O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA PARA IMIGRANTES NA REDE ESTADUAL DE EDUCAÇÃO EM MATO GROSSO: UMA PESQUISA DOCUMENTAL SOB A PERSPECTIVA DA JUSTIÇA LINGUÍSTICA.
Interculturalidade crítica; Documentos oficiais; Língua de acolhimento; Justiça linguística.
Esta investigação, na área de estudo de processos linguísticos, tem por objetivo analisar documentos oficiais voltados para o ensino de imigrantes no estado de Mato Grosso, no âmbito da rede estadual de educação. O conceito de Português como Língua de Acolhimento (PLAc), articulado, de forma significativa, com os conceitos de interculturalidade crítica, equidade educacional e relações étnico-raciais estruturam o conceito de justiça linguística e compõem a base epistemológica dessa pesquisa. Os acontecimentos, das mais diferentes naturezas, no mundo, levam as pessoas a entrar em um processo migratório, sendo obrigadas a buscar por melhores oportunidades e condições de vida, para si e para seus familiares, em países próximos ou distantes de sua terra natal. No estado de Mato Grosso, em razão do intenso fluxo de imigrantes oriundos de diferentes partes do mundo, foi desenvolvida pela Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso (Seduc/MT) uma política de atendimento às necessidades de aprendizagem e desenvolvimento de conhecimento da Língua Portuguesa para sua inserção no mundo do trabalho, bem como no contexto social brasileiro. Com base nos estudos da Linguística Aplicada (LA), pretende-se analisar como e se as políticas públicas educacionais produzidas nos documentos oficiais – tais como os da Seduc/MT – atendem aos pressupostos de uma educação intercultural e promovem justiça linguística a partir das orientações para o trabalho pedagógico no que tange ao ensino da Língua Portuguesa, considerando a cultura dos imigrantes em contato com a cultura do país que os recebe. Desse modo, interpretar como são pensados esses documentos e, por meio de reflexões, analisar como eles podem contemplar as necessidades educacionais dos imigrantes, levando-os ao desenvolvimento crítico da competência linguístico cultural. Como aporte teórico, destacam-se os estudos de Almeida Filho (1999, 2005, 2012); Bagno (1999); Barbosa (1886, 2019, 2020); Cunha e Handerson (2015); Santos (2002); Silva Neto (1986); Todorov (1999); entre outros autores que contribuíram com suas definições, características, conceitos e procedimentos, com o objetivo de trazer (compreendendo) a compreensão de um (o) trabalho que se estrutura e se desenvolve com base na investigação bibliográfica, com base nos documentos elaborados para a educação migratória.