Banca de DEFESA: EDINETH SOUSA FRANÇA SILVA ALVES

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : EDINETH SOUSA FRANÇA SILVA ALVES
DATA : 23/03/2023
HORA: 08:00
LOCAL: Defesa remota - via webconferência
TÍTULO:

A Aldeia, a Takãra e a Cidade: uma abordagem discursiva da relação sujeito, sentidos e o espaço de vida dos Tapirapé



PALAVRAS-CHAVES:

Língua; discurso; Tapirapé; memória; escrita.


PÁGINAS: 145
RESUMO:

Este trabalho, intitulado “A Aldeia, a Takãra e a Cidade: uma abordagem discursiva da relação sujeito, sentidos e o espaço de vida dos Tapirapé”, desenvolvido na linha de pesquisa Estudo de Processos Discursivos, do Programa de Pós-Graduação em Linguística, da Universidade do Estado de Mato Grosso, filia-se à linha teórica da Análise de Discurso, francesa, elaborada por Pêcheux e desenvolvida no Brasil por Orlandi, e demais pesquisadores. A pesquisa ancora-se na materialidade simbólica da língua e nos “gestos de leitura” (PÊCHEUX, [1982] 1994)que produzimos acerca da “relação constitutiva sujeitos-sentidos-espaço” (RODRÍGUEZ-ALCALÁ, 2011b, 2018, 2019). Com o intuito de compreender, os efeitos ideológicos da “civilização” e “cultura” ocidental na relação sujeito (indígena brasileiro), sentido (urbano, jurídico) e espaço (aldeia, campo, cidade), verticalizamos nosso olhar para os indígenas Tapirapé (Apyãwa), enquanto corpo social atado ao espaço simbólico da aldeia Tapi’itãwa, localizada a 28km da cidade de Confresa-MT. Mobilizamos dispositivos teóricos, analíticos e interpretativos da Análise de Discurso em um corpus que inclui a Constituição Federal de 1988; a Lei Orgânica e o Plano Diretor do município de Confresa; fotografias; trabalhos acadêmicos e textos científicos de autoria dos Tapirapé, para compreender o acontecimento sócio-histórico e político das relações socioespaciais e linguísticas que definem aldeia e cidade e que tributam o urbano como lugar discursivo em que o ocidente, por uma regularidade jurídica, “delimita sentidos entre o homem e o espaço” (MOTTA, 2010b). A leitura, interpretação e análise do material selecionado possibilitou-nos uma compreensão de movimentos contínuos de significação que atravessam os Tapirapé sob a configuração de uma “forma-sujeito indígena” (SOUZA, 1994), interpelada por mecanismos discursivos que corporificam um “índio imaginário”, inexistente como “índio” urbano; delimitado simbolicamente por padrões de indianidade, e pelo “silêncio significante” (ORLANDI, 2007b) que os discursos relatados e as implicações da norma e da cultura letrada lhe impõem. Contudo, mesmo atravessados por valores ideológicos ocidentais/eurocêntricos, os Tapirapé se singularizam, especialmente no espaço simbólico discursivo da Takãra (casa cerimonial dos Apyãwa), pelo político e ideológico de práticas sociais e linguísticas que lhes conferem confronto e resistência, pela “identidade etno-social” (SOUZA, 1994) e etno-discursiva (SOUZA, 2021) que dão forma ao “tekateka” (PAULA, 2009, 2012, 2014), i. e, o jeito de ser apyãwa, que lhes constitui e lhes autoriza frente à “sociedade letrada” (RAMA, 2015).


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 83109001 - ANA LUIZA ARTIAGA RODRIGUES DA MOTTA
Interno - 83195001 - ANA MARIA DI RENZO
Externo à Instituição - CAROLINA MARIA RODRIGUEZ ZUCCOLILLO - UNICAMP
Externo à Instituição - ELCIO ALOISIO FRAGOSO - UNIR
Externo ao Programa - 535535201 - EUNICE DIAS DE PAULA
Notícia cadastrada em: 08/03/2023 08:57
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