis foi avaliada através do método de microdiluição em caldo, nas concentrações de 8000 a 1,95 ug/ mL, expresso pela concentração inibitória mínima (CIM). A atividade antioxidante foi analisada pelos métodos DHPP, FRAP e ON. A análise dos dados foi descritiva, expressa por média e desvio-padrão. O resultado da caracterização físico-química de 10 amostras de própolis encontram-se dentro dos critérios de qualidade para consumo humano, estabelecidos pela legislação brasileira. Os extratos de própolis de Mato Grosso possuem cores vermelho, verde-oliva, marrom e preto, com teores de fenólicos totais e flavonoides semelhantes às própolis brasileiras, com destaque para a própolis verde-oliva de Reserva do Cabaçal. A atividade antifúngica foi identificada na própolis 1 de Comodoro, com CIM de 1000 ug/ mL sobre Candida albicans, que teve como diferencial o pólen de Borreria densifora, distinta das demais amostras. As outras sete amostras de própolis não apresentaram atividade antifúngica. Sete amostras de própolis de Mato Grosso foram classificadas em 03 grupos da própolis brasileira, devido à semelhança da cor do extrato etanólico e das atividades biológicas. Esse resultado amplia a origem geográfica das própolis brasileiras com a inserção da própolis de Mato Grosso. As própolis vermelha, verde, marrom-escura e preta de Mato Grosso têm atividade antimicrobiana e antioxidante em função da localização geográfica do apiário, por isso podem ser incluidas na classificação brasileira.
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RODRIGO LEMOS GIL
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"USO DE PÓ DE SERRA MADEIREIRA COMO CONSERVANTE DE MADEIRA DE ESPÉCIES NATIVAS AMAZÔNICAS".
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Orientador : MARIA APARECIDA PEREIRA PIERANGELI
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Data: 13/02/2023
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Devido as extensas áreas com florestas nativas, o Brasil é um país que se destaca na produção madeireira, gerando assim renda e emprego. No entanto para transformar floresta em madeira é necessário uma seria de processos que vai desde a exploração e transporte até o processamento industrial e distribuição. Na fase de processamento, as indústrias madeireiras se deparam com alguns problemas, no qual destaca-se a dificuldade de armazenagem das toras recebidas da floresta e a geração de resíduos e sua reutilização ou reciclagem. No entanto, boa parte dos empresários conhecem uma técnica chamada popularmente de “enterrio de toras” que consiste em enterrar as toras sob o pó-de-serra (resíduo madeireiro), armazenando-as e conservando-as por um longo período, contudo a utilização da técnica não é permitida pelos órgãos competentes. Com isso, o objetivo desta tese é verificar cientificamente a eficiência da técnica de “enterrio de toras” e para isso o trabalho foi dividido em três capítulos, sendo: Capitulo I - Stakeholder analysis do setor do setor florestal madeireiro do noroeste mato-grossense: uma visão sobre os resíduos sólidos industriais; Capitulo II – Aproveitamento de resíduos industriais de serraria como conservante de toras de madeira nativa da floresta amazônica; Capitulo III – Caracterização do ambiente propiciado pelo pó-de-serra: Microclima e solo.
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ROSIMEIRE VILARINHO DA SILVA
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SOCIOECONOMIA E FRAGILIDADE AMBIENTAL EM SINOP E TERRA NOVA DO NORTE, MATO GROSSO
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Orientador : CELIA ALVES DE SOUZA
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Data: 09/03/2023
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O presente estudo aborda o processo de ocupação territorial, uso e cobertura da terra e a fragilidade ambiental dos municípios de Sinop e Terra Nova do Norte, Mato Grosso, Brasil. A escolha desses dois munícipios deu-se em função das especificidades que envolveram a implantação dos seus projetos de colonização. Os dois municípios são provenientes das políticas de ocupação implementadas pelo Governo Federal na década de 1970, por meio das políticas de ocupação oficial e também da iniciativa privada. Ambos os municípios ao longo dos anos sofreram intensos processos de transformação da paisagem principalmente no que se refere ao meio físico. O município de Sinop, em um primeiro momento teve sua economia baseada na exploração madeireira, e posteriormente migrou para a agricultura mecanizada, principalmente a produção de grãos. Já o município de Terra Nova do Norte, teve sua base econômica focada inicialmente na agricultura, na comercialização da madeira e mineração (garimpo), atualmente sua economia é voltada para a agropecuária, com destaque para a pecuária de leite, e tem fomentado a agroindústria (laticínios), através da agricultura familiar. O objetivo do estudo foi analisar as transformações sociais, econômicas e ambientais nos municípios de Sinop e Terra Nova do Norte/MT e identificar as fragilidades ambientais. Este estudo está estruturado em quatro capítulos. O primeiro capítulo refere-se à caracterização ambiental (geologia, relevo, clima, solo e hidrografia) realizada por meio do levantamento dos aspectos ambientais, através de informações obtidas no relatório do projeto Radambrasil, e nas seguintes bases de dados: Seplan (Secretaria de Estado de Planejamento), INMET (Instituto Nacional de Meteorologia), CPRM (Serviço Geológico do Brasil) IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), ANA (Agência Nacional de Águas) e Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), e também trabalho de campo. O processamento dos dados foi realizado através do sistema de informação geográfica (SIG), software ArcGis® 10.6 para a confecção dos mapas. O estudo possibilitou entender os elementos físicos que constituem os dois municípios estudados e como eles se interrelacionam e influenciam o processo de ocupação e o uso e cobertura da terra em cada município. O segundo capítulo aborda a análise das transformações ambientais ocorridas nos dois municípios, por meio do processo de ocupação territorial e o uso e cobertura da terra. Os procedimentos utilizados foram: levantamento do processo histórico de ocupação dos municípios, na literatura e em sites de órgãos oficiais como Seplag (Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão) e Seplan (Secretaria de Estado de Planejamento), elaboração de mapa de uso e cobertura da terra por meio de informações obtidas na base de dados da Secretaria de Planejamento do Estado de Mato Grosso (Seplan) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O processamento desses dados foi realizado através do Sistema de Informação Geográfica (SIG), software ArcGis® 10.6. O estudo mostrou que a ocupação dos municípios pesquisados, seguiu a dinâmica de ocupação adotada pelo Governo Federal a partir de 1970, respondendo a interesses governamentais e privados. O terceiro capítulo apresenta uma análise dos indicadores socioeconômicos dos municípios pesquisados, com o objetivo de analisar as transformações econômicas, sociais e demográficas. Que foram identificadas por meio do levantamento dos indicadores socioeconômicos, como: PIB per capita, Dinâmica populacional, IDH, IDHM, Índice de Gini, Emprego e renda, Comércio, Indústria, Serviços e agropecuária. Os procedimentos utilizados foram: pesquisa bibliográfica e documental, levantamento e análise dos indicadores socioeconômicos, realizados mediante a coleta de informações nas Bases de dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Seplan (Secretaria de Estado de Planejamento), Seplag (Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão), PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), Datasus (Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde) e Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas). O estudo revelou que o município de Sinop vem ao longo dos anos, obtendo um crescimento populacional significativo e destacando-se em diferentes setores econômicos. Já o município de Terra Nova do Norte apresentou um decréscimo em sua dinâmica populacional na última década, sua economia é voltada para a agropecuária, com destaque para a pecuária de leite. Os dois municípios tiveram um crescimento acentuado nas áreas econômicas e sociais, impulsionado pela estrutura socioeconômica local. O quarto capítulo teve por objetivo identificar e mapear as fragilidades ambientais presentes nos dois municípios, embasado na proposta metodológica de Ross (1994), desenvolvida para estudar, tanto ambientes em condições naturais (fragilidade potencial) como também ambientes antropizados (fragilidade emergente). Os procedimentos metodológicos utilizados foram: pesquisa bibliográfica, trabalho de campo e elaboração da base de dados por meio das instituições CPRM (Serviço Geológico do Brasil), IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), ANA (Agência Nacional de Águas) e MAPBIOMAS. Esta base de dados permitiu o levantamento e análise das condicionantes geoambientais (geologia, geomorfologia, solos, drenagem, precipitação e uso e cobertura da terra). Desse modo foi gerado os mapas de solo, relevo, precipitação e uso e cobertura da terra, através do Sistema de Informação Geográfica, software ArcGis® 10.6, que foram confrontados para realizar o mapeamento da fragilidade ambiental potencial e emergente. O mapeamento evidenciou as condições naturais e os desequilíbrios do meio físico causado perlas intervenções antrópicas nos dois municípios estudados.
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CAROLINA DOS SANTOS
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Dinâmicas ecológicas das macrófitas aquáticas em cinco macrohabitats do Sítio Ramsar Estação Ecológica de Taiamã, Pantanal, Reserva da Biosfera.
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Orientador : CAROLINA JOANA DA SILVA
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Data: 27/03/2023
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A região hidrográfica do Alto Paraguai possui uma das maiores e diversificadas áreas úmidas do mundo, o Pantanal, que tem sua estrutura e funcionamento dependentes do pulso de inundação e tem o rio Paraguai como seu canal principal. Esse ecossistema conta com o Sítio Ramsar Estação Ecológica de Taiamã (EET), composto por diferentes macrohabitats propícios ao desenvolvimento das macrófitas aquáticas, que exercem importante papel na cadeia trófica e na ciclagem de nutrientes. Esta pesquisa está inserida no Projeto de Pesquisa Ecológico de Longa Duração-PELD/CNPq (n°441563/2016-3) e teve por objetivo analisar a dinâmica ecológica das macrófitas aquáticas em cinco macrohabitats na EET, em dois ciclos hidrológicos do pulso de inundação. As coletas foram realizadas em transectos de 5km, agrupados em macrohabitat rio Bracinho (T1, T2), rio Paraguai (T3, T4) e Campo inundável (T5), no período de enchente (2018/2021), cheia (2018/2021), vazante (2018/2021) e estiagem (2017/2020). Foi realizada uma análise cienciométrica nas bases de dados Science Direct, Scopus, Google Acadêmico, Web of Science e JStor, em busca de artigos de macrófitas aquáticas trabalhados nas doze regiões hidrográficas do Brasil e utilizou os termos “aquatic macrophytes in flood pulse in Brazil OR aquatic macrophyte AND brazilian sub-basins” combinados. As variáveis pH, temperatura, oxigênio dissolvido, oxigênio saturado, condutividade elétrica e turbidez da água foram medidas com uma sonda multiparâmetro (Horiba U50). A transparência da água com Disco de Secchi e a profundidade total com um bastão de ferro e corda graduada. Os nutrientes nitrogenados e fosfatados da água e das macrófitas aquáticas analisados por espectrofotometria UV-VIS. Os dados de precipitação, nível hidrométrico e vazão do rio Paraguai foram obtidos Agência Nacional de Águas (ANA)/Hidroweb. A caracterização da comunidade de macrófitas aquáticas seguiu o método de Braun-Blanquet. O estudo cienciométrico revelou que 29% dos estudos foram na região hidrográfica do Paraná (16%) e Amazônica (13%), com destaque para as pesquisas realizadas nas sub-bacias do Paraná, Paranapanema, Amambaí e Alto Paraguai. O estudo mostrou uma tendência temporal de aumento das publicações de macrófitas aquáticas e avanços nas pesquisas, principalmente com a temática das macrófitas aquáticas com as interações ambientais da bacia hidrográfica. No geral, a comunidade de macrófitas foi composta por 39 famílias, distribuídas em 69 gêneros e 122 espécies. Nas águas altas, registrou-se 95 espécies e nas águas baixas 99 espécies. O macrohabitat rio Paraguai e rio Bracinho, apresentaram 91 espécies respectivamente e 60 espécies na região do Campo inundável. As anfíbias e emergentes foram os grupos funcionais mais comuns no Campo inundável e que responderam com espécies adaptadas ao pulso de inundação. Na caracterização limnológica dos macrohabitats ficou evidenciado o um agrupamento das variáveis nitrato, amônio, nitrogênio total e fósforo total. O oxigênio dissolvido, saturação de oxigênio, e a condutividade se agruparam na estiagem e na vazante. O ciclo hidrológico de 2020/2021 foi caracterizado pela redução da precipitação, com alteração no pulso de inundação, diminuição do nível d’água, águas mais ácidas em comparação ao primeiro ciclo hidrológico, que influenciou na redução geral da biomassa seca das macrófitas aquáticas.
As maiores taxas de biomassa, nitrogênio total e fósforo total foram
registrados na estiagem, com a estrutura aérea acumulando maior massa. A EET mostrou ser uma área que alberga grande riqueza de macrófitas aquáticas, resultando no conhecimento florístico, no conhecimento funcional das espécies e na distribuição das espécies frente a dinâmica de inundação nos macrohabitats.
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ANDRÉ GRECCO CARVALHO
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USO DE BIOCHAR DE CASCA DE CUPUAÇU NA MELHORIA DE ATRIBUTOS DE UM NEOSSOLO QUARTZARÊNICO ÓRTICO TÍPICO DO BIOMA AMAZÔNICO
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Orientador : MARIA APARECIDA PEREIRA PIERANGELI
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Data: 14/04/2023
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As indústrias de polpas de frutas geram toneladas resíduos, como cascas, a exemplo da polpa de cupuaçu, onde a casca representa aproximadamente 45% da massa do fruto. Nessa atividade, a destinação adequada dos resíduos nem sempre é feita, podendo acarretar passivos ambientais. Biochars de várias origens são objetos de estudos devido ao fato dele poder ser usado para diversas finalidades. Um dos usos mais difundidos é como condicionador do solo pela promoção de melhorias nos atributos físico-químicos dos solos. Trabalhos propondo alternativas para destinação da casca de cupuaçu têm sido conduzidos, entretanto, nenhum sobre os efeitos da aplicação do seu biochar no solo. Assim, o objetivo desse trabalho foi avaliar, em teste de vaso, a influência do biochar da casca de cupuaçu como condicionador de solo, comparando-o a adubação química na cultura da alface. O biochar foi obtido pela pirólise a 500°C da casca de cupuaçu, moído e tamisado em peneira de 2,00 mm,e aplicado em Neossolo Quartzarênico órtico típico, coletado na região amazônica. O delineamento experimental adotado foi inteiramente casualizado, consistindo em oito doses de biochar, 0,05%; 0,10%; 0,15%; 0,20%; 0,35%; 0,50%; 0,75% e 1,00% (m m-1), e uma testemunha, com dez repetições. As doses de biochar foram aplicadas ao solo e a mistura homogeneizada foi incubada por 60 dias. Para fins de comparação, foi implementado um tratamento com adubação química, em cinco repetições. Teores biodisponiveis de macro e micronutrientes foram realizadas no biochar e nas amostras de solo incubadas. Após o período de incubação, a alface do tipo crespa, cv. Valentina, foi cultivada em vasos durante 60 dias. As análises fitotécnicas como número de folhas (NF), área foliar (AF), altura da planta (AP), massa fresca da parte aérea (MFPA), massa seca da parte aérea (MSPA) e massa seca de raiz (MSR) das plantas foram determinadas. Os teores disponíveis médios de K e P, foram iguais a 23.391 e 761 mg kg-1, respectivamente. A aplicação de 1% de biochar aumentou os teores de K no solo de 0,08 para 1,0 cmolc dm-3. Resultados de NF, AF, MFPA, MSPA e MSR apresentaram correlação positiva de Pearson (r) em resposta à dose de biochar com os seguintes valores 0,736; 0,889; 0,911; 0,847 e 0,787, respectivamente (p < 0,01); a maior produtividade foi obtida com a dosagem de 1%. Em comparação a adubação química o teste de média Dunnett (α = 0,05) mostraram não haver diferença significativa nas análises AP e MSPA para a dosagem 0,75% e AP, MFPA, MSPA e MSR para 1%. Os resultados mostram que a transformação da casca de cupuaçu em biochar e sua posterior aplicação ao solo contribui para a produção de alface, com potencial de minimizar a necessidade de fertilizantes potássicos industrializados, e diminuir os impactos ambientais resultantes do descarte inadequado dos resíduos provenientes da industrialização da polpa do cupuaçu.
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VICTOR HUGO DE OLIVEIRA HENRIQUE
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EDUCAÇÃO, INTERDISCIPLINARIDADE E CIÊNCIAS AMBIENTAIS: uma análise de teses e dissertações brasileiras
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Orientador : AUMERI CARLOS BAMPI
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Data: 02/05/2023
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A presente pesquisa tem como objetivo geral mapear e analisar, a pesquisa em EA e suas respectivas tendências produzidas nos programas de pós-graduação (PPG) da área das ciências ambientais, interdisciplinar e meio ambiente e agrárias da CAPES Para alcançar esse objetivo, foi realizada uma pesquisa do tipo estado da arte. O primeiro passo constitui na identificação dos PPGs, que foi feita por meio da plataforma Sucupira, já as buscas pelos relatos de pesquisa foram feitas no Banco de Teses e Dissertações Brasileiras em Educação Ambiental (BT&D/EA) do Projeto EArte, pela Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD), pelo Catálogo de Teses e Dissertações da CAPES e por fim, foi feita uma busca nos sítios eletrônicos de cada programa, com intuito de refinar as buscas. Foram encontrados 3.077 trabalhos, deste total 93 pesquisas foram descartadas pois não foi encontrado o trabalho completo nem o resumo, resultando em 2.984 documentos. Após a leitura dos resumos, 171 trabalhos também foram retirados da investigação por não se tratar de pesquisas em EA, assim o corpus documental foi constituído por 2.813 pesquisas, sendo 2.387 na área das Ciências Ambientais/Ciências Ambientais, 393 na área de Meio Ambiente e Agrárias/Interdisciplinar e por fim 33 na área Interdisciplinar/Interdisciplinar. Nas três áreas investigadas houve predominância de dissertações de mestrado (acadêmico e profissional) em relação as teses de doutorado, as instituições públicas lideram a produção. Em relação as regiões, na área Ciências Ambientais/Ciências Ambientais o Nordeste lidera a produção, já a região Sudeste lidera a produção da área Meio Ambiente e Agrárias/Interdisciplinar e pôr fim a área Interdisciplinar/Interdisciplinar possui mais trabalhos na região Norte. Houve predominância nas três áreas do contexto educacional não- escolar, já no contexto escolar, muitos trabalhos não especificaram os níveis de ensino em que a pesquisa foi realizada. Em relação aos temas de estudo, nas três áreas o tema "Concepções, Representações, Percepções e Processos Cognitivos do Aprendiz em EA" apresentou mais expressividade nas pesquisas, a relação entre gênero e autoria se mantém igual nas três áreas também, sendo as mulheres na liderança. Já em relação aos temas ambientais houve uma diversificação entre as áreas, na Ciências Ambientais/Ciências Ambientais os temas “água”, “resíduos, lixo e reciclagem” e “sustentabilidade” foram os mais expressivos nos trabalhos analisados. Na área Meio Ambiente e Agrárias/Interdisciplinar os temas “sustentabilidade”, “agroecologia e agrofloresta" e “resíduos, lixo e reciclagem” foram os mais expressivos. Por fim a área Interdisciplinar/Interdisciplinar apresentou a "agroecologia e agroflorestal”, “sustentabilidade” e “degradação e recuperação ambiental" como os temas presentes na maioria das pesquisas. Em relação ao lapso temporal, a pesquisa mais antiga na área das Ciências Ambientais/Ciências Ambientais é datada do ano de 1997, na área Interdisciplinar/Interdisciplinar é de 1994 e na área Meio Ambiente e Agrárias/Interdisciplinar é 1999. Com exceção da área Interdisciplinar/Interdisciplinar, as outras áreas apresentaram um crescimento linear na produção e uma queda a partir do ano de 2020, o que pode ser justificado pela pandemia da Covid-19. De modo geral é possível ver uma desigualdade nos temas de estudos e nos temas ambientais, bem como no contexto educacional escolar com um número significativo sem especificar o nível de ensino (abordagem genérica) evidenciando uma fragilidade nas pesquisas.
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VANCLEBER DIVINO SILVA ALVES
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DIVERSIDADE DE ANFÍBIOS NO NORTE DA BACIA DO ALTO PARAGUAI, MATO GROSSO, BRASIL
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Orientador : DIONEI JOSE DA SILVA
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Data: 26/05/2023
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Os anfíbios se destacam como grupo de vertebrados com maior nível de ameaça e com maior déficit de estudos de conservação em escala global. O Brasil possui a maior diversidade de anfíbios do mundo e corresponde ao país com maiores oportunidades de descobertas de novas espécies de anfíbios. Essa condição do Brasil está intimamente relacionada, entre outros fatores, à sua grande extensão territorial. Dentre as regiões com conhecimento em construção sobre a diversidade e conservação de anfíbios, trazemos a Bacia do Alto Paraguai (BAP), inserida a maior área úmida do mundo, o Pantanal. Aqui, buscou-se avaliar a diversidade e conservação de anfíbios com foco no norte da BAP, Mato Grosso, Brasil. Para fornecer informações sobre diversidade e conservação de anfíbios nessa região, a tese foi dívida em três capítulos. No capítulo 1, procuramos entender como a diversidade taxonômica, funcional e filogenética das assembleias de anuros terrestres estão estruturadas na região norte do Pantanal e planalto do entorno, Mato Grosso, Brasil. As assembleias do planalto foram funcional e filogeneticamente mais diversas, enquanto as assembleias de planície foram mais semelhantes em ambos os aspectos, provavelmente devido à forte influência dos pulsos de inundação que limitam a ocorrência de várias espécies nesta região do Pantanal. O capítulo 2, tem como objetivo inventariar e compilar informações sobre espécies de anfíbios que ocorrem nos limites do município de Cáceres, Mato Grosso, Brasil. Foram encontradas 49 espécies de anfíbios com ocorrência para o município de Cáceres. Dentre as espécies, 48 pertencem à ordem Anura e uma à ordem Gymnophiona. Os resultados aqui apresentados destacam o município de Cáceres como uma das áreas mais ricas em espécies de anfíbios para a região do Pantanal Norte e ampliam o conhecimento sobre a distribuição de anfíbios. No capítulo 3, apresentamos um panorama da riqueza de espécies de anfíbios para seis municípios da região norte da BAP, Mato Grosso, Brasil. Foram registradas 53 espécies de anfíbios, distribuídas em 23 gêneros e nove famílias. Por fim, o resultado da tese destaca que a região norte da BAP possui riqueza de 67 espécies de anfíbios, que representa 35% da riqueza conhecida para o estado de Mato Grosso e 59% das espécies que ocorrem em toda a BAP. Segunda a classificação da União Internacional para a Conservação da Natureza, há um desconhecimento sobre o grau de ameaça de cerca de 20% das espécies que ocorrem na região norte da BAP. Destacamos o planalto de entorno como fonte de diversidade de anfíbios para região e ressaltamos a necessidade de medidas conservacionistas direcionadas a esses ambientes, devido serem a porção mais atingida historicamente pela demanda socioeconômica e serem cruciais para manutenção da maior área úmida do mundo, o Pantanal.
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RAFAEL KILL SILVEIRA
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COMUNIDADE DE ABELHAS (HYMENOPTERA: APOIDEA) DE MATO GROSSO, BRASIL - DIVERSIDADE, USO, MANEJO E CONSERVAÇÃO
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Orientador : DIONEI JOSE DA SILVA
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Data: 30/05/2023
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As abelhas são os principais polinizadores bióticos dos ambientes naturais e artificiais. A diversidade de abelhas nativas do Brasil negligenciadas como possíveis polinizadoras de culturas agrícolas é de 88,4%. Os processos de substituição das paisagens para urbanização e atividades agropecuárias têm promovido a redução de recursos necessários à sobrevivência das abelhas, principalmente a redução das fontes de alimentos e locais para nidificação. Os sistemas agropecuários do Brasil são monoculturais, e estes necessitam do uso de agrotóxicos, que podem causar redução nas populações de abelhas. As alterações climáticas globais também afetam as condições de vida das abelhas. Dentre elas pode-se destacar o efeito do aquecimento global, que tem elevado a temperatura em algumas regiões do Brasil para condições acima do conforto térmico, e como agravante alguns agrotóxicos estão associados a alterações na capacidade de termorregulação das abelhas. Devem ser tomadas medidas de redução do desmatamento associado à recuperação ambiental, bem como a adoção de práticas agropecuárias, e do modo de vida urbano que minimizem os danos ambientais. No capítulo 1, intitulado “Abelhas e Agrotóxicos: Um cenário de riscos”, avalia o volume de vendas dos agrotóxicos no Brasil, a evolução da quantidade comercializada, bem como a liberação de novos produtos ao longo dos anos. Posteriormente com base nesse conjunto de informações, e por meio de uma revisão bibliográfica buscou-se compreender a dinâmica de uso desses produtos e verificar quais deles são nocivos para as abelhas e/ou que possam ter relação com a redução dessas comunidades. No capítulo 2, intitulado “O que se conhece sobre a fauna de abelhas em Mato Grosso? O estado de maior produção agropecuária do Brasil”, realizamos uma revisão bibliográfica sistemática de artigos científicos publicados no período de 1945 a julho de 2020, tratando da temática do conhecimento atual sobre a diversidade de abelhas no estado de Mato Grosso. No capítulo 3, intitulado “Arborização e enxames populosos garantem a termorregulação do interior do ninho de Apis melífera”, objetivou-se identificar o local ideal no interior da colmeia para se aferir a temperatura, e avaliar se a temperatura interna da colmeia é afetada pelo tamanho da população de abelhas, e ainda verificar se na região sudoeste do Estado de Mato Grosso o manejo de manter as colmeias sob ambiente arborizado no verão ou em pleno sol no inverno garante a homeostase térmica. No capítulo 4, intitulado “Polinizadores visitam o girassol durante todo florescimento, aumentando a produtividade e uniformizando as sementes”, objetivou-se verificar o efeito da polinização biótica na cultura da cultivar de girassol SYN 039A, associada ou não à adubação orgânica e, ainda, determinar em qual período de florescimento e qual horário do dia há maior abundância de visitantes florais.
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CELSO DE ARRUDA SOUZA
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SERVIÇOS ECOSSISTÊMICOS NOS MUNICÍPIOS MATO-GROSSENSES DE ALTA FLORESTA E SINOP – AMAZÔNIA LEGAL, BRASIL.
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Data: 27/07/2023
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O conceito de serviços ecossistêmicos entrou na agenda política e passou a ser divulgado após o relatório da Avaliação dos Ecossistemas do Milênio em 2003. Esse conceito diferencia os serviços ecossistêmicos em suporte, provisão, regulação e cultural. A literatura que trata do conceito de serviços ecossistêmicos ganhou força no processo acadêmico, envolvendo a ciência e a política, para incentivar a conservação da natureza com a preocupação da perda da biodiversidade. A Floresta Amazônica oferece suporte de recursos naturais essenciais para a vida, sendo sua conservação necessária para a manutenção da biodiversidade e dos serviços ecossistêmicos. Áreas de Reserva Legal e Áreas de Preservação Permanente desempenham papel importante na preservação da biodiversidade e são fornecedoras dos serviços ecossistêmicos de suporte, como a manutenção de oferta de água potável, oferta de madeira e habitat para a diversidade de fauna e flora. Entretanto, a modificação na vegetação da Floresta Amazônica causa perda irreversível nos serviços ecossistêmicos da biodiversidade de fauna e flora, altera o clima e a umidade atmosférica local, gera perda de carbono e mudança no fluxo do ciclo hidrológico. Nesse sentido, preocupando-se com a situação temporal de perda de vegetação e, consequentemente, os trade-offs dos serviços ecossistêmicos, esta pesquisa tem como objetivo analisar os impactos de uso e ocupação da terra no processo da expansão agropecuária sobre serviços ecossistêmicos de suporte fornecidos pela vegetação da Floresta Amazônica, no período de 1990 a 2020, em Sinop e Alta Floresta (MT). Nos municípios analisados ocorreu redução da vegetação em todas as categorias fitoecológicas: em Sinop, 40,54% com uma área de 165.771 hectares; em Alta Floresta, 50,6% com uma área de 452.808 hectares. Em comparação com o ano de 1990, marco inicial do período prévio de investigação, Sinop computava 62.340 hectares e Alta Floresta 166.405 hectares. Enquanto a monocultura em Sinop representou 67% da ocupação do território, em Alta Floresta a pecuária foi responsável por 30% da transformação da área de vegetação nativa. As análises na área de Reserva Legal (RL) e Área de Preservação Permanente (APP) mostraram que ocorreu menor refletância na biomassa no ano de 2020: o NDVI foi entre 0,2 e 0,3, em comparação com o ano de 1990, marco inicial da investigação. Nos demais período – 2000, 2010 –, o NDVI era no intervalo de 0,4 a 0,8 em ambos os municípios. Em Sinop, a necessidade de recuperação de área de mata ciliar é de 1.821 hectares e em Alta Floresta é 15.304 hectares. Ainda, ocorre déficit de 126.300 hectares de RL em Sinop; em Alta Floresta, de 228.000 hectares. O acumulado de área desmatada somado dos dois municípios em 2020 nas RL em grandes propriedades é de 65.636 hectares, em médias propriedades é de 49.069 hectares e nas pequenas propriedades é de 11.617 hectares. Concluímos que a metodologia proposta permitiu realizar uma análise das condições ambientais da vegetação em Áreas de RL e APP, as quais desempenham papel importante na preservação da biodiversidade e são fornecedoras dos serviços ecossistêmicos de suporte em habitat natural, oferta de água, umidade do solo e concentração de CO 2 nos municípios de Sinop e Alta Floresta.
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JOSELÂINE SOUTO HALL SILVA
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CENÁRIO DAS PESQUISAS SOBRE RESERVATÓRIOS DE Trypanosoma spp. E A FAUNA DE PEQUENOS MAMÍFEROS RESERVATÓRIO DE T. cruzi NA AMAZÔNIA MERIDIONAL
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Orientador : ANTONIO FRANCISCO MALHEIROS
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Data: 29/09/2023
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As mudanças nos ecossistemas terrestres onde vivem os reservatórios e vetores de doenças infecciosas colocam um grande desafio para o campo científico, que é o de conhecer, analisar e propor soluções para as doenças emergentes e reemergentes. Sobre essa ótica, pesquisas têm apontado para a importância de estudos com enfoque em ecologia de doenças abordando os reservatórios naturais de parasitos como meio de se compreender o ciclo de transmissão de doenças, as relações parasito-hospedeiro e os mecanismos de seu controle. Neste contexto cientistas têm buscado compreender as interações entre parasitos Trypanosoma sp. e mamíferos como a principal taxa que atua como reservatório natural destes protozoários. Esta compreensão é fundamental para melhor entender o ciclo destes parasitos na natureza e estabelecer mecanismos de controle de tripanossomíases como a doença de chagas que assola principalmente países da América do Sul. Desta forma, visando reunir informações sobre mamíferos reservatórios de Trypanosoma sp. e suas respectivas ocorrências ecológicas, buscou-se neste estudo uma compilação de dados das principais publicações sobre o tema no período de 2010 a 2020. Foram revisados 446 artigos indexados nas bases Web of Science e Scopus a partir dos quais realizou-se uma análise bibliométrica bem como construiu-se um banco de dados que permitiu uma meta-análise apontando os principais Trypanosoma sp. albergados em mamíferos em todo o mundo, bem como os principais taxa de mamíferos que albergam estes parasitos. Por fim uma análise pontual foi realizada com mamíferos capturados na porção norte do Pantanal mato-grossense verificando a ocorrência de Trypanosoma cruzi em pequenos mamíferos por meio de análises de tecidos pela técnica de qPCR (Polymerase chain reaction). As principais pesquisas sobre o tema mamíferos como reservatórios de Trypanosoma sp. concentram-se na América do Sul e foram realizadas com a participação de pesquisadores brasileiros a partir da Fiocruz com destaque para liderança da pesquisadora Ana Maria Jansen. Em relação à diversidade de Trypanosoma sp. albergados em mamíferos foram registrados 15 espécies nos 97 artigos analisados, distribuídos nos cinco continentes, com destaque para ocorrência de T. cruzi, presente em 85,13% dos mamíferos positivos para algum Trypanosoma sp. O conjunto de dados dos artigos revisados resultou em 22.662 indivíduos pertencentes a 366 espécies em 12 ordens de mamíferos. Deste total 23,59% dos indivíduos eram portadores de algum Trypanosoma sp. e 20,09% de T. cruzi, exclusivamente no continente americano. O grande número de publicações sobre o tema revela a importância dada aos estudos de reservatórios de Trypanosoma, principalmente em países americanos onde a doença de chagas acomete elevado número de pessoas. O avanço das pesquisas tem demonstrado que mamíferos exercem papel fundamental no ciclo biológico de várias espécies de Trypanosoma sp. e que a diversidade de espécies de mamíferos potenciais reservatórios destes parasitos é bastante ampla. Pequenos mamíferos representam importantes reservatórios e sua diversidade para o Brasil é de 263 espécies de Rodentia e 68 de Didelphimorphia. Para o Pantanal Norte são conhecidas 42 espécies de Rodentia e 24 de Didelphimorphia, das quais obtivemos amostras de tecidos de oito e 10 espécies respectivamente.
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VALÉRIA DOS SANTOS DE OLIVEIRA
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DIÁLOGOS DE SABERES INTERCULTURAIS: Política de Ação Afirmativa Étnico-racial, Território e Bem Viver no contexto dos acadêmicos(as) da Faculdade Indígena Intercultural - UNEMAT
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Data: 10/10/2023
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A sabedoria ancestral e os modos de vida dos povos originários e comunidades tradicionais, advindas de suas tradições, culturas, valorização e manejo dos seus territórios, das vivências em comunidade e em harmonia com o ambiente, nos proporciona um frutífero diálogo de saberes interculturais na perspectiva do Bem Viver. Neste contexto, a Educação pode contribuir para diminuir as desigualdades existentes na sociedade e o Estado por meio de políticas públicas e ações afirmativas pode trabalhar no intuito de garantir uma educação de qualidade, democrática e equitativa. Desse modo, esta pesquisa tem o objetivo geral de compreender e analisar o papel da Política de Ação Afirmativa Étnico-Racial na vida dos estudantes da Faculdade Indígena Intercultural da UNEMAT e seus impactos e contribuições para os território a partir da visão do Bem Viver. Para a realização da pesquisa todos os procedimentos éticos no campo da pesquisa foram seguidos nas distintas instâncias institucionais e obteve-se a aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa CEP/UNEMAT e CONEP (CAAE nº 44993821.0.0000.5166) e o consentimento dos(as) envolvidos(as) na pesquisa. No que tange ao processo metodológico utilizou-se a pesquisa qualitativa, aplicada, exploratória-descritiva; de cunho bibliográfico e documental, pautada na interdisciplinaridade. Parte de revisão teórica com viés crítico e outra de um estudo de caso da Faculdade Indígena Intercultural/UNEMAT por meio da realização de entrevistas semiestruturadas com estudantes universitários dos povos indígenas Bakairi, Bororo, Chiquitano, Kawaiwete Kayabi, Manoki, Myky, Paresí e Tapirapé; com gestores e/ou servidores da FAINDI/UNEMAT. A organização da tese conta com o Manuscrito I que analisou o Bem Viver na lógica dos atores sociais - povos e comunidades tradicionais frente a proposta de desenvolvimento hegemônico vigente; o Manuscrito II teve como objetivo discutir o campo semântico do Bem Viver à luz das Constituições do Equador, Bolívia e a do Brasil relacionada aos direitos dos povos indígenas; o Manuscrito III que levantou, analisou e sintetizou as produções científicas sobre Educação, Políticas Públicas e Ações Afirmativas demonstrando a importância da Educação na interface com Políticas Públicas voltadas a Ações Afirmativas na redução das desigualdades sociais, por meio de um estudo bibliométrico com pesquisa bibliográfica e documental; o Manuscrito IV que procurou analisar o campo semântico do Bem Viver associado a experiências práticas de políticas públicas de ações afirmativas educacionais interculturais indígenas em países da América Latina (Brasil, Bolívia e Equador), em contraposição à crise civilizatória; o Manuscrito V emergiu dos diálogos de Saberes Interculturais com estudantes indígenas, gestores, servidores docentes e técnicos da FAINDI/UNEMAT e o Manuscrito VI investigou e analisou a Política de Ação Afirmativa Étnico-Racial da Faculdade Indígena Intercultural/UNEMAT nos territórios das comunidades dos estudantes indígenas a partir da perspectiva do Bem Viver. Os resultados apontam para um diálogo intercultural de saberes trazendo conceitos, reflexões e críticas, acerca das políticas públicas, ações afirmativas, educação superior indígena, povos e comunidades tradicionais, desenvolvimento territorial, desenvolvimento hegemônico vigente, crise civilizatória e bem viver, que convergem na busca pela compreensão, legitimação e valorização das alteridades e da busca por equidade social.
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Magno Alves Ribeiro
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“Turismo no Pantanal Mato-Grossense de Poconé: Possibilidades e Transitoriedades para as Ecossocioeconomias”
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Data: 06/12/2023
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A tese "Turismo e Socioambiente no Pantanal Mato-Grossense de Poconé: Possibilidades e Transitoriedades para Ecossocioeconomia" tem como objetivo geral analisar se as pousadas turísticas da cidade de Poconé, no Pantanal de Mato Grosso, apresentam indícios de transitoriedades em curso das características de organizações empresariais para organizações híbridas que possam combinar elementos em suas práticas para uma nova forma organizacional, e quais as relações com as ecossocioeconomias. Para fins de sistematização, a tese foi organizada em quatro manuscritos científicos, cada um com sua devida metodologia específica. O primeiro artigo, intitulado "Turismo e Pantanal: as relações com os objetivos do desenvolvimento sustentável", aborda as relações entre o turismo e o Pantanal, relacionando-as aos objetivos do desenvolvimento sustentável, tem como propósito fazer uma revisão sistemática da literatura sobre turismo no bioma Pantanal, com recorte temporal entre o ano 2000 e o ano 2021, agregando os temas de maior expressão e fazendo uma interface com os 17 objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) e as três dimensões do desenvolvimento sustentável: econômica, social e ambiental. Os dados foram levantados na base de periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. Os resumos das 56 pesquisas foram analisados pelo software IRaMuTeQ. O resultado aponta que o Pantanal e o turismo apresentam interfaces com os ODS, viabilizando parcialmente as dimensões econômica, social e ambiental, dos ODS. Não obstante, o bioma Pantanal carece primeiro investimento e de políticas públicas voltadas para defesa de seu povo e de sua biodiversidade. O segundo artigo, intitulado “Paradigmas e Transitoriedades: da Idade Média ao Contemporâneo, ecossocioeconomias e economia ecológica”, tem como finalidade apresentar uma linha temporal, da Idade Média até a Contemporaneidade, destacando teorias do pensamento humano e das Ciências, a partir de aspectos econômicos, sociais e ambientais, que evidenciam elementos de transitoriedade até a postulação de teorias pós-desenvolvimentistas, sob a denominação das ecossocioeconomias, da qual pressupõem a economia ecológica. O levantamento do estado da arte ocorreu por meio de periódicos do portal Capes e seu banco de teses, da plataforma Scielo, Google Acadêmico e de livros. Fica evidente a influência do sistema capitalista no processo histórico humano e que permeia até nossos dias. No entanto, dimensões das chamadas ecossocioeconomias, com componente da economia ecológica, fazem-se presentes, o que, em seu conjunto, podem caracterizar uma transitoriedade epistemológica antipositivista que prioriza aspectos transdisciplinar e valorização das questões socioambiental, constituindo-se como alternatividades às racionalidades do sistema econômico hegemônico vigente. O terceiro artigo, intitulado “Impactos socioeconômicos da pandemia Covid-19 e incêndios no turismo do Pantanal Mato Grossense”, tem como objetivo analisar os impactos socioeconômicos da pandemia de Covid-19 e das queimadas na vida dos atores sociais do turismo no município de Poconé, localizado no estado de Mato Grosso, com ênfase nas pousadas rurais. A metodologia adotada foi pesquisas bibliográficas e análise documental dos dados secundários, além de entrevistas semiestruturadas com os proprietários das pousadas rurais. A pandemia e os incêndios em 2020 contribuíram para o fechamento de empresas, demissões de pessoas e consequentes reduções na arrecadação tributária. No ano de 2021, em paralelo ao início vacinal e a redução das mortes, os dados econômicos do setor apresentaram uma tendência positiva de recuperação nos aspectos socioeconômicos da região, município e pousadas. Por fim, o quarto artigo cujo título é “Turismo em pousadas no Pantanal: experiências de transitoriedades para organizações hibridas e ecossocioeconomias?” tem o objetivo de analisar elementos que identificam transitoriedade socioambiental em pousadas turísticas da cidade de Poconé, localizada no Pantanal de Mato Grosso. Como metodologia, utilizou-se revisão bibliográfica nas teorias dos temas e pesquisa documental para levantamento de dados, além de questionário semiestruturado junto aos proprietários das pousadas para a percepção e fatos das ações voltadas ao trinômio, econômico, social e ambiental. Os resultados apontam para empresas organizadas em modelos compatíveis com a racionalidade econômica; porém, em alguns aspectos – notadamente o ambiental – apresentam características de transitoriedade que se aproximam das ecossocioeconomias para organizações híbridas. As organizações nas atividades de turismo local ainda se pautam pela racionalidade econômica; contudo, deixam indícios de mudanças nas ações, as quais, em conjunto com a proteção ambiental, informalmente geram combinações de organizações híbridas, o que é possível denominar como transitoriedade para modelos de ecossocioeconomias.
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ANTONIO MIGUEL OLIVO NETO
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Macro e Micro Escala das Alterações da Vegetação Causadas por Incêndios e Desmatamentos no Ecótono Amazônia-Cerrado-Pantanal, Mato Grosso, Brasil
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Orientador : MARIA ANTONIA CARNIELLO
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Data: 13/12/2023
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Os incêndios e desmatamentos possuem a capacidade de moldar a paisagem de uma região, transformando diretamente as áreas de vegetações nativas. Este trabalho teve como objetivo avaliar em macro e micro escala os efeitos dos incêndios florestais e desmatamentos no ecótono dos biomas Amazônia-Cerrado-Pantanal, ocorrido na região sudoeste do estado de Mato Grosso. As avaliações em macro escala, tiveram como objetivo analisar toda a região do Ecótono, a partir de dados secundários e com análises de imagens de satélite, com a utilização de técnicas de geoprocessamento. As análises em escala local (micro escala) foram baseadas em dados obtidos in loco, em parcelas permanentes de monitoramento da vegetação instaladas/alocadas no ecótono foco do estudo. Até o presente momento, os resultados obtidos neste estudo, apontaram que os desmatamentos ocorrem em sua grande maioria no bioma Amazônico, enquanto os focos de calor ocorrem com maior densidade no Pantanal em regiões próximas do Cerrado. Tanto o desmatamento quanto os focos de calor ocorrem conectados entre os três biomas e os mesmos respondem a ações governamentais, atenuando ou agravando as ocorrências em função das políticas públicas. Após esse histórico de incêndios, desmatamentos e outros impactos, as áreas de vegetação nativa remanescente na região é de aproximadamente 60% do território avaliado, porém esse remanescente encontra-se fragmentado, apontando que a área do Pantanal localizada no ecótono estudado, possui grande influência na conservação da vegetação nativa e faz necessário um olhar específico para a vegetação deste bioma, sendo possível constatar que as áreas localizadas em tipologia florestal apresentam déficit de vegetação, comparando-se com as legislações vigentes. A presença de Terras Indígenas, Unidades de Conservação e Florestas Publica, auxiliam na manutenção dos remanescentes de vegetação nativa da região, enquanto áreas com alta concentração de propriedades rurais, possuem menor quantidade de vegetação nativa, com destaque para áreas com predomínio de pequenas propriedades rurais, que possuem áreas de vegetação mais fragmentadas. Além disso, os resultados aqui obtidos apontam que é necessária uma priorização das análises e validações dos Cadastros Ambientais Rurais, pois os mesmos são importantes ferramentas de regularização ambiental e auxiliam na preservação das áreas de vegetação nativa, existentes dentro das referidas propriedades, que é a classe predominante na ocupação do solo da região estudada. Nas avaliações in loco foi possível constatar que áreas florestais localizadas no ecótono com histórico de antropização para exploração de madeira, quando atingidas por incêndios, possuem alta taxa de mortalidade da vegetação arbórea e esses fragmentos que restam na região são altamente impactados, tendo sua vegetação alterada pela elevada mortalidade. Foi possível constatar também que o uso de veículos aéreos não tripulados (drones), são importantes ferramentas auxiliares de inventários florestais para estimar a mortalidade e avaliar a dinâmica da vegetação pós fogo nestas áreas florestais. Os dois capítulos que se encontram em elaboração neste estudo, trarão resultados acerca de metodologia de levantamentos de dados de inventários florestais e avaliará os efeitos diretos na vegetação dos incêndios florestais em áreas localizadas no ecótono Amazônia-Cerrado-Pantanal, avaliando a resiliência da vegetação arbórea e os efeitos dos mesmos no solo destas áreas, e ainda resultados preditores sobre os respectivos cenários de conservação.
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