"Escrevo o corpo, mostro gosto": João Gilberto Noll sob a fenda do desejo.
A céu aberto. Romance. Homoerotismo. Corpo. Fragmentação.
A presente pesquisa analisa a representação do corpo em sua fragmentação, erotismo e transitoriedade, dispostos no romance A Céu Aberto (1996), de João Gilberto Noll, compreendendo o modo com o qual o narrador institui a relação com o contexto social em que os personagens estão inseridos. Nota-se, nesse sentido, que o texto nolliano parece demarcar um território complexo e bifurcado acerca da arqueologia homoerótica presente no decurso narrativo dos personagens, tendo como premissa basilar o corpo em transfiguração e itinerância. Nesse bojo, além da análise da obra em questão, também é realizada uma panorâmica sobre a textualização do erotismo na literatura brasileira contemporânea, bem como de outras obras de João Gilberto Noll. Utilizamos, principalmente, como base teórica, os estudos de BATAILLE (1987), BARTHES (2003), GARCIA (2004), DUMOULIÉ (2005) e BRANDÃO (2019).