ENTRE O RACISMO E O ENCANTAMENTO: AS PERSPECTIVAS CONTEMPORÂNEAS DA LITERATURA PARA CRIANÇAS.
Cabelo Ruim?, Neusa Baptista Pinto, Abayomi minha amiga imaginária, Elizabete Nascimento, Racismo, LINIBEIJU.
Este trabalho é fruto de intensos questionamentos de vida e de vivência em grupo de pesquisa sobre pensamentos Decolonial e da Branquitude, pois a problematização do racismo precisa ser feita em diversos setores da sociedade e a literatura desempenha um papel muito importante para esse enfrentamento, dado ao seu caráter humanizador. Neste sentido, busca-se entender como a realidade social influencia na representação do cabelo da menina negra na literatura contemporânea, haja vista que, a partir da criação da lei 10.639/2003, ambas as obras em análise se encontram publicadas posteriormente à data de promulgação dessa. Assim, inauguram-se junto a um novo nicho de mercado editorial com público específico — pois, até então, as produções voltadas para essa parcela da sociedade eram pouco exploradas, o que propiciou uma literatura engajada contra o racismo que, por séculos, vem sendo perpetuado estruturalmente. Com o apoio de Gomes (2019, serão feitas análises da representação do cabelo nas obras e poderão ser correlacionadas com a realidade. Os estudos sobre a Decolonialidade, Fanon, Grosfoguel e Du Bois, servirão para embasar a discussão do racismo presente na obra Cabelo Ruim? assim como discutir o silenciamento da sociedade, quando se fala em crimes de intolerância. Para discutir o papel da literatura na infância e adolescência serão utilizados Coelho (1984) e Arroyo (2011), para obra Abayomi minha amiga imaginária a análise pauta-se no protagonismo da menina negra o aporte teórico será Literatura de encantamento de Kisusam (2022) . Pretende-se com essa pesquisa fazer uma análise social, política e literária da representação do cabelo das meninas negras na literatura afro-brasileira contemporânea. Pois, os traços étnicos dentro dessa vertente literária colaboram com as discussões sobre as questões étnico-raciais e, a partir dessas, poderão contribuir na formação de novos leitores conscientes e reflexivos para o enfrentamento do racismo estrutural presente, inclusive, na literatura para crianças e jovens.