CONSEQUÊNCIAS BIOGEOQUÍMICAS DA CONVERSÃO DE FLORESTAS EM PASTAGENS NO SUL DA AMAZÔNIA
Mudanças climáticas, Balanço de carbono, Gases de efeito estufa, Uso da terra, Funcionamento de ecossistemas, Eventos climáticos extremos.
A conversão de áreas florestais em pastagens provoca alterações significativas no equilíbrio dos ecossistemas, influenciando diretamente processos que intensificam as mudanças climáticas. Essas mudanças correspondem a alterações de longo prazo nos padrões globais de temperatura e clima. Embora possam ocorrer naturalmente, são hoje impulsionadas, sobretudo, pelas atividades humanas. Entre os principais vetores antrópicos, destacam-se as transformações no uso da terra, que comprometem a integridade dos ecossistemas, reduzem sua capacidade de estocar carbono e reforçam o agravamento do aquecimento global. Estima-se que, entre 1750 e 2019, as atividades humanas tenham liberado aproximadamente 685 Pg C para a atmosfera, dos quais 445 Pg C resultantes da queima de combustíveis fósseis e da produção de cimento e 240 Pg C associados às mudanças no uso da terra. Nesse mesmo período, os sumidouros naturais removeram entre 230 Pg C e 400 Pg C por meio dos ecossistemas terrestres e cerca de 170 Pg C pelos oceanos. Apesar dessa absorção, houve um acúmulo líquido de aproximadamente 285 Pg C na atmosfera, intensificando o efeito estufa e contribuindo diretamente para o aquecimento global. Dessa forma, compreender as mudanças de uso da terra são essenciais para desvendar os mecanismos que levam aos eventos climáticos extremos, como secas prolongadas e chuvas intensas.