VALORAÇÃO DOS SERVIÇOS HÍDRICOS E DO CUSTO DE REPOSIÇÃO DO CÓRREGO PALMITAL EM TANGARÁ DA SERRA MT
Pegada Hídrica Azul. Custo de Recuperação. Mata Ciliar.
O Brasil é um país com grande diversidade e dimensão continental que proporcionam heterogeneidade espacial e de recursos. No entanto, os biomas brasileiros têm sofrido mudanças decorrentes principalmente dos impactos de atividades humanas, podendo tornar-se irreversíveis por sofrerem diversas ações antrópicas. A água é fonte da vida e um recurso natural central em todas as atividades humanas, fundamental para a sobrevivência dos seres vivos e manutenção da vida. Além de ser utilizada na produção de bens e serviços, fornece serviços ecossistêmicos essenciais à preservação da vida. Contudo, mesmo o Brasil sendo um país detentor de 12% de toda água doce disponível no mundo, iniciou-se uma crise hídrica relacionada a diversas ações antropogênicas no planeta, entre elas, a utilização demasiada da água. Não somente a atividade agrícola é responsável pela degradação ambiental, mas também a ocupação urbana, prejudicando os corpos d'água com destinação dos esgotos domésticos e industriais nos rios e córregos, desmatamento da vegetação nativa e aterramento das nascentes para construções urbanas. Neste contexto, a pesquisa objetivou valorar os serviços e os custos ambientais do Córrego Palmital de Tangará da Serra - MT. A pesquisa foi dividida em duas partes, a primeira buscou calcular a pegada hídrica azul de quatro culturas olerícolas (alface, tomate, beterraba e repolho) com base na captação da água do Córrego Palmital de Tangará da Serra – MT. O estudo foi realizado em três ciclos produtivos em uma propriedade particular nas proximidades do Córrego Palmital que se utiliza a água para a produção de hortaliças. O cálculo da PHA foi realizado com base no método de Hoekstra et al. (2011). A segunda objetivou calcular o custo de reposição da mata ciliar do Córrego Palmital de Tangará da Serra – MT. Inicialmente contratou um Engenheiro Florestal para a orientação de quais espécies deveriam ser plantadas e os materiais necessários para a recuperação das matas do Córrego Palmital. Em seguida, foi levantado os custos dos equipamentos e dos serviços necessários para a recuperação e manutenção desta área. Os resultados possibilitaram constatar que no primeiro ciclo, o repolho teve uma PHA de 126 litros/kg, a beterraba a PHA foi de 145,50 litros/kg, a alface foi a cultura com a menor PHA, com 52 litros/kg e o tomate com PHA de 219,44 litros/kg. No segundo ciclo o tomate foi a cultura com a menor PHA, de 36,6 litros/kg, a alface com PHA de 74,90 litros/kg, a beterraba com PHA de 459,70 litros/kg e o repolho com PHA de 235,08 litros/kg. No que tange a recuperação do Córrego Palmital, constatou-se que existe área com processo erosivo, área com campo limpo e com campo sujo que precisam ser recuperadas. Além disso, certificou-se que eram necessárias 1.480 mudas nativas, sendo 1.105 pioneiras e secundárias iniciais e 375 secundárias tardias.