Efeitos do fogo em floresta e cerrado no Sul da Amazônia
Incêndio florestal, cerradão, resilientes, resistentes, seca, inventário
As secas e os extremos de temperatura estão se tornando cada vez mais frequentes e intensos na Amazônia, o que aumenta a incidência dos incêndios florestais, o que causa grande impacto na biodiversidade e serviços ecosssistêmicos. Este trabalho teve como objetivo realizar o segundo inventário florístico e fitossociológico, para avaliar os impactos causados pelo fogo sobre o componente arbóreo de uma floresta ombrófila, um cerradão e um cerrado no Sul da Amazônia. Entre os anos inventariados, ocorreram dois incêndios florestais que atingiram as áreas de estudo, provavelmente de origem antrópica. A vegetação que sofreu os maiores impactos do fogo foi a floresta ombrófila aberta, seguido do cerradão e cerrado típico. Mesmo diante dos diversos motivos que ocasionaram a mortalidade dos 736 indivíduos no total das três áreas entre os anos inventariados, 511 destes apresentaram evidências de morte causada por queimada. Outro fator que pode estar influenciando nas elevadas taxas de mortalidade são as mudanças climáticas globais e eventos de seca rigorosa, como o registrado em 2010 em função do fenômeno El Niño. Até mesmo a vegetação de cerrado, mais adaptada ao fogo, apresentou balanço negativo de espécies e indivíduos em decorrência do fogo. Os resultados mostram que ocorreram reduções significativas na diversidade de espécie nas fitofisionomias cerradão e floresta ombrófila aberta. Tais alterações constatadas podem, em longo prazo e com a reincidência dos incêndios, afetar a funcionalidade desses ecossistemas e comprometer seriamente sua sobrevivência, especialmente a floresta e o cerradão. Por isso, é importante a continuidade dos inventários florestais, para monitorar os estados de conservação das fitofisionomias em uma possível ocorrência ou ausência dos distúrbios.