O USO DE TRADUTORES DIGITAIS NAS AULAS DE LÍNGUA ESTRANGEIRA DE PROFESSORES DA REDE ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA DE TANGARÁ DA SERRA-MT: UM ESTUDO DE CASO
ferramentas de tradução; google tradutor; inteligência artificial; teoria dos multiletramentos crítico e digital; ensino-aprendizagem de língua inglesa; rede estadual de ensino básico.
Esta tese, inscrita na área de concentração de Estudos de Processos Linguísticos, no âmbito da linha de pesquisa Estudo de Processos de Práticas Sociais da Linguagem, do programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Linguística da Universidade do Estado de Mato Grosso, Campus Universitário de Cáceres, tem por objetivo averiguar, analisar e descrever, pelo viés da Teoria dos Multiletramentos, defendida, a princípio, por The New London Group, uma associação de pesquisadores norte-americanos que surgiu em 1996, a maneira como professores de língua inglesa de escolas da rede estadual de ensino no município de Tangará da Serra/MT se apropriam de tradutores automáticos em sala de aula. Como base teórica, utilizamos preceitos defendidos por Barton e Lee (2015) que discutem sobre a linguagem on-line e as práticas de ensino-aprendizagem que emergem e ocorrem por meio eletrônico. Dialogamos, ainda, com Arrojo (2007), Rajagopalan (2003), Moita-Lopes (2008) e Pennycook (2001), teóricos que discorrem sobre a argumentação entreteoria e prática no que concerne às questões de uso de recursos digitais. O uso de tradutores digitais em aulas de língua estrangeira tem se tornado uma prática comum em virtude do avanço tecnológico e do fácil acesso a ferramentas como Google Tradutor. No entanto, sua integração pedagógica ainda apresenta desafios. A problemática centra-se em compreender como professores da rede estadual de Tangará da Serra utilizam essas ferramentas, avaliando seus impactos no processo de ensino-aprendizagem. Justifica-se este estudo pela necessidade de aprimorar práticas pedagógicas que incorporem tecnologias de maneira crítica e eficaz, favorecendo a aprendizagem dos estudantes. O objetivo geral é investigar o uso de tradutores digitais nas aulas de língua estrangeira. Os objetivos específicos incluem: (1) identificar as ferramentas mais utilizadas; (2) analisar as estratégias pedagógicas adotadas; (3) avaliar os benefícios e limitações percebidos pelos professores. Como hipóteses, pressupõe-se que o uso de tradutores digitais pode (a) facilitar a compreensão de vocabulário, (b) auxiliar na tradução de textos, mas (c) carece de orientação pedagógica consistente, podendo resultar em dependência ou erros conceituais. A metodologia abordada no desenvolvimento deste estudo é de caráter quantitativo e interpretativista, cuja modalidade de pesquisa apresenta-se a partir de um estudo de caso. Para nortear os procedimentos metodológicos, apoiamo-nos nas contribuições de diferentes autores: Fonseca (2002), que aborda os fundamentos da pesquisa qualitativa; Yin (2001), reconhecido pelo aprofundamento no estudo de caso como estratégia de investigação; Ventura (2007), que discute a análise crítica de dados; Gil (2002; 2008), com ênfase nos métodos de pesquisa social e elaboração de projetos; e Paiva (2019), que contribui com reflexões contemporâneas sobre abordagens interdisciplinares em pesquisa. A partir da coleta de dados obtidos pela aplicação de um questionário elaborado no Google Forms, direcionado a um grupo de dezessete professores da rede estadual de educação básica, observamos a utilização de aplicativos de tradução de idiomas e analisamos a utilização de suportes tecnológicos.Constatamos que a integração de suportes tecnológicos, como aplicativos voltados para a educação e plataformas colaborativas, tem sido crescente, embora acompanhada por desafios relacionados à formação docente e à infraestrutura escolar limitada.