REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DA MATEMÁTICA COM TECNOLOGIAS DIGITAIS DE ESTUDANTES DO 2º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL
Aprendizagem, Matematização; Anos Iniciais; Artefatos digitais; Construção Social;
Esta pesquisa parte do pressuposto que a evolução tecnológica tem provocado mudanças relevantes no engajamento e no interesse dos estudantes. Assim, o objetivo da pesquisa é compreender como a Matemática é representada por estudantes do 2º ano do Ensino Fundamental no contexto de interação com a Tecnologia Digital. A pesquisa está direcionada pela pergunta: Como se constituem as representações sociais da Matemática em interação com Tecnologias Digitais por estudantes do 2º ano do Ensino Fundamental? Entre os teóricos que fundamentam esta investigação, destacam-se Borba e Villarreal (2005), Souto e Borba (2016), com foco investigativo em ensino e aprendizagem de matemática com Tecnologias Digitais. Na Matemática e Matematização buscamos amparo nas contribuições de Hans Freudenthal (1973), Treffers e Goffree (1985), Gravemeijer, et al (1999), Ferraz (2004), Lorenzato (2013) e Paulos (1996). E a abordagem teórica que contribui para análise de dados dessa pesquisa é a Teoria das Representações Sociais (TRS), e alicerçamos nas ideias de Moscovici (1961), Abric (1976) e Joedeler (1984), cujas contribuições acerca das representações sociais oferecem subsídios teóricos importantes para a compreensão das representações infantis sobre a Matemática com Tecnologias Digitais no contexto da aprendizagem matemática. Para alcançar o objetivo proposto, esta pesquisa adota uma abordagem qualitativa e utilizará como instrumentos para a produção dos dados o questionário, entrevista semiestruturada e técnica projetiva do desenho livre. A pesquisa utilizará a Análise de conteúdo com aporte em Bardin (1977), e Análise de Similitude amparado em Ratinaud & Marchand (2012), para aprofundar os sentidos emergentes nas entrevistas, nas falas e nos desenhos, compreendendo a dinâmica das representações em formação no contexto escolar, fundamentados na Teoria das Representações Sociais. A partir da Teoria das Representações Sociais, considerando a abordagem estrutural proposta por Abric (2001), buscamos identificar os elementos do Núcleo Central e do Sistema Periférico presentes nas falas e representações das crianças. A abordagem da Teoria das Representações Sociais possibilitou evidenciar que os alunos do 2º ano do Ensino Fundamental estão no processo de construção de significados matemáticos. Partindo das premissas da Teoria do Núcleo Central, na condição sócio-histórica e memória coletiva, os estudantes apresentaram indícios de representação social Matemática resistente aos números e continhas. Ao interagir com Tecnologias Digitais, demonstraram que a representação articula com situações vinculadas ao currículo escolar. Essas interações favorecem a aproximação com situações reais, como as relações comerciais, que no Sistema Periférico, se apresentam com características flexíveis e móveis, mas que dão indícios de significados matemáticos em construção, mas ainda integram experiências heterogêneas e contraditórias em construção.