Políticas linguísticas do Estado brasileiro para a formação docente em pedagogia: um estudo das ementas e trabalhos de conclusão de curso de uma universidade pública da região norte do Brasil
Política Linguística; Filologia Política; pensamento crítico latino-americano; formação docente; formação linguística em Pedagogia.
Esta pesquisa bibliográfica e documental, quali e quantitativa, interpreta a escassa contribuição do campo da Linguística à formação dos professores na área de Pedagogia, pelo Estado Brasileiro. Contribuir para a formação de professores, também colabora para a consolidação das evidências produzidas nas pesquisas em Linguística, Letramento e Políticas Linguísticas no país e aplicação na formação docente. Analisamos trabalhos de conclusão de curso que abordam políticas linguísticas, mesmo que não explicitados em dados catalográficos, produzidos na Licenciatura em Pedagogia em uma Universidade pública da região Norte, disponíveis no repositório institucional. Objetivos específicos: 1) analisar os trabalhos conforme os eixos temáticos identificados em Políticas Linguísticas, que comprovam a transversalidade da temática desse campo de estudos, não apenas na produção teórica, mas em toda a formação, nos mais variados níveis; 2) compreender o papel das ementas de disciplinas que tenham interseção com estudos linguísticos ofertadas nesses cursos, também discutindo-as conforme os eixos temáticos mapeados; 3) observar as concepções de língua que subjazem as abordagens adotadas nos trabalhos de conclusão de curso para compreender a dimensão da formação linguística. Hipótese: a insuficiência de disciplinas de estudos linguísticos na formação dos professores de séries iniciais é uma política linguística educacional do Estado brasileiro como parte determinante para manutenção dos interesses da classe social dominante no controle e perpetuação da ordem burguesa vigente. Nosso referencial de Políticas Linguísticas conta com: Shohamy, 2006; Johnson, Ricento, 2012; Oliveira, 2004, 2013a, 2013b; Diniz, 2020; Ribeiro da Silva, 2011, 2013; Diniz, Ribeiro da Silva, 2019; Severo 2013; Morelo, 2012, 2016; Silva, Severo, 2019; Sturza, Mota, Mancilla Barreda, 2022. Situamos a discussão sobre política linguística como um trabalho em Filologia Política (Rocha, 2013) etrazemos contribuições do pensamento crítico latino-americano condensadas na teoria marxista da dependência (Marini, 2017, Bambirra, 2019) e o projeto de educação de Vieira Pinto (2005, 2008). Concluímos que não há fundamentação teórica suficiente sobre língua e linguagem, o que faz com que os pedagogos não se identifiquem como professores desses conteúdos, mas voltados a um perfil técnico em pedagogia.