Banca de QUALIFICAÇÃO: Jéssica Karina Guedes Cavalcante

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : Jéssica Karina Guedes Cavalcante
DATA : 26/09/2023
HORA: 08:00
LOCAL: SALA DO PPGASP
TÍTULO:

RISCO AMBIENTAL DOS INSETICIDAS APLICADOS NO ESTADO DE MATO GROSSO E O USO DE BACTÉRIAS ENTOMOPATOGÊNICAS COMO ESTRATÉGIA PARA O MANEJO DE PERCEVEJO-PRAGA NA SOJA

PALAVRAS-CHAVES:

Ecotoxicologia, IRA, Percevejo-marrom, Compatibilidade, Associação de produtos, Pseudomonas fluorescens, Pseudomonas chlororaphis.

PÁGINAS: 75
RESUMO:

Mato Grosso é o maior produtor de soja do Brasil e por consequência, o estado responsável por pulverizar o maior volume de produtos fitossanitários, devido a ocorrência de inúmeros fatores bióticos que interferem na produtividade da cultura, dentre eles, a incidência de insetos-praga. Devido à tal problemática, emerge a preocupação quanto ao risco ambiental dos defensivos usados em larga escala, surgindo ferramentas que possibilitam estimar os impactos ocasionados pelo emprego inadequado desses no agroecossistema, como o Índice de Risco Ambiental (IRA). Ademais, é evidente, nos últimos anos, a ascensão do manejo biológico nas lavouras do país, através da aplicação de microrganismos entomopatogênicos (bactérias, fungos e vírus). Todavia, dados da compatibilidade da associação entre bactérias entomopatogênicas e agrotóxicos são escassos. Desse modo, o presente trabalho objetivou: estimar o IRA dos principais inseticidas utilizados no controle de percevejo-praga na cultura da soja, em Mato Grosso e, avaliar a compatibilidade in vitro e de calda da associação de bactérias entomopatogênicas e produtos fitossanitários registrados para a cultura supracitada. Os dados dos ingredientes ativos (i.as.) mais comercializados para o manejo de percevejo-praga na soja, no ano de 2022, foram coletados junto ao Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (INDEA-MT). As características físico-químicas dos princípios ativos foram obtidas nas bases de dados Pesticide Properties Database (PPDB) da Universidade de Hertfordshire e, Pesticide Properties Database (PPD) do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (EUA). Os parâmetros utilizados para calcular o IRA foram: persistência, lixiviação, volatilização, perfil toxicológico e dose. No teste de compatibilidade in vitro, foram avaliados 24 produtos fitossanitários associados com Pseudomonas fluorescens+Pseudomonas chlororaphis, enquanto, no teste de calda, foram simuladas sete caldas, com base nas aplicações dos sojicultores da região. A partir dos resultados obtidos, constatou-se que no ano de 2022 foram comercializados 11.612.956,00 kg de i.as direcionados ao controle de percevejo-praga na soja, com o i.a. acefato representando ≅33,18% desse volume (3.853.687,00 kg). Quanto ao IRA, o índice mais alto foi observado para o neonicotinoide imidacloprido (IRA=12), enquanto, o menor valor foi constatado para o organofosforado acefato (IRA=5) e a sulfoxamina sulfoxaflor (IRA=5). Nos bioensaios in vitro, apenas Beauveria bassiana e indoxacarbe foram compatíveis para P. fluorescens+P. chlororaphis. Em relação às caldas, todas foram incompatíveis, inibindo o crescimento das bactérias em estudo. Perante tais resultados, espera-se que a estimativa do IRA forneça subsídios para a seleção de i.as. com baixa toxicidade, de maneira a minimizar os impactos negativos advindos de pulverizações indevidas, além disso, ficou evidente nos bioensaios, que não é segura, a recomendação da associação entre P. fluorescens+P. chlororaphis e herbicidas/fungicidas/adjuvantes, posto que esses foram altamente tóxicos aos microrganismos.

MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 101366004 - MONICA JOSENE BARBOSA PEREIRA
Interno - 118802007 - HILTON MARCELO DE LIMA SOUZA
Externo ao Programa - 80797005 - CARLA GALBIATI
Externo à Instituição - RICARDO ANTÔNIO POLANCZYK -