Banca de DEFESA: ARIANE CAROLINE DA SILVA FIGUEIREDO

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : ARIANE CAROLINE DA SILVA FIGUEIREDO
DATA : 12/09/2025
HORA: 08:00
LOCAL: Sala Google meet
TÍTULO:

OS MOVIMENTOS DE SENTIDOS NA POESIA URBANA CACERENSE

PALAVRAS-CHAVES:

Discurso; Poesia; Cidade; Memória; Cáceres-MT.

PÁGINAS: 84
RESUMO:

Esta dissertação vincula-se à linha de pesquisa “Estudo de Processos Discursivos”, inscrita sob a área de “Estudo de Processos Linguísticos”, do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Linguística (PPGL), da Universidade do Estado de Mato Grosso “Carlos Alberto Reyes Maldonado” (Unemat). Filiamo-nos à teoria Análise de Discurso materialista que tem como fundador Michel Pêcheux, na França, e desenvolvido por Eni Orlandi e outros teóricos no Brasil, cujo objeto investigativo é o discurso e a língua em funcionamento, considerando a não-transparência da linguagem, uma vez que questiona a história, relacionando-a com a língua para estudar a (re)produção de sentidos em dadas condições de produção. Este estudo toma como objeto de pesquisa a cidade, procurando observar os efeitos de sentido produzidos pelo discurso poético e que tem como materialidade discursiva obras poéticas sobre Cáceres. Procuramos compreender como a cidade se projeta pelas e nas formações imaginárias que constituem os poemas e pelos fios discursivos que os constituem no modo como retratam a cidade de Cáceres-MT. Tomamos, com efeito, os enunciados de três poetas que escrevem sobre Cáceres enquanto uma materialidade significante, buscando observar como os textos poéticos, a saber: “Pôr do sol cacerense” e “Às margens do rio Paraguai”, de Odair José da Silva, “Ilha de Cáceres” e “Córrego sangradouro”, de Natalino Ferreira Mendes, bem como “Cáceres e seus encantos”, de Antonio José Ferreira da Costa dão visibilidade à cidade e ao funcionamento dos sentidos do texto e da: “[...] cidade em seu real de significação” (Orlandi, 1999, p. 9). Dessa forma, sob o olhar discursivo, diremos que a cidade se caracteriza por um conjunto de gestos de leitura e interpretação. Ou seja, a cidade produz sentidos, os quais atravessam-na pelo âmbito do discurso, em que a linguagem vai tomando corporeidade, demandando gestos de leitura e interpretação, pois na teoria discursiva a interpretação é posta em questão e a língua é sujeita a falhas e a sentidos outros. Em nossa análise, observamos diferentes efeitos de autoria, nos quais os sentidos da cidade são diferentes. Em Mendes (1993), percebemos a inscrição de um sujeito que entrelaça o processo de colonização com a história da cidade, em uma tentativa de reforçar sentidos de pertencimento e de identidade cacerense. Nos textos poéticos de Silva (2016,2023), o sujeito-poeta se constitui na relação da cidade e suas perdas (materiais, simbólicas, afetivas). A identificação com cidade, se dá justamente nas ausências e na consciência de que a cidade, ao se transformar, também o transforma, o sujeito se ressignifica e se modifica. No texto poético de Costa (2008), observamos uma imbricação entre a posição-sujeito-poeta e os elementos culturais, ambientais e afetivos que constituem Cáceres. O autor mobiliza redes de significantes que resgatam memórias locais, ativam a religiosidade, os monumentos históricos e o rio Paraguai como marcas de identidade cacerense.

MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 101625005 - FLAVIO ROBERTO GOMES BENITES
Interna - 83109001 - ANA LUIZA ARTIAGA RODRIGUES DA MOTTA
Externo à Instituição - MARCOS AURELIO BARBAI - UNICAMP