CAMINHOS PERCORRIDOS NO CHÃO DA ESCOLA: O EXERCÍCIO DA COMPETÊNCIA DE PERCEPÇÃO ESTÉTICA DO LEITOR
Literatura; Estética da Recepção; Método Recepcional; Ensino; Humanização.
A presente pesquisa discute o processo da percepção estética do leitor no chão da “Escola Estadual Professor João Batista” - Tangará da Serra/MT. O exercício dessa construção é uma continuidade da nossa pesquisa de Mestrado e tem sua sustentação nos resultados nela obtidos. Para isso, fez-se necessário um resgate passo a passo dos caminhos, dos percalços e, principalmente, dos resultados obtidos no período de sete anos. O trabalho endossado pela linha de pesquisa, “Literatura, Leitura e Ensino”, ampara o percurso do processo desse exercício da literatura que ora se apoia em cinco elementos, a escola, os alunos, o professor mediador, os autores e a universidade. As reflexões pontuadas na tese mostram se esses elementos cumpriram seu papel na comunidade escolar, se isso colaborou na possibilidade do exercício da competência da percepção estética do leitor. Nesse contexto corroboramos a semelhança e dessemelhança da recepção entre as obras Bisa Bia Bisa Bel, realizada em 2017 pelos estudantes dos 9° anos do ensino fundamental e Tropical Sol da Liberdade, realizada em 2020 pelos alunos do 3º ano do ensino médio que permaneceram na escola até o encerramento da educação básica, ambas obras de Ana Maria Machado. O estudo da pesquisa é fundamentado pelo método recepcional, de Bordini e Aguiar (1998). Sustentamos as discussões pelo viés da “Estética da Recepção”, a partir de Jauss (1994), trazendo à tona os conceitos estéticos da poiésis, aisthesis e katharsis. Nosso desígnio teórico conta com as ponderações da obra de Iser, O Ato da Leitura (1996), com os conceitos de “obra aberta” e “estrutura ausente”, de Umberto Eco (2013), com as considerações do crítico Antonio Candido (1972), sobre o papel da literatura na humanização do ser. Dentre outros autores que dialogam sobre a importância da literatura na formação do leitor, como, Flory (2010), Lima (2002), Regina Zilbermann (1989), Marisa Lajolo (1993). Além da pesquisa teórica, nos valemos da pesquisa de campo, com a intenção de observar, ainda que de forma rudimentar, o quanto a literatura faz parte de seus hábitos de leitura e se houve a emancipação do indivíduo.