Efeito sinérgico e mecanismo de ação do mel e da própolis de Apis Mellifera de Mato Grosso contra fungos e bactérias
Efeito sinérgico; Mecanismo de ação: Compostos bioativos; Mel; Própolis; Fungos e Bactérias.
A tese tem como objetivo geral Investigar o efeito sinérgico e os mecanismos de ação do mel e da própolis de Mato Grosso contra fungos e bactérias, por meio da caracterização de seus compostos bioativos, avaliação de suas propriedades antimicrobianas e investigação de interações com antibióticos, visando contribuir para o desenvolvimento de estratégias inovadoras no combate a microrganismos patogênicos, multirresistentes. Para alcançar os objetivos propostos, a tese foi organizada em dois artigos científicos. O Artigo I teve como objetivo avaliar os mecanismos de permeabilidade da membrana externa bacteriana, investigando os efeitos sinérgicos do mel de Apis mellifera da região Centro-Oeste do Brasil com antibióticos conhecidos, além de analisar os compostos bioativos nas amostras de mel e sua origem botânica. Os resultados mostram que combinadas com rifampicina e claritromicina, quatro amostras de mel da região Centro-Oeste alteraram a permeabilidade da membrana de Staphylococcus epidermidis, Helicobacter pylori e Enterococcus faecalis, uma capacidade associada à presença de compostos bioativos e à origem botânica do mel. Esses resultados confirmaram a hipótese deste estudo: a combinação de mel com antibióticos aumentou a eficácia dessas drogas devido à disrupção da membrana bacteriana. O Artigo II teve como objetivo avaliar o efeito sinérgico do mel e da própolis de Apis mellifera de Mato Grosso contra fungos e bactérias, relacionados à presença de compostos bioativos e à origem botânica do mel e própolis. Para analisar o efeito sinérgico, avaliamos dez amostras de própolis e seis amostras de mel, dos biomas Amazônia, Cerrado e Pantanal com metodologias específicas de acordo com as amostras avaliadas, bem como o micro-organismo estudado. Os resultados preliminares da avaliação das bactérias mostraram que combinadas com rifampicina a Própolis 3 [250 µg/mL] apresentou efeito sinérgico com Índice de Concentração Inibitória Fracionada - FICi: 0,27 para Enterococcus faecalis. Quando combinadas com claritromicina as Própolis 1 [20 µg/mL] e Própolis 7 [5 µg/mL] apresentaram efeito sinérgico com FICi: 0,12 e 0,31, respectivamente para Staphylococcus epidermidis. A Própolis 4 [250 µg/mL] quando combinada com eritromicina a apresentou efeito sinérgico com FICi: 0,25 para Staphylococcus aureus. Na avaliação dos fungos, a Própolis 4 [250 µg/mL] apresentou efeito sinérgico com FICi: 0,25 e a Própolis 6 [1000 µg/mL] apresentou efeito aditivo com FICi: 0,75 quando combinadas com Anfotericina B para Candida albicans. As demais amostras de mel e própolis não apresentaram efeito sinérgico para os micro-organismos testados. Esses resultados podem confirmar a hipótese do estudo: a combinação de mel ou própolis de maneira distinta com antibióticos e antifúngicos aumentou a eficácia dessas drogas. Contudo, o mecanismo subjacente a esse efeito requer investigações adicionais.