Banca de DEFESA: LUÍS GUSTAVO CARVALHO DE SOUZA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : LUÍS GUSTAVO CARVALHO DE SOUZA
DATA : 06/06/2025
HORA: 09:00
LOCAL: Universidade do Estado de Mato Grosso - Nova Xavantina
TÍTULO:

Efeitos do fogo sobre os serviços ecossistêmicos de provisão para o Povo Kuikuro do Xingu


PALAVRAS-CHAVES:

crises climáticas, incêndios florestais, uso tradicional de espécies arbóreas,
povos originários


PÁGINAS: 62
RESUMO:

O Território Indígena do Xingu (TIX), localizado no sul da Amazônia, abriga uma vasta
biodiversidade e desempenha papel fundamental no sequestro de carbono, além de acolher
inúmeras etnias originárias. No entanto, esse território enfrenta ameaças crescentes decorrentes
das crises climáticas e da expansão agrícola, que intensificam a frequência de incêndios
florestais e a degradação das florestas. Este estudo foi realizado na aldeia Afukuri, situada no
TIX, com o objetivo avaliar os impactos dos incêndios sobre as espécies arbóreas e seus
diferentes usos para o povo Kuikuro. Para isso, realizamos um inventário da vegetação arbórea,
considerando indivíduos com diâmetro mínimo de 10 cm, distribuídos em 32 parcelas de 10 ×
10 m (20 localizadas em áreas de floresta e 12 em áreas de cerrado). Para cada indivíduo,
registramos o diâmetro, a altura e os tipos de uso atribuídos pelos indígenas (alimentação,
construção/artesanato e/ou uso medicinal). Além disso, utilizando produtos de sensoriamento
remoto, avaliamos a frequência de queimadas em cada parcela, bem como variáveis ambientais
como altitude, inclinação do terreno e características do solo (pH, teor de argila e densidade).
Os resultados indicaram um total de 92 espécies amostradas, sendo 38 no cerrado e 54 na
floresta. Na floresta, 6,3% das espécies foram classificadas como úteis para alimentação, 9,1%
como medicinais, e 17,3% para construção ou artesanato. No cerrado, essas proporções foram
de 5,4%, 11,8%, e 3,6%, respectivamente. A composição florística variou significativamente
entre os dois ambientes, sendo mais influenciada pelo teor de argila e pela frequência de
incêndios no cerrado, enquanto na floresta, a densidade do solo e a inclinação do terreno foram
os fatores mais relevantes. Observamos que a densidade de indivíduos foi maior na floresta
(1.355 ind/ha) do que no cerrado (1.041,67 ind/ha), e a área basal também se mostrou mais
expressiva nesse ambiente. As análises de regressão indicaram que a porcentagem de espécies
úteis para alimentação, construção/artesanato e uso medicinal tende a diminuir com o aumento
da frequência de incêndios, o que afeta diretamente a segurança alimentar e os meios de
subsistência da comunidade Kuikuro. Esses resultados são fundamentais para subsidiar
estratégias de manejo e conservação das espécies de uso tradicional, contribuindo para a
resiliência socioambiental das comunidades indígenas do Xingu e para a manutenção dos
serviços ecossistêmicos essenciais fornecidos pelo Cerrado e pela Amazônia.


MEMBROS DA BANCA:
Interno - 996.005.011-49 - DIVINO VICENTE SILVÉRIO - UnB
Externo à Instituição - 015.885.221-48 - LEONARDO MARACAHIPES DOS SANTOS - IPAM
Externo à Instituição - LUIZ CLÁUDIO MOREIRA MELO JÚNIOR - UFRA
Notícia cadastrada em: 29/05/2025 13:46
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