UMA PALAVRA E SEUS SENTIDOS “FRONTEIRAS”
Fronteira; Semântica do Acontecimento; Designação; Procedimentos de reescrituração.
Este trabalho, vinculado à Área de Concentração de Estudo de Processos Linguísticos, Linha de Pesquisa Estudos dos Processos de Significação do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Linguística da Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT), visa refletir sobre o movimento de sentidos da palavra Fronteira na obra intitulada “Marcha para Oeste” - volume I e volume II – (1970) de Cassiano Ricardo. Pontualmente, analisa-se o movimento de sentidos da palavra nos recortes extraídos da obra Marcha para Oeste. Para tanto, nosso estudo toma o movimento semântico que leva o nome a significar no acontecimento da linguagem por considerar que a linguagem funciona por estar exposta ao real, enquanto constituída materialmente pela história. Desta forma, tomamos os estudos enunciativos, notadamente, os construtos teórico-metodológicos da Semântica do Acontecimento/Enunciação (2002, 2011 e 2018), desenvolvidos por Eduardo Guimarães. O corpus se constitui de recortes do livro Marcha para Oeste (1970) e, a partir deste estudo, pretende-se mostrar que o processo de designação não é algo aleatório, nem unívoco, pois nessa posição a língua está sempre sujeita a falhas. Como parte do funcionamento semântico-enunciativo que constitui a designação de marcha para Oeste, encontramos, como determinação desta expressão, em todos os acontecimentos analisados. Mostraremos que uma palavra ou expressão pode construir uma rede de sentidos em sua relação com sujeito, língua e história.