Bioprospecção de óleos essenciais no controle de
Spodoptera frugiperda (J.E. Smith, 1797)
Bibliometrix, Piperaceae, Metabólitos secundários, Lagarta-do-cartucho.
Nos últimos anos, a busca por alternativas sustentáveis no controle de pragas agrícolas, em especial da lagarta-do-cartucho Spodoptera frugiperda, tem ganhado destaque. Dentre as estratégias biorracionais, os óleos essenciais (OEs) extraídos de diversas famílias botânicas, como a Piperaceae, têm sido explorados devido ao seu potencial bioinseticida e ao baixo impacto ambiental. Nesse contexto, dois estudos foram realizados para abordar o controle alternativo dessa praga. O primeiro estudo consistiu em uma análise bibliográfica e bibliométrica que abrangeu o período de 2009 a 2022, explorando a pesquisa global relacionada ao uso de OEs no controle de S. frugiperda, através da base de dados Scopus. Os resultados destacaram que as famílias botânicas Piperaceae, Lamiaceae e Myrtaceae foram as principais fontes de OEs estudados, com ênfase em bioensaios envolvendo a fase larval da praga. A metodologia de contato tópico, utilizando acetona como solvente, foi amplamente empregada. Além disso, a análise bibliométrica revelou um crescimento anual de 8,82% de pesquisas que envolvam a utilização de OEs no controle alternativo de S. frugiperda, indicando uma evolução constante nas publicações. A Universidade Federal Rural de Pernambuco liderou com 27 publicações e o Brasil se destacou como o país com a maior produção de pesquisa, representando 74% das publicações, seguido pelo México com 9% e Argentina com 4%. Evidenciou-se a necessidade de estudos adicionais sobre a citotoxicidade dos OEs, isolamento de moléculas e ensaios práticos em campo, visando aprimorar as metodologias para futuras formulações. O segundo estudo teve como objetivo avaliar o potencial fitoinseticida dos OEs das espécies Piper aff divaricatum, Piper fuligineum, Piper arboreum, Piper hispidum e Piper marginatum, na fase embrionária e larval de S. frugiperda. Os resultados revelaram a presença de diferentes constituintes em cada espécie de Piper, como germacreno D e miristicina em P aff. divaricatum, (E)-cariofileno, germacreno D e biciclogermacreno em P. arboreum, neo-intermedeol em P. fuligineum, α-cadinol em P. hispidum e 3,4- metilenodioxipropiofenona em P. marginatum. No bioensaio ovicida, P. marginatum se destacou nas concentrações mais baixas, com inviabilização variando entre 72% e 99,33%. No bioensaio larvicida, todas as espécies de Piper testadas (≤1%) demonstraram eficácia no controle da praga agrícola, se destacando as espécies P aff. divaricatum e P. arboreum que alcançaram mortalidade de 86% em até 3 horas nas concentrações de 0,25% e 0,50%. Ambos os estudos evidenciam a promissora eficácia dos óleos essenciais no controle de S. frugiperda, oferecendo uma alternativa eficaz e sustentável ao uso de inseticidas sintéticos, contribuindo para o desenvolvimento contínuo de estratégias de manejo de pragas agrícolas.