POTENCIAL INSETICIDA E CARACTERÍSTICAS ANATÔMICAS E FITOQUÍMICAS DE FOLHAS DE Apeiba tibourbou (Aubl.).
Bioinseticidas. Pente de macaco. Extratos botânicos. Formigas cortadeiras. Pulgões.
A espécie Apeiba tibourbou (Aubl.) pertence à família Malvaceae, é conhecida popularmente como pente de macaco e pau de balsa, é amplamente utilizada na medicina popular. Os indivíduos pertencentes a família Malvaceae possuem em seu metabolismo secundário uma variedade de compostos químicos que atuam no mecanismo de defesa contra herbivoria como os alcaloides, taninos e saponinas. A compreensão das características físicas e dos compostos químicos presentes nas plantas com propriedades inseticidas tem sido importante para o desenvolvimento de novas técnicas de manejo e novos produtos fitossanitários de baixo impacto ambiental. Em pesquisa bibliográfica observou-se uma escassez de dados a respeito da espécie Apeiba tibourbou, e sua composição química e anatômica. O presente trabalho descreve características anatômicas, histoquímicas e fitoquímicas presente nas folhas de Apeiba tibourbou, e avalia o seu potencial inseticida no controle de Aphis craccivora Koch (Hemiptera: Aphididae) e Atta sexdens L. (Hymenoptera: Formicidae). As análises fitoquímicas, histoquímicas e a descrição anatômica possibilitaram a determinação da presença de amidos, lipídeos totais, compostos fenólicos, alcaloides, mucilagens, terpenoides e lactonas sesquiterpênicas, oxalatos de cálcio e tricomas. Para a avaliação do potencial inseticida do extrato de Apeiba tibourbou em indivíduos adultos de Aphis craccivora, foram preparados os extratos aquoso e hidroalcóolico de folhas, e posteriormente aplicados nas concentrações de: 2,5, 5,0, 7,5 e 10%. A avaliação da sobrevivência foi realizada nos períodos de 24, 48, 72, 96 e 120 horas. Observou-se uma diminuição significativa na taxa de sobrevivência dos indivíduos, sendo que o extrato hidroalcóolico obteve resultados superiores ao extrato aquoso. Nos bioensaios com operarias de Atta sexdens foram preparados extratos hidroalcóolicos da casca e de folhas de Apeiba tibourbou. As operarias separadas da colônia foram acondicionadas em frascos de vidros, onde foi realizada a aplicação tópica do extrato, cada repetição recebeu um chumaço contendo água destilada e um cubo de dieta artificial a base de ágar e dextrose livre de extratos. As avaliações da sobrevivência foram realizadas a cada 24 horas num período de 15 dias. Observou-se uma diminuição gradativa da taxa de sobrevivência com o aumento do tempo de exposição aos extratos hidroalcóolicos de casca e folhas de Apeiba tibourbou se mostrando uma espécie promissora para o controle de Atta sexdens. Desta forma a espécie Apeiba tibourbou apresenta potencial inseticida no controle de Aphis craccivora e Atta sexdens em laboratório.