Espécies de restauração suportarão as mudanças climáticas na Transição Cerrado-Amazônia?
Década da Restauração, ecologia aplicada, modelagem de distribuição de espécies, restauração ecológica
Ecótonos são muitas vezes negligenciados pelas políticas de conservação e restauração, mesmo apresentando alta diversidade, novidades evolutivas e espécies endêmicas. Investigações sobre a transição Cerrado-Amazônia demonstram que a sua vegetação é responsiva a variáveis climáticas, como temperatura e precipitação. Para verificarmos se espécies utilizadas na restauração ecológica encontrarão áreas adequadas ao longo dessa transição, modelamos a distribuição potencial dessas espécies, projetando essa distribuição para o clima atual e para o clima futuro (2070). Utilizamos oito algoritmos de modelagem, três modelos climáticos globais (GCMs) e selecionamos modelos com base no True Skill Statistic (TSS). Nossos resultados indicaram 15 espécies como mais promissoras para a restauração na transição Cerrado-Amazônia no longo prazo, ou seja, considerando a influência das mudanças climáticas antropogênicas sobre a distribuição potencial das espécies. Aproximadamente 66% das espécies modeladas apresentaram mapas de adequabilidade climática com redução significativa para o futuro.