UM ESTUDO SEMÂNTICO-ENUNCIATIVO DA TRÍADE LEXICAL MORTO/MORTE/MORRER
Morto/Morte/Morrer, Enunciado, TOPE, Sentido.
Este trabalho, inscrito na linha de pesquisa ‘Estudos dos Processos de Significação’, do Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Linguística (PPGL), da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) tem como objetivo observar a identidade semântica da tríade lexical morto/morte/morrer em situação enunciativa. Para tanto, sustentamo-nos na Teoria das Operações Predicativas e Enunciativas (TOPE) de Antoine Culioli (1990; 1999a; 1999b; 2018) e de seus seguidores, sobretudo nos trabalhos de Zavaglia (2016), Cumpri (2008; 2009; 2012; 2013; 2018), Pria (2013) e Holmo (2008; 2012; 2014). Defendemos, em consonância com os pressupostos da TOPE, que os sentidos de morto/morte/morrer só se estabilizam quando essas unidades forem ocorrências articuladas (pela gramática) a outras ocorrências dentro de um enunciado. Essa afirmação é o que constitui o problema desta pesquisa, a saber: as identidades semânticas de morto/morte/morrer, em termos de oposição a vivo/vida/viver, se mantêm sempre estáveis quando as buscamos nas proliferações parafrástica de um enunciado como “Joãozinho morreu de fome”? Na mesma esteira, também buscamos falar da diversidade de sentidos dessa tríade em expressões idiomáticas, provérbios e ditados populares, com o intuito de demonstrarmos que as cristalizações que colocam, por exemplo, ‘morte’ e ‘vida’ em relação de complementaridade (oposição), nem sempre se sustentam quando estão em jogo operações de linguagem.