Impactos da poluição atmosférica: um enfoque sobre Material Particulado (MP 2,5) e saúde humana em um estado em transição.
Palavras-chave: Poluição atmosférica; Material particulado; Saúde humana.
A exposição à poluição do ar causa milhões de mortes e perda de anos de vida saudável a cada ano, sendo considerada a principal ameaça ambiental à saúde humana. Entre os poluentes atmosféricos, o material particulado (PM), especialmente o MP2,5, é particularmente perigoso. Produzido por processos de combustão, o PM 2,5 é uma mistura de partículas sólidas e líquidas suspensas no ar, variando em composição e origem. Este poluente pode causar uma ampla gama de problemas de saúde, desde irritações respiratórias até danos severos em casos de exposição prolongada, incluindo fibrose pulmonar, doenças cardiovasculares e distúrbios neurológicos. Estudos globais vêm destacando a importância de identificação e monitoramento da poluição atmosférica. Esta pesquisa foi realizada a partir de duas vertentes metodológicas. A primeira teve intuito de analisar a mudança da paisagem nos municípios do Pantanal Norte atrelado ao aumento do desmatamento e uso do solo pela pecuária (artigo apêndice) e diagnosticar a qualidade do ar do Estado de Mato Grosso a partir dos dados de monitoramento fornecidos pela Secretaria do Meio Ambiente – SEMA MT, gerando o artigo 1 que destaca a qualidade do ar conceituada em “boa e/ou inadequada”, apresentando a quantidade de ar em dias, meses mais críticos e comparação anuais entre os anos de 2018 a 2023 ainda apresenta a relação da qualidade do ar com número de óbitos por doenças respiratórias cardiovasculares e neoplasias de quinze municípios de MT. A segunda metodologia foi empregada para as análises laboratoriais das amostras dos filtros de quartzo coletados diariamente em Cáceres MT em período crítico de estiagem. A coleta foi realizada por amostrador de alto volume (Hi-vol) e monitoramento dos dados meteorológicos. Foram 96 amostras coletadas, todas pesadas para identificação dos valores de massa do material particulado (MP2,5), a análise laboratorial iniciou com 20 amostras para descrição dos metais químicos presentes, os resultados foram compilados no artigo 2. O artigo 3 foi realizado a partir da avaliação das 96 amostras em Lupa com aumento de 40x para identificação e contagem de microplásticos presentes. De acordo com os resultados gerais, todos os municípios excederam os limites diários de MP2,5 estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS - 5 µg/m³), Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (USEPA - 12 µg/m³) e pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA - 20 µg/m³). Os valores de concentração de massa de MP2,5 também apresentaram média acima inclusive e grandes metrópoles e os metais mais com maior concentração foram Na, B, Mg, Ca, Ga, La e Fe todos denotam riscos à saúde. Portanto os resultados deste estudo destacam necessidade de mitigação de ações de polícias públicas necessárias para garantir o monitoramento, vigilância e pesquisa voltados a ações de prevenção e garantia a qualidade do ar.