AS ESTRATÉGIAS DE CORTESIA VERBAL:
UMA ANÁLISE DA INTERAÇÃO PROFESSOR/ALUNO NO FALAR DE SÃO LUÍS DO MARANHÃO
Cortesia Verbal; Sociolinguística Interacional; Ensino Médio. Ensino de Língua Portuguesa.
Esta tese encontra-se vinculada à área de concentração Estudos de Processos Linguísticos do Programa de Pós-Graduação em Linguística (PPGL) e à linha de pesquisa Estudo de Processos Descritivos, de Análise e de Documentação de Línguas Indígenas. Como objetivo geral, buscamos investigar as estratégias de Cortesia Verbal no contexto escolar e suas implicações na interação entre professores e alunos, bem como no processo de aprendizagem destes últimos. Fundamentada nos pressupostos da Sociolinguística Interacional e da Pragmática (Goffman, 1967, 2020; Brown & Levinson, 1987; Kerbrat-Orecchioni, 2006), este estudo tem como objetivos específicos: a) identificar as estratégias de Cortesia Verbal co-construídas por professores e alunos no contexto das aulas; b) analisar como tais estratégias influenciam a interação entre os alunos e o professor, assim como o impacto dessas interações no processo de aprendizagem; c) sugerir encaminhamentos pedagógicos que possam aprimorar a interação entre professores e alunos em sala de aula. A pesquisa adota uma abordagem qualitativa, com base em autores como Gomes (2005), Ladeira (2007), Bortoni-Ricardo (2008) e Hymes (2020), utilizando como procedimentos metodológicos, a observação participante, entrevistas, análise de documentos escolares, grupos focais e gravação/transcrição de interações em sala de aula. Esses métodos possibilitarão uma análise de como as estratégias de Cortesia Verbal influenciam a interação dos alunos com o professor e seu desempenho em sala de aula de Língua Portuguesa numa escola pública situada em São Luís do Maranhão. Além disso, a análise dos dados contribuirá para a formulação de encaminhamentos pedagógicos, considerando as estratégias observadas, as percepções dos participantes, os documentos escolares e as recomendações oficiais vigentes para o Ensino Médio. Os dados preliminares foram coletados no segundo semestre de 2024 e início de 2025, por meio de observação de aulas, anotações em diário de bordo e observação da Jornada Pedagógica da escola pesquisada. Uma das reflexões iniciais emergiu a partir do relato de uma aluna do segundo ano, que afirmou que ‘o professor pode ser bonzinho, mas também nem tanto para não ficar bobão’. Esse comentário nos suscitou questionamentos sobre os limites entre gentileza, autoridade e disciplina no contexto escolar. Durante as observações em sala de aula, também foi possível percebermos que posturas mais rigorosas e austeras foram bem avaliadas por parte dos alunos. Para aprofundar a nossa análise, a próxima etapa da pesquisa incluirá entrevistas individuais com alunos e professores, além da gravação e transcrição de interações em sala de aula, permitindo um exame mais detalhado das estratégias de cortesia positiva e negativa co-construídas nas aulas de português e sua influência nas relações entre professores e alunos, bem como no processo de aprendizagem.