ESTUDO SEMÂNTICO-ENUNCIATIVO DO VERBO ‘FECHAR’ À LUZ DA TEORIA DAS OPERAÇÕES PREDICATIVAS E ENUNCIATIVAS
Fechar. Linguagem. Línguas Naturais. Enunciação. Operações Predicativas e Enunciativas.
Este trabalho de doutorado, inscrito na linha de pesquisa Estudos de Processos de Significação do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Linguística da Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT), ancorado no quadro teórico da Teoria das Operações Predicativas e Enunciativas (CULIOLI, 1990, 1999a, 1999b, 2018), tem por objeto a descrição de princípios e regras de variação semântica do verbo ‘fechar’ em português brasileiro no amparo de um sistema de representação metalinguística, tal qual elaborado por Antoine Culioli e discípulos. Selecionamos um corpus de enunciados extraídos do site de pesquisas Google e enunciados corriqueiros que contenham articulações como: ‘fechar o tempo’, ‘fechar negócio’, ‘fechar os olhos’. Para tanto, consideramos como metodologia a articulação entre linguagem e línguas naturais, de modo que estas (as línguas) sejam representadas por sistemas dinâmicos e constitutivamente operatórios, o que lhes confere tanto estabilidade e plasticidade. Isso graças a conceitos como o de reformulação, também denominada de glosagem ou parafrasagem (FRANCKEL, 2011; FUCHS, 1985). A hipótese é a de que a partir dos procedimentos citados acima cheguemos a um mapeamento minimamente satisfatório do funcionamento semântico-enunciativo de ‘fechar’, de modo que as propriedades estáveis como ‘impedir’ e ‘tapar’ se tornem menos importantes do que os processos que levem a um núcleo invariante capaz de sustentar toda variação possível, que se caracteriza através da forma esquemática (FE) e da organização da variação semântica do funcionamento semântico-enunciativo de ‘fechar’. Trata-se, em verdade, de uma proposta de contribuição à descrição linguística sustentada pelos aspectos cognitivos (atividade intra e intersubjetiva) que só uma vertente enunciativa como a TOPE pode fornecer.