Caracterização morfoagronômica, fenológica e viabilidade polínica de variedades de feijão
Feijoeiro, Recursos genéticos, Variabilidade.
A caracterização e avaliação dos recursos genéticos são essenciais para o desenvolvimento de novas cultivares pelos programas de melhoramento genético. Entre as atividades realizadas, destacam-se os estudos morfoagronômicos e os de biologia reprodutiva. Baseado nisso, este trabalho teve por objetivo realizar a caracterização morfoagronômica, fenológica e estimar a viabilidade polínica de treze variedades de feijão nas condições do município de Alta Floresta-MT. O experimento foi conduzido em DIC consistindo de treze tratamentos (PV01, VU02, VU03, VU04, VU05, PV06, VU07, PV08, PV09, VU10, VU11, VU12, PL13) e dez repetições. A caracterização morfoagronômica foi realizada via descritores de planta, folha, flor, frutos e sementes. Os dados obtidos foram avaliados via estatística descritiva, uni e multivariada. Apenas flores de cor violeta e branca foram observadas. A maioria das variedades apresentaram sementes pequenas com diversas colorações. A análise de variância mostrou diferenças significativas a 1% de probabilidade para todas as características quantitativas avaliadas. O número de dias para florescimento e maturação fisiológica foram as características que apresentaram mais grupos formados pelo teste de agrupamento de média Scott & Knott. Os métodos de agrupamento UPGMA e Tocher foram concordantes em separar as variedades em três grupos e conforme a espécie. Já as variáveis canônicas revelaram que as duas primeiras características explicaram 100% da variação total e separou as variedades em cinco grupos. As características que mais contribuíram para a divergência genética foram: número de dias para o florescimento e maturação fisiológica. Na avaliação das fases fenológicas, uma escala de notas estabelecida para o feijão comum foi utilizada e aplicada para todas as variedades. Foi estimado a taxa de florescimento, o pico de florescimento e a viabilidade polínica usando o corante Alexander. O desenvolvimento vegetativo e reprodutivo das treze variedades de feijão variou de 22 a 36 dias e 36 a 59 dias respectivamente. As variedades com o período reprodutivo mais longo levaram mais tempo para completarem o ciclo de desenvolvimento. Os genótipos PV06 e PV08 ambos de hábito de crescimento determinado e pertencentes a espécie P. vulgaris foram os mais precoces, enquanto que a variedade VU05 de hábito de crescimento indeterminado e da espécie V. unguiculata levou mais tempo para completar o ciclo. O maior pico e taxa de florescimento foi obtido pelo genótipo PL13, e todas as variedades apresentaram alta porcentagem de polens viáveis. Conclui-se que as treze variedades de feijão possuem variabilidade genética e recursos genéticos potenciais a serem conservados e utilizados em programas de melhoramento genético. Além disso, é fundamental que os estudos sejam ampliados para aumentar o conhecimento da variabilidade local existente.