Banca de QUALIFICAÇÃO: Mara Maria Dutra

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : Mara Maria Dutra
DATA : 16/10/2024
HORA: 08:00
LOCAL: Modo virtual
TÍTULO:

ARAGUAIA COMUNIDADES NATIVAS E FRENTES DE EXPANSÃO CAPITALISTA: AGRAVOS SOCIOAMBIENTAIS AO POVO INDÍGENA APYÃWA DA AMAZÔNIA BRASILEIRA


PALAVRAS-CHAVES:

Amazônia; território; alterações; cultura; indígena.


PÁGINAS: 129
RESUMO:

A história de luta pela sobrevivência dos Povos Indígenas faz parte da pauta dos movimentos de resistência indígena, cada vez mais ativos nos dias que correm, diante das pressões externas do capitalismo e das demandas internas por saúde, educação, reprodução sociocultural e questões territoriais, dentre outras. O aniquilamento e o extermínio causados pela lógica do desenvolvimento integracionista na Amazônia Legal deixaram cicatrizes na natureza e na memória do povo indígena Tapirapé, que se autodenomina Apyãwa. O objetivo central da tese  foi analisar de que forma o avanço capitalista das frentes agrícola, urbana e industrial afetaram o modo de vida tradicional do povo indígena Apyãwa (Tapirapé) da Terra Indígena Urubu Branco, localizada no estado de Mato Grosso, região Centro-Oeste do Brasil. Para tanto, o estudo é apresentado em quatro momentos em forma de artigos, com abordagem qualitativa. O primeiro deles, com base em uma densa revisão bibliográfica de materiais de referência histórica, descreve a trajetória socioterritorial do povo Apyãwa a partir do século XVI, a relação entre os primeiros contatos com a sociedade não indígena e o declínio populacional em meados do século XX. Resultados indicam que tenham migrado da costa brasileira no século XVI e, após deslocamentos, no século XIX já habitavam as imediações da Serra do Urubu Branco, localizada na região nordeste do estado de Mato Grosso. Por volta do ano de 1900, somavam aproximadamente 1.500 indivíduos e, após os primeiros contatos com não indígenas (a partir de 1910), estavam reduzidos a apenas 47 pessoas, no ano de 1952. O processo de revitalização populacional, sociocultural e territorial é tema do segundo artigo, que retrata a influência e a participação das irmãs religiosas da Congregação Fraternidade das Irmãzinhas de Jesus junto ao povo indígena Apyãwa, a partir de 1952, quando foram morar junto a eles e lá permaneceram por 65 anos. O levantamento histórico e as entrevistas com 27 indígenas indicaram que a presença dessas religiosas na aldeia garantiu não só a sobrevivência dos indígenas, bem como uma vida fraterna, cuidados com a saúde e manutenção do território, iniciando a luta por seus direitos. A terceira seção perpassa pelo processo de des-re-territorialização do povo Tapirapé, que foi forçado a abandonar seu território ancestral no ano de 1947, passando por distintos deslocamentos/aldeamentos. Apresenta a forma como se deu o movimento coletivo de luta e resistência, que culminou com a retomada de seu território ancestral no ano 1993, a partir da organização e de seu retorno ao seu próprio território, que se encontrava altamente degradado devido aos danos ambientais promovidos pelos grandes fazendeiros. No quarto artigo, são apresentadas as principais alterações no modo de vida do povo Apyãwa ocorridas a partir da retomada de seu território ancestral no ano de 1993 e como está seu modus vivendi nos dias de hoje. O uso e a ocupação do território por empresas agropecuárias provocaram um grande desmatamento, que os forçou a alterar seu modo de vida tradicional. São apresentadas as percepções dos indígenas entrevistados sobre a necessidade de remodelação de seu espaço vital (o ambiente), seu sistema social e vida econômica, sua vida cerimonial e ritual. Como resultados gerais, a tese afirma que, embora desterritorializados, à beira da extinção, sobreviveram e se multiplicaram e resistem, nos ensinando importante lição. Por meio de um movimento de luta e resistência reconquistaram seu território ancestral, e nele, coletivamente, na atualidade buscam estratégias alternativas para manter a sustentabilidade de seu modo de vida tradicional, social, cultural e espiritual.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 83260001 - AUMERI CARLOS BAMPI
Interna - 420.965.451-53 - CELIA ALVES DE SOUZA - UNEMAT
Interno - 802.146.574-34 - FLÁVIO BEZERRA BARROS - UFPA
Externo ao Programa - 38925002 - ALCEU ZOIA
Externo à Instituição - ADNILSON DE ALMEIDA SILVA -
Externo à Instituição - HEITOR QUEIROZ DE MEDEIROS -
Notícia cadastrada em: 19/09/2024 08:22
SIGAA | Tecnologia da Informação da Unemat - TIU - (65) 3221-0000 | Copyright © 2006-2024 - UNEMAT - sig-application-03.applications.sig.oraclevcn.com.srv3inst1