A SEMÂNTICA OPERATÓRIA DAS MARCAS LINGUÍSTICAS DEIXAR DE E COMEÇAR A: UMA ANÁLISE PELO VIÉS DA TOPE
Teoria das Operações Predicativas e Enunciativas; Categoria; Pressuposição; Pré Construído
Esta tese, inscrita na linha de pesquisa Estudos de Processos de Significação do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Linguística da Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT), tem como objetivo de analisar enunciados com ocorrências dos verdos Começar a e Deixar de, a fim de apreender os processos enunciativos de seus funcionamentos, com foco no papel da construção da significação. Nesse cenário, inserimos o estudo da pressuposição como questão teórica, observando o estatuto da estabilidade de representação na retomada enunciativa. Para isso, em nossas análises, nos valemos da atividade de manipulação e reformulação dos enunciados através da elaboração de glosas epilinguísticas, que nos permitem apreender o funcionamento dessas formas para a construção da predicação e, consequentemente, da significação. Para tanto, fundamentamos o desenvolvimento da pesquisa na proposta de Antoine Culioli, proponente da Teoria das Operações Predicativas Enunciativas (CULIOLI, 1990, 1999a, 1999b). Buscamos visualizar o processo de categoria que abarca os verbos Começar a e Deixar de como ativadores de pressuposição, com o objetivo de confirmar nossa hipótese, a saber, a pressuposição, compreendida nas asserções como garantia de representação, não se sustenta do ponto de vista operatório. Concebendo que a categorização não contribui para a compreensão de como a variação experiencial dos sujeitos fundamenta a determinação dos sentidos da unidade linguística pressuposição, a nossa metodologia se baseou na atividade de reformulação, também denominada de glosagem ou parafrasagem (FRANCKEL, 2011; FUCHS, 1985). Desse modo elaboramos enunciados que nos permitissem observar o funcionamento desses verbos em contexto. Os resultados explicitam que nas ocorrências dos verbos selecionados a experiência (variável) dos sujeitos enunciadores com o mundo e com a linguagem resulta em sentidos inventariados que apresentam resultados prontos em que não há um processo a ser construído.