“NO ABSOLUTO DE SI MESMO”
A ESTRUTURAÇÃO SO SUJEITO SOLITÁRIO NOS ROMANCES ALEGRIA, DE EDUARDO MAHON E A PESTE, DE ALBERT CAMUS
Palavras-chave: Alegria, A peste, Narrador, Sujeito solitário, Romance
RESUMO (RESUMEN)
(Em construção)
Esta pesquisa volta-se para o estudo das características da narrativa moderna contemporânea, com foco na configuração e posição do narrador e como se dá a ação no romance a partir da leitura e análise das obras Alegria (2018) de Eduardo Mahon e A peste (1947) de Albert Camus. Aventaremos uma discussão e reflexão acerca das reformulações histórico literárias com especial atenção às rupturas modernas no que concerne ao narrador e sua configuração como sujeito solitário discutindo, por um lado, o próprio conceito, e de outro, e a sua eminente relação com o contemporâneo de outro. Perpassaremos sobre os prodígios contemporâneos do romance, especificamente do narrador e sua posição na narrativa como forma de entender esse sujeito solitário, subjetivo, que não se ambienta, se isola não conseguindo estabelecer vínculos afetivos, culturais e sociais.
Esses questionamentos do tempo presente que a literatura contemporânea tem apresentado nas últimas décadas com narrativas fascinantes e passives de credibilidade, nos remete a pensar o quanto a presença indelével da solidão, medo, desesperança, angústia e morte assola nossos dias levando-nos a uma necessidade de analisar e refletir sobre a complexidade da experiência contemporânea no mundo literário, mais especificamente no romance, partindo de experimentações e inovações estéticas e tecnológicas, mistura do real e do imaginário, compreensão do universo onírico, ruptura de paradigmas, inserção de diferentes estilos marcados por diversas tendências, que abrem espaço para outras produções literárias no sentido de desmistificar e justificar a relação existente durante muito tempo entre vida, história, literatura e narrativas de temas que ultrapassaram o tempo e chegaram à contemporaneidade.
É nessa premissa que escolhemos as obras Alegria, 2018, e A peste, 1945, como fontes para levantar aspectos marcantes das obras num cenário típico das narrativas intimistas contemporâneas adentrando num jogo linguístico ficcional legitimado pela credibilidade.
Ademais, no que se refere ao nosso recorte, desfiaremos injunções de comparação e distanciamento dessas duas obras, uma moderna e a outra contemporânea, abarcando, nesse espaço literário, o estar só em meio ao caos mas, ao mesmo tempo a relação com o outro como processo de humanização.
Com vistas nas formas de como a voz enunciativa se configura e se expõe no discurso literário boa parte da fundamentação do trabalho dar-se-a sob a égide dos estudos de Adorno (2003), Benjamin (1994), Bakhtin (1990), Auerbach (2002), Watt (1997) entre outros a fim de fundamentar o desenvolvimento da dissertação.