TERRITORIALIDADES FEMININAS CAMPONESAS DO CERRADO
Territorialidade, mulheres camponesas, Cerrado, cultura, protagonismo
O tema territorialidades femininas camponesas do Cerrado desenvolvido nesta tese,
buscou contemplar abordagens envolvendo o bioma Cerrado e sua territorialização e as
consequências para as diversidades socioambientais e culturais. A importância gradual
econômica do bioma processou-se pela próspera capacidade produtiva, na expansão das
fronteiras agrícolas brasileiras. O desenvolvimento do capital agrário nestes campos,
viabilizou as transações e parcerias de setores privados e públicos com estratégias e
negociações para mercados internacionais agroexportadores. Este cenário histórico
implicou em alterações das relações socioambientais e culturais de povos tradicionais
cerradeiros, cujas dimensões materiais e imateriais nas relações dos sujeitos com o
território, se configuraram na consolidação das ações de sobrevivência e de identidades.
Estas relações conciliam teias de cumplicidades e vínculos criando uma feição singular,
combinando as necessidades cotidianas da vida e a oferta da biodiversidade do Cerrado.
Neste seguimento, buscou-se investigar o protagonismo das mulheres camponesas nos
territórios cerradeiros, suas experiências e legados. Para alcançar tal objetivo utilizou-se
da história de vida, metodologia integrante do universo das pesquisas qualitativas,
contando com os procedimentos da observação participante e entrevistas abertas.
Apresentando incipientes resultados, tais técnicas foram suficientes para compreender
que, mesmo diante de condições da invisibilidade dada pela estrutura social patriarcal e
percalços impostos pelas transformações de trabalho no campo, as mulheres camponesas
participantes da pesquisa, revelaram que abrigam, com singeleza, os modos de vida
fundados nos campos cerradeiros e resguardam os costumes, imprimem nas práticas seus
saberes culturais, promovendo sua proteção. Mesmo com resultados parciais da pesquisa,
é válido assegurar que, embora negligenciada, a presença feminina emerge como
protagonista na luta, no exercício das resistências e permanência na terra.