UMA ANÁLISE SEMÂNTICA ENUNCIATIVA DAS PALAVRAS FEMINICÍDIO E FEMICÍDIO
Palavras-chave: Semântica do Acontecimento; Reescrituração; DSD; Formação Nominal.
Este trabalho, vinculado à Área de Concentração de Estudo de Processos Linguísticos, Linha de Pesquisa Estudos dos Processos de Significação do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Linguística da Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT), busca compreender o funcionamento semântico enunciativo das palavras feminicídio e femicídio no espaço de enunciação do Português do Brasil. As palavras feminicídio e femicídio são atualmente utilizadas em todos os meios de comunicação, e seu uso se relaciona à necessidade de fazer vir à tona o problema da violência contra as mulheres. Apesar desses conceitos terem, em um primeiro momento, uma definição comum e geral, como os assassinatos cometidos por homens contra mulheres em razão de serem mulheres. Para tanto, tem-se uma temática singular e que não se esgota pelo seu significado, uno. A perspectiva de acontecimento de linguagem vincula-se ao aporte teórico metodológico da Semântica do Acontecimento, Guimarães (2002, 2005 e 2018). Tomamos como corpus um conjunto de recortes de textos historiográficos coletados de bibliografia digitais. Inicialmente, foi realizado uma análise do funcionamento semântico-enunciativo das palavras femicídio e feminicídio de acordo com a Lei nº 13.104/2015 de recortes que foram retirados de três sites brasileiros (Jus, Veja Abril e Enciclopédia Jurídica da PUC-SP), veiculados na mídia online nos anos de 2020 e 2021. Em um segundo momento, foi realizada uma análise dos sentidos de feminicídio no ambiente contemporâneo brasileiro, recortes retirados de duas manchetes dos sites, UOL e Metrópoles. Por fim, foi abordado o funcionamento da palavra feminicídio no espaço da língua portuguesa brasileira, tomando como procedimento de análise, a mobilização e a organização de enunciados dispostos em redes enunciativas Dias (2016, 2018a, 2018b, 2021), tomadas como rede de sentidos, que podem evidenciar a heterogeneidade das relações históricas e sociais que afetam a enunciação desses nomes no funcionamento do português do Brasil.