IDENTIDADE SEMÂNTICA E PRINCÍPIOS DE VARIAÇÃO DO VERBO PASSAR
operações enunciativas; verbo passar; articulação linguagem e línguas
Este trabalho dissertativo irá focar na relação entre o verbo passar e o complemento à sua direita. Faremos uma observação na abordagem tradicional que tende a tratar o verbo passar, nessas locuções, como semanticamente “vazio”. Como já mencionado, a consequência dessa opção teórico-metodológica é desconsiderar o papel de passar na construção do sentido do enunciado. Quando a abordagem tradicional não opta por tratar o verbo passar como semanticamente vazio nas locuções que ele integra, opta por definir o sentido “primeiro” do verbo e, a partir desse, os sentidos “derivados”, “secundários”, e assim por diante. Por conseguinte, nossa hipótese de trabalho é de que o sentido de “passar” é um construto do modo pelo qual “passar” é colocado em interação com as demais unidades constitutivas dos enunciados. De um lado, o marcador “passar” localiza um termo em construção em relação a um pré-construto que é retomado a partir de outros termos explícitos ou não no enunciado. De outro lado, “passar” projeta a identificação do termo em construção com o sujeito de uma representação visada. Será observado nos enunciados marcas de asserção que dialogam com esse gesto de linguagem. O enunciado, ainda que se estabilize de modos variáveis, o produto desse diálogo fundamental.