ESPÉCIES DE PEIXES EXÓTICAS E SEUS IMPACTOS SOCIAIS, AMBIENTAIS E ECONÔMICOS NA POPULAÇÃO PESQUEIRA DO MUNICÍPIO DE CÁCERES, MATO GROSSO
Espécies invasoras, Pantanal, Declaração de Pesca Individual, Pescadores Artesanais.
As invasões de espécies exóticas no Brasil é um dos fatores que mais causa impactos negativos à biodiversidade. Sua existência gera ameaças e conflitos com espécies nativas, acarretando perdas biológicas para o ecossistema. O Pantanal é um dos biomas brasileiros mais ameaçados pela presença de espécies exóticas em seus ecossistemas aquáticos. Com intuito de monitorar a biodiversidade e utilização do recurso pesqueiro, o governo brasileiro implementou um sistema de controle que utiliza Declaração de Pesca Individual (DPIs), na qual cada pescador informa as espécies capturadas, a quantidade (unidades e quilos), os locais e iscas utilizadas. Este estudo tem como objetivo investigar as ocorrências de espécies de peixes invasoras, relatadas nas DPIs, e seus possíveis efeitos ambientais e socioeconômicos na região do município de Cáceres na Bacia do Rio Paraguai. Ao todo foram avaliadas 4002 DPIs dos anos de 2019 até 2020. Das 35 espécies de peixes registradas, 10 são exóticas (originárias da bacia Amazônica) e foram registradas em 40 locais, totalizando 6.410 kg. Contudo, das 10 espécies registradas pelos pesquisadores, apenas o Tucunaré, já havia sido registrado por pesquisadores na região. Nossos resultados indicam a necessidade de ações para confirmar a real ocorrência dessas espécies relatadas e apontam para dois possíveis cenários: 1) Se as ocorrências forem confirmadas é preciso monitoramento, estudo dos impactos sobre as espécies nativas, estratégias de manejo e avaliação do potencial econômico para comercialização e pesca turística. 2) Se os registros forem erros nos registros das DPIs, é preciso melhorar o sistema utilizado e oferecer treinamentos para que os pescadores preencham as guias corretamente.