Custos das hospitalizações no SUS como impacto da poluição atmosférica emitida por queimadas e incêndios florestais na Amazônia Legal e Cerrado setentrional no Brasil (2010 – 2021)
Material particulado; Poluição do ar; Custos de internação; Doenças cardiorrespiratórias; Amazônia Legal
Nos últimos anos, a região Amazônica tem registrado níveis elevados de queimadas individuais, resultando na emissão de material particulado fino, com diâmetro inferior a 2,5 micrômetros, capaz de ser transportado por longas distâncias. A qualidade do ar atmosférico é influenciada por diversos fatores, além das emissões industriais e veiculares, e constitui um indicador crucial de qualidade de vida e bem-estar social, afetando diretamente a saúde da população ao longo da vida. A presente pesquisa tem como objetivo principal mensurar financeiramente os custos de internação hospitalar ao Sistema Único de Saúde (SUS) associados a doenças cardiorrespiratórias, decorrentes da exposição aos materiais particulados finos (PM2,5) emitidos pela queima de biomassa nas cidades localizadas na Amazônia Legal e no Cerrado setentrional, no período de 2010 a 2021. Foram utilizados dados do Sistema de Informações Hospitalares do SUS e aplicada metodologia Ostro recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para cálculo de frações atribuíveis. Como resultado, foi identificado um impacto financeiro médio anual ao Sistema Único de Saúde de aproximadamente 2,5 bilhões de reais, de modo que os municípios localizados no Arco do Desmatamento apresentaram, em média, os maiores custos com internações por doenças cardiorrespiratórias decorrentes da exposição à poluição por queima de biomassa na região.