IMPACTOS DO EL NIÑO NA ESTRUTURA DA VEGETAÇÃO E NA DINÂMICA DO CARBONO NA AMAZÔNIA
Enso, Estrutura florestal, Mortalidade, Recrutamento, Biomassa
O clima é um dos pontos chaves que regulam a capacidade da vegetação e das florestas de se manterem íntegras, crescendo, se desenvolvendo e participando dos ciclos biogeoquímicos. Logo, anomalias climáticas como o El Niño podem afetar a maneira como as florestas desempenham suas funções e serviços ecossistêmicos essenciais. Neste trabalho, investigamos se o El Niño de 2015/16 afetou a estrutura e a dinâmica do carbono em diferentes florestas do Estado do Acre, no sudoeste da Amazônia brasileira, e se as florestas apresentam suas taxas em um mesmo padrão. Utilizamos dados de 17 florestas distribuídas pelo Estado do Acre, como diferentes fitofisionomias e tipos climáticos, que foram medidas entre 2010 e 2018 com base nos protocolos do RAINFOR ou PPBio. Os valores de biomassa aumentaram significativamente entre os períodos pré e pós El Niño, especialmente na floresta ombrófila aberta com bambus (FOAB), assim como as fitofisionomias floresta ombrófila aberta (FOA) e FOAB tiveram maiores taxas de mudança líquida de abundância e riqueza. Uma das FOABs sofreu com redução nas taxas de mortalidade, de ganho de biomassa e mudança líquida de recrutamento e mortalidade entre os períodos, indicando que existem diferenças entre florestas de mesma fitofisionomia e de diferentes fitofisionomias. A fitofisionomia floresta ombrófila densa sofreu maiores taxas de perdas e taxa de mudança líquida de biomassa negativa entre os períodos pré e pós El Niño. Mostrando que as florestas do Acre foram impactadas de maneira diferentes durante o evento de El Niño de 2015/2016.