EFEITO DE ÉPOCAS DE COLHEITA NA PRODUTIVIDADE E CARACTERÍSTICAS CULINARIAS DE TRÊS ETNOVARIEDADES DE MANDIOCA NO MUNICIPIO DE PARANAITA, MATO GROSSO, BRASIL
Manihot esculenta; mandioca de fritar sem cozinhar, mandioca branca e mandioca branquinha.
Manihot esculenta Crantz conhecida popularmente como mandioca, é a única espécie do gênero Manihot domesticada para consumo humano e cultivada para comercialização. A mandioca é cultivada em diferentes condições edafoclimáticas, possui potencial produtivo e apresenta relevante importância na dieta alimentar. Objetivou-se neste estudo realizar a caracterização morfoagronômica e a qualidade culinária de três etnovariedades de mandioca em três épocas de colheita, nas condições edafoclimáticas do município de Paranaíta, Mato Grosso, Brasil. A caracterização morfoagronômica e culinária foram realizadas em três etnovariedades de mandioca (Mandioca de fritar sem cozinhar, mandioca branca e branquinha) em três diferentes épocas de colheita (6, 8 e 10 meses pós-plantio). Foram avaliadas as seguintes característica: produtividade da parte aérea e das raízes tuberosas, índice de colheita, número de raízes por planta, comprimento e diâmetro das raízes, cor da película, córtex e polpa, formato da raiz, textura da epiderme, constrições da raiz, destaque da película e do córtex, tempo de cozimento, padrão de massa cozida e deterioração pós-colheita das raízes. Os resultados demonstram que as épocas de colheita influenciam nas características de produtividade, tendo a etnovariedade mandioca de fritar sem cozinhar aos seis meses pós-plantio se destacado das demais quanto a produção de parte aérea bem como a produtividade de raízes tuberosas. Quanto às características fenotípicas avaliadas nas raízes das etnovariedades houve variação, com exceção para cor da polpa e constrições da raiz. A mandioca de fritar sem cozinhar e a mandioca branquinha não foram influenciadas pelas épocas de colheita, quanto à cocção em panela convencional, pois apresentaram cozimento regular (21-30 minutos) em todas as avaliações, enquanto a mandioca branca foi afetada, apresentando cozimento regular apenas na colheita dos oito meses. Enquanto a cocção em panela de pressão não foi alterada pelas épocas de colheita em nenhuma das três etnovariedades de mandioca. O descascamento das raízes de mandioca e o padrão de massa cozida não foram afetados pelas épocas de colheita. Quanto à deterioração, as raízes das etnovariedades apresentaram-se com 20% de deterioração na colheita aos oito meses pós-plantio e nas demais épocas de colheita não se deterioraram, após serem mantidas por cinco dias pós-colheita em temperatura ambiente. Conclui-se, portanto que a melhor época para colheita das três etnovariedades é no sexto mês pós-plantio, sendo a mandioca de fritar sem cozinhar indicada para fins produtivos, enquanto que para fins culinários, as três etnovariedades (mandioca de fritar sem cozinhar, mandioca branca e branquinha) são indicadas para cultivos nas condições edafoclimáticas do município de Paranaíta, Mato Grosso, Brasil.