Banca de DEFESA: Cristiane da Silva Lima

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : Cristiane da Silva Lima
DATA : 25/04/2025
HORA: 14:00
LOCAL: meet.google.com/wup-asxw-jxj
TÍTULO:

Uso da terra e alterações hidromorfodinâmicas no médio curso do rio Itapecuru no município de Caxias - Maranhão

PALAVRAS-CHAVES:

 

 Rio Itapecuru; Componentes ambientais; Feições morfológicas; Atividades antrópicas, Hidrodinâmica.

PÁGINAS: 298
RESUMO:

O estudo foi realizado no médio curso do rio Itapecuru no município de Caxias, Maranhão, uma região de grande relevância ecológica e econômica. A pesquisa teve como foco principal os parâmetros morfométricos da bacia hidrográfica, as formas de uso e ocupação da terra, os aspectos físico-ambientais e a hidromorfodinâmica, fundamentais para entender os impactos das atividades ações humanas sobre o meio ambiente, especialmente em um contexto de crescente pressão sobre os recursos naturais. Assim, a pesquisa visa apoiar um planejamento territorial mais sustentável, visando preservar os recursos hídricos e reduzir os impactos negativos na bacia do rio Itapecuru. Os procedimentos metodológicos empregados envolveram o trabalho de gabinete, trabalho de campo e análise laboratorial. A caracterização das unidades geoambientais usou dados secundários provenientes de manuais técnicos dos principais centros de pesquisa do Brasil (IBGE, Embrapa, CPRM e Inmet). A base de dados foi processada com ferramentas de geotecnologias, e o pós-processamento envolveu a adequação e padronização os dados. Os parâmetros morfométricos foram obtidos por meio de fórmulas e padrões de referência. Para sobreposição das informações, utilizouse o software ArcGis 10.8. A evolução das feições morfológicas ao longo do perfil longitudinal foi analisada por meio de mosaicos de imagens do Google Earth dos anos de 2010 e 2020, aliados a ferramentas da geotecnologia, permitindo a quantificação das feições. A análise do uso e cobertura da terra baseou-se no mosaico de imagens do MapBiomas, Coleção 5, do ano de 2021. De mesmo modo, o mapeamento da supressão da vegetação natural e da regeneração ocorreu por meio da aquisição de dados raster do MapBiomas, Coleção 6 do ano de 2022. Para identificação dos impactos ambientais nos canais fluviais urbanos foram utilizados os Protocolos de Avaliação Rápida (PARs) e o Protocolo de Avaliação dos Parâmetros Morfológicos nos canais fluviais. Para obtenção da hidrodinâmica, algumas etapas (atividades de gabinete, campo e laboratório) foram necessárias. No trabalho de gabinete iniciou-se a construção do referencial teórico, elaboração da base cartográfica e tabulação de dados e redação. O trabalho de campo foi essencial à coleta de dados de hidrodinâmica no médio curso do rio Itapecuru, aferida das quinze seções transversais distribuídas ao longo perfil longitudinal, no período de cheia e vazante. Para aferir a batimetria, utilizou-se o ecobatímetro GARMIN; para medir a velocidade do fluxo, usou-se o molinete fluviométrico e turbidimetro para obter a turbidez. Para as coletas de sedimento, a draga do tipo Van Veen. As vazões foram obtidas com uso de fórmulas. Os registros fotográficos foram realizados com câmera fotográfica e uma aeronave não tripulada, remotamente pilotadas (RPA) com celular acoplado. O trabalho laboratorial consistiu em verificar tipos de sedimentos transportados e depositados no canal fluvial, sendo realizada a análise granulométrica mediante o método de pipetagem – dispersão total para o fracionamento do material de fundo. Os resultados revelaram informações importantes do médio curso da bacia. Em relação aos aspectos ambientais, a área se encontra na zona de transição climática, sobre o clima Tropical Zona Equatorial. As formações geológicas presentes na área de estudo são a Formação Corda, Formação Motuca e Formação Sardinha, os Depósitos Aluvionares e Unidade Sedimentos PósBarreira e os Grupo Barreiras e Itapecuru; as unidades geomorfológicas mapeadas são quatro, com destaque o Patamar de Caxias e a ocorrência cinco tipos de solos com destaque dos Plintossolos Pétricos Concrecionários. A vegetação catalogada está dividida em sete classes, três classes de cobertura vegetal com predominância da Floresta Estacional Decidual Submontana. Quanto à morfometria, a bacia a possui 183 canais e é classificada como uma bacia de quinta ordem, com 109 canais de primeira ordem, 41 de segunda, 28 de terceira, quatro de quarta e um canal de quinta ordem. O comprimento total dos canais foi de 1.004,77 km. Os índices de fator de forma, coeficiente de compacidade e índice de circularidade indicam que a rede de drenagem possui formato ovalado, com tendência mediana a enchentes. O índice de sinuosidade registrado foi de 1,29 km, indicando tendência a canais retilíneos. O índice de circularidade registrado foi de 116,23. O coeficiente de capacidade foi de 0,56. A densidade de canais registrou 0,03 km², indicando baixa capacidade de geração de novos canais. A densidade de drenagem registrada foi de 0,29 km². Foram observadas mudanças temporais nas feições morfológicas no corredor fluvial, tais como aumento ou redução na dimensão dessas feições, surgimento de novas formas e desparecimento de outras. Foram identificadas dez unidades de uso e cobertura da terra: Formação Florestal (1.665,44 km²), Formação Savânica (1.254,37 km²), Silvicultura (1,69 km²), Formação campestre (158,89 km²), Pastagem (293,40 km²), Infraestrutura Urbana (22,70 km²), Outras Áreas não Vegetadas (28,60 km²), Rio e/ou Lagoa (2,37 km²), Soja (1,28 km²) e Outras Lavouras Temporárias (0,91 km²). O mapeamento da mudança temporal do uso e cobertura da terra entre 1985 e 2021 permitiu constatar um aumento nas áreas de pastagem, além de processos de desmatamento e regeneração. A análise da degradação nos canais do perímetro urbano da Cidade de Caxias considerou os seguintes parâmetros, de acordo com o protocolo adotado: natural, impactado e alterado. No primeiro canal, constatou-se que os pontos 1, 2, 4 e 5 se encontram impactados e os pontos 3 e 6 alterados. O segundo canal (ponto 1) apresentou natural, enquanto o ponto 2 configurou-se impactado e o ponto 3 alterado. No terceiro canal, todos os pontos analisados apresentaram impacto. No quarto canal, o ponto 1 manteve-se em condições naturais. No quinto canal, a classificação foi de impacto devido à canalização e retificação do leito. Os dados referentes à hidrodinâmica demonstraram variações ao longo do ano. Durante o período de vazante, os dados hidrodinâmicos foram os seguintes: as áreas das seções transversais variaram entre 16,32 m² a 158,00 m²; as profundidades médias variaram de 1.10 m a 3.10 m; as larguras do canal ficaram entre 24 m a 51 m; as velocidades médias dos fluxos oscilaram de 0,24 m/s-1 a 0,82 m/s-1 ; as vazões nas seções variaram de 13,45 m³/s- ¹ a 41,75 m³/s- ¹ e os índices de turbidez registraram entre 14,00 UNT a 21,30 UNT. No período de cheia, as áreas das seções variaram entre 152,81 m² a 310,96 m²; as médias de profundidades variaram entre 4,13 m a 6,76 m; as larguras do canal ficaram entre 27 m a 51 m; as velocidades médias dos fluxos variaram entre 1,12 m/s-1 a 1.223 m/s-1 , as vazões oscilaram entre 89,69 m³/s- ¹ a 287,45 m³/s- ¹ e os índices de turbidez apresentaram valores entre 30,40 UNT a 39,40 UNT. A análise granulométrica dos sedimentos indicou a predominância de areia fina em ambos os períodos (cheia e vazante). Na vazante, a variação de areia fina foi de 93,2% a 99,15%, enquanto, na cheia, os valores oscilaram entre 65,95% a 99,7%.

MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 420.965.451-53 - CELIA ALVES DE SOUZA - UNEMAT
Interno - 83260001 - AUMERI CARLOS BAMPI
Externo ao Programa - 39390001 - GUSTAVO ROBERTO DOS SANTOS LEANDRO
Externo à Instituição - JOSIEL DORRIGUETTE DE OLIVEIRA - Dep. Fran
Externa à Instituição - QUESIA DUARTE SILVA -