A SIGNIFICAÇÃO DE CIDADANIA DA MULHER MATO-GROSSENSE NA ENUNCIAÇÃO DE TEXTOS DA REVISTA A VIOLETA NO PERÍODO DE 1916-1934
Semântica da Enunciação; Argumentação; Cidadania da mulher; Formação Nominal
Esta pesquisa que se concentra na área de Estudo de Processos Linguísticos, inscreve-se na linha de pesquisa Estudo dos Processos de Significação do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Linguística da UNEMAT e analisa a argumentação como sustentação da significação de cidadania da mulher cuiabana/mato-grossense nos acontecimentos das crônicas e textos, publicados no período de 1916 a 1934, na cidade de Cuiabá, capital do estado de Mato Grosso. Teoricamente nos inserimos na perspectiva da Semântica da Enunciação (GUIMARÃES, 2002, 2005, 2018), e tomamos como material analítico 5 (cinco) recortes de textos e crônicas de diferentes autoras, publicados na revista A Violeta, nos anos de 1916, 1918, 1925, 1932, 1934. Num segundo momento, analisamos a formação nominal constituída do nome mulher mais convergente adjetival, na perspectiva da enunciação desenvolvida por Dias (2012, 2013, 2015, 2017 2009, 2018a, 2018b, 2018c, 2018). Para as análises das formações nominais, nos valemos da construção de redes enunciativas divididas em dois grupos: o primeiro constituído de nome + adjetivo; o segundo constituído de substantivo + sintagma preposicionado. As análises da argumentação nos mostraram que a argumentação da condição da mulher cuiabana e mato-grossense na primeira metade do século XX faz significar a cidadania da mulher como uma conquista emancipadora, porém de modo não ampliado e, por outro lado, essa sustentação também se constitui por um contínuo confronto por um lugar social na enunciação que seja igual ao do homem. Assim sendo, pressupomos que a luta pelos direitos da mulher não cessa, mantém-se em marcha, construída pelo conflito produzido pela existência do papel feminino na sociedade brasileira/mato-grossense/cuiabana. As análises das formações nominais nos mostraram que as motivações enunciativas que o nome “mulher” contrai movimentam sentidos vários, constituídos sóciohistoricamente numa relação de pertinência enunciativa que um enunciado mantém com os determinantes, incluindo-se outros enunciados, no presente do enunciar.