SENSIBILIDADE DAS ÁRVORES DE SAVANA AMAZÔNICA ÀS ALTAS TEMPERATURAS
Mudanças climáticas, Termotolerância foliar, Savana amazônica, Atributos morfoanatômicos.
As mudanças climáticas representam uma ameaça iminente ao planeta, com projeções de aumento de temperatura global, particularmente afetando todos ecossistemas terrestres, como as florestas tropicais. Este estudo investigou a relação entre termotolerância foliar e atributos morfoanatômicos em espécies arbóreas da savana amazônica, visando compreender como as características estruturais podem predizer a capacidade das folhas de lidarem com às altas temperaturas. Realizamos a pesquisa de campo em Nova Canaã do Norte, Mato Grosso, em uma área próxima ao Rio Teles Pires, caracterizada como savana rochosa amazônica. Determinamos a termotolerância foliar e os atributos morfoanatômicos de espécies decíduas e perenes. A maioria das espécies apresentaram limites térmicos superiores acima das temperaturas máximas registradas, e as projeções futuras indicaram estimativas de T50 (perda de 50% da função do PSII) alarmantes para estas espécies. Evidenciamos influência significativa do parênquima lacunoso, espessura da epiderme abaxial, espessura da folha, abertura e densidade estomática na termotolerância foliar. Espécies decíduas mostraram maior sensibilidade, indicando uma alta sensibilidade ao aquecimento futuro. Destacamos a proximidade dos limites térmicos das árvores tropicais às temperaturas máximas experimentadas, apontando uma alta sensibilidade ao aquecimento futuro. As espécies decíduas são particularmente sensíveis, sugerindo mudanças drásticas na composição e estrutura das florestas Savana Amazônica. Evidenciamos que certos atributos morfoanatômicos, podem desempenhar papeis cruciais na capacidade das folhas de lidarem com as variações térmicas. Essa descoberta sugere que o entendimento das bases morfoanatômicas pode ser fundamental para prever as respostas das espécies às mudanças climáticas futuras.