DO FOGO À RECUPERAÇÃO NO PANTANAL: MONITORAMENTO E RESTAURAÇÃO DE ÁREAS QUEIMADAS COM GEOTECNOLOGIAS NA ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE TAIAMÃ, MATO GROSSO.
incêndios florestais; áreas úmidas; sensoriamento remoto; SIG (Sistema de Informação Geográfica); conservação ambiental
O Pantanal é a maior planície de inundação contínua do planeta, destacando-se por sua biodiversidade, tendo reconhecimento internacional. Localizado em uma região que abrange dois estados brasileiros e outros países da América do Sul, é fonte de vida para inúmeras espécies e desempenha um papel fundamental na prestação de serviços ecossistêmicos. No entanto, o bioma enfrenta ameaças constantes, como os incêndios de grandes proporções ocorridos recentemente. A severidade desses eventos tem aumentado no Pantanal brasileiro, provocando impactos significativos à biodiversidade, ao ciclo hidrológico e aos modos de vida tradicionais. A Estação Ecológica de Taiamã (Esec de Taiamã), Unidade de Conservação Federal (UC) situada no Pantanal Mato-Grossense, foi severamente afetada pelos incêndios de 2020 e 2024. Diante desse cenário, torna-se essencial buscar tecnologias e métodos capazes de compreender as mudanças ambientais e acompanhar a evolução da sua regeneração, especialmente frente à escassez de monitoramento e de projetos de restauração no Brasil. Nesse contexto, as geotecnologias se mostram ferramentas promissoras. Este estudo foi estruturado em dois artigos. O Artigo 1 tem como objetivo compreender como as geotecnologias podem contribuir para a identificação e análise de áreas queimadas na Esec de Taiamã, aplicando diferentes técnicas de monitoramento ambiental para subsidiar estratégias de restauração ecológica. O Artigo 2 busca caracterizar os diferentes macro-hábitats da Unidade de Conservação, quantificando a extensão das áreas queimadas em cada um e integrando esses dados com levantamentos em campo da vegetação. A partir da comparação entre ambientes queimados e não queimados, o estudo analisa a composição florística, o vigor vegetativo e a severidade do fogo, evidenciando os impactos da queima sobre a biodiversidade local. Ao integrar sensoriamento remoto, SIG e dados de campo, contribui para o entendimento da dinâmica pós-fogo, fornecendo subsídios ao Manejo Integrado do Fogo (MIF) e à definição de áreas prioritárias para a recuperação e restauração ecológica. Os resultados obtidos fortalecem a gestão da ESEC Taiamã e oferece suporte à formulação de políticas públicas voltadas à conservação, manejo do fogo e à restauração no Pantanal.