Efeitos do fogo em floresta e cerrado no Sul da Amazônia
Incêndio florestal, cerradão, resilientes, resistentes, seca, inventário
ROCHA, Loriene Gomes. M.Sc. Universidade do Estado de Mato Grosso, maio de 2022. Efeitos do fogo em floresta e cerrado no Sul da Amazônia. Orientador: Ben Hur Marimon Junior. Coorientador: Marco Antônio Camillo de Carvalho. Coorientadora: Célia Regina Araújo Soares Lopes
As secas e os extremos de temperatura estão se tornando cada vez mais frequentes e intensos na Amazônia, condição ideal para a ocorrência dos incêndios florestais. Este trabalho teve como objetivo avaliar os impactos causados pelo fogo sobre o componente arbóreo de uma vegetação savânica (cerrado típico) e duas florestais (cerradão e floresta ombrófila aberta) na Amazônia Meridional. Entre os anos inventariados, ocorreram dois incêndios florestais que atingiram as áreas de estudo, provavelmente de origem antrópica. A vegetação que sofreu os maiores impactos do fogo foi a floresta ombrófila aberta, com percentual de mortes de 29,7%, seguido do cerradão (27,99%) e cerrado de encrave (9,12%). Mesmo diante dos diversos motivos que ocasionaram a mortalidade de 736 indivíduos dos 3.636 entre os anos inventariados, 511 (69,4%) destes apresentaram evidências de morte causada pelo fogo, considerando as três áreas. Até mesmo a vegetação de cerrado, mais adaptada ao fogo, apresentou balanço negativo de espécies e indivíduos em decorrência dos incêndios. Os resultados mostram que ocorreram reduções significativas na diversidade de espécie e danos estruturais significativos nas fitofisionomias de cerradão e floresta ombrófila aberta. Tais alterações podem, em médio prazo e com a reincidência dos incêndios, afetar em definitivo a funcionalidade desses ecossistemas, causando danos provavelmente irreversíveis e que podem levar a um tipping point da vegetação, especialmente a floresta ombrófila e o cerradão. Por isso, é importante a continuidade dos inventários florestais para monitorar o estado de conservação das fitofisionomias em uma possível recorrência ou ausência dos incêndios.