PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DE SENTIDOS NAS AULAS DE LÍNGUA PORTUGUESA SOB A ÓTICA TRANSLINGUE, MULTISSENSORIAL E AFETIVA
Construção de Sentidos. Língua Portuguesa. Ensino Médio. Letramentos Translíngues, Afetivos e Multissensoriais
Esta tese, vinculada ao Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Linguística – PPGL da Universidade do Estado de Mato Grosso – UNEMAT, está inscrita na área de concentração “Estudo de Processos Linguísticos” e na linha de pesquisa “Estudo de Processos de Práticas Sociais da Linguagem”, na perspectiva da Linguística Aplicada. Como objetivo dessa pesquisa, busco analisar de que maneira os sentidos foram construídos nas aulas de língua portuguesa, com estudantes do ensino médio, nas perspectivas pós-estruturalistas da linguagem que se orientam na afetividade, assemblagem e multissensorialidade. Para tanto, como arcabouço teórico, pautei-me no letramento sensorial (Mills, 2013; 2016), na translinguagem (Canagarajah, 2017; Pennycook, 2017), no afeto e no letramento crítico afetivo (Spinoza, 2009; Anwaruddin, 2016; Morgan, Rocha e Maciel, 2021; Ahmed, Morgan e Maciel 2021). O viés metodológico, pelo qual me orientei, consiste na abordagem qualitativa etnográfica crítica, sob a perspectiva da epistemologia da emergência pós-moderna. Adotei esse viés metodológico, por se tratar de uma forma mais dinâmica de analisar os dados, considerando a qualidade da emergência, como forma de abrir espaço para a fluidez, o devir, o inesperado, na busca por novos conhecimentos. Nesse horizonte, os dados foram gerados nas aulas ministradas por mim (pesquisadora), com a presença, também, da professora titular da turma. Considerei, para análise, as gravações das interações em sala de aula, além de fotos e vídeos sobre as atividades extraclasse registradas pelos estudantes e por mim. Como resultado, percebi que, diferentemente do domínio cognitivo e racionalista, a inclusão da corporificação (afeto, multissensorialidade), como assemblagem abriu horizontes para os alunos construírem novos sentidos ao se comunicarem socialmente, usando o texto e a linguagem como parte de seus repertórios vivenciais. Percebi, também, que ao se colocarem em relação de equivalência afetiva com pessoas, em posição de vulnerabilidades, os estudantes se sentiram mais motivados a transformar suas palavras, e outros recursos sensoriais em ações no ambiente escolar e pela comunidade.