NÃO PRESTA PRA NADA: AUTORIA FEMININA E ENSINO NOS CONTOS DE MARTA HELENA COCCO
Marta Helena Cocco; autoria feminina; conto.
A obra Não presta pra nada (2016) é uma coletânea de contos que mergulha nas complexidades da experiência feminina, os quais tecem narrativas que se entrelaçam com a realidade social e as relações humanas. A autora, Marta Helena Cocco, constrói um mosaico de personagens femininas fortes e resilientes, que enfrentam desafios e superam obstáculos em um contexto muitas vezes hostil. Esta pesquisa, de cunho bibliográfico, norteia-se pela literatura produzida em Mato Grosso, em articulação com a escrita feminina, a partir da obra Não presta pra nada (2016), de Marta Helena Cocco. Ademais, busca-se responder à possibilidade de aplicação da obra em sala de aula, com o intuito de formar leitores literários e cidadãos críticos. A pesquisa organiza-se em três capítulos. O primeiro oferece um panorama histórico da leitura, abordando a inserção da mulher nesse universo, com base em Lajolo e Zilberman (2019). Também investiga a formação do leitor e o letramento literário, fundamentando-se em Cosson (2022), e analisa teorias que sustentam a compreensão da leitura literária, bem como os textos da estética da recepção de Iser (1996) e Jauss (1994). O segundo capítulo aprofunda a discussão sobre a escrita feminina, com foco nos contextos brasileiro e mato-grossense. A análise é embasada pelas teorias de Gagnebin (1997) e complementada pela perspectiva de Marina Warner (1999), que discute o papel das mulheres como narradoras e destaca a sensibilidade como uma característica marcante dessa função. A historiadora Michelle Perrot (2005) contribui para a análise no que tange ao silêncio imposto às mulheres, além da expectativa de que estas se restringissem ao espaço doméstico. Além do mais, com base nos estudos de Nadaf (2004) e Walker (2018), realiza-se uma reflexão crítica acerca da produção literária feminina em Mato Grosso, evidenciando as especificidades e os desafios enfrentados pelas escritoras mato-grossenses. Por fim, o terceiro capítulo dedica-se à análise de três contos da obra literária Não presta pra nada (2016): “Cinco Marias”, “Roupa suja” e “Palavra difícil”. Sob a ótica da literatura feminina, evidencia-se uma estética singular, caracterizada por sensibilidade única e uma visão de mundo que subverte padrões tradicionais. Portanto, a obra se presta ao trabalho em sala de aula, posicionando-se como um recurso importante para a educação, a promoção da igualdade de gênero e a formação de leitores literários. Por conseguinte, a leitura e a análise crítica da obra contribuem significativamente para a formação de cidadãos mais conscientes, críticos e engajados com as questões sociais contemporâneas.