FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES E METODOLOGIAS ATIVAS: CONTRIBUIÇÕES PARA OCORRER A RECOMPOSIÇÃO DA APRENDIZAGEM MATEMÁTICA NOS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
Formação em Serviço; Metodologias Inovadoras e Recomposição da Aprendizagem.
A presente pesquisa tem como objetivo analisar como a formação em serviço ofertada pela Secretaria Estadual de Educação de Mato Grosso (SEDUC-MT), com ênfase em metodologias ativas, contribuiu para ocorrer a recomposição da aprendizagem em Matemática nos anos finais do Ensino Fundamental, especificamente na Escola Estadual Angelina Franciscon Mazutti, localizada em Campos de Júlio, Mato Grosso. A questão norteadora foi formulada nos seguintes termos: Como a formação em serviço, focada em metodologias ativas, contribuiu nas práticas pedagógicas e no desenvolvimento das habilidades matemáticas dos estudantes com baixo desempenho nos anos finais do Ensino Fundamental na Escola Estadual Angelina Franciscon Mazutti? Metodologicamente, optamos pela abordagem qualitativa na modalidade Pesquisa-Formação, realizada em 2024, envolvendo cinco professores do componente curricular matemática dos anos finais do Ensino Fundamental da referida escola. Os dados foram coletados por meio de dois questionários on-line com questões abertas, resultando em 33 respostas. Para a análise desses dados, adotamos a metodologia da Análise de Conteúdo proposta por Bardin (1977) e Rodrigues (2019), que possibilitou identificar 8 unidades de registro organizadas em duas categorias principais de análise: (a) Déficits estruturais de aprendizagem e obstáculos pedagógicos e (b) Processos de recomposição e efeitos formativos. A análise qualitativa revelou que a formação continuada proporcionou mudanças relevantes na prática docente, com destaque a adoção de planejamento mais flexível e diversificado, aplicação de diagnóstico contínuo das dificuldades dos estudantes, e a utilização de estratégias pedagógicas variadas, tais como a sala de aula invertida, aprendizagem cooperativa e gamificação. Os professores relataram um aumento significativo no engajamento dos estudantes e uma melhora perceptível na superação das lacunas de aprendizagem. No entanto, foram também apontados desafios importantes, como a limitação imposta por apenas uma aula semanal dedicada especificamente à recomposição das aprendizagens, tempo restrito para planejamento detalhado e insuficiência de suporte institucional contínuo. Essas limitações impediram que as estratégias formativas atingissem plenamente todos os estudantes que apresentam defasagens. Em síntese a formação em serviço, orientada por metodologias ativas, impactou positivamente as práticas docentes, resultando em aulas mais dinâmicas e participativas, com efeitos visíveis na recomposição de habilidades matemáticas não consolidadas. Contudo, ressaltamos a necessidade de ajustes estruturais, como maior carga horária destinada às ações de recomposição, suporte institucional ampliado e formação contínua para assegurar a efetividade e sustentabilidade das mudanças pedagógicas implementadas.