Avaliação da Moratória da Soja com dados do PRODES e ImazonGeo
Amazônia, sensoriamento remoto, cultura agrícola, políticas públicas, sustentabilidade.
Os programas de monitoramento na Amazônia são fundamentais para contribuir na identificação dos desmatamentos ilegais e orientar nas tomadas de decisões pelos órgãos responsáveis. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi identificar a expansão da sojicultura em desacordo com a Moratória da Soja (MS) no bioma Amazônia mato-grossense ao longo dos anos de 2008 a 2019. Foram utilizados os dados do PRODES (Programa de Cálculo do Desflorestamento na Amazônia) e ImazonGeo (Programa de Geoinformação sobre a Amazônia) para identificação das áreas desmatadas e o índice de vegetação Perpendicular Crop Enhancement Index (PCEI) foi aplicado para identificar áreas de soja. Para verificar as áreas (polígonos) de maiores ocorrências convertidas de floresta-soja foi aplicado o estimador de Densidade de Kernel (DK) e na identificação de tendências ao longo da série temporal foi aplicado o teste de Teste de Pettitt e Mann-Kendall. Os resultados mostraram que durante o período de agosto de 2008 a outubro de 2019 foram desmatados 1.387.288 hectares de acordo com os dados do PRODES e 108.411 hectares foram substituídos por soja. Os dados do ImazonGeo mostraram 729.204 hectares desmatados e 46.182 hectares convertidos em áreas de soja. Com base nos polígonos de desmatamento dos dois bancos de dados PRODES e ImazonGeo o estimador DK indicou que os municípios de Feliz Natal, Tabaporã, Nova Ubiratã e União do Sul apresentaram maiores ocorrências em desacordo com a MS foram. Os municípios com maiores áreas em desacordo com a MS foram Feliz Natal com 11.169 ha e Tabaporã com 9.865 ha segundo o PRODES e Feliz Natal com 6.157 e Nova Ubiratã com 4.786 hectares de acordo com o ImazonGeo. Os resultados indicam que o sistema PRODES apresenta em todos os casos maior variabilidade nos dados e médias estatisticamente superiores ao ImazonGeo.