CLASSIFICADORES NOMINAIS NA LÍNGUA KATITÃUHLU DA FAMÍLIA NAMBIKWARA
Descrição e Documentação, Morfologia, Classificadores Nominais, Língua Katitãurlhu.
Esta pesquisa é resultado de um trabalho realizado como professora, enquanto atuava nas salas anexas da Escola Estadual de Conquista d’Oeste – MT, nos limites da Terra Indígena Sararé, povo Katitãurlhu. O corpus da análise deste trabalho foi coletado no ano de 2019, juntamente com os alunos, membros da comunidade e professores. O principal objetivo é apresentar uma descrição dos sufixos derivacionais classificadores nominais no corpus, constituído pelo léxico, referente ao corpo humana, animais e plantas da língua do povo Nambikwara Katitãurlhu. O povo Katitãurlhu vive nas proximidades dos municípios de Pontes e Lacerda, Vila Bela da Santíssima Trindade, Nova Lacerda e Conquista d Oeste, na região do Vale do rio Sararé e rio Galera. A população Katitãurlhu vem crescendo desde o último senso demográfico, e estima-se mais de 200 pessoas, sendo majoritariamente toda a população falante da língua materna e sendo o português sua segunda língua. A língua dos Nambikwara está dividida em dois complexos dialetais e uma língua mais distinta; sendo elas: o Nambikuara do Sul, Nambikuara do Norte e Sabanê. Os Katitãurlhu pertencem ao grupo dialetal do Sul. A literatura mostra que se trata de uma língua tonal, de caráter polissintético, com características bem definidas, como os afixos que se juntam ao nome para lhe atribuir características inerentes. Quando se trata de posse, essa marcação vem prefixada, já os demais afixos, de marcação derivacional ou flexional, são sufixados. Menno e Bárbara Kroeker, membros da (SIL – Sociedade Internacional de Linguística) desenvolveram um trabalho descritivo do ponto de vista morfossintático, intitulado A Descriptive Grammar of Nambikuara (2001), versão em português Gramática Descritiva da Língua Nambikuara. A partir desse trabalho foi possível fazer as primeiras observações sobre os classificadores nominais. Além dele, a pesquisa apresenta o sistema de classificação nominal, a partir das enormes contribuições dos trabalhos de o Mamaindê (EBERHARD 2007), o Sabanê (ARAÚJO 2004), o Latundê (TELLES 2002), Kithãulhu (KROEKER 2003), Borella (2000), que analisou justamente alguns aspectos da língua Katitãurlhu; o trabalho recente de SILVA (2021) sobre Nambikuara do Campo/Sul que contribui enormemente para ampliar as contribuições anteriores de Kroeker e Costa (2018) com o trabalho sobre a marcação de posse em Latundê e, por fim, Belo (2013) com um apanhado sobre as línguas amazônicas e a tese pulicada recentemente sobre a língua Hahãintesu.